Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sábado, 4 de janeiro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

USO DE NOTEBOOK NOS TRABALHOS

Em 25/04/2024 o Respeitável Irmão André Paiva Lima, Loja Estrela do Mar, 1912, REAA, GOB-PR, Oriente de Matinhos, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:

NOTEBOOK NOS TRABALHOS

Estou como Orador de minha Loja, e estou com várias dúvidas, mas tenho uma em específico, que é em relação a utilização de Notebook ou eletrônico em Loja aberta, no caso não achei nada dizendo que pode e que não pode utilizar deste recurso para alimentar dados do PROLOJA (chanceler) e/ou consultar RGF por parte do Orador.

Sabe me dizer se tem algo a este respeito?

CONSIDERAÇÕES:

Não existem óbices para que mecanismos de informática sejam utilizados para auxiliar nos serviços administrativos da Loja, desde que este progressismo não interfira na liturgia e ritualística maçônica, isto é, desde que não prejudique ou interfira no andamento do ritual e nem seja contrário ao sigilo maçônico, este último um dos verdadeiros Landmarks da Ordem.

Um exemplo do que não pode, é enviar a ata dos trabalhos de uma sessão maçônica por correio eletrônico para que os Irmãos façam sua leitura fora da Loja, isto tudo sob a capenga alegação de que é para se ganhar tempo.

Por outro lado, nada impede que a redação da ata seja feita com a utilização de um notebook, por exemplo. Também nada impede que boletins, formulários e outros materiais de expedientes transitem por meio eletrônico.

Já no caso da leitura e aprovação da ata, isto é improcedente, pois o ritual deixa bem claro que a mesma deve ser lida e aprovada em Loja aberta, inclusive com a fiscalização do Orador. À vista disso, o ritual não pode ser alterado (vide Ritual de Aprendiz, REAA, 2024, página 12, título 1.2 – Interpretação deste Ritual).

Assim, desde que não haja interferência no ritual vigente, nem fira princípios legais, a informatização de expedientes e afins relativos ao gerenciamento da Loja, integrada aos Poderes Estadual e Central via plataformas específicas, como é o caso do PROLOJA, é perfeitamente admissível, mesmo porque isso já é uma realidade.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONS FAMOSOS


MIGUEL AUGUSTO BOMBARDA (Rio de Janeiro, 1851 - Lisboa, 1910). Médico, cientista, professor e político republicano em Portugal, nascido no Brasil. Doutor em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, médico e professor de prestígio internacional, realizou uma extensa obra no campo da Medicina Psiquiátrica e anti-tuberculósica.

Dirigiu e reorganizou o Hospital de Rilhafoles (SP), para alienados, e deixou publicados numerosos livros sobre a sua especialidade. Fundou em 1883, com Manuel Bento e Sousa Martins, o Jornal "Medicina Contemporânea". Liberal e anticlerical conhecido, entrou na política, em Portugal, como deputado (1908), aderindo pouco depois ao ideário republicano e sendo um dos mais importantes organizadores da revolução de 5 de outubro de 1910.

Em 1881, foi afastado da Loja por falta de pagamento das mensalidades, sendo, mais tarde, em 1909, regularizado na Loja Cavaleiros da Paz e Concórdia, de onde passou, no ano de sua morte, para a Loja Irradiação, ambas de Lisboa. Na Maçonaria, adotou o Nome Simbólico de D'Artagnan. Chegou ao Grau de Mestre em 1910.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 1879

Loja: Pureza nº 2, Lisboa, Portugal.

Idade que foi iniciado: 28 anos.

Faleceu aos 59 anos de idade, assassinado por um paciente psiquiátrico.


Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

AS PERSEGUIÇÕES À MAÇONARIA

JBO
M:. M:. da R:. L:. Mestre Affonso Domingues em Fevereiro 2016

Ao longo dos últimos 300 anos a maçonaria passou por perseguições de toda a ordem. Políticas, religiosas, culturais e étnicas. Assim, resolvi apresentar uma breve reflexão sobre a perseguição á maçonaria antes da II Guerra Mundial, e durante a mesma, sumarizando os tempos difíceis pela qual a maçonaria passou nos meados do século XX.

O rol de perseguições á nossa augusta ordem foi enorme e de toda a espécie. Durante as primeiras décadas do século XX essa perseguição atingiu uma particular violência um pouco por toda a Europa.
Começando no primeiro regime Fascista da Europa, na Hungria em 1919 com Bella Kun, e prosseguindo com o regime Fascista de Mussolini em 1923, esses tempos difíceis na maçonaria propagaram-se também a Portugal e a Espanha.

Por exemplo, mesmo aqui ao lado durante, e após, o termo da Guerra Civil Espanhola, o Generalíssimo Franco promulgou em 1940 a Lei de Repressão contra a Maçonaria e o Comunismo. Aliás, Franco atribuía frequentemente todos os males que padecia Espanha ao complot Judaico Maçónico, como se pode testemunhar ainda no seu último discurso feito em Madrid em 10 de Janeiro de 1975.

Das muitas perseguições que a maçonaria sofreu no último século, posso destacar a perseguição sobre o jugo nazi e as coincidências temporais pela qual a maçonaria foi também perseguida em Portugal.
Quando Hitler chegou ao poder em 1933, a sua política estava bem definida, pois já no seu livro "Minha Luta", Hitler dizia que “a maçonaria sucumbiu aos judeus e converteu-se num excelente instrumento para combater pelos seus interesses […]”.

No entanto os esforços para eliminar a maçonaria não eram a sua primeira prioridade. Mas, e após o estabelecimento e fortalecimento das bases do regime nacional-socialista, a perseguição chegou às portas das lojas. Primeiramente, as lojas que defendiam a tolerância, a igualdade, e que de algum modo estavam ligadas aos sociais-democratas ou liberais, foram sujeitas a perseguições e eram pressionadas para abater colunas "voluntariamente".

Nessa primeira fase, durante o ano de 1933 aquelas lojas mais conservadoras, e que estavam dispostas a acomodar-se ao regime, ainda puderam funcionar durante mais algum tempo.

No entanto, os nacionais socialistas desde bem cedo pretenderam excluir de cargos públicos todos aqueles mações que se recusavam a renunciar á maçonaria.

A situação mudaria radicalmente no início de 1934 quando Roland Freisler (Juiz Nazi e Ministro da Justiça do Terceiro Reich) criou o "Volksgerichtshof" (Tribunal do Povo), que não era nem mais nem menos que um tribunal político pelo qual os nacionais socialistas tentavam controlar a população através de penas desproporcionadas e brutais.

Roland Freisler decidiu em Janeiro de 1934 que os maçons que não deixassem as suas lojas até 30 de janeiro desse ano, não se poderiam filiar no Partido Nacional Socialista. Ainda no mesmo mês, Hermann Goering na altura ministro do Interior da Prússia emitiu um decreto ordenando que as lojas se dissolvessem "voluntariamente", e exigindo que essas acções "voluntárias" lhe fossem submetidas para a sua aprovação.

