VELAS E SEU SIGNIFICADO NA MAÇONARIA
(Um ensaio sobre as Velas e seus usos na Ordem)
Ir.'. Hercule Spoladore
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Toda vela ao ser acesa, ou será como iluminação, ou como
ornamentação do ambiente ou então fará parte de um ritual onde a concentração
mental e a chama como elementos simbólicos comporão um processo especial onde
acontecerá uma intenção, como por exemplo, um desejo, uma promessa, uma oferta
votiva uma invocação quer com fins religiosos ou mágicos. Na Maçonaria, nos
ritos em que elas existem, participam de um simbolismo muito profundo quando da
invocação de Deus, no inicio e durante e no final de uma sessão ritualística.
É importante o uso do poder da mente e o desejo de se obter
algo quando se acende uma vela. Uma das velas usada na Maçonaria é uma vela
grande chamada círio a qual deverá ter em sua composição mais de 50% de cera de
abelha, o que lhe garantirá uma chama pura.
As velas são usadas desde a mais remota antiguidade,
inclusive sendo usadas pelos pagãos e pelos povos primitivos ou como iluminação
ou com fins iniciáticos ou religiosos. Somente a partir do século V foi que seu
uso se generalizou na Europa.
A vela não é, portanto, um símbolo criado pela Maçonaria,
sendo emprestado da Igreja Católica adotado por ela, e que também copiou dos
antigos e deu sua própria versão.
As verdadeiras velas são constituídas por um bastonete de
cera de abelhas, ou então as fabricadas hoje industrialmente não sendo,
portanto, as verdadeiras velas de outrora, onde usam uma composição de acido
esteárico ou de parafina que envolve uma mecha luminosa, cuja combustão fornece
uma chama luminosa. A matéria prima mais empregada era a fabricação de velas
era cera de abelha, sebo, óleo de baleia, gordura animal. Posteriormente a
indústria mais desenvolvida passou a usar produtos de destilação do petróleo,
xisto betuminoso (parafina) bem como ésteres esteáricos da glicerina
(estearina). Nas funções religiosas da Igreja Católica são usados os círios que
é em realidade, uma vela grande. A maçonaria adotou o mesmo critério. Durante
séculos os círios foram fabricados em cera de abelha pura. Isto é, sem mistura.
A chama de um círio é para os Maçons, pura, viva e
ritualística e há nela uma profunda espiritualidade. Enquanto que a chama
produzida a gás, ou por velas de estearina ou parafina, que fazem parte das
velas comuns, e ainda por lâmpadas elétricas imitando uma chama de vela são
estranhas artificiais e impuras, mas substituem as velas de cera, porque tudo
mudou no mundo.
Os tempos mudaram a Maçonaria, não em seus princípios que
continuam duradouros, mas mudou e os maçons de hoje também mudaram, mas a
essência deste simbolismo não mudou e através da imaginação e do seu poder
mental os maçons podem sentir que as ditas velas chamadas impuras possam fazer
o mesmo efeito simbólico das velas puras, pois tudo é simbolismo. É tudo uma
questão de reprogramação mental Hoje as velas de cera de abelha são bastante
caras e não se tem mais a certeza de que sejam totalmente de cera de abelha.
Então que se imagine e que se que a chama de uma vela atual tenha o mesmo valor
simbólico e espiritual, mas o maçom terá que senti-lo como tal, e que as sempre
lembradas velas de cera de abelha e a essência dos princípios maçônicos
continuarão os mesmos.
Antes do advento da luz elétrica as velas eram usadas com
fins litúrgicos na Maçonaria simbolicamente, e também como iluminação dos locais
onde os maçons se reuniam. Hoje fabricam lâmpadas elétricas que simulam
artificialmente a chama de uma vela. Atualmente uma grande maioria de lojas
substituíram as velas de cera por lâmpadas imitando velas.
Uma rica tradição, simbólica e poderosa foi aos poucos sendo
abandonada em favor do modernismo. Felizmente muitas Lojas, para o bem da
tradição ainda conservam os costumes antigos usando velas de cera de abelha.
Segundo Boucher, a cera de abelhas, quando faz parte de uma
vela acesa apresentam dentro da ritualística maçônica os seguintes símbolos:
Trabalho, Justiça Atividade e Esperança.
Há ainda outro símbolo, muito usado na Maçonaria Americana,
a Colmeia que significa o Trabalho e a Diligência.
