Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A LUZ

E Deus disse: Faça-se a luz, e a luz foi feita... (Génesis 1: 3-4)

A luz é para a Maçonaria, o mais importante de todos os símbolos. É o símbolo da verdade e da sabedoria. E, nisto, a Arte Real segue os passos do mais antigo sentimento religioso, pois a luz sempre foi considerada como objeto da realização e concretização das metas principais dos antigos mistérios.

Castellani afirma que a luz "figuradamente designa ilustração, esclarecimento, o que esclarece o espírito, claridade intelectual. A luz, não a material, mas a do intelecto e da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o sol, havendo, aí, sem dúvida, uma influência dos mitos solares da antiguidade, principalmente o de Mitra (persa) e o de Apoio (grego). Graças a essa busca da verdade, do conhecimento, da razão é que os maçons autodenominam-se "Filhos da Luz"; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos aceitos, nasceu no Século das Luzes, o século XVIII".

É, do oriente, que todas as manhãs, a luz jorra magnífica. O sol, luz e vida da Terra, brilha igualmente sobre todos, sem distinção de raças, de cores ou de credos.Os maçons sabem que o Oriente, fonte da luz material, é um dos símbolos da Arte Real, pois eles sabem que a Ordem contém em seu bojo a pura luz da verdade.

E, se no mundo físico, a luz do sol é a grande dádiva da natureza, vivificadora distribuição de energia e fonte de vida, também isto acontece no mundo espiritual e no mundo moral.Quando a noite intelectual, nos tempos primitivos, pairava por sobre o mundo, foi do antigo sacerdócio, que vivia no Oriente, que a grande lição sobre Deus a natureza e a humanidade foi primeiramente emanada, e dirigindo-se para o Ocidente revelou ao homem seu destino futuro e sua dependência de um poder superior.

Era a luz vivificadora do Espírito que, do Oriente, esparzia luminosidade, através dos sábios persas, gregos, árabes e judeus, modificando inteiramente a visão dos que buscavam e ainda buscam o saber, na anciã incontida de encontrar a verdade. Daí porque luz - sinónimo do conhecimento e da verdade - se contrapõe ás trevas -sinónimo da ignorância, da mentira e da falsidade.

Em todos os antigos mistérios religiosos, a luz era o que todos buscavam, tal qual hoje, na Maçonaria.

Entre os egípcios, Osíris, a principal divindade, era o nome do sol. Entre os hindus, as três manifestações de sua divindade suprema - Brama, Shiva, Vishnu - eram os símbolos do sol: Brama, o sol no nascente; Shiva, o sol no zénite; Vishnu, o sol no poente.

Além disso, "a roda solar, como arma de Vishnu, como símbolo Cakravartin e como a lei que o Buda pôs em movimento, procede por, sua vez, de um simbolismo solar antiquíssimo e muito difundido. Luiz XIV da França imitou a fórmula, chamando a si mesmo de Rei Sol. O sol, luz e vida do mundo, brilha igualmente sobre todos nós" (Henrich Zimmer, Filosofia das índias).

A significação emblemática da luz, na Maçonaria, está presente em todos os Graus e em todos os Ritos. Em todos os sistemas antigos essa reverência pela luz, como símbolo da verdade, era predominante. Nos mistérios de todas as Nações, o candidato passava, durante suas iniciações, por cenas de mais profunda escuridão e, por fim, terminava suas provas pela entrada num santuário esplendidamente iluminado, onde lhe diziam que tinha alcançado a luz pura e perfeita e onde recebiam as instruções necessárias para investi-lo do conhecimento da Verdade Divina, cuja consecução fora o objeto de todos os seus trabalhos, e cujo fornecimento constituía o desígnio da ordem em que fora iniciado.

Quando o candidato diz querer ver a luz, ele está imerso em profunda escuridão, não está implorando a luz física, mas a Luz superior, a Luz do saber, para que possa, iluminando os caminhos da sua inteligência e do seu espírito, buscar uma outra vida, através da qual ele possa transformar-se em outro homem, passando de profano a maçom.

O que ele busca realmente é aquela luminosidade que lhe dissipará a escuridão da ignorância moral e mental, colocando-lhe diante dos olhos da inteligência as verdades maravilhosas da filosofia e da ciência, cujos ensinamentos se consubstancia na grande meta da Maçonaria.

O sol, a lua, a estrela flamejante, as luzes que iluminam os altares ali com uma significação muito além daquela que lhes emprestamos no mundo material.

Se a luz material nos informa, através de nossa visão, tudo o que existe ao nosso redor, há outras formas de luz que nos proporcionam uma visão de muito maior valor para a nossa vida, o caminho da existência espiritual que haveremos de percorrer, como, por exemplo, a luz da inteligência que na Maçonaria, é representada simbolicamente pela estrela flamejante, representação do homem, de suas faculdades e sentidos. Esta é a luz que nos faz enxergar os problemas interiores e os meios para enfrentá-los e, às vezes corrigi-los ou vence-los. A luz da inteligência é aquela que ilumina o mundo interior da consciência e da razão. Podemos chamá-la de luz espiritual.

Necessário é que não desfitemos os olhos de uma terceira luz, talvez mais importante que as duas primeiras: A Luz Divina.

É preciso que o maçom lance mão de todos os seus esforços, de todos os meios que a Maçonaria lhe oferece para conseguir iluminar o seu interior. Com o trabalho e o estudo diuturnos ele alcançará aquela claridade indicadora do seu progresso intelectual e, sobretudo, moral, e estará cumprindo fielmente as metas que a Arte Real lhe traçou: através do esforço de cada maçom em busca do seu aperfeiçoamento interior, conseguir- se-á o progresso moral e espiritual da humanidade.

Bibliografia

CASTELLANI, José e RODRIGUES, Raimundo. Cartilha do Companheiro. A Trolha: São Paulo, 2006.


Fonte: JBNews - Informativo nº 263 - 18/05/2011

BRASA VIVA (REFLEXÃO)

Ir∴ Luiz Felipe Tavares São Bento do Sul - SC

Todos já passamos pela experiência de acender uma fogueira.

Se a lenha estiver encharcada, só pegará fogo se posta em fogueira já acesa, e isto depois de muito tempo, e não antes de fazer muita fumaça e também muito barulho. Será uma queima imperfeita e muito do calor e da luz se perderá.

Se, no entanto a lenha estiver seca e preparada para a transformação, rapidamente entrará em combustão produzindo pouca fumaça e barulho, porém gerando luz e calor em abundância. Será uma queima altamente eficiente.

A lenha representa a condição de aprendiz.

Uma lenha encharcada equivale à pessoa despreparada para a mudança. Cheia de vícios e obscurecida pela ignorância e não se permite aquecer pelo aprendizado. Mesmo se posta sob o calor intensivo da palavra, se comportará de forma descabida e terá aproveitamento quase nulo. Reclamará e se revoltará contra quem lhe desejar aquecer, gerando muito barulho e fumaça.

Uma lenha seca, no entanto representa aquele que está pronto para ascender ao aprendizado. Pessoa enxuta e desejosa de ser destituída do charco da ignorância e do vício. Tal madeira está apta à ignição e à transmutação. Terá uma queima limpa e eficiente produzindo grande quantidade de calor reconfortante e luz.

Porém até mesmo a lenha seca precisa ser devidamente acesa.

Se utilizarmos um fósforo com uma queima brilhante, mas fugidia, com certeza não conseguiremos atear o fogo que desejamos.

Porém se utilizarmos algo que queime com constância, mesmo que sem o brilho de artifício do fósforo, gradativa e paulatinamente aqueceremos a madeira até seu cerne, fazendo surgir por fim uma brasa que perdurará e ateará fogo em todo o resto. Tal fogo não mais se apagará.

O que acende a fogueira representa a condição de mestre.

Quando aquele que ensina o faz pelo vazio de requintadas, mas fugidias palavras, acaba por chamar atenção para seu brilho fantasioso sem, no entanto ter a força da autenticidade moral para criar combustão. Chama levada pelo vento.

Porém se aquele que se candidata ao ensino, além de palavras bem postas também possuir a força moral da vivência destas mesmas palavras, conseguirá com tal exemplo diário e constante comover a madeira em se fazer brasa. Chama que não se apaga.

A constante presença do fogo vivo do exemplo sempre acenderá brasas em qualquer coração.

Fonte: JBNews - Informativo nº 263 - 18.05.2011

A INSTRUÇÃO DO PRIMEIRO GRAU

Os principais símbolos maçônicos, que devem ser conhecidos no Grau de Aprendiz, são os seguintes:

COMPASSO - Representa a Justiça, pela qual devem ser medidos os atos do homem: simboliza, também, o comedimento na busca, já que, traçando círculos, delimita um espaço bem definido, símbolo do todo, do Universo. No plano esotérico, o Compasso é a representação das qualidades espirituais e do conhecimento humano. No Grau de Aprendiz, os ramos do Esquadro cobrem as hastes do Compasso, mos¬trando que a materialidade suplanta a espiritualidade, ou que a mente ainda está subjugada pêlos preconceitos e pelas convenções sociais, sem a necessária liberdade para pesquisar e procurar a Verdade.

