Autor: Francisco Feitosa, 33º MI
da ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG
Secular e cosmopolita é a nossa
Ordem, perdendo-se nos anais dos tempos sua origem. E, como as demais Escolas
de Iniciação, tem suas peculiaridades, que devem ser observadas e refletidas
durante nossa ousada e solitária vereda nos caminhos da iniciação maçônica.
Antes de abordá-las, em detalhes, permitam-me uma breve definição: A palavra
“iniciação” se define como o ato ou a ação de iniciar; de iniciar uma ação; de
sair do estado de inércia; de iniciar-se nos Mistérios de uma determinada
doutrina.
Não é por casualidade que é
chegado o momento em nossas vidas, que deparamos com perguntas sobre a origem
do homem, seu destino e quais os objetivos a serem alcançados neste plano
físico. Quando despertamos a atenção para estes questionamentos, quando não
mais encontramos contentamento na “fé cega”, naquilo que tentam nos fazer
acreditar como verdade, é neste incômodo momento de busca dessas respostas que,
por causalidade, somos levados aos Portais de uma Escola de Iniciação.
Ao longo da história da
humanidade, um sem número de Ordens de Mistérios surgiu na face da Terra,
sempre com o objetivo de acolher e preparar, aqueles que, por mérito cármico,
alcançaram em sua trajetória evolucional, grau de consciência para sorver os
seus excelsos ensinamentos. Essas Ordens, e aqui falo das verdadeiras Ordens de
Iniciação, estão ligadas à Grande Fraternidade Branca, ao Governo Espiritual do
Mundo. Cada uma tem, em sua época, seu campo de atuação, seus objetivos,
conforme os desígnios do GADU.
O postulante à iniciação “baterá
as portas”, intuitivamente, da Escola relativa ao seu grau de consciência, pois
tudo está medido, contado e pesado nos planos da Divindade.
Nossa Ordem, no aspecto
exotérico, tem sua atuação no campo sócio-político. As campanhas filantrópicas,
ações emergenciais de ajuda aos flagelados, etc. As Ações Sociais e de
Filantropia das Potências/Obediências Maçônicas são o mais fiel retrato disso, preocupadas
com as áreas da política, dos direitos humanos e do meio ambiente, e em dar
apoio participativo aos bons projetos e, principalmente, em fiscalizar a
atuação dos nossos políticos.
O trabalho filantrópico é
fantástico e muito necessário, alivia a dor, a fome e a sede daqueles nossos
irmãozinhos desafortunados. Isso, não deixa de ser um resgate cármico do
passado. A fiscalização dos nossos políticos é o nosso papel de cidadão e a
Democracia Participativa, nos organizará para a excelência do exercício da
cidadania.
No aspecto esotérico, também,
temos como objetivo a transformação do mundo, mas, agora, não mais atuando de
fora para dentro, e, sim, de dentro para fora, pois para transformar o mundo,
mister se faz nos transformarmos. E, é justamente dentro deste aspecto, o
esotérico, que eu gostaria de, apenas, lembrar, já que não é novidade, o papel
importante que o iniciado tem dentro da doutrina que ousa seguir.
Palavras de um Mestre a um
postulante à iniciação: “Se souberes das responsabilidades do caminho, talvez,
jamais ousarias segui-lo.”
A milenar egrégora maçônica,
alimentada e manutenida por nossas vibrações mentais, é um poderosíssimo
vórtice energético, quando evocada conscientemente em nossas reuniões, atuando
através dos nossos centros de força – os chacras, despertando valores atentes e
nos condicionando à percepção, cada vez maior, dos seus Arcanos. Se apenas este
singelo parágrafo for entendido, hermeneuticamente, nem se faz necessário a
leitura e a compreensão do restante deste texto.
Como dissemos anteriormente, tudo
está medido, contado e pesado. Em nossos rituais, mais do que instruções
relativas ao grau, ocultam-se verdadeiras “chaves do conhecimento iniciático”,
que se forem bem utilizadas, permitir-nos-ão abrir os nossos “portais internos”.