No Catolicismo o uso das velas é antigo, apesar dos primeiros
cristãos ridicularizarem os pagãos que empregavam velas em seus ritos, e
passaram a usa-las. As velas foram oficializadas quando no século V em
Jerusalém foi feita a primeira procissão de velas. No século XI a Igreja adotou
o uso das velas sobre os altares, já que até então elas eram dispostas a frente
dos altares para uso litúrgico e atrás dos mesmos para ornamentação e
iluminação.
Para alguns autores sacros o Pai seria a cera, o Filho, o
pavio e a chama seria Espirito Santo. Ainda representaria outro ternário: corpo
alma e espirito.
Se observarmos atualmente os círios na Igreja Católica eles
contem inúmeros símbolos gravados no bastonete da vela de cera que usam.
As velas são usadas em festas judaicas em especial na festa
de Hanukhah ou Festa da Dedicação ou ainda das Luzes, que dura oito dias, e são
acesas progressivamente oito velas, uma cada dia, do chanukiá, que é um
candelabro de nove braços, no centro do qual existe uma pequena vela, que serve
para acender as outras 8 velas. Um dos símbolos importantes do judaísmo é um
candelabro de sete braços chamado menorah. Não será necessário dizer que
durante as cerimônias cada braço será o suporte de uma vela acesa.
Na umbanda e no candomblé como são conhecidos atualmente,
também usam as velas como oferendas ou como pedidos. Os adeptos destas
religiões costumam acender velas de cores de acordo com as entidades invocadas.
Adeptos do ocultismo, ou também como são conhecidos
atualmente como bruxos ou simplesmente magos utilizam velas para realizar seus
rituais, com fins mágicos. Segundo manuais de ocultismo os magos visam através
destas práticas, liberar seu subconsciente. Trabalham em silêncio e seus
trabalhos exigem muita concentração. Costumam antes das sessões de magia,
queimar incenso para despertar a mente. A seguir usam um óleo especial para
untar a vela visando desta forma criar um elo entre a vela e o mago através do
tato. Ainda ao passar as mãos na vela acreditam que transmitam a ela as suas
próprias vibrações que passaria a atuar como um magneto psíquico. Enquanto o
mago unta a vela, ele dirige a mente ao que está desejando. Citam os manuais de
magia que todo trabalho perfeito do mago é realizado em primeiro lugar na sua
mente. “O que sem tem na mente torna-se realidade” afirma uma escola
parapsicológica. Como se pode observar o uso das velas nestas situações é
importante até na Magia.
Segundo autores maçônicos a velas da época das corporações
de oficio e das guildas seriam ofertas votivas. Não nos dão a ideia de que os
maçons operativos promoviam a guarda de votos de gratidão, por graças
recebidas. Mas como a maçonaria operativa era totalmente católica e a Igreja já
existia há mil anos antes dos maçons operativos se acredita que estes seguiam a
mesma tradição católica em relação ao uso das velas. Seria apenas a continuação
de um costume já antigo no mundo, religioso ou não.
A tradição maçônica está ligada a todas as filosofias
antigas às religiões, inclusive a Católica, e em especial em muitos dos seus
símbolos.
Um fato que chama a atenção é que após a fundação da Grande
Loja de Londres fundada em 24/06/1717, quando a Maçonaria ilusoriamente se
tornou Especulativa ou Moderna, pois desde 1600 já estavam recebendo “maçons
aceitos”, a orientação católica enfraqueceu a Ordem dela passou a contar com a
participação muito grande de pastores principalmente de anglicanos e luteranos.
Foi nesta fase que a Ordem além da influência evangélica, começou a receber um
novo contingente de alquimistas, cabalistas, rosacrucianos e ocultistas que
enriqueceram os nossos símbolos, em nossos rituais. Somos obrigados a
raciocinar que estes novos tipos de maçons introduziram algum simbolismo a mais
às velas, além dos sentidos espirituais.
Mas de qualquer forma as velas que desde as épocas mais
distantes representam para certas correntes espiritualistas a Sabedoria,
Iluminação, Conhecimento e Realização espiritual e ainda a alma imortal.
Sabemos que os maçons pertencentes à Grande Loja e Londres eram
chamados de Modernos e que tiveram por muito tempo influência grande no mundo
maçônico. Eles acendiam velas, provavelmente círios (vela grande) em seus
candelabros e as chamavam de as Três Grandes Luzes que representavam as posições do Sol em seu trajeto
diário e noturno nas vinte e quatro horas. Diziam também que elas significavam
o Sol, a Lua e o Venerável da Loja.