ESQUADRO - Simboliza a Equidade, a justiça, a Retidão de caráter; esotericamente representa a matéria, ou o corpo físico. Retidão é a qualidade do que é reto, tanto no sentido físico quanto no moral e ético; assim, à retidão física, emanada do Esquadro, corresponde a retidão moral, caracterizada pelas ações de acordo com a lei, com o direito e com o dever, e a virtude de seguir retamente, sem se desviar, a direção indicada pela equidade. É a jóia-símbolo do Venerável Mestre.

CINZEL - Instrumento cortante numa das extremidades, usado por escultores e gravadores. O Cinzel é um dos símbolos específicos do Grau de Aprendiz, pois, sendo destinado ao esquartejamento da pedra (que transforma a pedra bruta e informe em pedra cúbica, usada nas construções) ele simboliza a Razão, a Inteligência, enquanto que esote¬ricamente, é o físico, ou a matéria, sobre a qual atua o espírito, que é o Maço.

MAÇO ou MALHO - Instrumento utilizado para, atuando sobre o Cinzel, desbastar a pedra. Simboliza a Força de caráter a serviço da Razão e da Inteligência (representados pelo Cinzel). Do ponto de vista místico, é o espírito atuando sobre a matéria. Também é um símbolo específico do Grau de Aprendiz.

REGUA - Haste de madeira ou metal dividida em 24 partes; cada parte corresponde a uma polegada. Necessária para marcar os limites do esquadrejamento da pedra para que as suas bordas sejam retas, simboli¬za um caminho retilíneo a seguir, com uma conduta reta, sempre à fren¬te. É o emblema da disciplina, da moral, da exatidão e da justiça. Também é um símbolo do Grau de Aprendiz.

NÍVEL - Instrumento para comprovar a perfeita horizontalidade da superfície, simboliza a Igualdade. O Nível maçônico é uma combina¬ção de Nível e Prumo, com o formato de um Delta ou de uma letra A, de cujo centro pende um fio vertical, o qual, se a superfície não for perfeita¬mente horizontal, se deslocará para um dos lados. O Nível está presente na saudação do Grau, no movimento horizontal da mão direita até o ombro direito. E a jóia do Io Vigilante.

PRUMO - Instrumento usado para medir a perfeita verticalidade de uma superfície, é o símbolo da profundidade do Conhecimento, da Retidão e da Justiça. Representa, também, o Equilíbrio, ou Estabilidade, quando perfeitamente a Prumo. Está presente na saudação do Grau, no movimento vertical da mão direita ao longo do tronco. É a jóia do 2° Vigilante.

PEDRA BRUTA - Objeto de trabalho do Aprendiz, deve ser desbastada e esquadrejada para se transformar em Pedra Cúbica, polida e regular. Simboliza o próprio Aprendiz no seu esforço para se aperfeiçoar e polir seu caráter, a sua retidão e a sua integridade; é, enfim, o próprio símbolo de seu aperfeiçoamento na Maçonaria.

DELTA RADIANTE - O Delta, ou Triângulo Eqüilátero, é o símbo¬lo das tríades divinas. O Delta maçônico, além dessa representação, tem, no seu interior, as letras do nome hebraico de Deus, embora também seja usado o Olho Onividente, que o assimilam ao olho da Sabedoria de Horus. O Delta simboliza a Sabedoria Divina e a presença de Deus. O Delta é o símbolo máximo presente em um Templo.

LIVRO DA LEI - Simboliza a Lei Divina. Quando da Cerimônia da Abertura do Livro e leitura de um trecho, espiritualiza-se a Loja e seus presentes.

SOL - Desde os mais remotos tempos, o Sol é o símbolo da Luz. Para a Maçonaria a Luz é a do Conhecimento, do esclarecimento mental e intelec¬tual. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente. Presente também no retábulo do Oriente, ladeando o Deita, junto com a Lua, estará do lado em que fica Orador, pois, na corres¬pondência cósmica dos cargos em Loja, o Orador simboliza o Sol, pois dele emana a Luz, como Guardião da Lei.

LUA - Cultuada, desde a mais remota antiguidade, como a mãe universal, o princípio feminino que fertiliza todas as coisas, representa a alma. Suas forças são de caráter magnético e, portanto, opostas às do Sol, que possuem caráter elétrico. A Lua deve estar representada na parte Ocidental do teto dos Templos, em meio às trevas, em oposição ao Sol, que está no Oriente, para mostrar a escalada iniciática do Obreiro, das trevas em direção à Luz. Também pode estar presente no retábulo do Oriente, junto com o Sol, ladeando o Delta do lado em que ficar o Secretário, já que o titular desse cargo, na correspondência cósmica dos cargos em Loja, representa a Lua porque ele reflete, nas atas, a luz que vem do Orador, personificação do Sol.

PAVIMENTO MOSAICO - De origem sumeriana, simboliza, com seus quadrados brancos e negros, os opostos na vida do homem: a boa e a má sorte, a virtude e o vício, a riqueza e a miséria, a alegria e a tristeza, etc. Representa a mistura de raças, das condições sociais e do dualismo.

ESPADA - Instrumento de ataque e defesa é mais própria do Cobridor do Templo, o qual, simbolicamente deve usá-la para proteger o recinto contra eventuais intrusos. É o símbolo da combatividade do homem em defesa de seus domínios. Nas mãos do Venerável Mestre, a Espada Flamejante, simboliza o poder de que está revestido para "criar" e "construir" Aprendizes, Companheiros e Mestres.

CORDA DE OITENTA E UM NÓS - É um adorno encontrado no alto das paredes verticais, com um nó central acima da cadeira do Venerável Mestre, tendo de cada lado quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul, terminando, seus extremos, em ambos os lados da porta Ocidental de entrada, em duas borlas representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação). Essa abertura na corda significa que a Maçonaria é dinâmica. E progressista, estando, portando, sempre aberta às novas idéias que possam contribuir para a evolução do homem e para o progresso racional da humanidade.

ESCADA DE JACOB - Trata-se da alusão bíblica à escada que Jacob teria visto em sonho. Símbolo da via ascendente até o céu. Através das três virtudes: Fé. Esperança e Caridade.

COLUNAS ZODIACAIS - Os signos zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da antiguidade, representam a morte e a ressurreição anual da natureza. Por isso, eles simbolizam o Iniciado, desde que, como candidato, ele é encerrado na Câmara de Reflexão -representado por Áries, passo iniciai da renovação da natureza peio Fogo, simbolizando o fogo interno, o ardor do candidato à procura da Luz - até ao acme da sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau de Mestre - representado por Peixes, a total renovação da natureza, a volta do Sol e da vida, pronto para mais um ciclo. Os signos relacionados com o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem.

PAINEL - O Painel Simbólico da Loja de Aprendiz, mostra o pórtico e as colunas vestibulares, simbolizando a entrada no Templo; a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar, símbolos dos três Graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre, respectivamente; o Compasso e Esquadro entrecruzados, o Nível e o Prumo, simbolizando as três luzes da Oficina: Venerável Mestre, I ° e 2° Vigilantes, respectiva-mente; o Maço e o Cinzel, instrumentos de trabalho do Aprendiz no desbastamento da Pedra Bruta; três janelas simbolizando a marcha do Sol; a Corda de Nós; e uma Orla Dentada, enquadrando todo o conjunto, simbolizando os opostos.

COLUNAS GREGAS - As três colunas, das três ordens arquitetônicas gregas (Dórica, Jônica e Coríntia) são as que, simbolicamente, sustentam a Loja de Aprendiz, sendo, por isso, assimiladas ao Venerável Mestre e aos Vigilantes. A coluna Dórica, a mais forte, sem base e com um capitel simples, mas de alta plasticidade era a personificação da Força do homem, sendo, por isso, assimilada pelo Io Vigilante, responsável pela Coluna da Força. A coluna Jônica, mais esbelta, com uma base e um capitel trabalhados, com quatro voltas era a representação da Sa¬bedoria, sendo, portanto, assimilada pelo Venerável Mestre, personificação da Sabedoria. A coluna Coríntia, com um capitel de maior beleza plástica é a representação da beleza, sendo assimilada pelo 2° Vigilante, responsável pela Coluna da Beleza. (Fonte: Blog Hermes C. Cardoso)

Fonte: JBNews - Informativo nº 263 - 18.05.2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

NOSSOS TEMPLOS

M∴M∴Valdemar Sansão SP - vsansao@uol.com.br

Ensinamentos para os Aprendizes e recapitulação para os demais Irmãos, no “Quarto de Hora de Estudos”.

“Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças, sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de ação, sem essa elevação, poderá haver, quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.

O Templo é o lugar onde se desenvolvem os trabalhos maçônicos e o local onde se reúne a Loja, manifestação do Logos ou a “Palavra” que vive em cada um de seus membros e que encontra, na totalidade do seu conjunto, uma expressão harmônica e completa.

São raríssimos os templos cujo exterior sejam, realmente, obra arquitetônica que revele uma obra maçônica; apenas, “alguns sinais muito profanatizados”, como Colunas, Triângulos, e o emblema constituído do Esquadro entrelaçado com o Compasso.

Não há, um estilo dentro da arquitetura, que se possa afirma, ser “estilo maçônico”.

