Em uma das passagens mais marcantes do blockbuster Matrix, um importante intérprete do filme promove um singular questionamento acerca do que é ou não realidade:
Morpheus: Neo, o que é o real? Como você define o real? Se você está falando sobre o que você pode sentir, o que você pode cheirar, o que você pode saborear e ver, o real são [então] simplesmente [meros] sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro.
Esse relance cinematográfico é uma via condutora para respondermos o que é maçonaria, ou melhor, o que de fato são as cerimônias maçônicas. Isso porque, a “maçonaria é um sistema de moralidade, velada em alegorias e ilustrada por símbolos” (PRESTON, 2017, p. 69). Essa expressão tantas vezes reproduzida no meio iniciático diz muito sobre a instituição e seu modo de ensino e aprendizagem, que ocorre por meio de rituais repletos de alegorias e expressões simbólicas.
Todavia, entre o desdobramento do ritual e o comportamento de seus praticantes há um mecanismo psicológico que não pode ser ignorado e cuja compreensão pode contribuir para um melhor entendimento da estrutura do templo maçônico e os procedimentos ritualísticos da cerimônia de iniciação, denotando uma explicação “subterrânea”, “oculta”, “estrutural” e “subjetiva” do ritual que revisitaremos neste paper.
Em outras palavras, a ritualística ou o templo maçônico em si se não examinados sob diversos pontos se convertem em mera teatralidade despida de caráter litúrgico, religioso e espiritual que a instituição também propaga.
Todos os acontecimentos mitologizados em nossos rituais, como templo, oriente, ocidente, nordeste, sudeste, amanhecer, meio-dia e pôr do sol, meio-dia, meia-noite, os degraus maçônicos, os quatro elementos, não são alegorias de experiências objetivas ou poéticas, outrossim, são expressões simbólicas do drama interno e inconsciente do maçom, que a exemplo do homem e da consciência humana, consegue assimilar tais ideias através da dramatização atuante no nível inconsciente.
Compreende-se a validade e relevância dessa abordagem pelo fato de a literatura produzida pela escola romântica da maçonaria brasileira privilegiar apenas as interpretações que seguem um raciocínio estrito ao entendimento moral, esotérico ou objetivo do ritual maçônico, rechaçando o universo latente do cerimonial e sua formação mitológica e psicológica que propomos constituir nesse artigo juntando os papers da “Iniciação Maçônica” (publicado pela Fraternitas in Praxis, em 2014) e “Os efeitos psicológicos do ritual maçônico” (publicado pela Ciência e Maçonaria, em 2014), ambos inéditos e de nossa autoria.
Antes de adentrarmos propriamente na jornada do herói, que dissecará o modus operandi da iniciação maçônica no Rito Escocês Antigo e Aceito, torna se imperioso desmistificarmos os alicerces desse processo iniciático compreendendo as estruturas psicológicas do templo maçônico, pois, somente assim, conseguiremos compreender cada passo na aduzida jornada, do qual o processo de ingresso percorre por meio da alegoria e simbolismos da iniciação.
2. O templo maçônico e a psique humana
Os maçons são unanimes em dizer que o templo maçônico é simbólico,[2]contudo, aqui chamamos a atenção que o símbolo é muito mais do que mera ornamentação artística para representar algo.
Com efeito, toda a ornamentação e divisão do templo não são frutos do acaso e do convencionismo estético, a começar pela câmera ou caverna de reflexões, sala dos passos perdidos, mais adiante o átrio, e finalmente o interior do recinto maçônico. Todos estes compartimentos são representações de estágios de níveis de consciência há muito tempo utilizados para separar o sagrado do profano (VAN GUENNEP, 2011, p. 23-40).
Nesse contexto, o ritual dramatiza a passagem de um estado de consciência para outro, ou seja, do profano para o sagrado, de modo que suas repartições devem ser compreendidas caso queiramos aprofundar nossa percepção sobre a ritualística e a cerimônia de iniciação.
Isso porque, rituais ou simples gestos simbólicos identificam nossa consciência com o campo essencial de atuação, isto é, com cada espaço usado para estabelecer a diferença entre o sagrado e o profano na mente do indivíduo.
O soldado que retorna da guerra, ao passar pelo arco do triunfo – rito de passagem – acaba deixando a guerra para trás. Da mesma forma, ao deixarmos a sala dos passos perdidos e posteriormente o átrio, é sabido (mesmo inconscientemente) de que estamos (ou estaremos) em um local “dedicado à virtude e consagrado para a prática do bem”, o templo maçônico.
Assim, as salas que antecedem o templo, cumprem a função psicológica de devidamente introduzir o adepto em um local – estado de consciência, para que o ritual cumpra seu dever cognitivo de forma efetiva.
Um excelente exemplo ritualístico disso, por vezes ignorado, é a entrada ritualística dos que chegaram após a cerimônia de abertura dos trabalhos.