Este conceito temos até hoje em nossas instruções em Loja.
Entretanto a grande rival da Grande Loja de Londres, ou
seja, a Grande Loja dos Antigos e Franco Maçons, fundada em 1753, consagrada
aos Antigos obedeciam às Antigas Obrigações (Old Charges) que até então
respeitavam os “maçons livres em loja livre” isto, é lojas sem potência.
Somente em 1813 é que se uniram a Grande Loja de Londres e a
Grande Loja dos Antigos e Franco Maçons e fundaram a Grande Loja Unida da
Inglaterra como é conhecida hoje. Os Antigos admitiam as três velas como
Pequenas Luzes que representavam o Venerável e os dois Vigilantes E as Grandes
Luzes que seriam o Livro da Lei o Esquadro e o Compasso.
Os círios ou velas são também chamados de Estrelas. Por isso
usa-se em Maçonaria a expressão “Tornar as estrelas visíveis” quando o Venerável
ordena em alguns ritos que se acendam as velas. Quando uma Loja recebe
visitantes ou Dignitários ilustres e que serão recebidos de acordo com o
protocolo de recebimento com tantas estrelas conforme sua importância na Ordem.
Todavia segundo um antigo costume as estrelas (velas) não serão usadas para
iluminar os visitantes, mas sim para representar Luz que eles representam.
O número e a disposição das velas em Loja variam, conforme o
costume, grau, rito e até à potência à qual pertencem.
Desde o inicio da Maçonaria Especulativa ou Moderna foram
usadas três velas grandes (círios) colocando-as em cima de grandes candelabros.
Está claro que deveriam existir outros tipos de velas ou candeeiros com
finalidade de iluminação, ou fonte de luz já que não já nesta época não se
tinha descoberto o uso da energia elétrica. Em algumas Lojas eram colocados no
chão em forma de triângulo. No fim do século XIX as velas foram colocadas ao
lado do Venerável e dos Vigilantes (tocheiros como são chamados no Trabalho de
Emulação).
Atualmente dependendo do Rito usa-se uma vela em cima do
Altar das Luzes e além das três citadas, usa-se três círios ao lado do Altar
dos Juramentos, ou painel das Lojas ou como no caso do Rito de Schröder que não
tem Altar dos Juramentos, mas estende-se o seu maior símbolo, o Tapete entre
três círios.
O modernismo fez com que quase em todas as Lojas, a velas
fossem substituídas por lâmpadas de luz elétrica imitando os bastonetes das
velas.
Portanto, não há mais parâmetros de comparação ou um estudo
mais sério a respeito. E com o modernismo veio normalmente a alteração das
interpretações, e eisto é um fato, mas ao lado este detalhe, os inventores,
“achistas” irmãos que gostam de aparecer, fazendo suas fantasias virarem
procedimentos, trataram de alterar ainda mais a Ordem. E estas mudanças feitas
pelo próprio maçom, acabam tornando-se verdades para principalmente os que
foram iniciados na Ordem após elas terem disso realizadas.
Posteriormente com a criação de novos Ritos foram criados
procedimentos ritualísticos, diga-se de passagem, alguns deles muito lindos
como é o caso do Rito Adonhiramita e o Rito de Schröder (Alemão).
Já o Rito Francês ou Moderno aboliu-se definitivamente o uso
das velas, do Altar dos Juramentos e da Bíblia.
O REAA usa as velas com finalidade litúrgicas. Além das
velas sobre os altares do Triângulo Dirigente, é comum observar velas acesas em
cima dos altares do Orador e Secretário e das Luzes Místicas que triangulam o
Altar dos Juramentos onde deve estar a Bíblia aberta. Estas três velas
representariam simbolicamente os três aspectos da Divindade: Onisciência,
Onipresença e Onividência.
No Trabalho de Emulação usam-se os chamados tocheiros que
são um tipo de coluna pequena sobre a qual um círio permanece aceso durante a
sessão. São três tocheiros, um à direita do Venerável e um ao lado de cada um
dos Vigilantes.
As cerimônias de acendimento das velas deveriam obedecer
alguns princípios que seguem as antigas tradições Sempre o Fogo Sagrado deverá
vir do Oriente, pois toda Sabedoria, e toda Luz vem do Oriente.