O Templo maçônico é um quadrilongo que se estende de Oriente para o Ocidente, isto é, “na direção da Luz”. Sua largura é do Norte ao Sul (da potencialidade latente às plenitude do manifestado) e, sua altura, do Zênite ao Nadir. Isto quer dizer que praticamente não há limites e abrange todo o Universo, onde tem lugar a atividade do Princípio Construtivo, que sempre atua na direção da Luz como nos é dado observar em toda a natureza.

Já que o Templo representa a Terra, as Colunas marcam a passagem dos trópicos de Capricórnio, ao Sul, e de Câncer, ao Norte, com a linha do equador passando entre elas e indo até o Delta, no Or∴ 

O Pavimento Quadriculado, ou Mosaico, de origem sumeriana, deve ocupar todo o solo do Templo, mas é um símbolo que não está presente em todos os Ritos. As Colunas Zodiacais, que só existem em alguns Ritos, devem ser 12 meias Colunas caneladas – de preferência, da ordem jônica – ou 12 meias pilastras (que têm formato retangular), contendo os pentáculos (representação do elemento e do planeta relativo a cada signo); em lugar das colunas, pode haver a representação dos signos no teto, o que é mais correto. O Delta também é um símbolo que tem origem nas antigas civilizações, representando as tríades divinas. (tríade= conjunto de três pessoas ou três coisas; trindade, trilogia).

O teto dos Templos tem, normalmente, decoração estelar, o que era um hábito do antigo Egito, onde o exemplo mais flagrante dessa decoração esta no magnífico Templo de Luxor. Os Templos egípcios representavam uma imagem simbólica do mundo, do qual brotam as colunas, como imensos papiros, crescendo em direção ao firmamento.

A Corda de 81 Nós também é um adorno encontrado em alguns Ritos; formada por um só nó central sobre o Altar de 40 nós que se estendem pelo Sul, terminando em duas borlas que ladeiam a porta de entrada, formando, portanto uma abertura, ela significa que a Ordem Maçônica é dinâmica e evolutiva, estando sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade.

Os lugares dos OObr∴, nas CC∴, têm origem no Parlamento britânico. Neste, o presidente toma lugar na “Great Chair” (um cadeirão de encosto alto), ladeado pelos líderes do governo e da oposição, enquanto que os demais parlamentares sentam-se em bancadas, frente a frente, em lado similar ao do seu líder. Também é do parlamento inglês a S∴ dos P∴ P∴, pois, neste, ela existe, e é uma sala de espera, onde as pessoas costumam dar passos a esmo, sem destino e, portanto, “Passos Perdidos”. A S.’. dos PP.’. PP.’., anexa aos Templos, também tem a mesma finalidade. Note-se, por fim, que o Parlamento britânico existe desde 1296, enquanto que o Templo Maçônico só surgiu em 1776; este, portanto, copiou aquele, não tendo ocorrido o contrário, como costumam afirmar alguns Maçons sem conhecimentos históricos.

Todo Templo Maçônico é constituído de três partes: A Sala dos Passos Perdidos. O Átrio e o Templo.

Inicialmente, temos a Sala dos Passos Perdidos, onde a Irmandade se reúne, sem qualquer maior preocupação. Chega, cumprimenta a todos, reata a conversação interrompida, dá conta do que aconteceu durante a semana, toma cafezinho, brinca, trata de negócios, o Tesoureiro faz as cobranças, é assinado o Livro de Presença, enfim, uma reunião tipicamente social.

Aos poucos, no ambiente agradável de verdadeira amizade, o Mestre de Cerimônias distribui os colares, dos quais dependem as Jóias, atributo do respectivo cargo e começa a preparação para o ingresso no Templo.

A Sala dos Passos Perdidos apresenta características próprias, de molde a que um profano verifique tratar-se de uma sala “diferente” das comuns, dos lugares públicos.

Nas paredes, quadros alegóricos, estátuas, avisos, retratos de personalidades, quer maçônicas, quer históricas, de filósofos ou heróis, enfim, uma ante-sala profusamente ornamentada; mesas, dadeiras, poltronas, para emprestar um aspecto acolhedor; cortinados, lustres, tapetes, para enriquecê-la.

Forma-se o ambiente adequado e que conduza a um “bem-estar”, um refugio onde amigos irão se abraçar.

Uma vez que todos estejam devidamente aparamentados ou revestidos com suas insígnias, são convidados pelo Mestre de Cerimônias para ingressarem no Átrio.

Este ingresso é feito de forma silenciosa; cessam as conversas, os comentários; cada um se coloca no seu respectivo lugar, sendo que os Aprendizes, ficam nas proximidades da Entrada do Templo, e os mais “graduados”, perto da porta de entrada do Átrio.

Faz-se silêncio completo. A luz é amenizada. Surge, “ao longe”, uma melodia. O Mestre de Cerimônias faz uma rápida preleção para conduzir o pensamento de todos ao fim colimado.

É a preparação para o ingresso no Templo. Aqui há uma observação a fazer: o Irmão não só ingressará no seu “Templo Interior”, no “Templo de Dentro”, da sua Alma, do seu “Infinito”.

O verdadeiro objetivo da Maçonaria é fazer com que o homem se “conheça a si mesmo”, e o primeiro passo é “ingressar” em si, para o encontro entre o “ego” e o “EU”.

É a parte esotérica e mística que ocorre justamente dentro do Átrio; daí a relevância desse momento.

Se a Sala dos Passos Perdidos representa o Consciente, ainda ocupado pelos problemas do mundo profano, ou seja, “de fora”, o Átrio será o subconsciente, ocupado apenas pelos problemas “de dentro”, na preparação para o encontro com o “hiper-consciente”, ou seja, o “Espírito”.

A entrada do Templo já se encontra devidamente regulamentada em nosso Ritual. Apesar de sua simplicidade, certas Lojas, ainda, não obedecem à determinação Superior.

Uma das confusões mais comuns, diz respeito ao Guarda do Templo que cumpre “abrir” a porta, porém, do lado de dentro, motivo porque já deverá estar em seu lugar, antes da reunião.

A propósito, deve-se esclarecer que dentro do Templo, com as portas fechadas, devem permanecer três oficiais: o Guarda do Templo, o Arquiteto e o Mestre de Harmonia; este deverá manter a música em ordem, para que, ao abrir a porta, os Irmãos precedidos pelo Mestre de Cerimônias, o façam ao som de música apropriada.

O Venerável Mestre será o último a entrar. Todos os demais ocuparão os seus lugares aguardando de pé e silenciosamente a entrada do Venerável Mestre, em meditação ao som da música.

Fontes de Consultas:

Ritual Aprendiz Maçom (GLESP);
Vade-Mécum do Simbolismo maçônico (Rizzardo da Camino).

Fonte: JBNews - Informativo nº 262 - 17.05.2011

V.I.T.R.I.O.L.

Ir∴ Rui Gonçalves Doca
Membro da Loja Maçônica Liberdade e União 1158
Goiânia – GO

V.I.T.R.I.O.L. não é exatamente uma palavra. Trata-se de um grupo de palavras formando uma frase de origem latina, com significado de grande profundidade e muito peculiar. Cada uma das letras corresponde à inicial de uma palavra e o conjunto delas forma a sigla: VITRIOL.

SIGLA, segundo está definido em alguns bons dicionários e enciclopédias, é uma espécie de abreviatura formada de iniciais ou primeiras sílabas das palavras de uma expressão que representa nome de instituição, entidade comercial, industrial, administrativa ou esportiva, como: ONU por Organização das Nações Unidas; BNDES por Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; CBD por Confederação Brasileira de Desportos; PTB por Partido Trabalhista Brasileiro; DETRAN por Departamento de Trânsito. Pode designar também a letra inicial usada como abreviatura em manuscritos, medalhas e monumentos antigos; ou ainda como sinal cabalístico, rubrica, marca, sinal representativo de corporação, firma, profissão, etc.

VITRIOL é, portanto, a sigla composta das iniciais das palavras do Latim, que integram a frase: “Visita Interiora Terrae Rectificando que Invenies Occultum Lapidem”, ou seja, “Visite o Interior da Terra e Retifique Integralmente a Oculta Lápide”. Existe toda uma complexa explanação alquímica, para explicar o que venha a ser “Oculta Lápide” ou “Pedra Oculta”, também conhecida como “Pedra Filosofal” ou “Pedra do Sábio”. Nós Maçons, poderíamos chamá-la de “Pedra Cúbica”, ou talvez, até de “Pedra Polida”.

Na verdade esta viagem ao interior da Terra está também revestida de profundo simbolismo. Ninguém poderia imaginar uma viagem penetrando perpendicularmente rumo ao centro da Terra, onde existe lava incandescente a temperaturas altíssimas! – Júlio Verne talvez – O que de fato está proposto é uma busca introspectiva, possivelmente lenta, porém, persistente e gradual, na busca do conhecimento.

No processo ritualístico pelo qual passa o candidato a Aprendiz Maçom, consta sua permanência na “Câmara de Reflexões”. Seria ali, num ambiente sombrio, cercado de um grande número de objetos e símbolos, com tantos significados distintos, que ele empreenderia a dita viagem ao interior de si mesmo? Num momento de extrema tensão, sem saber a razão pela qual estava naquele lugar, senão por suas próprias deduções nem sempre muito coerentes, devido às circunstâncias, sem saber por quanto tempo permaneceria ali, nem o que estava por vir...

