UMA ESCOLA DE ESPERANÇA
“Todo homem que tenha que talhar para si um Caminho para o Alto encontrará obstáculos Incompreensíveis e constantes” Fernando Pessoa ).
A Maçonaria tem procurado, através dos tempos, conscientizar o Homem de sua origem e de seu destino, preocupando-se em fazer com que todos os seus adeptos estudem a natureza da alma humana imortal, entendendo que o corpo tem um início e um fim e que este corpo só é ativo enquanto a alma nele permanece.
E para onde vai a alma depois que ela deixa o corpo? Indagações inúmeras tem feito o homem a respeito disso e embora as respostas apresentem diversas variáveis, todos os que acreditam na imortalidade da alma sabem que ela se apresentará, após permanência em um corpo, a poderes supraterrenos criados pelo Grande Arquiteto do Universo para recebê-la e orientá-la com relação ao que terá de fazer para aperfeiçoar-se.
Mas quem é esse Grande Arquiteto do Universo? É o mesmo Deus que uns conhecem como Tupã, como Viracocha, como Alá e sobre muitos outros nomes. Mas como a Maçonaria define o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO? Nossa instituição ensina-nos que ele é um ser incriado, do qual viemos e para o qual voltaremos quando conseguirmos o aperfeiçoamento final. Ele é a plenitude do amor e até a sua justiça infalível é exercida sob a égide do amor.
A Maçonaria consagra o homem que vive do fruto de seu trabalho, cumpre os seus deveres morais, familiais, sociais, honrando seus pais, à sua esposa, a seus filhos, à sua pátria e à humanidade. Nossa Ordem aconselha-nos a acalentar o sonho de fazer feliz a humanidade. Fala-nos que devemos perseguir tal sonho diuturnamente. Enfim, ela nos recomenda a adoção de postura que poderão levar-nos do vale à montanha, isto é, do zero ao infinito. Não é à toa que sempre falamos na Escada de Jacó, a qual nos incentiva a subir pelo menos um degrau a cada dia na escalada evolutiva.
Amando a criatura estaremos honrando o Criador. Mas, para amar a criatura temos que, primeiro, ornamentar o nosso templo interior com a paz, com a doçura, com o conhecimento. Aí, será fácil conseguirmos a instalação do amor dentro de nós. Naturalmente nos despontarão benefícios exteriores, pois estaremos totalmente preocupados em ser e não em ter. Todos conhecem os símbolos da Fé, da Esperança e da Caridade. Mas, quantos conseguem transformar o sentido de tais símbolos em ações efetivas? A Maçonaria utiliza-se de vários símbolos, obrigando, com isso, os Maçons a estudarem continuadamente seus desdobramentos numa realidade capaz de incluir os filhos do nosso Pai Celeste no contexto da felicidade. Mas para conseguirmos isso precisamos submeter nossas emoções à razão.
A inteligência vale-se, muitas vezes, das emoções para dirigir-nos ao que chamamos mistério ou plano místico e/ou celestial. Nunca devemos nos esquecer de que o Grande Arquiteto do Universo nos dotou de um equipamento sensorial chamado razão, o que vale dizer que nossas emoções precisam passar pelo crivo desse departamento. E por falar em razão vejamos o que nos ensinou Benedictus de Spinoza, cognominado de o filósofo da autonomia da razão, em seu “Tratado Político, cap. II parágrafo 8º”.
“Então, quando qualquer coisa na Natureza parece-nos ridículo, absurda ou má, é porque não temos senão um conhecimento parcial das coisas e ignoramos em geral a ordem e a coerência da Natureza como um todo e porque desejamos que tudo se arrume conforme os ditames de nossa própria razão; apesar de que, de fato, o que nossa razão considera como mal, não é um mal em relação às leis de nossa natureza, tomada separadamente”.
Matéria veiculada no "Jornal o Tempo" em 17/08/2007
Trecho da Obra “Arte Real” Autor: Pedro Campos de Miranda ( GLMMG )
Fonte: http://blogoaprendiz.blogspot.com
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