As velas não podem ser acesas com isqueiros, gasolina
fósforos enxofrados, ou qualquer outro meio que produza fumaça ou cheiro
fétido. A vela do Altar do Venerável deverá ser acesa através de outra vela
intermediaria, para que a chama recebida possa ser pura. Igualmente ao apaga-la
não poderá ser com o hálito que é considerado impuro, ou com dois dedos se
tocando, abafando a chama como é comum ocorrer. Esta tradição a Maçonaria foi
buscar na Antiga Pérsia segundo Boucher que afirma que o culto ao Fogo dos
persas era tão sagrado que jamais empregavam o hálito ou sopro para apagar a
chama, bem como jamais usavam agua para apagar o fogo. Isto quando estavam
executando uma cerimonia sagrada ou ritualística. Provavelmente usavam o sopro
e a agua para apagarem o fogo fora dos seus templos ou lugares sagrados.
Devemos usar um velador, adaptado com um abafador. Um
velador é um suporte fino de uns 30 cm de comprimento feito de madeira ou metal
na extremidade do qual existe um disco para a vela ou candeeiro. Perto da
extremidade adapta-se um abafador pequeno de metal para apagar a vela. Todavia
nem sempre o velador deverá ter um abafador ou apagador de velas, acoplado. Um
abafador ou apagador de velas poderá ser uma peça de madeira ou de ferro, tendo
presa a uma das suas extremidades uma espécie de campânula que se usará para
abafar ou apagar a chama da vela, mas nunca com sopro ou outro meio.
Alguns autores sugerem que o Venerável e Vigilantes utilizem
o próprio malhete para apagar a vela de seus altares. Não nos parece esta
prática, uma maneira adequada para se apagar uma vela dentro de uma sessão
ritualística que tem um simbolismo tão profundo. E ainda tem que se considerar
que o malhete não foi feito para dar pancadas em velas para apaga-las. Isto é
um absurdo.
Três dos Ritos existentes no Brasil têm uma ritualística
própria e especial muito interessante com relação às velas, que merecem ser
mencionadas. São muito lindas, e repleta de espiritualidade, que vale a pena
serem descritas como está no Ritual porem de maneira sintética só descrevendo
suas etapas mais importantes, onde mostram o trajeto das velas durante esta
cerimônia de abertura e fechamento da Loja.
No Rito Adonhiramita esta passagem ritualística chama-se
Cerimônia do Fogo. Antes do inicio da sessão o Arquiteto, Mestre de Cerimônia e
1º Experto acendem o Fogo Eterno ( Reavivamento da Chama Sagrada) que é uma
grande vela um círio portanto, que fica situado no Oriente entre o Altar dos
Juramentos e o Altar do Venerável. Após iniciada a sessão é realizada a
Cerimônia da Incensacão que é uma parte da ritualística. A seguir, o Venerável
ordena ao Mestre de Cerimônia que realize a Cerimônia do Fogo. O Mestre de
Cerimônias com um velador ou acendedor apanha a Chama Sagrada junto ao Fogo Eterno,
que está entre o Altar dos Juramentos e o Altar da Sabedoria ou do ou do
Venerável e o conduzirá ao Altar do mesmo. Este, ao receber o velador, ergue-o
com as duas mãos à altura de sua face e diz: “Que a Luz da Sabedoria ilumine
nossos trabalhos” Em seguida acende sua vela e diz ”Sua Sabedoria é infinita” o
Mestre de Cerimônia leva a chama ao Altar do Primeiro Vigilante Este igualmente
ergue o velador à altura da face e diz” Que a Luz de sua Força nos assista em
nossa Obra”. Acende sua vela e diz: “Sua Força é infinita” Repete-se o mesmo
procedimento com o 2° Vigilante e este dirá: ”Que a Luz de sua Beleza
manifeste-se em nossa Obra”. Acende sua vela e diz: “Sua Beleza é infinita”.
O Mestre de Cerimônia apaga a Chama do velador com o
abafador ou apagador e comunica ao Venerável que terminou a cerimônia. Este no
final da sessão após vários procedimentos ritualísticos determina ao Mestre de
Cerimônia que proceda o adormecimento do Fogo.
O Mestre de Cerimônias vai até o 2° Vigilante e entrega-lhe
o abafador ou apagador. Este adormece a Chama dizendo “Que a Luz de sua Beleza
continue a flamejar em nossos corações”. Devolve o apagador para o Mestre de
Cerimônias vai ao Altar do Primeiro Vigilante entrega-lhe o apagador : “Que a
Luz de sua Força permaneça em nossos corações” e adormece a sua chama. É
devolvido ao Mestre de Cerimônia o apagador que vai até o Venerável e este ao
apagar ou adormecer a sua Chama dirá: “Que a Luz da Sabedoria prossiga
habitando nossos corações”. O Mestre de Cerimônia volta ao seu lugar a e avisa
que procedeu a Cerimônia de Adormecimento do Fogo.
