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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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quarta-feira, 21 de abril de 2021

REAA - DIFERENÇAS ENTRE AS POTÊNCIAS

REAA - DIFERENÇAS ENTRE AS POTÊNCIAS
(republicação)

O Respeitável Irmão Giovanni José Mondini, sem declinar o nome da Loja e Oriente, Grande Loja de Santa Catarina, apresenta a seguinte questão:
giovanni@maqmundi.com.br

Você tem algum texto que fale sobre o R.´.E.´.A.´.A.´., porém que aborde as origens, semelhanças, diferenças entre o Rito aplicado no GOB, GOSC e GLSC.

É que participei de uma sessão quinta-feira passada, na Palmeira da Paz do GOB em Blumenau, e tem muitas diferenças em relação ao da GLSC aplicada em minha Loja.

Segundo meu tio, César de Souza, da Palmeira da Paz, a forma que eles estão aplicando, esta bem próxima do rito original.

Que por exemplo os capuzes usados nas iniciações, foram acrescentados depois, não fazem parte do rito original. Outra questão também, eles acendem uma só vela, no grau de aprendiz e nós acendemos as três, e muitas outras diferenças.

CONSIDERAÇÕES:

1 - Quanto às diferenças do Rito Escocês Antigo e Aceito em relação às Obediências, não existe um texto específico, todavia a melhor maneira é fazer confrontação dos respectivos rituais e se debruçar em profunda pesquisa orientada pelo método acadêmico.

Isso envolve discernimento e astúcia na busca das raízes e vertentes do Rito desde os meados do Século XVII.

Não há como se dissertar a História se baseando apenas nos rituais editados do Brasil, pois a particularidade e essência desse sistema não são originárias do solo brasileiro.

Particularmente no Brasil, o Rito Escocês é uma verdadeira colcha de retalhos devida primeira à miscelânea de ritos conforme a publicação de rituais de outrora.

A prática maçônica regular no Brasil (1.801) começaria com dois ritos específicos, o Moderno, ou Francês e o Adonhiramita.

Como o aparecimento no Brasil do Rito Escocês Antigo e Aceito oficialmente em 1.832 através de Francisco Gê Acayaba de Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha, o rito tomou grande profusão, provavelmente pelo oferecimento dos chamados “altos graus”.

Sem um ritual específico para o simbolismo naquela oportunidade, não tardaria o aparecimento das misturas ao gosto do que “era bonito”, cujo resultado desaguaria em práticas sumariamente enxertadas.

Assim, seguem alguns exemplos: a prova da Taça Sagrada (Adonhiramita); inversão das Colunas B e J (Moderno e Adonhiramita); a prova teatral do perjuro (Adonhiramita); formação do pálio com espadas (Adonhiramita); acendimento das Luzes (Adonhiramita), etc.

Muitos desses costumes quase que se tornariam normas consuetudinárias no escocesismo, digamos brasileiro, ficando assim longe da realidade doutrinária proposta pelo Rito em questão que embora de nome “escocês” é de origem francesa. 

O curioso é que mesmo dentro do próprio sistema “escocês”, também as Lojas Capitulares deixariam sua influência no simbolismo - a grade divisória do Oriente e o desnível entre este e o Ocidente.

Outro aspecto viria com a cisão de 1.927 no Grande Oriente do Brasil que resultaria na criação das Grandes Lojas Estaduais. Por esse feitio outras anomalias se instalariam no já desfigurado rito devido à busca de reconhecimento para a nova Obediência nas Grandes Lojas Americanas, cuja prática era (e é até hoje) do Rito de York (americano). 

Seguem assim outros exemplos: a cor azul do avental (vermelho no Rito Escocês), muito embora o GOB também usasse aventais azuis, porém no Rito Moderno e Adonhiramita (certo); Altar dos Juramentos no centro do Ocidente (York); leitura do Salmo 133 (York); o uso de bastões pelos Diáconos (York); o cruzamento de bastões que foi reforçado por um terceiro do Mestre de Cerimônias e inventou-se um pálio com bastões (inexistente no Rito Escocês), etc.

Assim, por um longo tempo essas práticas se misturaram e enxertaram completamente o Rito Escocês Antigo e Aceito.

A base mais aceita para o original do rito está no Ritual de 1.804 do Grande Oriente da França que tem por apoio a origem dos antigos e posteriormente adaptado à Maçonaria de vertente latina. Assim, o verdadeiro Rito Escocês Antigo e Aceito no seu simbolismo possui aventais vermelhos (Conselho de Lausane – 1.875), Diáconos não portam bastão; não existe pálio, prova da Taça e alegoria do perjuro; Coluna B à esquerda de quem entra e J à direita; Altar dos Juramentos próximo e em frente ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre; Primeiro Vigilante no Norte e Segundo no Sul; não existe cerimonial de acendimento de Luzes nem o de incensar a Sala da Loja; a Cadeia de União é apenas para a transmissão da Palavra Semestral; o amargo e o doce ficam na Câmara de Reflexão para observação e meditação do Candidato, etc.

Dentre outras práticas é original no Rito Escocês a transmissão da Palavra Sagrada (referência aos antigos); as Colunas Zodiacais; a decoração da Abóbada Celeste; o Pavimento Mosaico de forma oblíqua em toda a extensão, inclusive no átrio; a leitura do Livro da Lei em João, capítulo 1, vs. 1 - 5 (Grau de Aprendiz).

2 – Quanto à visita e a Loja onde o Irmão presenciou o uso de capuz na Iniciação posse lhe afirmar que isso não está previsto no Ritual do Grande Oriente do Brasil no Rito Escocês Antigo e Aceito.

O que está previsto sim é o uso do capuz pelo Experto nos trabalhos junto à Câmara de Reflexão com o Candidato, cuja intenção é de que simbolicamente o mesmo não conheça o seu guia. Esse procedimento é reservado apenas no momento específico pelo qual o Candidato não esteja vendado e nunca dentro do Templo na Cerimônia de Iniciação. Nesse sentido o procedimento é tradicional no Rito.

Quanto ao acendimento de uma só vela (luz) se a referência é feita às Luzes acesas sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre e nas respectivas mesas dos Vigilantes, também posse lhe afirmar que no Ritual de Aprendiz do GOB está previsto que três Luzes estarão acesas, não apenas uma. Se estiverem acendendo uma só Luz, é puro descumprimento do Ritual – só existem Luzes litúrgicas acesas junto às Três Luzes da Loja – Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes.

Finalizando, ficam aqui colocadas algumas questões que acabam por diferenciar práticas de um único Rito de acordo com as Obediências brasileiras e os seus respectivos rituais. O Grande Oriente do Brasil fez uma significativa revisão dos mesmos por volta dos anos de 1.997 e 1.998, buscando dar uma roupagem mais próxima da originalidade, embora muitas questões ainda mereçam melhor atenção, o que significa que ainda resta um bom caminho para percorrer.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
NOV/2011
Fonte: JB News – Informativo nr. 433 Florianópolis (SC) 05 de novembro de 2011.

2 comentários:

  1. BOA NOITE VALOROSO IRMÃO CABE RESSALTAR MUITAS DIFERENÇAS ENTRE O RITO ESCOCES E O RITO YORK. CONTUDO TEMOS POUCAS EXPLICAÇÕES SOBRE AS MAIS VARIAVEIS DAS DIFERENÇAS. COMO POR EXEMPLO; PALAVRAS, GESTO , SENTIDO DE ANDAR NA LOJA, COMO O APRENDIZ SE PORTA EM AMBOS OS RITOS...

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