Além disso, as lojas foram atacadas em toda a Alemanha por unidades locais da S.A., que destruíram os templos, e seus recheios. Isto tudo somado á crescente pressão, sobre os funcionários públicos suspeitos de pertencerem á maçonaria (Magistrados, Professores, Militares), levou a que fosse desferido um duro golpe na nossa Ordem.

Ainda em Maio de 1934, o Ministério da Defesa Alemão proibiu a maçonaria, a todo o seu pessoal militar, e civil. Os funcionários estavam proibidos de aderir ou pertencer a qualquer loja maçónica. Nesse Outono de 1934, depois de Himmler e Reinhard Heydrich tomarem as rédeas da Gestapo, a polícia Alemã fechou muitas lojas e confiscou os seus bens.

Entretanto em 28 de Outubro de 1934, o Ministro do Interior do Reich, Wilhelm Frick, emitiu um decreto em que considera as lojas como "hostis ao Estado". Ao serem declaradas hostis ao Estado as lojas  sujeitavam-se a ficar com os seus bens apreendidos.

Só por curiosidade, em Portugal o então deputado José Cabral, Director-Geral dos Serviços Prisionais, apresenta, em 19 de Janeiro de 1935, na Assembleia Nacional, o projecto de lei n.º 2, visando a extinção das associações secretas. O projecto adoptava uma definição de associação secreta que tinha em vista atingir a maçonaria. Enfim coincidências...

Finalmente, em 17 de Agosto de 1935, citando a autoridade de "O Decreto do Fogo do Reichstag (Reichstagsbrandverordnung)*”, Frick ordenou que todas as Lojas restantes fossem dissolvidas e seus bens confiscados.

Também em Portugal em 27 de Março de 1935 a Câmara Corporativa emite um parecer favorável à aprovação do projecto de lei, nº 2 num extenso parecer subscrito por Domingos Fezas Vital, Afonso de Melo, e Gustavo Cordeiro Ramos. A 21 de Janeiro de 1937 foi emitida uma portaria (baseada na lei nº 1901), que dissolve o Grémio Lusitano (Associação profana que suporta o Grande Oriente), e a lei nº 1950 que entrega todos os bens do Grémio Lusitano á Legião Portuguesa.

Ainda em 1935 Reinhard Heydrich Chefe da Polícia de Segurança e do S.D.** dizia que os Maçons, os Judeus, e o Clero, eram os "inimigos mais implacáveis da raça alemã". Afirmava convictamente que era necessário erradicar de todos os Alemães a "influência indirecta do espírito judaico", pois para ele essa influência, "era um resíduo infeccioso Judeu, Liberal e Maçónico, que contaminava acima de tudo o mundo académico e intelectual".

Heydrich criou uma secção especial do Serviço de Segurança SS, Secção II /111, para enfrentar e exterminar especificamente a Maçonaria. O S.D. estava muito interessado neste tema, pois acreditava, que a maçonaria exercia um poder político real, e que controlava a opinião pública através da Imprensa, o que significava que a maçonaria, estaria em condições de fomentar a subversão e a revolução.

Mais tarde a RSHA*** uma mistura de S.D. e de Policia de Segurança formada em 1939 assumiu a secção dedicada á investigação da maçonaria.

No entanto a seguir aos anos tempestuosos de 1934, a 1936 e com a Alemanha a preparar-se para a guerra nota-se em 1937 e 1938, um alívio sobre a maçonaria.

Hitler amnistia alguns membros que renunciaram á maçonaria em Abril de 1938, e foram decididas algumas reintegrações nos serviços do Estado caso a caso. Após a II Guerra Mundial começar em 1939, muitos ex-maçons que tinham sido obrigados a aposentarem-se regressaram ao serviço público, sendo levantada a proibição de ex-maçons servirem na Wehrmacht (Forças Armadas Alemães), inclusivamente como oficiais. No entanto o Partido Nacional Socialista continuou a proibir os ex-maçons a aderirem às suas fileiras embora tenham havido algumas excepções depois de 1938.

Após conquistarem a Europa em 1940, e nos países aonde estabeleceram um regime de ocupação, os Alemães dissolveram as organizações maçónicas e confiscaram os seus bens e documentos.

Assim, alguns dos parceiros Alemães do Eixo decretaram medidas policiais e de segregação desfavoráveis aos maçons. Um exemplo claro desta política é o decreto proferido em agosto de 1940, pelo regime Francês de Vichy. Esse decreto afirmava que os maçons eram inimigos do estado e permitiam a vigilância policial a todo e qualquer maçon. Isso levou a que as autoridades Francesas do Regime de Vichy criassem um arquivo onde estavam identificados todos os membros do Grande Oriente da França, uma das principais organizações Maçónicas francesas;

Quanto ao modo de actuar dos Alemães nas zonas ocupadas, era o seguinte:

Depois de fecharem uma Obediência apreendiam a lista de membros, bibliotecas, mobiliário e outros artefactos culturais. Os itens apreendidos eram enviados para a agência alemã apropriada, principalmente o S.D. e mais tarde, o RSHA.

Também, como parte de sua campanha de propaganda contra a maçonaria, os nazistas e outras organizações de direita locais, montaram exposições antimaçónicas em toda a Europa ocupada. Assim, um pouco por toda a Europa a Alemanha, montou várias exposições, como a de Paris em outubro de 1940, e a de Bruxelas em fevereiro de 1941. Exibindo rituais maçónicos e artefactos culturais roubados de lojas, essas exposições visavam ridicularizar e dirigir o ódio contra os maçons e aumentar os temores de uma Conspiração Judaico-Maçónica.

Além disso a propaganda Alemã durante e guerra, sempre acusou os judeus e os maçons de terem provocado a Segunda Guerra Mundial e serem responsáveis pelas políticas do presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt, que foi identificado como maçon.

Em 1942, Alfred Rosenberg**** foi autorizado por um decreto de Hitler a realizar uma "guerra intelectual" contra os judeus e os maçons. Assim, Hitler concedeu uma autorização a Rosenberg, de livre acesso a todos os arquivos e bibliotecas maçónicas, de modo a ter informação e conhecimentos suficientes para continuar "a luta intelectual e metódica", que era necessária para vencer a guerra.
Aquando do fim da Segunda Guerra Mundial, foram capturados aos Alemães enormes quantidades de arquivos e bibliografia maçónica que tinham sido apreendidas pelas autoridades Alemãs. Esse material foi capturado pelos aliados e enviado quer para Moscovo (importante arquivo capturado na Silésia), quer para Washington e Londres.

Desde o fim da Guerra Fria, muitas colecções relacionadas com a maçonaria foram restituídas aos países de origem, enquanto outras continuam a ser mantidas em armazéns no estrangeiro.