Alheamento – Silêncio:

Embora o nome “Câmara de Reflexões” sugira introspecção, as condições são bastante adversas e o tempo insuficiente para aquela viagem proposta e defendida por Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”.

Esta busca, além de muita dedicação e estudo, requer um estado de espírito absolutamente sereno, isento de preocupações de qualquer natureza.

A iniciação nos Augustos Mistérios representa tão somente um marco decisório, a intenção de perseguir a partir dali, o aperfeiçoamento moral, espiritual e o compromisso de buscar o conhecimento que lhe fará uma pessoa melhor a cada dia. A transformação não acontece num passo de mágica, apenas com a sagração a Aprendiz Maçom.

A sigla VITRIOL, vem sendo usada até mesmo como método de formação e treinamento de empreendedores (VENDEDORES). É o mercantilismo da filosofia onde ela deveria ser tratada com o maior respeito, pois se encontra em seu estado mais sublime e puro. Por ser uma sigla formada a partir de uma expressão em Latim, e de fundo profundamente filosófico, ela permite múltiplas interpretações, especulações e divagações... Sabemos que as traduções nem sempre representam com fidelidade o pensamento contido no texto original, pois as palavras têm conotações próprias para cada idioma. Quando tratamos de coisas subjetivas, alegóricas ou místicas, aí então fica bem mais difícil uma tradução linear. Quer nos parecer que o mais adequado seria uma versão, ainda que ela não coincidisse com as letras da sigla, mas que expressasse seu verdadeiro sentido. Algo como: “Busque no interior de si mesmo o aperfeiçoamento de seu caráter”.

Se quisermos divagar um pouco sobre o tema VITRIOL do ponto de vista maçônico, podemos deduzir que a Câmara de Reflexões é uma caverna, ou o interior da terra, onde o profano (candidato) passa pelo processo de renascimento. Da morte material para o renascer espiritual. O “retificar-se” pode ser entendido como tornar seu comportamento reto, isento de desvios, ou seja; abolir os vícios, para ser um novo indivíduo, com novos padrões de conduta. Assim será revelada ao novo homem, a pedra bruta que existe dentro de si e que precisa ser trabalhada.

Não é suficiente ter conhecimento da existência de tal pedra, se nada for feito no sentido de desbastar suas arestas, de remover suas imperfeições. É necessário aprimorá-la na prática de boas ações, no exercício do amor ao próximo, dedicação familiar, fraternidade, humildade, tolerância e respeito. Se a pedra não for trabalhada, de nada vale sabermos que ela existe.

Na frase latina, a palavra terrae tem uma conotação bastante distinta do que sugere o significante: Terra, que designa um planeta do sistema solar. Esta mesma palavra pode tomar um sentido conotativo bastante diferente, sendo entendida simbolicamente como útero materno; local onde somos gerados. (Cabe aqui uma breve explanação sobre significante e significado. A palavra tomada isoladamente ou num determinado contexto; sentido denotativo ou conotativo – Exemplo: papagaio = ave da família das psitaciformes; pessoa tagarela, repetitiva; pandorga, pipa; nota promissória; bilhete; exclamação.) O retorno ao útero (visita) significando a possibilidade de um renascimento. Renascer uma pessoa melhor, de caráter reto (retificando que), despido das imperfeições e dos vícios que carregava. Como? – Encontrando (invenies) a pedra oculta (occultum lapidem) e trabalhando-a para torná-la justa e perfeita. Estando ciente de que a tal pedra existe e que ela se encontra no interior (interiora) de cada um de nós, está dado o primeiro passo. Depois será a busca do conhecimento.

Quem quer que se empenhe na dura obra do seu aperfeiçoamento espiritual deve penetrar no âmago do seu ser, com o propósito sincero de encontrar e eliminar todas as imperfeições por ventura encontradas. E elas certamente não serão poucas. Este caminho a percorrer haverá de levá-lo à descoberta da Pedra Filosofal ou Pedra Polida; que é o princípio, a Centelha Divina que repousa viva dentro de cada um de nós.

Quando nascemos, trazemos algumas características genéticas que podem nos predispor a desenvolvermos certas doenças ou aptidões intelectuais. Entretanto, nosso caráter é uma folha de papel em branco, na qual irá aos poucos sendo impresso tudo aquilo que nos for transmitido. O bem ou o mal não existem em si mesmos, intrinsecamente. Eles serão desenvolvidos de conformidade com o meio, com os hábitos desenvolvidos, práticas ou costumes, através da educação recebida no lar e da educação formal. Só mais tarde adquirimos um nível de consciência capaz de discernir ou escolher entre o que seria o bem ou o mal, de conformidade com o que tenha sido impresso na folha de papel de que falamos. A tendência natural é preponderar o que tenha maior peso em nosso aprendizado. Nossos valores podem ser modificados mesmo na fase adulta, mas o processo é bem mais complexo e demorado.

Nesses tempos modernos em que vivemos, quando se valoriza sobremodo os bens materiais, superestimando o ter em detrimento do ser, e somos invadidos todo tempo por uma avalanche de informações, quando os falsos alquimistas nos vendem suas fórmulas mágicas para o enriquecimento, enquanto a ganância de povos e nações promove guerras e agressões à natureza colocando em risco a existência da humanidade, parece não haver tempo para reflexões. Tudo é urgente. O aqui e agora não nos permite sequer educar convenientemente nossos filhos. A tecnologia, a Internet, os vídeo-games estão a substituir a educação paterna indo aos poucos minando até mesmo culturas milenares como a dos asiáticos. Parece que nos resta gritar por socorro ao espírito de Sócrates que nos ajude na tentativa desesperada de conhecermo-nos a nós mesmos! Logrando tal intento, é nosso dever como Maçons, sermos o sal da terra. Isto é, transmitir esse conhecimento a outras pessoas. Assim estaremos contribuindo para um mundo melhor; mais humano, menos violento, possivelmente mais fraterno, com menos corrupção, mais justo e perfeito.

Portanto, meus irmãos, a prática de uma VITRIOL faz bem, é necessária e não tem contra-indicação...

Fonte: JBNews - Informativo nº 262 - 17.05.2011

NOVE LANDMARKS

Ir∴ Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025
Ano 05 - artigo 20 - número sequencial 302

Calma! Eu sei que a maioria absoluta dos Irmãos foram instruídos para estudar e respeitar 25 Landmarks. Mas observe a seqüência abaixo:

1º - A obrigação de cada Maçom de professar a religião universal em que todos os homens de bem concordam.

2º - Não existem na Ordem diferenças de nascimento, raça, cor, nacionalidade, credo religioso ou político.

3º - Cada iniciado torna-se membro da Fraternidade Universal, com pleno direito de visitar outras Lojas.

4º - Para ser iniciado é necessário ser homem livre e de bons costumes, ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de idade.

5º - A igualdade dos Maçons em Loja.

6º - A obrigatoriedade de solucionar todas as divergências entre os Maçons dentro da Fraternidade.

7º - Os mandamentos da concórdia, amor fraternal e tolerância; proibição de levar para a Ordem discussões sobre assuntos de religião e política.

8º - O sigilo sobre os assuntos ritualísticos e os conhecimentos havidos na iniciação.

9º - O direito de cada Maçom de colaborar na legislação maçônica, o direito de voto e o de ser representado no Alto Corpo.

Se você comparar com os 25 Landmarks de Albert Galletin Mackey adotados pelo REAA, poderá concluir que podemos resumi-los conforme o proposto acima, porém realmente não podemos afirmar que em verdade (sem aspas) estes sejam os Landmarks Maçônicos. 

Ao iniciarmos uma Prancha de Arquitetura é sempre salutar que informemos sobre qual Rito estamos tratando. 

A cada dia acredito mais, que não há “verdades maçônicas”, há práticas e instruções maçônicas que norteiam Irmãos dentro de Ritos, Potências e mesmo Orientes diferentes

Tal situação gera um antagonismo salutar; devemos seguir as leis e procedimentos adotados pelo Rito que praticamos e jamais condenar as leis e procedimentos dos outros Ritos, mesmo que estes não sejam praticados em nossa Potência. 

A Força, Beleza e Sabedoria da Maçonaria está na sua diversidade, na capacidade de adequarmos os “Princípios Maçônicos” à linguagem, cultura e momento histórico vivido. 

O Maçom é um Livre Pensador, portanto um “garimpeiro intelectual”. Seu progresso se dá pela ampliação do saber, lembre-se que “um homem de um livro só, é um homem de apenas uma opinião”. 

A relação destes nove Landmarks foi apresentada pelo Irmão J. G. Findel, (1828 – 1905, autor do livro "História da Maçonaria") e é adotada pelo Rito Moderno ou Francês. 

A intenção deste pequeno artigo é despertar em você a vontade de saber um pouco mais sobre os diversos Ritos Maçônicos, por exemplo o Rito Moderno que tem particularidades muito interessantes e algumas Potências não o reconhecem. 

