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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 24 de maio de 2019

ESMIUÇANDO A MAÇONARIA

ESMIUÇANDO A MAÇONARIA (LOJA)
Ir∴ Valdemar Sansão

Loja Maçônica em ação pratica o que une e afasta o que divide. A vida maçônica é intensa. Lembrem-se: “Onde estiverem reunidos em Meu nome, lá estarei”.

Definição – Na Maçonaria, Loja é o Templo onde os maçons se reúnem para os seus rituais e, mais do que um espaço físico determinado, representa o universo.

É a agremiação de Maçons regulares, em número limitado, a partir de sete, dentre os quais três Mestres. O local em que uma sociedade maçônica realiza suas Sessões e, por exemplo, qualquer corporação maçônica (na realidade, prefere-se falar em Templo para designar o local de reunião, reservando o vocábulo Loja para designar a corporação). Ao final de uma Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo continua aberto, para outras Lojas. 

Sete ou mais Mestres Maçons regulares, munidos de documentos comprobatórios dessa qualidade, poderão reunir-se para fundar uma Loja.

Lojas Simbólicas – São todas as Lojas que trabalham ou se dedicam aos graus do simbolismo. Estas Lojas estão ligadas às Grandes Lojas ou aos Grandes Orientes. Também chamadas de Loja Azul. Composta de pessoas honradas que se escolheram porque se agradam reciprocamente; uma Loja toma o aspecto de uma família. Vivendo juntas durante muito tempo, estas pessoas têm por finalidade fazer com que desabroche no ser humano a harmonia da razão e do sentimento, e seria faltar tanto a uma como a outro se fossem esquecidas as benéficas emoções de uma camaradagem plasmada de estima e confiança.

Oficinas - Esse nome deriva das antigas associações e corporações dos artesãos, quando a Maçonaria era o reduto de trabalho manual; posteriormente, esse trabalho passou a visar o bem-estar social; finalmente, o trabalho foi sublimado, sendo os materiais trabalhados os que compõem o próprio ser humano, sob todos os aspectos, inclusive com o “auto aperfeiçoamento”.

As arestas produzidas pelos vícios, o maçom deve retirar de si mesmo, como as imperfeições, a desobediência e as omissões. É um trabalho constante, de modo que a oficina maçônica está sempre em funcionamento. A atividade do maçom não se restringe à frequência de sua Loja, uma vez por semana. Todos os dias da semana são dias de trabalho e de oficina. O trabalho é permanente; em Loja, o maçom comparece para “recarregar” as suas baterias gastas. A comodidade e a preguiça são males a serem superados; o maçom está sempre em vigília e à espreita da oportunidade de auxiliar os seus Irmãos e a sociedade. O pecado não está em “fazer”, mas sim em “deixar de fazer”. O desleixo equivale ao atrofiamento.

Estar a coberto – Diz-se que a Loja está a coberto quando a porta estiver fechada, isso no sentido material; “estar a coberto” significa, porém, que no Templo está presente o Grande Arquiteto do Universo, com seu poder protetor que a todos “cobre”. 

O importante convívio - Na entrada da Loja, devem ficar esquecidas as preocupações do trabalho e dos negócios, abandonando as realidades da vida em troca de alguns momentos de lazer de ordem intelectual e moral, deixados de lado, momentaneamente, os interesses materiais por importantes que possam ser a fim de se desfrutar da satisfação de um ensino elevado, de uma filosofia na qual o bom-senso se encontra à vontade e onde o prazer de um convívio amigo é só o que realmente tem valor. Uma hora de alegria sadia proporciona uma boa reserva de forças para o labor do dia seguinte. Um dos segredos do maçom, é que sabem levar a vida pelo lado bom, por isto, na Loja, não existem discussões sobre questões irritantes; apenas troca de ponto de vista como deve ser entre as pessoas bem educadas, após o que cada qual deve meditar sobre o que ouviu; naturalmente nada de política, pois a paixão política inflama o jogo. Quem se acha possuído pela paixão política é incapaz de compreender a Maçonaria, pois lhe relembra constantemente: Pratico o que une e afasto o que divide.