Honestamente é difícil determinar quantos Irmãos morreram durante o regime nacional-socialista apenas por serem maçons, mas uma estimativa conservadora aponta que os números de maçons Alemães que foram executados ou morreram em campos de concentração foram cerca de 80 000. Já, em todos os países ocupados estima-se que tenham morrido há volta de 200 000 maçons.

Por incrível que pareça a II Guerra Mundial além de derrotar o nacional-socialismo veio dar um novo sopro de vida á maçonaria principalmente nos Estados Unidos como explica William J. Jones de Villa Grove, (quinquagésimo terceiro Grão-Mestre do Estado de Illinois, 2000-2003).  Segundo ele, "Após o final da guerra muitos dos homens que combateram além-mar juntaram-se á maçonaria. Eu penso que os veteranos experimentaram uma grande comunhão de objectivos e princípios com os seus camaradas quando estavam no serviço além-mar. Na Guerra eles estavam juntos, com outros homens, e sentiam um parentesco próximo, uma verdadeira irmandade. Quando chegaram aos Estados Unidos, não encontraram esse mesmo sentimento de irmandade que sentiam quando estavam além-mar, e reflectindo chegaram á conclusão que gostariam de se juntar a uma fraternidade, a uma organização masculina, para que pudessem ter uma comunhão semelhante ao que tinham tido quando estavam em serviço além-mar."

O exemplo disso é o do Estado de Illinois. Entre 1940 e 1950 a maçonaria ganhou 55751 novos Irmãos. É caso para dizer que o nacional-socialismo e o fascismo perderam em todos os sentidos para a maçonaria.


FONTES:

NOTAS:

  • * Ordem do Império Presidente para a Proteção de Pessoas e EstadoCom base no artigo 48, parágrafo 2, da Constituição do Reich, prescreve-se o seguinte para a defesa contra os actos de violência comunistas que prejudicam o estado: com base em actos de violência comunistas que acabam com o estado: § 1º. Os artigos 114, 115, 117, 118, 123, 124 e 153 da Constituição do Reich alemão serão suspensos até novo aviso. É, portanto, restrições à liberdade pessoal, ao direito à liberdade de expressão, incluindo liberdade de imprensa, direitos de associação e reunião, intervenções no segredo postal, postal, telegráfico e telefónico, ordens de busca e apreensão de casas e restrições de propriedade, mesmo fora dela de outra maneira permitida por lei. § 1. Os artigos 114, 115, 117, 118, 123, 124 e 153 da Constituição do Reich são suspensos até novo aviso. [Habeas corpus], liberdade de opinião, incluindo a liberdade de imprensa, a liberdade de organizar e reunir, a privacidade das comunicações posta, telegráficas e telefónicas. Os mandados para pesquisas domiciliares, ordens de confisco e restrições de propriedade são, portanto, permitidos além dos limites legais prescritos de outra forma.
  • **Sicherheitsdienst (alemão: [zɪçɐhaɪtsˌdiːnst], Serviço de Segurança), o título completo Sicherheitsdienst des Reichsführers-SS (Serviço de Segurança do Reichsführer-SS), ou SD, foi a agência de inteligência das SS e o Partido Nazista na Alemanha nazista. A organização foi a primeira organização de inteligência nazista a ser estabelecida e foi considerada uma organização irmã com a Gestapo, que a SS se infiltrava muito depois de 1934. Entre 1933 e 1939, o SD foi administrado como um escritório SS independente, após o qual foi transferido para a autoridade do Reich Main Security Office (Reichssicherheitshauptamt; RSHA), como um dos seus sete departamentos / escritórios. O Seu primeiro diretor, Reinhard Heydrich, destinado ao SD a trazer cada indivíduo dentro do alcance do Terceiro Reich sob "supervisão contínua".
  • *** O Reichssicherheitshauptamt, (em português Gabinete Central de Segurança do Reich) abreviado como RSHA, era o órgão do Partido Nazista que controlava as polícias, segurança alemãs e administração das mesmas no período de 1939, quando foi criada, até 1945.
  • **** Alfred Rosenberg (Reval, 12 de janeiro de 1893 — Nuremberg, 16 de Outubro de 1946) foi um político e escritor alemão, sendo o principal teórico do nacional-socialismo, sintetizado na obra O Mito do Século XX(Der Mythus des zwanzigsten Jahrhunderts, 1930). Conselheiro de Adolf Hitler, chegando a ser ministro encarregado dos territórios da Europa Oriental, em 1941, onde deportou e exterminou centenas de milhares de pessoas, principalmente judeus. O Tribunal de Nuremberg (ou Nuremberga) condenou-o à morte por enforcamento, pelos crimes de guerra.
Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

DISPENSA DE FORMALIDADES RITUALÍSTICAS

Em 22.04.2024 o Respeitável Irmão Pedro Guglielme Neto, Loja Cavaleiros da Paz, 164, REAA, GOP (COMAB), Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, faz a pergunta seguinte.

RECREAÇÃO

Normalmente, no período de instrução, o Venerável Mestre põe a Loja em “recreação” para que a palavra corra mais solta e possa voltar. Porém numa das últimas sessões questionou-se o termo. O Irmão teria sugestão de algum outro termo a utilizarmos? O termo colocar a Loja em forma “parlamentar” soaria melhor?

CONSIDERAÇÕES:

Nessa conjuntura, eu não costumo recomendar nada que não esteja previsto no ritual.

 
Assim, aquilo que o ritual não contemplar, tal como “suspensão dos trabalhos”, “recreação”, “loja em família”, e outras qualificações deste gênero, simplesmente não deve ser feito. Muito menos ainda é arranjar justificativa para algo desconhecido pelo ritual.

Citando como exemplo o ritual do REAA em vigência no GOB (edição de 2024), que também sofria com essas “dispensas da ritualística” não previstas, nele foi inserido uma orientação que permite ao Venerável Mestre, durante o Tempo de Estudos, ao seu juízo suspender o giro formal da palavra, deixando-a livre, apenas neste período, para debates e arguições, mas de modo ordenado. Com isso, aumentou-se também, de 15 para 30 minutos, o período destinado para o Tempo de Estudos.

Penso que isto seria apropriado também para os rituais do REAA aprovados na sua Obediência, obviamente mediante artifícios legais.

Nesse contexto, práticas como de recreação, loja em família, etc., devem estar contempladas no Ritual.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

QUEM SÃO OS DONOS DO SÍMBOLO?

Paulo André*

Esquadro e Compasso são símbolos da Maçonaria, certo?

Errado! Completamente errado, nenhum desses símbolos são nossos, vamos entender

No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho"

Esse é o mais famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, mas afinal que seria essa pedra? Um grande amor? Uma doença? Um problema financeiro?

Reza a lenda que segundo o autor do poema , eram as pedras do calçamento da rua dele, então todos erramos o palpite? Segundo o poeta, todos acertamos.