O Irmão Antonio Onias Neto - Sob.·. Gr.·. Insp.·. Geral do Supr.·. Cons.·. do R.·. M.·. uma vez ensinou que: “Conclamamos aos Irmãos de todos os Ritos e de todas as Potências: devemos nos preocupar com aquilo que nos une, e, relegar ao segundo plano o que nos separa. Este é o fito primordial do Rito Moderno quando dá origem à instituição de um "Grande Oriente": admitir a diversidade dos Ritos, unindo, numa mesma Potência, Irmãos das mais diversas posições filosóficas, num verdadeiro Universalismo, pois este é o princípio fundamental da Sublime Ordem.”

Fonte: JBNews - Informativo nº 262 - 17.05.2011

domingo, 15 de maio de 2011

ESTUDANDO O SALMO 133

“Oh ! Como é bom e agradável vivermos unidos os irmãos ! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Aarão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o senhor a sua benção e a vida para sempre”.

Israel assim como seu povo é abençoado por Deus, dizem em historias populares, que é o povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos; Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com produz tudo o que se planta.

Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso “subir”, o que explica bem a razão de ser da expressão “das subidas”, circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se destaca majestosamente o monte Hermon.

O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em seu cume o tempo todo, e é de lá, que após que vem o orvalho santo junto com as bênçãos; A neve derretida, forma os rios e os lençóis de água, e por sua importância é que no salmo 133, destaca de forma tão bela.

Quando Davi falava “O Como é bom e agradável vivermos unidos os irmãos! ” importância que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava à todos dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

E o óleo citado “...é como o óleo precioso...” era um perfume raríssimo à base de mirra e oliva, usado para urgir os reis e sacerdotes, e ou aqueles neófitos que asparivam a alguma iniciação; Importante à ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.

Agora quando fala “...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião...” refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.

Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde podemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:

OS IRMÃOS:

Quando o Salmo 133, sugere “...que os irmãos vivam em união...” estamos traçando um programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a palavra “irmão” se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques divinos, não menor necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama humano dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais profundo.

O ÓLEO

“ Os óleos vegetais são produtos de secreção das plantas, que se obtém das sementes ou frutos dos vegetais, são substâncias gordurosas das quais muitas comíveis líquida e de temperatura ordinária” Bem, podemos ver que não trata-se de nova tecnologia, o óleo citado acima, usado para unção sagrada, era uma das espécies porém muito especial.

AARÃO

O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da classe sacerdotal dos judeus.

A BARBA

Pelos espalhados pelo rosto, adorna a face do homem desde os mais remotos tempos, a barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da antiguidade, um trato especial, destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um símbolo de masculinidade e podemos exemplificá-la com os varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras imponentes pela conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.

Os Israelitas a que pertencia Aarão, evidenciaram especial estima pela barba, a ela conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua aparência, sua própria dignidade. Os Israelitas por si mesmo, pelo que ela representava, raspá-la e eliminá-la do rosto, demonstrava sinal de dor profunda.

AS VESTES

De especial significa litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinham por missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.

Havia especial referência pela cor branca nas vestes sacerdotais, nas representações egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa que lhe cobria o peito como distintivo de sua categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação, exibia uma pele de pantera.

No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do avental maçônico.

Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, desça pela barba e escorria à orla de suas vestes.

O ORVALHO

O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de viço as plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do que o frescor das manhãs, ver como as folhas cobrem-se de uma colcha unida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz luz.

No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de aço ao calor do dia, nas pétalas florias, formando-se pérolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao redor.

O MONTE HERMON

Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do antilíbano do qual se separa um vale profundo e extenso, apresenta-se de forma de um circulo, que vai de nordeste à sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa região que viram nascer a história do mundo bíblico: O Antilíbano é a cordilheira que se estende paralelamente ao Líbano, separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois desenvolve-se no nordeste ao sul-sudeste, por quase 163 quilômetros, suas extensões e alturas são visíveis à partir do mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais de 2.800 metros de altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o orvalho.

O MONTE SIÃO

Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si mesmo, más porque o Senhor o escolhera para ser sua morada, para todos, o monte será um refúgio seguro e inabalável.

O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é dele que escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.

Em Salmos 2:6 vemos que Deus mesmo instalou seu rei sobre o monte santo, “ Eu, porém constituí meu rei sobre o monte Sião ” O mesmo lugar em que Abraão ia sacrificar o filho conforme ( 2 Cr 3:1 e Gen. 22:2).

A BENÇÃO

Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é “berakak” palavra que deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre uma e outra palavra, porque, sendo a benção a invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a recebe, deve ser colhida com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra, reverenciado e respeitosamente.

Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz despertada a sua potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração, carregada de energia dinâmica e magia.

“O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz embaixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros”.(Gênesis 49:25)

Assim “ ...Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre...”.

Enviado pelo Ir. Douglas Maciel (Joinville – SC)

Fonte: JBNews - Informativo nº 260 - 15.05.2011

MISSÃO, METAS E RUMOS DAS LOJAS NA ATUALIDADE

Ir∴ Denilson Forato (Londrina-PR)

Muito se discute sobre qual seria o verdadeiro papel da Maçonaria nos dias de hoje. Não mais se admite apenas viver de glórias do passado.

Devemos sim olhar o passado, mas somente para aprendermos com ele e projetarmos um futuro melhor, como disse M.Gandhi. E não para ficarmos nostalgicamente, e apenas, glorificando mártires, fatos e atos pretéritos, em inércia de atuação na Humanidade que tanto necessita de nós, e cada vez mais, pois ainda encontra-se mergulhada na escravidão da ignorância, da corrupção e outros, cujos combates e guerras ainda existem para serem pelos Maçons travados, embora seja sabido que a Maçonaria está longe de dar a última palavra sobre o assunto.

Talvez esteja na prática e no desenvolvimento de um Projeto a verdadeira Motivação, com Claros Objetivos e Orientações que faltam aos IIr.'. que se deixam abater pela "perda de tempo" e reuniões "desmotivadoras" e "sem conteúdo", cujo conceito os leva a deixar a Ordem e o nosso Frat.'.convívio em Irmandade.

Cultura Maçônica é muito importante e deve ser disponibilizada a todos, pelo bem da própria Instituição e de seus Membros. Mas a prática dos nossos desígnios não deve ficar relegada ao distante passado. Podemos não mais viver uma Ditadura no Governo, mas é certo que ainda temos muitos Coronéis e Ditadores, Políticos, Empresários e Patrões, usurpadores do povo, que sugam a Humanidade e a mantém na escravidão, a bem de seus mesquinhos interesses.

E o que nos falta para sermos melhores Maçons? Verdadeiros Líderes? Ou Orientadores mais preparados, bem dispostos e melhor organizados?

Assim, para a necessária Transformação e Evolução da Maçonaria, das Lojas e dos OObr.'., adequando-os às necessidades atuais da Humanidade e os preparando para cumprirem o seu papel, penso que devemos meditar e refletir sobre o assunto, considerando:

Valores = Quem somos?
Visão = Para onde estamos indo? 
Missão = Em que negócio estamos? 
Diretrizes = Como nos orientamos?
Estratégias = Como faremos e que caminho seguiremos?
Objetivos e Metas = Em que temos que nos concentrar?

Nossos IIr.'. estão preparados? Orientados?
Quantos recebem grau sem ter merecido, ou entendido a sua valia? 
Quantos são maçons de uma vez por semana?
Quantos IIr.'. pisam na bola em suas condutas?
Nesse contexto, Caríssimos IIr.'., qual é o Perfil do Novo Maçom e da Maçonaria Atual ???
Sinceramente... Não sei !!! Mais nada!!!!!

Fonte: JBNews - Informativo nº 260 - 15.05.2011

MAÇONARIA NÃO É RELIGIÃO

Dom Bernardino Marchió Bispo de Caruaru/PE em missa com a participação de Maçons. [Extraída do Grupo MaconariaPesqueirense]