De acordo com alguns rituais, há neste momento uma saudação ritualística, pois, como dito, gestos e sinais simbólicos hão de identificar o consciente e/ou inconsciente com o campo de ação, para o caso deste não ter sido devidamente introduzido no ritual/ templo pela hodierna ritualística de abertura dos trabalhos.
Para além do templo em si e sua representação como o sagrado, as funções-cargos expressadas no ritual ou na mitologia maçônica são personificações das leis psicológicas que atuam na psique humana, perfeitamente demonstradas por Jung e Campbell, quando inerente às mitologias e religiões, cujas bases serão traçadas para desmistificar a ritualística maçônica.
Destarte, o templo maçônico deve ser assimilado como uma grande alegoria estrutural da própria mente dos maçons, que está sujeita a todo tipo de desafios, complexos e provas, consoante replicado abaixo. Se este é o entendimento firmado do templo maçônico, logo, o processo de admissão ao mesmo, ou seja, a iniciação em si, é um procedimento de introspecção, uma jornada para o interior da psique, cujo cerimonial se reveste da mitologia maçônica para, ao final do processo, objetivar uma transformação psicológica no íntimo dos indivíduos.
2.2 Um estudo comparativo da estrutura da personalidade e suas correspondências simbólicas com o templo maçônico
De acordo com a psicologia analítica de Carl G. Jung, a psique divide-se em três níveis: A Consciência, o Inconsciente pessoal e o Inconsciente coletivo (HALL, 2005, p. 24-83). Conforme segue-se abaixo, tais divisões se conciliam em significados e funções com a parte exterior e interior do templo maçônico (sala dos passos perdidos, átrio e o templo), sendo que na parte interior, teremos uma correspondência particular com o ocidente e oriente.
NÍVEL 1 – CONSCIÊNCIA: Sala dos passos perdidos e o mundo profano
Sobre Consciência, Persona e etc.;
A consciência é a única parte da psique a qual conhecemos direta e objetivamente (HALL, 2005, p. 24-83), e nela tudo ocorre de forma racional e lógica. Da mesma forma, isso também acontece antes de adentrarmos ao templo, pois é na sala dos passos perdidos que tudo ainda decorre de forma desprovida de questões oníricas, sem sinais ou gestos simbólicos, salvo detalhes excepcionais. Essa falibilidade das coisas a nível consciente está perfeitamente representada e dramatizada na câmara ou caverna de reflexão, onde elementos associados a vida terrena se acham dispostos com intuito de proporcionar um entendimento da finitude da vida consciente e sua perene ilusão de imortalidade.
O significado psicológico de Persona, para Jung, é aquela parte da personalidade desenvolvida e usada em nossas interações mundanas (profanas), nossa face externa consciente, nossa máscara social, como veículo não de nossa real vontade, mas da nossa necessária aceitação.
Assim que, nas iniciações maçônicas, o gesto dos candidatos serem despidos de todos os metais, e iniciarem todos exatamente da mesma forma, pode significar que, naquele momento, o indivíduo despe-se de suas personas.
Esse desprendimento se faz necessário visto que, conforme Jung, no nível do inconsciente pessoal – que citaremos logo adiante – não há persona, a qual se manifesta apenas no nível consciente.
Se observarmos bem, o tratamento igualitário – tanto na iniciação como nas reuniões ritualísticas – fazem jus a presente esquematização, conforme corroborado abaixo, todavia não ignoramos os outros significados para com esses detalhes.
NÍVEL 2 – O INCONSCIENTE PESSOAL: O Templo Maçônico
Sobre Inconsciente Pessoal, Sonhos, Anima/ Animus e etc.;
Todas as experiências que temos, sendo que algumas são esquecidas, mas que, todavia, não deixam de existir, são antes armazenadas e trabalhadas no inconsciente pessoal. É nesse nível que ocorrem os sonhos e toda a projeção quando estamos dormindo, e como sabemos, tais eventos oníricos são dotados de acontecimentos surreais e ilógicos perante a nossa realidade objetiva, visto que conceitos de “Tempo e Espaço” são fatores produzidos pelo nível Consciente.
Assim o Inconsciente Pessoal encontra correspondência simbólica com o interior ocidental do templo maçônico, onde a ritualística já alcança a totalidade dos trabalhos, e estes retratam bem o estado fictício e mítico da mitologia maçônica (drama maçônico), estado este que – paralelamente – também é encontrado nos sonhos dotados de sentidos simbólicos e abstratos, onde tanto no estado onírico quanto na ritualística, para se ir do “ocidente ao oriente”, basta-nos dar alguns passos, e do “amanhecer ao pôr do sol”, bastam-se algumas horas, o que ocorre semelhantemente aos nossos sonhos, onde no nível do inconsciente não há uma limitação objetiva, da mesma forma o simbolismo da ritualística não possui um senso lógico, pois, sua linguagem é figurada.