Versos são escritos com uma intenção pelo autor, a partir daí deixa de ser do autor, e pertence a quem os estiver lendo, se pra você a pedra é um amor, uma doença, ou dinheiro, então você está certo

Voltando aqui, todos os nossos símbolos não são da Maçonaria, são símbolos que a Maçonaria usa, símbolos são livres, tem vida própria, nós usamos de um jeito, interpretamos de um jeito, qualquer outra ordem ou instituição, ou qualquer ser humano pode usar a mesma coisa, com uma interpretação diferente

Aí entra o X da coisa, símbolos tem um poder infinito de influenciar o subconsciente, sem que a gente perceba, por ex, a Cruz para um budista, muçulmano ou ateu não é nada, para um cristão, ele se ajoelha frente ela. O poder está na cruz ou na mente de quem crê?

A cruz é apenas um símbolo que detona um poder infinito no subconsciente

Um pedaço de pano pintado de vermelho e preto não é nada, mas para um flamenguista é o manto sagrado, capaz de se ajoelhar perante ele, o poder está no pano ou na mente do torcedor?

Isso vale para qualquer símbolo, o poder deles é infinito

Lembrando que um ritual são símbolos em movimento, logo, o símbolo é um ritual parado, praticamos isso a anos, sem nos darmos conta ( estamos ocupados demais debatendo burocracia)

Nós estamos controlando o poder dos símbolos, ou é o poder dos símbolos que está controlando a gente.

A resposta a essa pergunta é a chave para começarmos a entender o real poder da Maçonaria

(*)Autorizo a quem desejar pode republicar esse texto a vontade, só conserve o nome do autor, gosto de assumir a responsabilidade sobre o que escrevo.

Fonte: Facebook_Pedreiros Livres

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

CONDUÇÃO DE IRMÃO ATRASADO

Em 19.04.2024 o Respeitável Irmão Cassiano Zanata, Loja Tiradentes, 2432, REAA, GOB-PR, Oriente de Francisco Beltrão, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:

CONDUÇÃO DO ATRASADO

Venho recorrer ao valoroso Ir∴ para esclarecer uma pequena dúvida, segue trecho do texto "Ingresso de Irmão Atrasado - REAA" retirado do blog do valoroso Ir. "No primeiro caso assim se deve proceder: logo que ele efetue a bateria universal, o Cobridor Interno informa imediatamente, na forma de costume, a ocorrência ao Primeiro Vigilante que, por sua vez, também comunica ao Venerável. Prosseguindo, o Venerável Mestre solicita diretamente ao Cobridor que verifique quem bate e, se for Irmão do Quadro que lhe seja franqueado formalmente o ingresso (pela Marcha e pelo questionário tradicional)." Após a fala do Venerável Mestre ao Ir. Cobridor Interno "se for Irmão do Quadro que lhe seja franqueado formalmente o ingresso (pela Marcha e pelo questionário tradicional).", é necessário que o Ir. Mestre de Cerimônias se dirija até o Átrio para acompanhar o ingresso do retardatário?

CONSIDERAÇÕES:

Sim, atendendo a uma das características do REAA, o Mestre de Cerimônias é o condutor.

No caso de Irmão atrasado (que só atrapalha a sessão), para que ele ingresse no templo, o Mestre de Cerimônias deve conduzi-lo indo sempre à frente.

Obrigatoriamente o retardatário deve ingressar com formalidades. O seu o condutor, portando o bastão, o conduz para entre colunas, próximo a porta. Enquanto o retardatário executa a Marcha do Grau sobre o eixo do templo, o Mestre de Cerimônias o aguarda ao Norte.

Depois dos procedimentos da praxe (marcha, saudação às Luzes e telhamento pelo questionário), o retardatário é conduzido até o Chanceler; assina o livro de presenças e finalmente é levado até o lugar que lhe é devido.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

A FARSA DO AVENTAL MAÇÔNICO NA LUA


Foi divulgado por muito tempo esta imagem menor do astronauta Buzz Aldrin postando um Avental Maçônico na Lua. Trata-se de uma farsa! De fato, Buzz, o segundo homem a pisar na Lua, em 20 de julho de 1969, é Maçom, iniciado na Loja Oak Park, Alabama, EUA, em 1955 e levou uma miniatura da bandeira do Conselho Supremo Americano, a qual foi bordada com os símbolos maçônicos.

A imagem que foi criada posteriormente, de Buzz portando um Avental Maçônico, é uma farsa: se compararmos as duas imagens (imagem 2), veremos que se trata de uma montagem ridícula, sobre a imagem original.

A foto original (apresentada aqui colorida) foi tirada por Neil Armstrong (que nunca foi maçom, nem DeMolay).

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

DEGRAU

Ir∴ José Aparecido dos Santos

Degrau é um elemento para subir ou descer de um plano; diz-se para os que galgam posições que subiram um ou mais degraus na vida.

Degrau é sinônimo de "geração", ou seja, de "grau", que significa uma posição superior ou inferior; tanto se pode subir em graus como descer.

Maçonicamente, os degraus são elementos que fazem parte da decoração da Loja; do Ocidente para o Oriente, existem quatro degraus; dentro do Oriente para subir ao trono, mais três degraus, formando uma "escada de sete degraus", que possui simbolismo esotérico.

Os quatro primeiros degraus representam força, trabalho, ciência e virtude; os últimos três: pureza, luz e verdade.

Alguns dão significado aos sete degraus como símbolos de comportamento do maçom: lealdade, coragem, paciência, tolerância, prudência, amor e silêncio. Erroneamente, diz-se que cada degrau da escada de Jacó representa a ascenção dos graus do rito.

O maçom deve ter em mente, ao transpor os degraus de sua Loja, que, se ascende, fatalmente deverá descer.

Deve, portanto, ser prudente quando receber honraria ou encargos, pois é muito difícil alguém manter-se sempre em posição de destaque.

A subida sempre é lenta e dificil; a descida é rápida e imprevista. O maçom deve lembrar-se constantemente disso.

Fonte: JBNews - Informativo nº 257 - 12.05.2011

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

FALAR SENTADO - QUEM PODE?

Em 18.04.2024 o Respeitável Irmão Álvaro Mattos da Costa Filho, Loja Fé e Esperança, 426, REAA, GOB-SP, Oriente de Jaboticabal, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte:

FALAR SENTADO

Boa tarde prezado irmão Pedro, espero que esteja tudo bem e gozando de plena saúde.

Se possível, gostaria de contar mais uma vez com seus esclarecimentos.

Irmãos Vigilantes, Secretário e Orador sem estar no exercício do cargo, quando solicitam a palavra tem a prerrogativa de falarem sentados?

No meu entendimento não, ao solicitarem a palavra para emitirem suas opiniões deveriam falar de pé e à Ordem, correto ou não?