A Grande Obra – Por Grande Obra é conhecida a Maçonaria Universal, sem distinção de obediências ou ritos. A Grande Obra é a construção do Templo Social, do Templo Moral e do Templo Espiritual. O Maçom é chamado à ordem, se fizer eco preocupações mesquinhas. A Grande Obra é a busca da perfeição maçônica, dentro dos preceitos da instituição. Nela se reúnem os Iniciados para trazer o seu concurso à Grande Obra, eterna como o Progresso e sem limites em sua aplicação. Tendo um imenso Templo a construir, os maçons não prostituem a sua Arte sujeitando-a a tarefas profanas; eles têm de, em si próprios, reformar o Homem, universal em sua essência. A inércia vicia e prejudica; o entusiasmo contagia e beneficia.

Planejamento – A vida moderna exige que os atos individuais e públicos, grupais ou econômicos, sejam programados. Hoje, a ciência conta com o computador que é o aparelho eletrônico eficiente para as programações. 

Qualquer entidade, religiosa, cultural, recreativa, científica, etc., deve programar as suas atividades, para evitar o caos. A Maçonaria nada faz sem prévia programação; dentro dos trabalhos modestos de uma Loja Maçônica, o Venerável Mestre somente terá êxito na sua gestão se programar os seus trabalhos; essa programação apresenta partes distintas: programação de sua gestão, que poderá ser anual, consoante o período para que foi eleito, ou abrangendo dois ou mais anos; poderá ser mensal ou semanal, considerando que cada sessão deve obedecer uma programação específica. Diante dessa prática, o maçom, por sua vez, como reflexo eficaz, deverá programar a sua vida familiar, profissional e espiritual. Toda programação obedece à experiências passadas, a dos mais capazes e a previsão do que possa advir. Se o mundo refletisse antes de tomar qualquer decisão, este mundo não seria o acúmulo constante de perturbações e violências. Nenhum ato pode o maçom praticar sem tê-lo, antes “refletido”. 

A Sala dos Passos Perdidos – Não podemos esquecer que ao adentrar o edifício onde a Loja se localiza, estaremos ingressando em uma Loja maçônica, não em clube, nem em dependências profanas. Muitos maçons ignoram que a sala dos Passos Perdidos é uma das antecâmaras do templo e o seu comportamento reflete os hábitos profanos, quando deveria ser um local de respeito e de satisfações, momentos de troca de cumprimentos, de observação, de tratos sobre a próxima entrada em templo, passando pelo Átrio Purificador. 

O nome “Passos Perdidos” traduz desorientação, mas apenas inicial, uma vez que de imediato surgirá o rumo certo, em especial quando o M∴CCerim∴ estender o convite ao ingresso no Átrio. 

O comportamento do maçom deve ser preparatório para o ingresso em templo; uma preparação educada e consciente, aptos para a purificação no Átrio. O Átrio é a antecâmara do templo, onde o M∴CCerim∴ conduz os Irmãos para prepará-los para adentrar no recinto sagrado.

Trabalho de apoio - Cabe a nós, Maçons, o trabalho de apoio constante à Lojas Maçônicas, porque elas são, indubitavelmente, as unidades fundamentais da Maçonaria. É pela Loja bem organizada, bem estruturada, que realiza a sua tarefa realmente à luz da doutrina maçônica em toda a sua plenitude, que teremos condições, não só de fazer uma divulgação, mas executar a difusão concreta, constante, que se vai consolidando cada vez mais junto à própria sociedade. As Lojas Maçônicas, portanto, deve ser a nossa meta natural de apoio, para que possam não apenas realizar bem o seu trabalho, mas que possam também, explorar todas as possibilidades e potencialidades que carregam consigo, a fim de que atendam aos objetivos para as quais criadas.

Destacamos que temos também, como maçons, o natural dever de atender em tudo que for possível às necessidades de Irmãos de outras Lojas de pequeno número de obreiros; reclamam de nós um acompanhamento de apoio, uma ação permanente sobre elas. Cumpre aos maçons sinceros de todas as latitudes unirem-se, ajudar-se mutuamente, expandirem a rica literatura maçônica, usarem a tecnologia moderna, em suma, trabalharem com entusiasmo a palavra escrita e oral em prol desse nobre ideal e em favor dos que o desconhecem.

Concluindo – A nossa colaboração é modesta; no entanto é válida porque é oferecida com amor fraterno, na ânsia de buscar mais e melhor, para a Glória do Grande Arquiteto do Universo!

P.S. – De que adianta termos voz, se nos calarmos diante das injustiças do mundo? Para que servirão nossos olhos, caso desviemos o olhar do sofrimento do próximo?

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