Assim como o ritual maçônico não é literal os sonhos também não são, e ambos transmitem instruções morais através de seus simbolismos que, como observado por Jung, o crescimento e amadurecimento moral também é uma finalidade dos sonhos.
Interessante nesse momento confrontarmos as concepções postas entre consciente e inconsciente, demonstrando a oposição destes estágios e, como nosso objetivo é justapor isso com o templo maçônico, o exterior da loja é figuradamente o oposto dos significados ritualísticos do interior, tal como expusemos até agora.
Os conceitos de Anima e Animus foram talvez as duas mais importantes descobertas de Jung. Ambos são aspectos inconscientes de um indivíduo. O inconsciente do homem encontra ressonância com o arquétipo feminino, chamado de Anima, enquanto a mulher associa-se com o arquétipo masculino, chamado de Animus.
Evidente que os conceitos de gênero em se tratando de Animus e Anima se referem às características, e não algo literal, pois, como supramencionado, o inconsciente reside em um nível atemporal, inteiramente psicológico, portanto não material.
A Anima manifesta-se na psique de forma emocional, passiva e intuitiva, por outro lado, o Animus manifesta-se de forma racional, ativa e objetiva. Jung costuma relacionar Anima ao deus grego Eros, o deus do Amor, ao passo que Animus era relacionado com o termo Logos, que em grego significa verbo, razão.
No templo maçônico tal equilíbrio dual é conhecido pelas duas colunas B e J. Sendo que na coluna B, tomam assento os aprendizes maçons, os quais são inteiramente instruídos sobre a educação moral, espiritualidade e ética maçônica, conceitos perfeitamente associados ao arquétipo de Anima. E na coluna J tomam assentos os companheiros maçons, que ao contrário dos aprendizes, possuem suas instruções voltadas para arte da ciência, também conhecida como artes liberais, bem como para o conhecimento esotérico, que são características de Animus.
Desta forma, neste contexto, Boaz e Jakin, representam anima e animus, e a consecução entre ambas as colunas representa o casamento alquímico, a totalidade do ser, ou seja, o equilíbrio perfeito, o mestre. aquele que caminha com tal união, anda pelo caminho do meio (mestre maçom). por fim, vê-se que as duas colunas separam o ocidente em dois lados, e ambas norteiam para os respectivos estudos aqueles que estão sob o seu direcionamento, semelhantemente o que ocorre com nosso inconsciente.
NÍVEL 3 – INCONSCIENTE COLETIVO: Sólio do Oriente
Sobre Inconsciente Coletivo, Arquétipos e etc.;
Teoria proposta pela Psicologia Analítica, ele difere do Inconsciente Pessoal, visto que não se trata de experiências individuais, mas como o nome sugere, são experiências coletivas. Ele é um reservatório de imagens, chamadas de imagens arquetípicas, tais imagens e concepções são herdadas pelo homem de forma inconsciente através do Inconsciente pessoal.
O Inconsciente coletivo estimula no homem/ humanidade um comportamento padrão pré-formado, que este seguirá desde o nascimento.
Assim recebemos a forma do mundo em uma imagem virtual. Tal imagem transforma-se em realidade consciente quando durante a vida identificamos os objetos a ela correspondentes, da mesma forma recebemos do inconsciente a impressão da contraparte Anima (no caso dos homens), enquanto crianças a identificamos com nossas mães (ou pessoas que nos criaram que possuam características de Anima), mais adiante em nossas vidas, tal impressão se converte na companheira-mulher a qual nos casamos.
Os conteúdos do inconsciente coletivo são denominados de “arquétipos”. Tal termo significa um modelo original que conforma outras coisas do mesmo tipo, semelhante ao termo “protótipo”. Tanto o Inconsciente coletivo quanto o arquétipo, se confunde com aquilo que chamamos nas ordens iniciáticas e meios espiritualistas de “egrégora”, e a principal base científica que sustenta este conceito, é sem sombra de dúvida o conceito de inconsciente coletivo.
Para Jung, tanto a experiência quanto a prática religiosa eram fenômenos que tinham sua fonte, interna e externa, no inconsciente coletivo (JUNG, 2011) (conhecido esotericamente por “egrégora”). O céu, o inferno, a era mitológica, o jardim do éden, o olimpo, bem como as outras moradas dos deuses, são interpretados pela psicanálise como símbolos do inconsciente, e se enquadram ao simbolismo do dossel e do sólio no Oriente, localizado a sete degraus acima do nível onde se encontram os Aprendizes, Companheiros e Mestres, onde se encontra o chamado Trono de Salomão e que possui estampado o olho que tudo vê no Rito Escocês Antigo e Aceito.
Assim como o inconsciente coletivo dispõe da pré-formação psíquica da psique (JUNG, 2011), o direcionamento ou pré-formação dos trabalhos vem do Oriente da Loja, além de que as informações históricas da Loja, presentes na carta constitutiva, também se localizam na região do sólio, bem como os registros de todas as reuniões ficam junto ao secretário (que normalmente toma assento no oriente.