Antecipadamente agradeço sua atenção.

CONSIDERAÇÕES:

Salvo nas ocasiões em que o ritual determinar que estes IIr∴ falem em pé, nas demais ocasiões eles podem falar sentados. Isso nada tem a ver com se o uso da palavra é como obreiro ou como de ofício.

Nesse contexto, cabe aqui um esclarecimento: no REAA todos os ocupantes do Oriente podem falar sentados, a não ser nas ocasiões em que o ritual mencione ao contrário, todavia, se por deferência, este alguém preferir falar em pé, então ele deve ficar à Ordem.

No Ocidente, apenas os Vigilantes têm o direito de falar sentado, salvo nas ocasiões em que o ritual determine ao contrário.

Não obstante serem cargos eletivos, é oportuno lembrar que o Tesoureiro e o Chanceler, mesmo tendo mesas de trabalho (equivocadamente às vezes chamados de altares), por estarem no Ocidente, em qualquer situação, falam em pé, portanto à Ordem.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

 nº 77 - Lembrando aos Maçons que...

Filosofismo, palavra cuja raiz vem de “filosofia” (estudo geral sobre a natureza de todas as coisas e suas relações entre si; os valores, o sentido, os fatos e princípios gerais da existência, bem como a conduta e destino do homem) é muitas vezes usada para designar os Altos Graus de alguns Ritos, principalmente o REAA. A aplicação está errada, pois filosofismo tem como significado: mania filosófica ou falsa filosofia.

Venerança, termo muitas vezes usado para designar o cargo do Venerável Mestre de uma Loja está errado, pois apesar de supormos ser um neologismo do linguajar maçônico, o correto é Veneralato, tendo similaridade com as palavras terminadas em “el”. Coronel – Coronelato. Venerável – Veneralato.

Escocismo, palavra usada para nos referirmos ao REAA. Esse uso está errado, pois o correto é pegarmos a palavra e acrescentarmos o sufixo “ismo” (formador de nomes seitas, doutrinas, vícios, etc). Assim : ingles - inglesismo. Portugues - portuguesismo. Escocês - Escocesismo.

Kadosch, palavra designando a Oficina Litúrgica que trabalha nos graus 19 a 30 do REAA, está com a grafia errada, pois o correto é Kadosh (sagrado, em hebraico). Igualmente para Conselho Kadosh (e não Conselho de Kadosh).

Primeiro Conselho do REAA teve sua fundação em Charleston, no estado da Carolina do Sul, EUA, em 31 de maio de 1801, liderada por Frederic Dalcho, usando a divisa “Ordo ab Chao” (Ordem no Caos) tirando a Maçonaria da anarquia em que se encontrava, nos Altos Graus.. Há uma versão histórica de que esse Primeiro Conselho foi organizado por Frederico II, rei da Prússia, em 1786. Não há nada de verídico nisso, pois em 1786, Frederico já estava bastante doente, e velho para a época, vindo a falecer nesse mesmo ano. Além disso, por que motivo esse fato ficaria oculto na Europa até 1802, quando começou a aparecer nos EUA? A verdade é que a Europa nunca aceitou esse importante episódio maçônico ser fruto de um país “selvagem” como os EUA, na época, e criou mais uma “lenda”.

Elias Ashmole não redigiu os Rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom em 1646, 1647 e 1649, respectivamente. Isso é balela do ultrapassado escritor maçônico Jean-Marie Ragon (1781-1862). A Grande Loja Unida da Inglaterra não menciona isso. O próprio Ashmole, em seu “Diário” assinala somente duas passagens maçônicas: uma em 1646 e outra em 1682. Portanto, 36 anos depois. O grau de Mestre, cujo Ritual se diz ter sido feito por Ashmole em 1649, só apareceu cerca de oitenta anos depois! Além disso, Ashmole foi Iniciado em 16 de outubro de 1646. Como poderia ter escrito o Ritual de Aprendiz, nesse mesmo ano?

(Esta Pilula foi baseada em diversos livros e Trabalhos do Mestre Castellani)

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

COSMOVISÃO E MUDANÇA

J. Filardo M⸫ I⸫

As lojas maçônicas são um universo diversificado no que diz respeito à formação educacional de seus membros. Há de tudo, desde membros com educação elementar até professores doutores com pós doutorado em suas áreas, o que é relativo, porque a vida muitas vezes é uma escola mais eficiente que os melhores estabelecimentos educacionais.

Mas, é inegável que o sistema educacional brasileiro sempre pecou pela anemia de seus currículos escolares, ressalvadas honrosas exceções. A ênfase é sempre colocada na simples transmissão de conhecimentos destinados a dar uma formação profissional ao aluno, sem maiores preocupações com formar um adulto que consiga combinar diferentes esferas de conhecimentos em um todo coordenado e harmônico.

Poucos encontram tempo e disposição para pesquisar fora do seu campo profissional, para complementar seus conhecimentos integrando novas áreas afins ou não de sua formação pessoal.

Com o objetivo aumentar a habilidade de o maçom interpretar a realidade e seus símbolos, oferecemos em nossa revista alguns sumários de assuntos importantes para a vida maçônica e a compreensão de nosso universo.

Um desses assuntos de suma importância é a compreensão do que seja uma cosmovisão.

Definição

Cosmovisão é a maneira como uma pessoa ou grupo de pessoas veem e interpretam o mundo e a realidade ao seu redor. Ela é formada por um conjunto de crenças, valores, e pressupostos que influenciam a percepção e a compreensão do universo, da vida, e do papel do ser humano no mundo. Para a teologia, por exemplo, cosmovisão é um esquema conceitual pelo qual, conscientemente ou não, aplicamos ou adequamos todas as coisas em que cremos, interpretamos e julgamos como realidade.

Vejamos agora alguns pontos principais sobre cosmovisão:

Componentes: Metafísica que são aquelas questões sobre a natureza da realidade, a existência de Deus e a origem do universo.

Epistemologia: Como conhecemos o que conhecemos? Questões sobre a natureza do conhecimento e da verdade.

Ética: O que é certo e errado? Questões sobre moralidade e valores.

Antropologia: O que significa ser humano? Questões sobre a natureza e propósito da humanidade.

Teleologia: Qual é o propósito da vida e do universo?

Exemplos de Cosmovisão

Teísta: Acredita-se em um Deus pessoal que criou e sustenta o universo.

Deísta: perspectiva filosófica que acredita na existência de um Deus criador que não interfere diretamente no universo após sua criação.

Naturalista: Vê o universo como um sistema fechado de causas e efeitos naturais, sem intervenção divina.

Panteísta: Acredita que Deus e o universo são uma única realidade.

Humanista Secular: Enfatiza a razão, a ética e a justiça, rejeitando a crença em seres sobrenaturais.