Jozinaldo Viturino de Freitas MM ARLS Vale do Ipojuca nº 45, Sanharó/PE

A Augusta e Respeitável Loja Simbólica Vale do Ipojuca, Sanharó/PE, está construindo um pequeno obelisco maçônico na entrada da cidade, precisamente, na Praça Miguel Arraes. O monumento tem a forma de uma pirâmide de quatro lados possuindo nos lados, em alto relevo, o nome da Loja, o Esquadro e o Compasso, a figura do Aprendiz Maçom e a figura de São João Batista, patrono da Maçonaria. No ápice da pirâmide o Compasso e o Esquadro em metal. O monumento se encontra em fase de acabamento e foi obra de iniciativa do Mestre Maçom José Adilson da Silva (Adilson da Carreta) e a confecção a cargo do Mestre Maçom (grande artista) Elizardo Mendes da Silva (Professor Zaldo). Antes de sua conclusão o símbolo já foi alvo de vândalos, que puseram um cão morto espetado no Esqu adro e Compasso e alguns bilhetes ofensivos a Maçonaria. Quem age dessa maneira desconhece perfeitamente os objetivos da Maçonaria, acreditando que ela seja uma religião do mal. A Maçonaria, na verdade, é uma associação de homens sábios e virtuosos, que se consideram Irmãos entre si, para viverem em perfeita igualdade, unidos por estima, confiança e amizade recíprocas. Os Maçons estão ligados por deveres de fraternidade, para se prestarem mútua assistência. Maçonaria tem por finalidade combater a ignorância, os erros e os preconceitos em todas as modalidades. Possui a Maçonaria um programa de defender as leis, praticar a justiça, amar ao próximo, viver segundo os ditames da honra e trabalhar pela felicidade dos homens. Tem como finalidade o aperfeiçoamento social, moral e intelectual da humanidade, procurando constantemente a verdade, dentro de uma moral inflexível e da prática da solidariedade. A Maçonaria se coloca eqüidistante de todos os credos e partidos políticos, pois não é instituição política e nem religiosa. Segundo o Irmão Maçom Rui Bandeira (disponível em http://www.rlmad.net/arquivoblog/59-a- maconaria/656-maconaria-religiao.html) “A Maçonaria nasce na Europa cristã. É completa e absolutamente teísta e cristã, na sua origem. Perante as lutas, dissensões, querelas, entre católicos e protestantes, fez ressaltar esta simples verdade: uns e outros criam no mesmo Deus, sendo insano matarem-se uns aos outros em nome das suas diferentes formas de se relacionarem com o mesmo Deus. Esta base cristã demorou poucos anos a alargar-se ao judaísmo: também o Deus da religião judaica é o mesmo... E seguidamente a lógica impunha o alargamento ao islamismo: o Deus permanece o mesmo, o nome é que muda, as culturas é que divergem. E, partindo-se de uma base monoteísta, em que existe um único Deus, qualquer que seja a sua designação, racionalmente é indiferente que outras religiões (hinduísmo, po r exemplo) sejam politeístas: para o monoteísta, o politeísmo mais não é do que diferentes manifestações do mesmo e único Deus. Sobre a base teísta, acrescenta-se posteriormente e admite-se também o crente deísta, isto é, aquele que prescinde da intermediação da Revelação, da igreja, do sacerdote, na sua relação com o Divino, aquele que crê poder estabelecer essa relação sem necessidade dessa intermediação. A partir do momento em que a maçonaria se alarga até este ponto, admite no seu seio qualquer crente, qualquer que seja a sua crença individual. Deixa portanto de ser essencial qualquer concepção de Criador, do Divino. Porque reconhecida a liberdade individual de crença, é a crença individual que conta. Uma ponte a todos une: a crença de que somos mais do que mera carne e ossos e sangue e miolos, a crença que somos também, ou quiçá principalmente, espírito, que sobreviverá à extinção da chama da vida na carne, nos ossos, no sangue e nos miolos. O que essencialmente conta é portanto a crença na permanência da dimensão espiritual do Ser, chame-se ela vida para além da vida, reencarnação, ressurreição, nirvana - o que for. Assim a tônica se estende à espiritualidade, inclusiva, por exemplo, dos budistas. A Maçonaria não é uma religião. É um espaço comum de crentes em todas as religiões, organizadas ou individualmente sentidas. É um espaço comum de convívio, de fraternidade e, sobretudo, de instrumento para o aperfeiçoamento de cada um, segundo a sua crença, a sua vontade, o seu caminho. Não prega, não detém, não apregoa, não oferece, qualquer Salvação. A Religião é a ligação entre os homens e o Divino. A Maçonaria Regular limita-se - e muito é! - a buscar a melhoria dos homens que crêem no Divino.”

Fonte: JBNews - Informativo nº 260 - 15.05.2011

sábado, 14 de maio de 2011

A VERDADEIRA PRIMEIRA GRANDE LOJA

A VERDADEIRA PRIMEIRA GRANDE LOJA
A FORMAÇÃO DA PRIMEIRA GRANDE LOJA DE MAÇONS 
ALEMANHA - 1250

Pelo Ir∴ Henning A. Klövekorn
Tradução José Antonio de Souza Filardo M∴ I∴

Com a difusão do cristianismo por toda a Alemanha e a exigência de que bispos romanos erguessem catedrais, os colégios Maçônicos na Alemanha prosperaram. Geralmente designado como Steinmetzen ou Canteiros, estas fraternidades maçônicas levantaram igrejas e catedrais por toda a Europa continental. A sociedade de canteiros tinha dentro de si uma grande variedade de classes e ocupações. Estas incluíam Steinmaurer ou assentadores de pedras, Steinhauer ou cortadores de pedra, bem como Steinmetzen, uma palavra derivada de Stein ou pedra e Metzen, um derivado da palavra Metzel ou entalhador, uma arte mais detalhada e refinada que os cortadores de pedras. A construção de Bauhütten ou lojas situadas junto às igrejas em construção serviu como estúdio de projeto, local de trabalho e quarto de dormir.

Um dos mais antigos registros de lojas maçônicas se encontra na cidade alemã de Hirschau (agora Hirsau) no atual estado de Baden-Württenberg. As lojas Maçônicas instituídas na cidade de Hirschau no final do século 11 trabalhavam sob a ordem beneditina da Alemanha, e foram as primeiras a estabelecer o estilo gótico de arquitetura.


As Armas dos Franco Maçons da Alemanha

Já em 1149, as primeiras Zünftes alemãs ou sindicatos de pedreiros se desenvolveram em Magdeburg, Würzburg, Speyer e Straßburg. Em 1250, a primeira Grande Loja dos Maçons formou-se na cidade de Colônia (Köln), [i] Alemanha. A Grande Loja foi formada como parte do imenso empreendimento para erguer a catedral de Colônia.

O primeiro congresso maçônico ocorreu na cidade de Straßburg, na Alemanha no ano de 1275. Ela foi fundada pelo Grão Mestre Erwin von Steinbach. Este também foi o primeiro uso registrado do símbolo dos maçons, o compasso e o esquadro. Embora Straßburg fosse considerada a primeira Grande Loja de seu tempo, outras Grandes Lojas maçônicas já haviam sido fundadas em Viena, Berna e a acima mencionada de Colônia; estas foram chamadas Oberhütten ou grandes lojas. Diversos congressos maçônicos foram realizados na cidade de Straßburg, incluindo os anos 1498 e 1563. Nesta época, as primeiras Armas de Maçons registradas na Alemanha foram registradas representando quatro compassos posicionados em torno de um símbolo do sol pagão, e dispostos em forma de suástica ou roda solar ariana. As Armas Maçônicas da Alemanha também exibiam o nome de São João Evangelista, santo padroeiro dos maçons alemães.

A Oberhütte (Grande Loja) de Colônia, e seu grão-mestre, era considerada a cabeça das lojas maçônicas de toda a Alemanha do norte. O grão-mestre da Straßburg, na época uma cidade alemã, era chefe de Lojas Maçônicas de todo sul da Alemanha, Francônia, Baviera, Hesse e as principais áreas da França.

As Grandes Lojas de Maçons na Alemanha recebiam o apoio da Igreja e da Monarquia. O Imperador Maximiliano revisou o congresso maçônico de 1275 em Straßburg e proclamou a sua proteção ao ofício. Entre 1276 e 1281, Rudolf I de Habsburgo, um rei alemão, tornou-se membro da Bauhütte ou Loja de St. Stephan. O Rei Rudolf foi um dos primeiros não-operativos, também chamados membros livres ou especulativos de uma loja maçônica.

Os estatutos dos maçons na Europa foram revisados em 1459 pela Assembléia de Ratisbonne (Regensburg), a sede da Dieta Alemã, cuja revisão preliminar tinha ocorrido em Straßburg sete anos antes [ii]. As revisões descreviam a exigência de testar irmãos estrangeiros antes de sua aceitação nas lojas através de um método de saudação estabelecido (aparentemente internacional ou europeu).

A primeira assembléia geral de maçons na Europa ocorreu no ano de 1535, na cidade de Colônia, na Alemanha. Ali, o bispo de Colônia, Hermann V, reuniu 19 lojas maçônicas para estabelecer a Carta de Colônia, escrita em latim. As primeiras grandes lojas dos maçons estiveram presentes, o que era costume na época, e incluíam a Grande Loja de Colônia, Straßburg, Viena, Zurique e Magdeburg. A Grande Loja Mãe de Colônia, com o seu grande mestre era considerada a principal Grande Loja da Europa.

Após a invenção da imprensa, os maçons (Steinmetzen) da Alemanha, reuniram-se em Ratisbona em 1464 e imprimiram as primeiras Regras e Estatutos da Fraternidade de Cortadores de Pedra de Straßburg (Ordnung der Steinmetzen). Estes regulamentos foram aprovados e sancionados pelos Imperadores sucessivos, tais como Carlos V e Ferdinando.

O monge alemão Martinho Lutero e seu protesto contra as injustiças e hipocrisias da Igreja Católica em 1517 deram origem ao protestantismo. Isto liberalizou algumas das lojas maçônicas da época. A Catedral de Straßburg tornou-se Luterana em 1525 e muitas outras a seguiram.

Em 1563, os Decretos e Artigos da Fraternidade de Canteiros foram renovados na Loja Mãe em Straßburg no dia de S. Miguel. Estes regulamentos demonstram três elos importantes com a Maçonaria moderna. Em primeiro lugar, os aprendizes eram chamados de “livres” na conclusão do serviço a seu Mestre, o que sem dúvida é a origem da palavra Freemason ou “franco-maçom”. Em segundo lugar, a natureza fraternal da loja era retratada em uma série de regulamentações, tais como o atendimento aos doentes, ou a prática de ensinar um irmão sem cobrar, nos termos do artigo 14. Em terceiro lugar, os maçons utilizavam um aperto de mão secreto como meio de identificação.