3. Os efeitos e sinais inconscientes da ritualística maçônica
Os efeitos e sinais inconscientes da ritualística maçônica se mostram evidentes quando dispomos da estrutura psicológica sob o templo maçônico. Desta forma, o indivíduo que vivencia os rituais por meio da iniciação, elevação e exaltação acaba por se transformar, seja pelas convicções conscientes, ocasionadas pelo sistema mnemônico da cerimônia, ou pela influência do inconsciente que recebe todos os sinais enviados pelo simbolismo, como exemplificamos abaixo:
Outra forma de transformação é alcançada através de um ritual usado para este fim. Em vez de se vivenciar a experiência de transformação mediante uma participação [vivência natural], o ritual é intencionalmente usado para produzir tal transformação. (…) Se recebe um novo nome e uma nova alma, ou ainda se passa por uma morte figurada, transformando-se em um ser semidivino, com um novo caráter e um destino metafísico transformado (JUNG, 2011, p. 231).
Os maçons devem, portanto, realizar reflexões da simbologia maçônica. Ao se executar um ritual de alto valor cultural, com gestos e passagens incomuns ao usual, o qual, sob um olhar cético e profano, pode ser até mesmo ser considerado supersticioso, deve o adepto analisar tais movimentos sob diversos níveis, inclusive psicológico.
Ademais, abordar o ritual maçônico sem um entendimento basilar, como propomos neste artigo, seria como ver animais nas nuvens, ou seja, um mero exercício de vontade e imaginação (JUNG, 1978).
Com efeito, a função psicológica da ritualística maçônica é a de restaurar um equilíbrio inconsciente no praticante, por meio do sistema moral e alegórico, de modo a produzir um material onírico na mente dos membros, que terão um amadurecimento progressivo, tanto a nível objetivo e moral, como subjetivo e inconsciente.
Os exemplos são variados disso. Nos rituais tribais de iniciação (e outros por equiparação) dá-se ao candidato um novo nome, sendo classificado dentro do grupo em seu grau correspondente, bem como ele ganha ainda uma idade fictícia, que desempenha um papel simbólico do seu posto, e recebe uma marca, que nos tempos atuais figura como simbólica, e no final, tudo isso distingue o iniciado dos não iniciados – qualquer semelhança com a maçonaria não é acaso.
No Rito Escocês encontramos estes mesmos e ainda outros atos ritualísticos. Seja física ou simbólica estas representações operam igualmente no inconsciente. A prática de diferentes termos linguísticos também é usada para separar o sagrado (inconsciente) do profano (consciente). Este exemplo é um dos diferenciais do ritual, onde uma linguagem própria e coloquial é adotada.
A mitologia e a ritualística, em síntese, simbolizam e expressão a dinâmica da psique. O que ocorre de simbólico e figurado no plano consciente, erroneamente deduzido de teatro, ocorre real e efetivamente em outros níveis, como, por exemplo, no inconsciente pessoal dos maçons.
4. Jornada do herói x iniciação maçônica
Havendo demonstrado a estrutura psicológica do templo maçônico, poderemos agora aprofundar a análise da jornada arquetípica do herói no contexto na iniciação maçônica.
Isso porque, compreender tal jornada despida de conceitos como consciente, inconsciente e símbolos, outrora apresentados, seria contraproducente para captar o porquê de cada estágio na estrutura da jornada do herói.
O intitulado “herói” aqui utilizado é compreendido como uma manifestação arquetípica dentro da psique coletiva (JUNG, 1978). Para reforçar tal conceito, Jung indica sua representação (ou adaptação) nas mais conhecidas culturas e religiões ao redor da terra (JUNG, 2011), e nós também poderemos encontra-lo em filosofias como a maçonaria.
O encontramos essencialmente nas histórias de Atum, Osíris e Hórus do Antigo Egito; de Marduk, dos Mistérios Sumerianos; de Apolo, Febo, Héracles, Dionísio e Orfeu, da Mitologia Greco-Romana; de Krishna, da Religião Hinduísta; de Baldur, dos Mistérios Nórdicos; de Amaterasu, na religião Xintoísta; de Oxalá, Oxalufã, e Oxaguiã, das Religiões Afro-brasileiras; do Rei Arthur, Galahad e Persival, na história do Santo Graal; na verídica história de Jacques De Molay, nos Medievais Cavaleiros Templários; em Cristian Rosenkreuz, nas Núpcias Alquímicas da Tradição Rosacruz (Manifestos); em Hiram Abiff, no exclusivo mito maçônico; em outros contos como Branca de Neve e o Mágico de Oz; em vários heróis cinematográficos, como Luke Skywalker, Indiana Jones, James Bond, Superman, Frodo Bolseiro, e além é claro, do principal das representações ocidentais, em Jesus o Cristo.