Fundamentos filosóficos

Somos o resultado de uma civilização antiga em que o filósofos se destacam por suas contribuições significativas. Platão, por exemplo introduziu a ideia de um universo ordenado e inteligível, alinhado com a perfeição geométrica e harmonia. Sua obra “Timeu” descreve a criação do universo por um demiurgo, que impõe ordem matemática ao caos preexistente.

Aristóteles, por sua vez, desenvolveu uma cosmologia baseada na observação empírica e dedução lógica. Ele propôs um modelo geocêntrico do universo, com a Terra no centro, que dominou o pensamento ocidental por quase dois milênios, ou seja forjou a cosmovisão ocidental de seu tempo.

Outro filósofo, bem mais recente, Immanuel Kant é conhecido por sua “Crítica da Razão Pura”, onde ele explora como nossas percepções moldam nossa compreensão do universo. Ele também propôs a ideia de que o universo é infinito e eterno.

A visão global

Considerando a importância fundamental da antiguidade na construção do pensamento ocidental, vejamos como se apresentavam diferentes cosmovisões antigas.

Roma

A cosmovisão dos romanos antes do advento do cristianismo era profundamente influenciada por uma combinação de mitologia, religião, filosofia e práticas culturais. Aqui estão alguns aspectos centrais dessa visão de mundo:

No domínio da Religião e Mitologia, encontramos:

O Politeísmo: Os romanos acreditavam em múltiplos deuses e deusas, cada um responsável por diferentes aspectos da vida e do mundo natural. Entre os deuses mais importantes estavam Júpiter (Zeus na mitologia grega), Juno (Hera), Netuno (Poseidon), Marte (Ares) e Vênus (Afrodite).

Rituais e Sacrifícios. A religião romana era altamente ritualística. Sacrifícios de animais, oferendas de alimentos e libações eram comuns para aplacar os deuses e buscar suas bênçãos.

Mitologia: Muitas das crenças religiosas dos romanos foram herdadas da mitologia grega, adaptadas à sua própria cultura. As histórias dos deuses, heróis e monstros eram parte integrante da educação e da cultura popular.

A filosofia e pensamento romanos sofreu uma enorme influência grega. A filosofia grega teve um impacto significativo sobre o pensamento romano. Escolas de pensamento como o estoicismo e o epicurismo foram adotadas por muitos romanos. O estoicismo, por exemplo, enfatizava a virtude, a razão e a autossuficiência, enquanto o epicurismo focava na busca do prazer moderado e da ausência de dor.

Os romanos valorizavam virtudes práticas como a coragem, a disciplina, a lealdade e o dever (pietas). O ideal do cidadão romano estava centrado na contribuição para a comunidade e na manutenção da ordem social.

Como sociedade e cultura, a sociedade romana era altamente hierárquica, com uma clara distinção entre classes sociais, tais como os patrícios (aristocratas), plebeus (cidadãos comuns), escravos e libertos.

A família (familia) era a unidade central da sociedade romana, com o paterfamilias (chefe da família) exercendo autoridade sobre todos os membros. O Estado romano era visto como uma extensão da família, e o imperador, como uma figura paterna para todo o império. Fustel de Coulanges, em sua obra A Cidade Antiga, nos ensina como essa estrutura social levou à criação da religião.

Os romanos acreditavam no conceito de destino (fatum) e na fortuna (fortuna) como forças que governavam a vida. Embora os indivíduos pudessem exercer alguma influência sobre seu destino através da virtude e do comportamento correto, muitos eventos eram vistos como além do controle humano.

As crenças sobre a vida após a morte eram variadas. Alguns romanos acreditavam em uma vida após a morte no submundo (Hades), enquanto outros, influenciados pelo estoicismo e outras filosofias, viam a morte como um retorno à natureza ou um simples fim da existência consciente.

A cosmovisão romana pré-cristã era, portanto, uma mistura complexa de religiões antigas, práticas culturais e filosofias que enfatizavam tanto a ordem social quanto a conexão com o divino.

Com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., começou o período histórico conhecido como Idade Média. Este período se estendeu até 1453, quando Constantinopla foi conquistada pelos turcos-otomanos. A Idade Média é dividida em duas grandes fases: a Alta Idade Média (século V ao século X) e a Baixa Idade Média (século XI ao século XV).
Cosmovisão medieval

A cosmovisão medieval era profundamente influenciada pela religião, especialmente pelo Cristianismo e pela filosofia clássica. Aqui estão alguns pontos principais sobre essa cosmovisão:

A visão de mundo medieval era centrada em Deus, ou seja teocêntrica. Acreditava-se que Deus era o criador e sustentador do universo, e tudo na vida era visto através dessa lente.

A sociedade medieval era altamente hierárquica, refletindo a ordem divina. Isso se manifestava tanto na estrutura social quanto na organização do cosmos. A realidade era frequentemente interpretada de forma simbólica. Objetos, eventos e seres tinham significados espirituais profundos.

Havia uma tentativa de conciliar a fé cristã com a razão. Filósofos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino trabalharam para integrar a filosofia grega com a teologia cristã.

As influências filosóficas consideradas eram a filosofia patrística, representada por Santo Agostinho que enfatizava a importância da fé e da revelação divina. E a filosofia escolástica, representada por São Tomás de Aquino que buscava harmonizar a fé com a razão, utilizando a lógica e a filosofia aristotélica.

O universo era visto como um cosmos ordenado, criado por Deus com um propósito específico e a natureza era interpretada simbolicamente, com cada elemento tendo um significado espiritual.

Considerando a importância que teve durante séculos para a humanidade e a importância que tem ainda hoje, é preciso detalhar a Cosmovisão cristã.
Cosmovisão Cristã

A cosmovisão do cristianismo foi moldada por suas origens no judaísmo, bem como pelas interações com as culturas greco-romanas da época. Vejamos alguns aspectos dessa visão de mundo:

Ao contrário do politeísmo romano, o cristianismo era monoteísta, acreditando em um único Deus todo-poderoso, criador do céu e da terra. Esse Deus era o mesmo Deus do judaísmo, mas com uma nova ênfase em Jesus Cristo como Filho de Deus e Messias prometido.

A figura central do cristianismo é Jesus de Nazaré, acreditado pelos cristãos como o Filho de Deus e o Salvador da humanidade. Eles acreditavam que Jesus morreu na cruz para redimir os pecados da humanidade e ressuscitou dos mortos, oferecendo a promessa de vida eterna aos seus seguidores.

A salvação era vista como um dom gratuito de Deus, acessível pela fé em Jesus Cristo. A vida após a morte era uma expectativa central, com a promessa de ressurreição e vida eterna no Reino de Deus.

O cristianismo seguia algumas práticas religiosas, tais como o Batismo, um rito de iniciação essencial para os cristãos, simbolizando a purificação dos pecados e a entrada na comunidade dos fiéis.