Os ensinamentos ali contidos, oriundos de grandes Escolas da Antigüidade, têm o
nome de “Ciência Iniciática das Idades”, que, através dos tempos, chegam-nos
trazidos pelos Avataras cíclicos, portadores dos conhecimentos futuros, em prol
da evolução da espécie humana, adotando, em cada época, um rótulo, como Gnose;
Gupta-Vidya; Teosofia; Eubiose; Brahma-Vidya; Caibalion e tantos outros.
Além de nossos rituais, também,
encontramos essas “chaves”, arquetipicamente, na ornamentação do nosso Templo,
esperando-nos para decifrá-las e empregá-las, assim como se apresenta a Édipo,
a Esfinge de Tebas: “Decifra-me ou te devoro”. Tal Esfinge somos nós próprios e
a frase de Sócrates poderá melhor nos fazer entender: “Homem, conheça-te a ti
mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.
A guisa de as Catedrais da Idade
Média, que são consideradas, verdadeiros “Livros de Pedra”, nosso Templo, também,
é um grande livro aberto à nossa percepção, desde que saibamos nos enveredar
nas entrelinhas dos excelsos ensinamentos da doutrina de nossa Ordem.
Ao iniciado cabe seguir, sempre,
em frente. E, assim, a cada passo galgado, abrir-se-á, em sua retaguarda, um
abismo, certificando-o de que retornar representará uma queda evolucional.
Palavras do Mestre JHS: “O Mestre
aponta o caminho, o discípulo segue sozinho, até encontrar novamente o Mestre,
mas agora, dentro de si mesmo.” Cabe, também, ter consciência de si mesmo,
estudar, colocar esses ensinamentos em prática, no teatro da vida, e
repassá-los quando a oportunidade lhe aparecer, buscando, sempre, atingir à
compreensão daquele que, sedento de Luz, lhe pedir auxílio. Por uma questão de
equilíbrio e polaridade, nossa caminhada deve ser exotérica e esotérica,
aliviando o carma do passado e adquirindo consciência para o futuro. Uma
atuação exotérica, horizontal, no plano material e outra esotérica, vertical,
no plano espiritual. Formando a Cruz, o iniciado se posiciona em seu eixo, como
a Rosa na Cruz, o Cristo na Cruz. E, então, por analogia, poderíamos citar as
palavras do Mestre Joshua Ben Pandira, o Jesus bíblico: “Eu sou o Caminho, a
Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não por Mim.”
Seria este Caminho, e não outro o
da iniciação? A Verdade é a qualidade “Ver”, a capacidade de contemplar e
decifrar os Mistérios através dos arquétipos.
O iniciado se transforma por
esforços próprios. A centelha Divina, que habita em nós e, também, em todas as
criaturas, tem que se transformar em Luz. O despertar do fogo serpentino de
Kundaliniirá, gradual e ascendentemente, perpassando nossos canais etéreos ao
longo da nossa coluna vertebral, (com suas 33 vértebras, os mesmos 33 Graus do
REAA, como, também, a idade do Cristo), acendendo os 7 candelabros
místicos, mayavicamente, citados no livro Apocalipse, que nada mais são do que
os nossos centros de força, ou chacras para os orientais, até chegar ao topo da
cabeça (coronal), mostrando-se, ao olhar clarividente, uma auréola de Luz
dourada, a própria Iluminação.
Nós Iniciados Maçons, fomos,
intuitivamente, escolhidos por nossos padrinhos para participarmos da Grande
Obra do Eterno na face da Terra. Pautando nossas ações nos ensinamentos da
doutrina maçônica, fomos transformados em verdadeiras ferramentas, as quais o
Grande Construtor se utilizará em sua construção, e para tanto, precisamos
estar aferidos, afiados, ajustados e calibrados, conforme os ditames do Grande
Mestre, O Senhor dos Mundos, para que “exo e esotericamente” possamos executar
a parte que nos cabe dentro do plano traçado em sua Sacrossanta Prancheta.
Fiquemos por aqui!
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.082
Nenhum comentário:
Postar um comentário