Dois artigos do regulamento indicando estes pontos são:

“Nenhum Mestre ensinará um companheiro por dinheiro.

XIV. E nenhum artesão ou mestre aceitará dinheiro de um colega para mostrar ou ensinar-lhe qualquer coisa relacionada com maçonaria. Da mesma forma, nenhum vigilante ou companheiro mostrará ou instruirá qualquer um por dinheiro a talhar, conforme dito acima. Se, no entanto, alguém desejar instruir ou ensinar outro, ele pode muito bem fazê-lo, uma mão lavando a outra, ou por companheirismo, ou para assim servir ao seu mestre.

LIV. Em primeiro lugar, cada aprendiz quando tiver servido o seu tempo, e for declarado livre, prometerá à ordem, pela verdade e sua honra, ao invés de juramento, sob pena de perder o seu direito à prática da maçonaria, que ele não divulgará ou comunicará o aperto de mão e a saudação de pedreiro a ninguém, exceto àquele a quem ele pode justamente comunicá-las, e também que ele não escreverá coisa alguma sobre isso” [iii].

As regras de Straßburg estipulavam que a entrada na Fraternidade era por livre vontade e indicava claramente os três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre na fraternidade maçônica alemã. Elas exigiram que se fizesse um juramento e que os pedreiros se reunissem em grupos chamados „Kappitel‟ (Capítulo). As regras instruíam os maçons não ensinar Maçonaria a não-maçons.

Está claro que as lojas ou grandes lojas maçônicas alemãs existiam antes da formação da Grande Loja de Inglaterra em 1717. Assim como o uso de apertos de mão secretos, o uso do termo “livre” e sua aceitação de não-operativos. O uso de alegoria e simbolismo em camadas, que torna exclusivo o sistema maçônico fraternal, também era evidente nas lojas alemãs da época, conforme mostrado nas esculturas de pedra e estilos arquitetônicos das igrejas e mosteiros que eles construíram.



A partir da página Web www.klovekorn.com:

O 99º of Freemasonry apóia a teoria de que a semente da Maçonaria moderna, não estava ligada aos Cavaleiros Templários ou à maçonaria inglesa, mas originou-se com as instituições maçônicas da Alemanha, que por sua vez, tinham recebido os seus conhecimentos maçônicos de organizações maçônica mais antigas. Esta afirmação é suportada através de sete pontos principais de prova.

1. Que o Manuscrito Régio, o mais antigo texto maçônico (reconhecido) sobrevivente na Grã-Bretanha, faz referência aos quatro mártires coroados, que estão inequivocamente relacionados com a lenda dos maçons sob o Sacro Império Romano de Nação Germânica, uma tradição maçônica que teve origem na Alemanha e não na Grã-Bretanha.

2 A existência e o mais antigo uso registrado do esquadro e compasso ( sinal fraternal da Maçonaria) nas Armas dos Corpos Maçônicos Alemães.

3. A existência de instituições maçônicas altamente organizadas (Steinmetzen) na Alemanha no século 13, tais como a Grande Loja (Oberhütte) de Straßburg e Köln, e diversas lojas maçônicas subordinadas, que não só trabalhavam em pedra, mas também incluíam ensinamentos alegóricos maçônicos dentro de suas guildas.

4. A eleição de um Grão-Mestre dos Maçons no século 13 e a criação de graus de aprendizes, companheiros e mestres pedreiros na Alemanha no século 12 e anteriormente.

5. O estabelecimento de Estatutos e Regras impressos da Ordem Maçônica na Alemanha antes da criação de estatutos maçônicos escritos na Grã-Bretanha.

6. A inclusão de membros não-operativos (ou especulativos), tais como o Rei Rodolfo I em lojas maçônicas na Alemanha no século 13.

7. A primeira exigência em grande escala registrada de que lojas maçônicas utilizassem um método secreto de saudação e de „aperto de mão‟.

O 99º of Freemasonry também analisa o uso do compasso e esquadro como símbolos alegóricos morais de maçonaria em obras de arte dentro da cultura alemã do período, mais uma prova da filosofia maçônica dentro da cultura alemã e da Europa continental neste período.

Embora muitos maçons tenham sido condicionados a aceitar que as origens da Maçonaria partem da Inglaterra ou da Escócia, pois as grandes organizações maçônicas modernas atuais estão profundamente interligadas dentro desta área geográfica, o 99º of Freemasonry lança nova luz sobre a história maçônica, e insta, se não inspira os leitores a olhar para o continente europeu como a grande semente da Maçonaria.

Fonte: JBNews - Informativo nº 259 - 14.05.2011

O MYOSOTIS

Felisberto S. Rodrigues, M.I. M.R.A*

O Irmão Harry Mendoza, Past Master da Loja Quatuor Coronati nº 2076, a primeira Loja de pesquisas do mundo, escreveu um livro precioso em 1995, chamado Serendipity1. Toda vez que o folheio, lembro-me do Felisberto, principalmente por causa do que os editores escreveram na apresentação do livro:

"Quase todas as Lojas Maçônicas no mundo têm um nome e um número. Na Inglaterra, há aproximadamente 9.000 Lojas, além de 3.300 Capítulos do Arco Real. A intenção deste livro era descobrir as origens da identidade das Lojas através de seus estandartes. Entretanto, tornou-se logo evidente que, em muitos casos, o emblema do estandarte era o mesmo que aparecia na insígnia usada pela Loja, que também aparecia nos Chamamentos2 e nos alfinetes de lapela dos seus Past Masters.3

Muitas Lojas têm uma divisa, a grande maioria em Latim, mas algumas também em francês e galês. Algumas têm conotação óbvia com o nome da pessoa ou organização que deu nome à Loja, enquanto outras são bem mais intrigantes.

Assim, aquilo que havia começado como um livro sobre estandartes de Lojas tornou-se um de descobertas e tesouros insuspeitados. O título, Serendipity, espelha o que o leitor sentirá ao mergulhar neste livro – alegria das descobertas inesperadas."

Assim era o Felisberto, sempre descobrindo fatos e coisas. E dividindo com os Irmãos, como era bem de seu jeito.

Há quase dez anos atrás, na plenitude de seu entusiasmo, fuçando que encontrava sobre Maçonaria, nosso Felisberto não se detinha diante de qualquer obstáculo. Se estivesse em português, ele ira confrontar para tirar suas próprias conclusões. Se estivesse em idioma estrangeiro, espanhol, italiano ou francês, lá ia ele pacientemente fazendo sua tradução, anotando minuciosamente os termos mais complexos.

Um dia, ele apareceu com o artigo que se segue, que aqui reproduzimos para fazer justiça aos perseguidos e sacrificados Maçons alemães.

Na revista Gênesis, editada pela Grande Logia de Espana (http://www.granlogia.info/pagina/index2.htm), havia uma história tão interessante que resolvi trazer para vocês, traduzida livremente e acrescentada de alguns comentários necessários. Aqui vai:

No início de 1934, logo após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer.

E breve, a maçonaria alemã, que conhecera dias gloriosos e que tivera, em suas colunas, os mais ilustres filhos da pátria alemã, com Goethe, Schiller e Lessingn, veria esmagado o espírito da liberdade sob o pretexto de impor a ordem e uma estúpida supremacia racial.

Quanto retrocesso desde que Friedrich Wilhelm III, Rei da Prússia, em 1822, impediu que os esbirros reacionários da Santa Aliança de Metternich4 fechassem as Lojas Maçônicas, declarando peremptoriamente que poderia descrever os Franco-Maçons prussianos, com toda a honestidade, como sendo os melhores dentre os seus súditos...5

As Lojas alemãs, na terceira década do século XX, estavam jurisdicionadas a onze Grande Lojas, divididas em duas tendências.

O primeiro grupo, de tendência humanista, seguindo os antigos costumes ingleses, tinha como base a tolerância, valorizando o candidato por seus méritos e não levando em consideração sua crença religiosa.

Constava de sete Grandes Lojas, a saber: Grande Loja de Hamburgo; GrandeLoja Nacional da Saxônia, em Dresden: Grande Loja do Sol, de Bayreuth; GrandeLoja-Nacional da Saxônia, em Dresden: Grande Loja do Sol, de Bayreuth; GrandeLoja-Mãe da União Eclética dos Franco-Maçons, em Frankfurt; Grande Loja Concórdia, em Darmstadt; Grande Loja Corrente Fraternal Alemã, em Leipzig; e, finalmente, a Grande Loja Simbólica da Alemanha.

O segundo grupo consistia das três antigas Lojas prussianas, que faziam a exigência de que os candidatos fossem cristãos. Havia ainda a Grande Loja União Maçônica do Sol Nascente, não considerada regular, mas que também tinha tendências humanistas e pacifistas.