Outra prática era a Eucaristia, também conhecida como a Ceia do Senhor ou Comunhão, a Eucaristia era (e continua a ser) uma prática central, comemorando a Última Ceia de Jesus com seus discípulos, onde pão e vinho eram consumidos em memória do corpo e do sangue de Cristo.

A oração e a comunhão com outros crentes eram aspectos fundamentais da vida cristã, com reuniões regulares para culto, ensinamento e apoio mútuo.

Aspectos éticos e morais do cristianismo incluíam o mandamento de amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. A ética cristã enfatizava a compaixão, o perdão, a humildade e a caridade. Havia um forte enfoque na pureza moral e sexual, com a condenação do adultério, da fornicação e de outras práticas sexuais consideradas imorais.

As primeiras comunidades cristãs baseavam-se nas Escrituras hebraicas (o que hoje é o Antigo Testamento) e nas tradições orais sobre a vida e os ensinamentos de Jesus, que mais tarde foram escritos nos Evangelhos e outras partes do Novo Testamento. Os apóstolos, especialmente Pedro e Paulo, eram vistos como líderes e fundadores da fé cristã, e seus ensinamentos e cartas eram altamente respeitados.

Os primeiros cristãos frequentemente se viam como separados do mundo pagão ao seu redor. Eles eram chamados a viver de maneira diferente, muitas vezes enfrentando perseguição por sua fé. Havia um forte senso de missão, com a tarefa de espalhar a mensagem de Jesus Cristo para todas as nações. Os cristãos eram incentivados a testemunhar sua fé e converter outros.

A expectativa de um retorno iminente de Jesus e o estabelecimento do Reino de Deus na terra eram crenças centrais. A escatologia cristã incluía a esperança de um novo céu e uma nova terra, onde Deus reinaria supremo e o mal seria erradicado.

A cosmovisão cristã era, portanto, caracterizada por uma fé monoteísta centrada em Jesus Cristo, com ênfase na salvação, na ética de amor e compaixão, e na esperança escatológica de um futuro redentor.

Mas, o cristianismo não foi a única influência sobre o ambiente religioso e ético da humanidade. É importante trazer aqui também as cosmovisões de outras religiões monoteístas, como, por exemplo o Judaísmo.

Cosmovisão judaica

A cosmovisão judaica é complexa e multifacetada, enraizada em uma rica tradição religiosa e cultural que se desenvolveu ao longo de milênios. Ela é fundamentada nas Escrituras Hebraicas (Tanach), nas tradições orais e nos ensinamentos rabínicos.

Sua teologia e crenças centrais incluíam o Monoteísmo. O judaísmo é estritamente monoteísta, acreditando em um único Deus, Yahweh, que é onipotente, onisciente e onipresente. Deus é o criador do universo e está profundamente envolvido na história humana.

A relação entre Deus e o povo judeu é baseada em alianças, especialmente a Aliança Abraâmica e a Aliança Mosaica. Essas alianças envolvem promessas de Deus e obrigações do povo judeu, como a observância da Torá.

Esse livro fundamental do judaísmo inclui os cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) e é a principal fonte de ensinamentos e leis judaicas. Além da Torá escrita, a Torá Oral, compilada no Talmude, também é fundamental para a prática judaica.

Essas práticas religiosas incluem o Shabat ou sábado que é um dia sagrado de descanso e adoração; ele vai desde o pôr do sol da sexta-feira até o pôr do sol do sábado. É um tempo dedicado à reflexão, oração e descanso, em conformidade com o mandamento de descansar no sétimo dia.

Também são importantes os Festivais Religiosos como o Pessach (Páscoa), Shavuot (Pentecostes), Sucot (Festa dos Tabernáculos), Yom Kipur (Dia da Expiação) e Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico) que são centrais na vida judaica. Cada um desses festivais tem significados históricos e espirituais profundos.

Os judeus praticam a Circuncisão (Brit Milá) dos meninos ao oitavo dia de vida e ela é um sinal da aliança de Deus com Abraão e seu descendentes.

Do ponto de vista Ético e Moral, o judaísmo inclui o Mitzvot ou mandamentos. Existem 613 mandamentos (mitzvot) na Torá que cobrem aspectos da vida moral, espiritual e social. Esses mandamentos orientam os judeus sobre como viver uma vida santa e justa.

O judaísmo enfatiza a importância da justiça social e da caridade. Tzedaká (caridade) é uma obrigação moral, e tzedek (justiça) é um princípio central que orienta as ações dos judeus.

Os livros sagrados são o Tanach, composto pela Torá (Lei), Nevi’im (Profetas) e Ketuvim (Escritos) que é a Bíblia Hebraica e a base das escrituras judaicas.

Existe também o Talmude que é um extenso compêndio de tradições orais, comentários e debates rabínicos sobre a Torá. Ele é dividido em Mishná (a compilação da Lei Oral) e Gemará (comentário rabínico sobre a Mishná).

Os judeus se veem como o povo escolhido por Deus para ser uma “luz para as nações” (Or LaGoyim), com a missão de exemplificar uma vida de justiça e santidade.

A história judaica é marcada por períodos de exílio e diáspora. A conexão com a terra de Israel é central, mas a experiência da diáspora também moldou a identidade e a resiliência do povo judeu.

Diferentemente do cristianismo que considera Jesus o messias prometido nas escrituras, o judaísmo continua à espera da vinda do Messias (Mashiach), um líder ungido por Deus que trará redenção ao povo judeu, restaurará a paz mundial e reconstituirá o Templo em Jerusalém.

As crenças sobre a vida após a morte variam entre diferentes tradições judaicas, mas geralmente incluem a esperança na ressurreição dos mortos e um mundo vindouro (Olam Ha-Ba) onde prevalecerá a justiça divina.

A cosmovisão judaica, portanto, é uma rica tapeçaria de crenças teológicas, práticas religiosas, ética e moral, tradições escriturísticas e uma relação dinâmica com o mundo e a história.

Outra cosmovisão importante para a formação do homem moderno vem do islamismo.

Cosmovisão do Islã

A cosmovisão islâmica é baseada em uma fé monoteísta rigorosa e abrange uma ampla gama de crenças, práticas e valores que orientam a vida dos muçulmanos. Fundada nas revelações recebidas pelo Profeta Maomé no século VII d.C., esta visão de mundo é centrada no Alcorão e na Sunnah (os ditos e feitos do Profeta).

Do ponto de vista teológico, o Islã é estritamente monoteísta, acreditando em um único Deus, Alá, que é onipotente, onisciente e onipresente. O Tawhid, a unidade de Deus, é o princípio central que unifica todas as crenças e práticas islâmicas.

Os muçulmanos acreditam que Deus enviou uma série de profetas para guiar a humanidade, começando com Adão e culminando em Maomé, que é considerado o último profeta (o Selo dos Profetas). Jesus Cristo também é considerado um profeta.

O Alcorão, livro sagrado do Islam, é visto como a palavra literal de Deus, revelada a Maomé através do anjo Gabriel. É a fonte primária de orientação para os muçulmanos.

