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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sábado, 18 de maio de 2019

GRAUS SUPERIORES E SUAS CORES

GRAUS SUPERIORES E SUAS CORES
(republicação)

Em 06.08.2014 o Respeitável Irmão Juliano Francisco Martinho, membro da Loja Igualdade, 1.647, GOSP-GOB, REAA, Oriente de Monte Alto, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão: juliano.martinho@wegcestari.com 

Recorro novamente ao Irmão para, se possível, ajudar-me com uma dúvida. Estou estudando os Graus Superiores, e atualmente estou no Grau 14 da Loja de Perfeição Silvio Borsari de Jaboticabal. Há poucos dias, um Irmão apresentou um trabalho onde fez referencia às cores na Maçonaria. Azul, verde, vermelha, preta e branca, e as quais os graus são referentes no Rito Escocês Antigo e Aceito. Fiquei curioso sobre a origem e o porquê destas cores, porém, não encontrei muito material a respeito.

No Livro “Os Fios da Meada” do Irmão João Guilherme encontrei uma excelente explanação, porem, este se limita a discorrer sobre o porquê das cores vermelha e azul. Gostaria de mais informações, principalmente sobre as cores nos Graus Superiores, e peço ao Irmão, que é um grande conhecedor de Maçonaria, dicas de material, ou mesmo, se possível, uma explicação vossa. Outra curiosidade: O Irmão tem conhecimento da existência de rituais dos graus 5, 6, 8, 9, 11, 12,13? Ou seja, daqueles que não recebemos nos Graus Superiores? E seria possível adquiri-los? Sabe como? 

Considerações:
Vermelha (encarnada) é a cor característica do Rito Escocês Antigo e Aceito, cuja particularidade, além de possuir os três primeiros graus universais – Aprendiz, Companheiro e Mestre comum a todos os Ritos (simbolismo), também se compõe dos rotulados Graus Filosóficos.

O termo simbolismo é mais aplicado à vertente francesa de Maçonaria, daí nessa vertente a prática do universal franco-maçônico básico (Aprendiz, Companheiro e Mestre) é rotulada como simbolismo, ou graus simbólicos.

Na vertente inglesa, e por extensão na americana de Maçonaria, ou anglo-saxônica, o termo mais adequado para os três graus universais é Maçonaria Azul, embora particularmente na Inglaterra isso não faça diferença, já que o sistema inglês não adota graus superiores na acepção da palavra, senão sistemas de aperfeiçoamento laterais a critério das Lojas.

Sob essa óptica poder-se-ia considerar que Maçonaria Azul e Simbolismo são uma espécie de sinônimos, já que os mesmos significam os três primeiros e tradicionais graus da Maçonaria.

Agora, no caso, não há como se confundir a cor predominante (distintiva) de um Rito ou Trabalho do Craft, com o título mencionado como “azul” dado ao simbolismo maçônico na vertente anglo-saxônica.

Daí no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito existem três aspectos para serem considerados:

1º - A sua cor característica por razões históricas hauridas do catolicismo (jacobita – stuartista) e posteriormente das próprias Lojas Capitulares, é a vermelha, sacramentada inclusive no avental de Mestre conforme o Conselho de Lausanne realizado na Suíça em 1.875. Assim a cor distintiva do Rito (graus simbólicos e filosóficos englobados) é a encarnada.

2º - No tocante aos seus graus filosóficos – do 4º ao 33º - o sistema se divide em grupos: o primeiro grupo, o das Lojas Perfeição do 4º até o 14º geralmente caracterizado pela cor verde; o segundo grupo, o do Capítulo, ou Capitular do 15º até o 18º característico pela também cor vermelha; o terceiro grupo, o do Conselho de Kadosh do 19º até o 30º distingue-se pela cor preta e por fim os Consistórios (31º e 32º) e o Supremo Conselho (33º) caracterizados pela cor branca. Assim, os graus filosóficos do Rito Escocês Antigo e Aceito (vermelho no todo) conforme os grupos mencionados ainda podem se subdividir nas cores verde, vermelha, negra e branca. Outros autores ainda apregoam outra subdivisão não considerando a cor verde, porém agrupando na cor vermelha os graus do 4º até 18º (Perfeição e Capítulo). A cor negra e a branca para o Conselho de Kadosh, Consistórios e Supremo Conselho respectivamente. Geralmente essa última é a mais aceita.

3º - Por fim ainda há a predominância de cores na decoração individual de cada grau desses ditos filosóficos ou superiores. Dentre todas, seguem alguns exemplos: no 4º grau a decoração é preta e branca, no 5º grau é verde e branca, no 9º grau prevalece à cor negra e a encarnada, no 17º grau o vermelho e dourado, no 19º o azul e o dourado, no 20º o azul e o amarelo, no 26º o verde, o branco e o vermelho, no 30º as quatro câmaras são decoradas de preto, branco, azul e vermelho respectivamente, o 33º é púrpura.

Apontados esses três aspectos, o Rito Escocês Antigo e Aceito - simbólico e filosófico - é um Rito distintivamente vermelho que pratica o simbolismo (Maçonaria Azul) e os graus filosóficos. Esses últimos se subdividem em grupos distintos por cores (geralmente vermelha, preta e branca), assim como cada grau filosófico possui cores particulares na sua decoração como os exemplos mencionados no parágrafo anterior.

Ainda no que diz respeito a esses diversos matizes relativos aos graus filosóficos do Rito em questão, à própria influência histórica que originou individualmente cada uma das alegorias pertinentes pode ter influenciado nessa coloração – corporações medievais, graus templários, graus israelitas-bíblicos, tribunal do santo ofício e o próprio cristianismo como é o caso do vermelho cardeal.

No tocante a interpretação individual de cada uma dessas cores em qualquer outro sentido que não os aqui aludidos, merece uma pesquisa bem mais profunda e abalizada, pelo que sugiro para começar um manual de heráldica pertinente ao escocesismo. Recomendo também O Rito Escocês Antigo e Aceito – História, Doutrina e Prática, José Castellani.

Quanto à demanda pertinente aos rituais referidos na vossa questão, penso que é alçada do Supremo Conselho do Rito que tem por obrigação suprir essas necessidades, mesmo que elas sejam apenas por curiosidade.

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com - SET/2014. 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.573 - Florianópolis (SC) – domingo, 18 de janeiro de 2015

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