Em todas estas histórias, encontram-se exatas e nítidas similaridades que são explicadas unicamente pelo aduzido conceito do inconsciente coletivo de Jung.
Os principais objetivos da missão do herói são, atingir a liberdade plena, compaixão pela humanidade, ou ainda um casamento místico e espiritual. O processo que leva a tais consecuções e que, suscintamente, retrata a repetida jornada arquetípica foi chamado por Jung de “processo de individuação”.
Essa individuação reside em uma harmonia entre o consciente e o inconsciente, havendo uma contínua relação funcional de equilíbrio – em outras palavras, quando deliberadamente a prática maçônica (inconsciente) toma praticidade no mundo profano (consciente), há uma sucessão de experiências únicas, que levam a um alto estado de percepção, liberdade e amadurecimento, tornando-se, segundo Jung, “um consigo mesmo” (VAN GUENNEP, 2011).
Assim como a psique humana é dividida em três partes pela psicologia analítica, a jornada do herói também o é, podendo ser classificada como: i) separação ou partida; ii) iniciação ou provas e vitórias; e iii) o retorno.
No que concerne à iniciação maçônica, essa pode perfeitamente ser enquadrada neste postulado ternário, sendo a última fase – 3. O retorno – devidamente completada no grau de mestre maçom.
4.1. A separação e o chamado da aventura
… Eu o proponho, na devida forma, um candidato apropriado para os mistérios da Maçonaria. Eu o recomendo, como digno de compartilhar privilégios da Fraternidade, e, em consequência de uma declaração de suas intenções, feita de forma voluntária e devidamente atestada, eu acredito que ele seguirá estritamente em conformidade com as regras da Ordem (PRESTON, 1867, p.26).
A primeira tarefa do herói é retirar-se da cena mundana, do mundo profano nas alegorias e contos, para iniciar uma jornada – que desmistificada trata-se de uma imersão nas regiões causais da psique onde residem efetivamente as reais dificuldades – a fim de transpor os obstáculos, tornar consciente seus defeitos e, ao final, superá-los em benefício do próprio progresso ou da coletividade (CAMPBELL, 2007, p. 27).
Normalmente um problema se apresenta diante do herói mitológico, um desafio, uma questão ou ameaça, a fim de convocá-lo a cumprir seu destino, mas também poderá ocorrer outros fatores para o seu próprio crescimento, como curiosidades, sonhos, desejos e etc.
Trazendo o aduzido conceito para o contexto maçônico, conforme o procedimento maçônico padrão, o candidato é convidado a iniciar na Sublime Ordem. O convite parte do intitulado “padrinho”, o qual figura a função de arauto da jornada do herói.
Na aceitação do convite reside este estágio do “chamado da aventura”, que, em outras palavras, o padrinho figura como um sinal enviado pelo inconsciente (a qual já falamos é o templo maçônico/reunião ritualística) (CAMPBELL, 2007, p. 66). O candidato que recebe o convite-chamado representa a consciência objetiva (simbolicamente o exterior do templo maçônico – mundo profano).
Em termos reais, isso nada mais representa do que a alegoria de um sonho, a qual, como demonstramos, é um fator equilibrante do nosso inconsciente para devidamente direcionar o consciente do indivíduo, a fim de alcançarmos o pretenso equilíbrio.
Com o devido paralelo que fizemos antes, acha-se dramatizado tal comunicação inconsciente pessoal versus consciente nesta referida passagem na mitologia maçônica.
Dito isso, as decorrentes associações que trazemos entre a jornada do herói e a maçonaria não devem ser literais, pois, cada mito possui uma conotação cultural que lhe é peculiar, obtendo variações de termos e simbolismo.
Assim, evidente que a história de heróis, como Buda, Jesus e Hiram Abiff, são literalmente diferentes, apesar das vergastadas coincidências, contudo, o simbolismo arquetípico de suas manifestações no desenrolar das histórias são notoriamente semelhantes.
4.2. A recusa do chamado
Tente! E não diga que a vitória está perdida, Se é de batalhas que se vive a vida, Vá, Tente outra vez! (Raul Seixas).
Sempre encontramos, tanto na vida real, como nos contos mitológicos, o dramático caso do chamado ou convite que não obtém resposta, havendo, pois, o desvio da atenção para outros vis interesses.
A recusa à convocação acaba por aprisionar o herói mitológico, seja pelo tédio, pelo trabalho duro ou pela ignorância na “matrix”. A recusa é uma negação à renúncia daquilo que a pessoa (inconsciente) considera interesse próprio (CAMPBELL, 2007, p. 72), mesmo que sua mente consciente ainda não saiba, e tal recusa se caracteriza, cumulativamente, pela identificação da persona[3]com seu ego.[4]
Por essas e outras razões sempre encontramos uma manifestação de egoísmo no estágio da “recusa do chamado”. Há casos em que não são aceitos convites às iniciações por egoísmo, ou mesmo abandonam a maçonaria pelo mesmo sentido.