O Venerável termina a sessão, todos saem, permanecem no
Templo apenas o Irmão Cobridor Interno, Mestre de Harmonia e Arquiteto, sendo
este o ultimo a sair do templo após adormecer a Chama Sagrada o que fará em
companhia do Mestre de Cerimonia e 1° Experto que se colocam numa posição a
formar um triangulo. O Arquiteto fechará o templo.
No Rito de Schröder ou Rito Alemão no centro do Templo há um
Tapete o qual contem todos os símbolos do Rito e que é desenrolado no inicio
dos trabalhos de uma sessão, sendo enrolado no final com uma ritualística
especial. Ao lado do tapete junto às bordas estão três Colunas Dórica Jônica e
Coríntia de 90 cm a 120 cm em cima das quais estão três círios, um em cada coluna.
Já antes do inicio da sessão deverá estar acesa uma vela
fixa, chamada de Luz do Mestre, no Altar do Venerável o qual entregará ao
Primeiro Diácono uma pequena vela que foi acesa na Vela do Mestre. O Primeiro
Diácono vai até o Altar do Segundo Vigilante e acende sua vela e a seguir vai
até o Altar do Primeiro Vigilante e acende também sua vela. A seguir o Primeiro
Diácono segue pelo Norte e vai até o Altar do Primeiro Vigilante e vai até a
Coluna Jônica que está ao lado Tapete e aguarda o Venerável que chega em
seguida e lhe entrega sua pequena Vela. O Venerável acende com esta pequena
vela o círio da Coluna Jônica e diz “Sabedoria dirija nossa Obra”. O Primeiro Vigilante acende o
círio da Coluna Doria e dirá: “Força, execute-a” e o Segundo Vigilante acende
em seguida o círio da coluna Coríntia e diz: “Beleza, adorne-a”. No final da
Sessão, O Venerável e os Vigilantes se colocarão junto às suas colunas
representativas já citadas, que estão localizadas nos três cantos ao lado
Tapete. Os círios vão sendo apagados e as Luzes da Loja dirão: Primeiro
Vigilante - “A Luz se apaga, mas que, em nós atue o fogo da Força”. 2°
Vigilante – “A Luz de apaga, mas que fique, em torno de nós o brilho da
Beleza”. Venerável: – “A Luz se apaga, mas que, sobre nós continue a brilhar a
Luz da Sabedoria”
O Rito Brasileiro não nega que tenha emprestado as
cerimônias mais lindas dos demais ritos praticados no Brasil e colocadas no seu
ritual. Tem também a cerimônia do acendimento das Luzes Místicas que é uma
adaptação das cerimônias usadas nos Ritos Adonhiramita e de Schröder, mais
simples, porem também muito bonita.
O Criador dos mundos emite continuadamente Sabedoria Força e
Beleza. Para nós Maçons, compete apenas abrirmos o canal espiritual para
recebermos esta Energia. Uma vela dentro da nossa ritualística, quando acesa
funciona como um emissor repetidor das vibrações mentais nela enfocadas e
concentradas. Enquanto estiver ardendo a chama estará se repetindo o propósito
pelo qual a vela foi acesa. Ela é, pois o símbolo do Fogo Sagrado emitido pelo
GADU. Mas não esqueçamos que através tão somente do poder mental que todos nós
possuímos, verdadeira dádiva de Deus, poderemos desde que nossa mente
devidamente sintonizada em ondas alfa ou téta, e programada para esse fim,
conseguir o mesmo efeito que uma vela acesa dentro de um Templo maçônico. Tudo
dependerá do grau de concentração no Criador. Mas de qualquer forma as velas
sagradas usadas nas nossas ritualísticas, tem um valor muito grande para que
nossa mente fique focada totalmente no GADU e a Maçonaria soube de maneira tão
profunda e linda, usar o poder mágico das Velas.
Referências
ASLAN, Nicola - Grande Dicionário Enciclopédico da Maçonaria
Simbólica Vol. 4
BOUCHER, Jules - La Symbolique Maçonique
CASTELLANI, José – Liturgia e Ritualística do Aprendiz Maçom
CHARLIER, René Joseph – Pequeno ensaio da Simbólica
Maçônica
HOWARD, Michael - Uso mágico das Velas e seu significado
oculto
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.087
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