Edivaldo José de Souza
O Templo de Salomão foi o primeiro construído na cidade de Jerusalém, capital de Judá (sul de Israel), pelo rei Salomão, no ano 957 a.C., no local chamado de Monte Moriah. Esse local foi determinado por seu pai, o rei Davi. O Templo foi protegido por uma grande muralha. Para a sua construção, o rei Salomão pediu ajuda ao rei Hiram, de Tiro, capital da Fenícia (Líbano), que, por sua vez, incumbiu o arquiteto Hiram Abif de ser o empreendedor de tamanha obra. O magnífico Templo era considerado como a Morada de uma Divina Presença, o “Shekhinah”.
Constituído de uma sala principal chamada “O Santuário”, encontravam-se ali três conjuntos importantes de objetos para os rituais: os candelabros, a mesa dos pães, e o altar de ouro para os perfumes. Numa área atrás do altar principal, ficava a sala "Sagrado dos Sagrados", e na porta de entrada, duas enormes figuras de Querubins. Dentro dessa sala, estavam alguns elementos do Tabernáculo de Moisés, dentre eles a Arca da Aliança ou Arca Sagrada, que continha as tábuas com os Dez Mandamentos. A Arca era um conjunto de três caixas, sendo duas de ouro e uma de madeira, colocadas uma dentro da outra.
Abaixo da edificação, existiam inúmeros túneis e câmaras, as quais, entre várias funções, poderiam ser usadas para esconder a Arca da Aliança, caso houvesse uma eventual invasão. No entanto, o paradeiro dessa Relíquia até hoje permanece desconhecido.
Quando construiu esse Templo, o próprio rei Salomão profetizara que um dia ele seria destruído. Confirmando sua previsão, a cidade e o templo foram arrasados no ano 586 a.C., pelo exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia (região do Iraque), que deportou milhares de hebreus (judeus) vivendo no local, para a Babilônia. Cinco décadas depois, o rei Ciro, da Pérsia (Irã), conquistou a Babilônia e permitiu então que os hebreus retornassem a Jerusalém.
Logo, um segundo Templo foi construído no ano 515 a.C., no mesmo local que o primeiro, sob a direção de Zorobabel, mas também, foi demolido em definitivo, quando da construção de um terceiro, construído na mesma plataforma que os anteriores, e conhecido como Templo de Herodes. O término dessa edificação, provavelmente, ocorreu na última década que antecedeu o nascimento de Jesus. Todavia, no ano 70, já na era cristã, novamente, foi destruído, dessa vez, pelos romanos, sob o comando do Imperador Tito. Os romanos pouparam apenas parte do muro ocidental, hoje, conhecido como O Muro das Lamentações e considerado pelos judeus como um local sagrado de oração.
Existe, inclusive, uma prece em que os judeus imploram pela reconstrução do mesmo. Uma parte da comunidade judaica acredita que um próximo venha tomar forma novamente, não mais pelas mãos do homem, mas sim pela Vontade Divina. Segundo os rabinos, “os textos sagrados dizem que a Morada de Deus só poderá ressurgir das Mãos do Messias”. De acordo com a previsão deles, “ninguém sabe exatamente quando Ele estará entre nós”.
A história iniciática aponta que a construção do Templo de Salomão, seu canteiro de obras, suas lendas e seu simbolismo se tornariam, mais tarde, o arquétipo utilizado pela Maçonaria Especulativa, como base da tradição maçônica e de seus ensinamentos. O espaço arquitetônico dos templos maçônicos são inspirados nesse Templo.
”...poderá ressurgir das Mãos do Messias”. De acordo com a previsão deles, “ninguém sabe exatamente quando Ele estará entre nós”. Diríamos nós: ele já veio e fundou uma nova Jerusalém, erguendo nela majestoso Templo dedicado ao Supremo Arquiteto do Universo, em sua manifestação cíclica avatárica. Porém, sem muralha alguma e sob a égide de uma Nova Era.
Fonte: Revista Arte Real nº 10
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