O clássico exemplo desse estágio é o fatídico episódio bíblico da esposa de Ló, que tornou-se estátua de sal por ter olhado para trás e desobedecido a instrução divina, devido à forte emoção que caiu diretamente em Ló, tal evento tornar-se-ia uma “recusa do chamado”, pois poderia diretamente ter rompido com a jornada daquele herói.[5]
A recusa do chamado na maioria das vezes é representada pelo medo em suas várias manifestações, sendo que tal evento promove um olhar ou mesmo um “voltar-se para trás” de forma a não prosseguir. Ocorre de modo semelhante como “recusa do chamado” na jornada maçônica, quando por algumas vezes o medo do desconhecido ou oculto impede os candidatos de iniciarem, outras vezes o próprio contexto cultural cumprem esse papel.
Para muitos, talvez, esse estágio é o mais difícil de todos, garantindo as devidas proporções. Todo início (na vida) é conturbado, repleto de dúvidas e dificuldades. Dar o primeiro passo, eis à chave para o chamado.
4.3. O auxílio sobrenatural
Quando os tempos se tornarem tempestuosos, E os amigos simplesmente não puderem ser encontrados, Como uma ponte sobre águas turbulentas, Eu surgirei. (Simon & Garfunkel. Bridge Over Troubled Water).
Para aqueles que não recusaram o chamado – o convite para iniciar – o primeiro encontro da jornada ocorre diante de uma nova figura protetora, que fornece ao iniciando ajuda para lhe proteger.
As mitologias desenvolvem o papel na figura do guia e do mestre. No mito grego esse guia é Hermes/Mercúrio, e no egípcio a sua contraparte egípcia, Thoth. Nas tradições judaicas, Noé contou com uma pomba. Na mitologia cristã encontramos como guia o Espírito Santo ou mesmo com a protetora, a Virgem Maria (CAMPBELL, 2007, p. 80).
Na iniciação do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria fica evidente a figura de auxílio da jornada na função do oficial chamado de experto/guia, que conduz o iniciando, oferecendo-lhe a devida proteção: “Eu serei o vosso guia, tendes confiança em mim, e nada receeis”. A função desse cargo na iniciação é conduzir o candidato, que estando privado de certas faculdades, necessita inexoravelmente do amparo do guia.
4.4. A passagem pelo primeiro limiar
Cedo ou tarde, você vai aprender, assim como eu aprendi, que existe uma diferença entre conhecer o caminho e trilhar o caminho (Morpheus MATRIX).
Superado o medo, muitas das vezes personificado como morte, simbolizado no Rito Escocês pela passagem da câmara de reflexões, o herói segue em sua aventura até chegar ao conhecido na jornada do herói por “guardião do limiar” (CAMPBELL, 2007, p. 8285).
Entende-se psicologicamente pelo limiar como a passagem do consciente para o inconsciente, onde se adentra a um mundo de fantasias e imagens, semelhantes aos sonhos. Ou seja, um mundo mítico e surreal – o inconsciente –, muitas vezes chamado de mundo da fantasia, variando conforme cada contexto cultural.
Consoante explicado, o ponto simbólico intermediário que marca a passagem do consciente para o inconsciente é a passagem da sala dos passos perdidos para o – átrio e – templo.
Campbell aduz que no âmbito mitológico esse estágio está representado pela presença de um guardião seguido por uma “porta”, ou uma ponte, simbolizando o limiar. Na iniciação maçônica a passagem pelo primeiro limiar ocorre, exatamente, no momento em que o candidato é levado à porta do recinto sagrado para ser abordado pelo guarda do templo.
Após sua passagem, ou seja, após ser “franqueado seu ingresso”, o candidato passa a vivenciar uma nova e única experiência, sendo submetido a uma ritualística incomum a todas as outras, a simbólica e mística ritualística maçônica, regida no sentido figurado e subjetivo, igualmente aos contos e mitos, a qual já falamos são retratações do inconsciente.
Calha realçar que Campbell e a jornada do herói estudos pautados em centenas de mitologias, religiosos, contos e poemas, de modo que toda correspondência com a ritualística maçônica decorre, como reiteradas vezes apontado, pela manifestação arquetípico do herói estar presente na humanidade em toda e qualquer projeção do inconsciente dos indivíduos, inclusive os maçons.
4.5. Provações, testes, a nova experiência, o ventre da baleia
Por isso o axioma: “Conhece-te a ti mesmo, e conhecerás todo o Universo”, em outras palavras, “Conheça o seu próprio ego, e sua mente se expandirá”.
