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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

CADEIA DE UNIÃO

Ir∴ Paulo de Tarso Palombo Luiz de Souza 
Loja Simbólica Estrela do Araguaia II, 1912

Devemos considerar “Cadeia de União” na Maçonaria, como sendo uma “corrente” de anéis que “une” as partes teóricas e práticas. O símbolo formado por múltiplos anéis interligados entre si, sem princípio nem fim, evidencia a união perfeita, igual e imutável daqueles que aceitam unir-se por laços fraternos. Esta “corrente” vem sendo formada pelos seres humanos, dentro dos templos, entrelaçando-se os braços, unindo-se os corpos e as mentes, em uma demonstração e confirmação de bons propósitos. A “Cadeia de União”, formada dentro de um Templo, não simboliza a união fraterna; ela em si demonstra ser a própria fraternidade.

Se nos reportarmos ao passado, concluiremos que a origem da “Cadeia de União” estava presente na vida do homem primitivo, que sentado em forma de círculo para aproveitar o calor em torno da fogueira, organizando-se socialmente próximos uns dos outros especialmente à noite, descansando, iniciavam suas comunicações sobre suas conquistas e aventuras, obtendo dos mais velhos, conselhos necessários e dos que detinham autoridade, as ordens do que deveriam cumprir. Considerando os aspectos místicos que recém-despertados, como o próprio culto ao fogo, aspirando o “perfume” da madeira queimando, envoltos na fumaça, como se fosse um incenso rudimentar, “sentiam” o “som” do crepitar das chamas, aquele hábito, de insatisfação nas reuniões e o bem-estar da situação, faziam com que a amizade fosse sincera e cultivada, eram quem sabe, os primeiros elos ao culto da fraternidade.

Mais tarde, observamos que tudo no Universo transcorre em círculos e cadeias. O Sistema Solar, a rotação dos astros e a própria Terra obedecem as leis simples, claras e harmônicas, movimentando-se em círculos. Até o próprio viajante perdido no deserto caminha em círculos.

Sendo assim, cada Maçom constitui um “elo” da “Cadeia de União” e fora de sua formação, faz parte dos “elos em expectativa”, para reunidos atuarem em conjunto. Dessa forma, nenhum “elo” permanecerá isolado e fora do todo após ter participado de uma “Cadeia de União”. Porém, e isso está impregnado de esoterismo, o que faz a formação mental é a “Palavra Semestral”, que tem o dom mágico, assim como um sopro divino, de unir os “elos” esparsos.

Por isso, se faz necessária a aproximação entre os “elos” periodicamente, e não como um aspecto meramente administrativo, onde a “Cadeia de União” é formada exclusivamente para a transmissão da “Palavra Sagrada”, não podendo ser esquecida a contribuição esotérica desse momento de união, e tornando escassa a atividade espiritual, restringindo o direito que todos adquiram usufruir da “força”, representada pela “União em Cadeia”, que nos traz o benefício da meditação, do fortalecimento íntimo por meio da dádiva da paz, e sabedoria.

Muitos confundem a “Corda de 81 Nós” com a “Cadeia de União”, confundindo dessa maneira “elos” com “Nós”. Vale lembrar que “elo” é um elemento que une dois outros “elos”, mantendo-os isolados e livres. Já os “Nós”, são formados por uma só “corda”, que se entrelaça e prossegue; portanto, o nó não une.

A “Cadeia de União” é formada por tantos “elos” quanto o número de maçons presentes. Os elos nunca são os mesmos, porém, por terem os maçons amor fraterno e universal, estão acorrentados aos seus irmãos de Loja, na solidariedade do bom senso comum e do crescimento espiritual. Também pode ser descrita como uma prisão mística e ser o mais belo símbolo dentro de uma Loja, isto é a “cadeia” em direção a “união”, por isso o Salmo 133, “Oh! Quão bom e agradável viverem unidos os irmãos”, que nos revela que a união entre os irmãos os faz uma só pessoa, não podendo ser mais bem mostrada pelo símbolo da “Cadeia de União”.

O objetivo primário da Maçonaria é unir os irmãos de tal forma que devam e possam parecer um só corpo, uma só vontade, um só espírito. Demonstração disso é a abertura do Livro da Lei, que é um ato de cerimônia que conduz o pensamento dos obreiros à Divindade.

Cada participante da “Cadeia de União” no início é um elo, mas logo passa a ser “corrente” plena. Dentro de cada um de seus participantes, no seu centro, se encontrará nos centros dos demais, e sem perceber, formará um centro único, o centro da vida verdadeira.

Concluo, afirmando, que a Maçonaria não é o “abrir e fechar” de um Ritual, mas vivenciá-lo.

Fonte: JBNews - Informativo nº 292 - 16.06.2011

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