Voltando a 1934, a Grande Loja Alemã do Sol se deu conta do grave perigo que iria enfrentar. Inevitavelmente, os maçons alemães estavam partindo para a clandestinidade, devido à radicalização política e ao nacionalismo exacerbado. Muitos adormeceram e alguns romperam com a tradição, formando uma espúria Franco-Maçonaria Nacional Alemã Cristã, sem qualquer conexão com o restante da Franco-Maçonaria. Declaravam eles abandonarem a idéia da universalidade maçônica e rejeitar a ideologia pacifista, que consideravam como demonstração de fraqueza e como uma degeneração fisiológica contrária aos interesses do estado!

Os maçons que persistiram em seus ideais precisaram encontrar um novo meio de identificação que não o óbvio Compasso & Esquadro, seguramente um risco de vida.

Há uma pequenina flor azul que é conhecida, em muitos idiomas, pela mesma expressão: não-me-esqueças – o miosótis. Entenderam, nossos irmãos alemães, que esse novo emblema não atrairia a atenção dos nazistas, então a ponto de fechar- lhes as Lojas e confiscar-lhes as propriedades.

O Miosótis

Vergissmeinnicht, em alemão; forget-me-not, em inglês; forglemmigef em dinamarquês; ne m'oubliez pás, em francês; non-ti-scordar-di-me, em italiano; não- te-esqueças-de-mim, em português. Diz a lenda que Deus assim chamou a florzinha porque ela não conseguia recorda-se do próprio nome. O nome miosótis (Myosotis palustris) significa orelha de camundongo, por causa do formato das pétalas.

O folclore europeu atribui poderes mágicos ao miosótis, como o de abrir as portas invisíveis dos tesouros do mundo. O tamanho reduzido das flores parece sugerir que a humildade e a união estão acima dos interesses materiais, porque é notada principalmente quando, em conjunto, forma buquês no jardim.

Segundo conta o irmão Mendoza, de acordo com uma velha tradição romântica alemã, o nome da flor está relacionado às últimas palavras de um cavaleiro errante que, ao tentar alcançar a flor para sua dama, caíra no rio, com sua pesada armadura e afogara-se.

Outra história contada por ele diz que Adão, ao dar nomes às plantas do Jardim do Éden, não viu a pequena flor azul. Mais tarde, percorrendo o jardim para saber se os nomes tinham sido aceitos, chamou-as pelo nome. Elas curvaram-se cortesmente e sussurravam sua aprovação. Mas uma voz delicada a seus pés perguntou:

"- E eu, Adão, qual o meu nome?"

Impressionada com a beleza singela da flor e para compensar seu esquecimento, Adão falou:

" – Como eu me esqueci de você antes, digo que vou chama-la de modo a nunca mais esquecê-la. Seu nome será não-te-esqueças-de-mim."

Através de todo o período negro do nazismo, a pequenina flor azul identificava um Irmão. Nas cidades e até mesmo nos campos de concentração, o miosótis adornava a lapela daqueles que se recusavam a permitir que a Luz se extinguisse.

6 O miosótis como símbolo foi objeto de um interessante estudo do irmão David G. Boyd, no Philaletes de abril de 1987. Ele conta, também, que muitos maçons recolheram e guardaram zelosamente jóias, paramentos e registros das Lojas, na esperança de dias melhores. O irmão Rudolf Martin Kaiser, VM da Loja Leopold zur Treue, de Karlsruhe, quebrou a jóia do Venerável Mestre em pequenos pedaços de tal modo que não pudesse ser reconhecida pela infame Gestapo.

Em 1945, o nazismo, com seu credo de ódio, preconceito e opressão, que exterminara, entre outros, também muitos maçons, era atirado no lixo da História. Nas fileiras vitoriosas que ajudaram a derrota-lo, estavam muitos maçons – ingleses, americanos, franceses, dinamarqueses, tchecos, poloneses, australianos, canadenses, neozelandeses e brasileiros. De monarcas, presidentes e comandantes aos mais humildes pracinhas.

Mas, entre os alemães, alguns velhos maçons também sobreviveram, seu sofrimento ajudando a redimir, de alguma forma, a memória da histeria coletiva nazista. Eles eram o penhor da consciência alemã, a demonstração de que a velha chama da civilização alemã continuara, embora com luz tênue, a brilhar durante a barbárie.

Em 14 de junho de 1954, a Grande Loja O Sol (Zur Sonne) foi reaberta, em Bayreuth, sob um ilustre irmão o Dr. Theo Vogel, núcleo da Grande Loja Unida da Alemanha (VGLvD, AF&AM -http://freimaurer.org/vgl/index.htm). Nesse momento, o miosótis foi aprovado como emblema oficial da primeira convenção anual, realizada por aqueles que conseguiram sobreviver aos anos amargos do obscurantismo. Nessa convenção, a flor foi adotada, oficialmente, como um emblema Maçônico, em honra àqueles valentes Irmãos que enfrentaram circunstâncias tão adversas.

Certamente, na platéia, estava o Venerável Mestre da Loja Leopold ZurTreue, agora nº 151, ostentando orgulhoso sua jóia recuperada e reconstituída, suas emendas de solda constituindo-se num testemunho mudo e comovente da história.

Finalmente, para coroar, quando Grão-Mestres de todo o mundo encontraram-se nos Estados Unidos, o Grão-Mestre da recém formada Grande Loja Unida da Alemanha7 presenteou a todos os representantes das Grandes Jurisdições ali presente com um pequeno miosótis para colocar na lapela.

O miosótis também é associado com as forças britânicas que serviram na Alemanha, em especial na região do Rio Reno, logo após a guerra. Há uma Loja, jurisdicionada à Grande Loja Unida da Inglaterra, a Forget-me-not Lodge nº 9035 (http://www.pglwilts.co.uk/page51.html), Ludgershall, Wiltshire, que adotou a flor como emblema. Foi formada especialmente para receber os militares ingleses que retornavam do serviço na Alemanha.

Foi assim que essa mimosa florzinha azul, tão despretensiosa, transformou-se num significativo emblema da Fraternidade – talvez hoje o mais usado pelos maçons alemães.

Ainda hoje, na maioria das Lojas germânicas, o alfinete de lapela com o miosótis é dado aos novos Mestres, ocasião em que se explica o seu significado para que se perpetue uma história de honra e amor frente à adversidade, um exemplo para as futuras gerações Maçônicas de todas as nações.

1. Harry Mendoza, Serendipity, Lewis Masonic & Q.C.C. Sales London, 1995.
2. No Brasil, acostumados às sessões semanais, muitos de nós desconhecem um antigo costume das Lojas Maçônicas dos países saxônicos, onde as reuniões são bem mais espaçadas. Desde os primórdios , os Irmãos eram avisados do próximo encontro por uma convocação, ou Summons, em inglês, alguns até muito elaborados. Entre nós, brasileiros, as Lojas tinham também seu mensageiro, muitas vezes um garoto adotado pela Loja, que ia de porta em porta avisar os Maçons do dia e hora das sessões. Aqui no Rio de Janeiro, em 1992, a Loja York reviveu essa prática. Da mesma forma, os Capítulos do Real Arco americano adotaram essa tradição em todo o Brasil, usando o Chamado ou Chamamento com muito sucesso.
3. Os Past Masters ingleses têm o direito de usar na lapela, nas Sessões Maçônicas, uma jóia exclusiva de sua honrosa posição.
4. KlemensWenzel Nepomuk Lothar, Príncipe de Metternich (1773-1859) foi a mais poderosa influência conservadora na Europa, após a queda de Napoleão I, em 1815. Querendo fazer voltar para trás os ponteiros do relógio, Metternich suprimiu com tal rigor os movimentos liberais e nacionalistas europeus que acabou por precipitar as grandes revoltas de 1848.
5. Eugen Lennhoff, Die Freimaurer – The Freemasons, Lewis Masonic, edição em ingles, revisada, 1994.
6. O uso do miosótis como identificação secreta pelos Maçons alemães foi contestado no Square Magazine de setembro de 1988 pelo irmão Cyril Batham, Past Master da Loja Quatuor Coronati nº 2076, mas, em que pese toda a autoridade do irmão Batham, ele apenas negou a autenticidade da história, sem, entretanto, apresentar os motivos da negativa. Além disso, há anos que a casa Ian Alan Regalia, especializada em paramentos maçônicos, exibe o miosótis em gravatas, alfinetes de lapela e pendantis, em prata, ouro e bijuteria. Por que o fariam, se o miosótis não fosse importante?
7. Na formação da Grande Loja unida da Alemanha aparecem 3 das Grandes Lojas existentes antes da II Guerra Mundial: Grande Loja do Sol, em Bayreuth; Grande Loja de Hamburgo; Grande Loja de Hesse, em Frankfurt (antiga União Eclética); Grande Loja de Bremen; Grande Loja Unidade, em Baden-Baden; Grande Loja Nacional de Niedercachse, em Hanover; Grande Loja Nacional de Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf; Grande Loja Nacional de Schleswing-Holstein, em Luberck; e Grande Loja de Wurttemberg-Baden, em Stuttgart. De acordo com o Listo f Lodges, em 2001 contava com 14.000 irmãos distribuídos em 490 Lojas.

(*)Publicado na revista maçônica "Engenho & Arte" n° 10 de outubro de 2002, editor João Guilherme C. Ribeiro

Fonte: JBNews - Informativo nº 259 - 14.05.2011