A ideia de superação da passagem pelo limiar se acha representada na imagem arquetípica do útero ou ventre. Isso porque, o choque ocasionado pelo rompimento com o estágio consciente (mundo profano) com o avançar pelas “ondas do inconsciente” acabam lançando o indivíduo em um universo desconhecido, dando ao mesmo (novamente) a impressão de morte momentânea, ou submetido a novos testes e provações, de forma que assimile as regras surreais deste novo mundo a qual está descobrindo (CAMPBELL, 2007, p. 92).
Como exemplo, pode-se citar alguns contos, como chapeuzinho vermelho (conto alemão) na qual ela é engolida pelo lobo. Da mesma forma, todo o panteão grego, exceto Zeus, foi engolido pelo pai Cronos.
Na bíblia e no alcorão encontramos Jonas, que é engolido por um peixe, passando “três dias e três noites” nas entranhas do peixe e depois sai vivo de dentro do mesmo.
Na jornada maçônica o iniciando é colocado à prova por testes simbólicos, fazendo-o seguir por “caminhos escabrosos”, para que coloque a mostra sua coragem de forma a persistir na senda da virtude.
4.6. Iniciação ou provas e vitórias a descida
Se quisermos ir ao paraíso, devemos antes passar pelo inferno (ALIGHIERI, Dante. Divina Comédia).
Vindo a ser vitorioso nos primeiros testes e provas, ao cruzar por completo o limiar, o herói caminha por uma paisagem onírica povoada por formas curiosamente fluídas e ambíguas, na qual deve sobreviver a uma sucessão de novas provas.
Esta passagem marca o herói por se estabelecer definitivamente neste novo mundo. O paralelo com a mitologia maçônica se torna evidente, vez que a ritualística maçônica é algo jamais experimentado antes, eis aí o “novo mundo” que é apresentado ao iniciando maçom.
O herói continua a ser auxiliado de forma indireta, por guias, mestres e sua própria intuição. Esse supradito auxílio é uma perfeita associação às opiniões dadas quando o Venerável Mestre faz sucessivas perguntas ao candidato.
Estas novas provas, cada vez maiores, representam no processo iniciático maçônico, a passagem pelos quatro elementos (que são tipos psicológicos junguianos).
No processo tribal, a título de exemplificação, os probacionistas se colocam a provas físicas, seja de um incêndio, a nado, ou tempestades.
4.7. Provação difícil ou traumática
Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta (Carl Gustav Jung).
Nesse estágio da jornada do herói, quando todas as barreiras foram vencidas, aparecerá uma experiência profunda e traumática do enredo mitológico. Normalmente é representado por uma morte efetiva e momentânea, ou mesmo por um renascimento miraculoso.
Em diversos ritos maçônicos (e em diferentes graus) encontramos encenações de todo o tipo para dramatizar esta importante lição, seja por mais provas iniciáticas ou por demonstrações fúnebres, funestas e sombrias, de modo que pela última vez é dada a chance ao iniciando nos Mistérios de desistir da “senda da virtude e voltar ao mundo profano”, de render-se ao medo do desconhecido ou as tentações, mas, como ele mesmo descobrirá no futuro, isso é utilizado para cumprir com as finalidades do processo iniciático.
Sendo persistente, o buscador compreende o sentido simbólico de suas provações e testes e, bem no ápice da aventura, é apresentado à prova que Campbell intitulou de “o encontro com a Deusa”. Tal passagem é finalizada por um “enlace místico” ou “casamento alquímico”, conhecido nos mitos por hierosgamos, o mesmo anunciado pelos manifestos rosacruzes.
Em termos psicológicos, tal superação representa a união com a “Anima”, ou “Animus” em contos da heroína. Ocasião em que se toma pleno conhecimento da dualidade do inconsciente e se alcança o equilíbrio interior.
Para desmistificarmos, a mulher/anima ilustra na linguagem pictórica da mitologia a totalidade do que pode ser conhecido, já o herói é aquele que a compreende e assimila. Segundo Jung, havendo o equilíbrio total na psique (o conhecimento de Anima e Animus), atinge-se em seguida o Si-mesmo, ou seja, a totalidade do ser, torna-se lúcido todo o inconsciente, e assim completa o processo que austríaco denominou de processo de individuação do ser.
No contexto maçônico da jornada do herói, podemos entender esse encontro com a deusa, ou anima numa linguagem mais técnica, como a “Luz da Maçonaria” a qual é dada ao neófito, que estava privado de certas habilidades durante a iniciação e agora passa a ter a “Visão e Conhecimento do Templo Maçônico”, obtendo um enlace eterno com a Ordem Maçônica firmado com o solene juramento.
Um dos grandes desafios do intérprete e buscador está em desmistificar conceitos e captar o significado “subterrâneo” da ritualística maçônico que, como sinalizamos, pode ser auxiliar invocando grandes pensadores como Jung e Campbell. A título de exemplo:
O herói mitológico, saindo de sua cabana ou castelo cotidianos, é atraído/levado ou se dirige voluntariamente para o limiar da aventura. Ali, encontra uma presença sombria que guarda a passagem. O herói pode derrotar essa força, assim como pode fazer um acordo com ela e penetrar com vida no reino das trevas (batalha com o irmão, batalha com o dragão; oferenda, encantamento, etc.); pode, da mesma maneira, ser morto pelo oponente e descer morto (desmembramento). Além do limiar, então, o herói inicia uma jornada por um mundo de forças desconhecidas e, não obstante, estranhamente íntimas, algumas das quais o ameaçam fortemente (provas), ao passo que outras lhe oferecem uma ajuda. Quando chega ao nadir da jornada mitológica, o herói passa pela suprema provação e obtém sua recompensa. Seu triunfo pode ser representado pela união sexual com a deusa-mãe (casamento sagrado), pelo reconhecimento por parte do pai/criador (sintonia com o pai), pela sua própria divinização (apoteose) ou, mais uma vez — se as forças se tiverem mantido hostis a ele —, pelo roubo, por parte do herói, da bênção que ele foi buscar (rapto da noiva, roubo do fogo); intrinsecamente, trata-se de uma expansão da consciência e, por conseguinte, do ser (iluminação, transfiguração, libertação). O trabalho final é o do retorno. Se as forças abençoaram o herói, ele agora retorna sob sua proteção (emissário); se não for esse o caso, ele empreende uma fuga e é perseguido (fuga de transformação, Fuga de obstáculos). No limiar de retorno, as forças transcendentais devem ficar para trás; o herói reemerge do reino do terror (retorno, ressurreição). A bênção que ele traz consigo restaura o mundo (elixir). (Campbell, Joseph. O Herói de Mil Faces)
5. Conclusão
Depois de todo esboço comparativo entre mitologias, sonhos e a ritualística maçônica, ficou evidente que ambos se manifestam por meio de símbolos e gestos, que atuam cada um como um sensor automático que aciona energia e desenvolve o inconsciente pessoal dos adeptos, funcionando como um fator equilibrante na mente humana (CAMPBELL, 2008).
Tanto os sonhos, como a ritualística maçônica no interior do templo maçônico (plano inconsciente), atuam como um processo de compensação, lançam símbolos na mente, alegorias instrutivas, denotam fortes emoções e sentimentos para, ao retornar ao plano consciente (mundo profano), trazerem o conteúdo-conhecimento para prática na vida diária.
Assim, o templo maçônico discorrido no início do artigo é uma autorrepresentação da psique por meio do qual percorre o enredo da iniciação maçônica que trouxemos ao final através da jornada do herói, portanto, retratam um teatro de operações psicológicas visando um crescimento psicológico do maçom.
A fim de sintetizar ainda mais, a linguagem do inconsciente, por meio do qual os sonhos operam, são os símbolos que sempre se apresentam de forma metafórica, fábulas e alegorias. De igual modo, a ritualística maçônica executada no interior do templo maçônica é processada por alegorias e símbolos. Aliás, não apenas a maçonaria, mas todas as mitologias e religiões também são reveladas através de mitos e contos alegóricos, ou mesmo as fábulas cristãs, exatamente para atingir o mais íntimo no interior do ser humano, o seu inconsciente e ali produzir um conteúdo onírico e permanente.
Ao final dessas páginas, restou evidente que definir a maçonaria “como um sistema de moralidade, velada em alegorias e ilustrada por símbolos” é dizer muito mais do que transliterar os significados do simbolismo maçônico, ou melhor, é demonstrar seu potencial inconsciente e o real motivo do passo a passo na jornada na iniciação maçônica e o porquê da estrutura do templo maçônico.
6. Referências bibliográficas
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Notas
[1] Rafhael Guimarães é advogado licenciado pela OAB/ES, assessor jurídico na Corregedoria Geral da Justiça do TJES, mestre em sociologia política pela UVV, pós-graduado em relações internacionais, direito penal e processo penal, direito constitucional, direito público e gestão pública pelo Damásio Educacional.
[2] O conceito de símbolo adotado nesta obra é o da Psicologia Junguiana, que difere do conceito semiótico de símbolo instituído pelo suíço Ferdinand de Saussure, pai da linguística, bem como também difere parcialmente de certas análises Psicanalíticas de Freud.
[3] Em grego significa “máscara”, definida como parte da personalidade usada em nossas interações, seria nossa face externa fabricada pelo consciente, uma máscara social.
[4] Na visão de Jung, Ego é o nome dado à organização da mente consciente, constituindo-se de percepções, recordações, pensamentos e sentimentos estabelecidos pela sensibilidade e objetividade do indivíduo (HALL; NORDBY, 2010).
[5] AT. Gênesis 19:26: “E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.”
Publicado em C&M – Revista Ciência & Maçonaria – Vol 8, n.1, p.; 61-71, jul/dez, 2021
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