A crença na vida após a morte é central. Os muçulmanos acreditam no Dia do Julgamento, quando todos serão ressuscitados e julgados por Deus. As ações nesta vida determinam o destino no além, seja no Paraíso (Jannah) ou no Inferno (Jahannam).

Os muçulmanos ou islamitas obrigam-se a realizar o que se chama de Cinco Pilares do Islã, a saber:

Shahada: A profissão de fé, declarando que não há outro deus além de Alá e que Maomé é seu mensageiro.

Salah: As cinco orações diárias, realizadas em horários específicos ao longo do dia. Para praticar as orações o fiel precisa, antes, lavar-se o melhor possível.

Zakat: A doação obrigatória de uma parte da riqueza para caridade, ajudando os necessitados.

Sawm: O jejum durante o mês de Ramadã, abstendo-se de comida, bebida e outras necessidades físicas do amanhecer ao pôr do sol.

Hajj: A peregrinação a Meca, que todo muçulmano deve realizar pelo menos uma vez na vida, se tiver condições físicas e financeiras.

Eticamente, o Islã enfatiza a justiça (Adl) e a compaixão (Rahmah). A justiça social, os direitos dos oprimidos e a caridade são altamente valorizados. Ser honesto e íntegro em todas as ações é um valor fundamental. A mentira, a fraude e a corrupção são severamente condenadas e o Islã tem diretrizes claras sobre a moralidade sexual e as responsabilidades familiares. O casamento é altamente valorizado e a família é considerada a unidade central da sociedade.

Os muçulmanos têm no Alcorão a principal fonte de orientação, abrangendo todos os aspectos da vida espiritual e prática e os hadiths (ditos do Profeta) e a Sunnah (práticas do Profeta) são fontes secundárias que ajudam a interpretar e aplicar os ensinamentos do Alcorão.

O Islã se relaciona com o mundo através da Umma, como é conhecida a comunidade global dos muçulmanos. Há um forte senso de solidariedade e responsabilidade mútua entre os muçulmanos, independentemente de sua nacionalidade ou etnia.

Seguem também a Dawa, ou missão de convidar outros para o Islã (Dawa). Essa é uma parte importante da vida muçulmana, realizada através de exemplos pessoais e pregação.

O Islã ensina que no final dos tempos, todos serão ressuscitados e julgados por Deus com base em suas crenças e ações. Este julgamento determinará se eles entrarão no Paraíso ou no Inferno. O Alcorão e os hadiths mencionam vários sinais que precederão o Dia do Julgamento, incluindo desastres naturais, corrupção moral e a chegada de figuras como o Mahdi e Jesus (Isa), que retornarão para restaurar a justiça.

A cosmovisão islâmica, portanto, é uma integração profunda de teologia, prática religiosa, ética e interações sociais, orientando os muçulmanos em todos os aspectos de suas vidas em busca de um equilíbrio entre as necessidades espirituais e mundanas, com um forte enfoque na justiça, na compaixão e na responsabilidade para com Deus e a humanidade.
Cosmovisões Comparadas

As noções de vida após a morte no judaísmo, cristianismo e islamismo têm características distintas, mas compartilham algumas semelhanças, especialmente quando comparadas com a cosmovisão romana antiga.

Senão, vejamos: O Judaísmo tem uma variedade de crenças sobre a vida após a morte, que evoluíram ao longo do tempo. Algumas tradições judaicas falam de Sheol, um lugar de sombras onde os mortos residem. Em períodos posteriores, especialmente no judaísmo rabínico, surgiram crenças na ressurreição dos mortos (Tehiyat Ha-Metim) e no Olam Ha-Ba (Mundo Vindouro), onde os justos serão recompensados.

Para os cristãos, a vida após a morte é um elemento central da fé. Os cristãos acreditam na ressurreição dos mortos e no julgamento final, onde os justos serão recompensados com a vida eterna no céu e os ímpios serão punidos no inferno.

Os muçulmanos têm a vida após a morte como uma crença fundamental. Acreditam no Dia do Julgamento, quando todos serão ressuscitados e julgados por Deus com base em suas ações e fé.

Por outro lado, a visão romana da vida após a morte era influenciada pelas tradições religiosas e filosóficas gregas e etruscas. Os romanos acreditavam em um submundo chamado Hades (ou Plutão), onde os mortos residiam. Acreditava-se que as almas dos mortos atravessavam o rio Estige e eram julgadas por Minos, Éaco e Radamanto.

Vemos assim que tanto o Judaísmo quanto o Cristianismo e p Islamismo têm uma crença clara e desenvolvida na vida após a morte, com recompensas e punições baseadas no comportamento e na fé durante a vida terrena, ao passo que os romanos acreditavam em um submundo onde todas as almas iam, mas a distinção entre recompensas e punições era menos centralizada e mais ligada a mitos e lendas.

O Cristianismo e Islamismo enfatizam a ressurreição dos mortos e um julgamento final que determina o destino eterno das almas, enquanto o Judaísmo coloca Tem, mas com menos ênfase na crença na ressurreição e no julgamento do que no cristianismo e no islamismo.

Os romanos, por outro lado, não tinham uma noção clara de ressurreição e julgamento final. As almas eram julgadas ao entrar no submundo, mas a imortalidade era reservada para heróis e figuras excepcionais.

O Judaísmo enfatiza muito a vida presente e a observância dos mandamentos. O Cristianismo e Islamismo também valorizem a vida presente, mas colocam uma forte ênfase na preparação para a vida após a morte.

Para os romanos, a vida presente era importante, e o culto aos antepassados e aos deuses tinha um papel central. A vida após a morte era menos detalhada e mais mítica.

Tanto o Cristianismo quanto o Islamismo têm conceitos bem definidos de Paraíso e Inferno. O Judaísmo tem ideias de recompensa e punição, mas com menos especificidade do que as outras duas religiões abraâmicas e os romanos acreditavam em destinos como os Campos Elísios para os virtuosos e o Tártaro para os condenados, mas essas crenças eram mais mitológicas do que doutrinárias.

Em resumo, enquanto o judaísmo, o cristianismo e o islamismo possuem visões claras e detalhadas da vida após a morte com recompensas e punições, a cosmovisão romana antiga era mais mitológica e menos centralizada, com uma crença no submundo e em destinos diferenciados para almas virtuosas e pecadoras.

A cosmovisão maçônica

A cosmovisão maçônica é complexa e multifacetada, refletindo uma combinação de filosofia, ética e espiritualidade.

Tem como princípios fundamentais a Fraternidade, vez que a Maçonaria promove a fraternidade entre seus membros, independentemente de suas crenças religiosas ou origens sociais.

Ela incentiva seus membros a buscar o conhecimento e a sabedoria, tanto em termos espirituais quanto intelectuais e enfatiza a importância da moralidade e da ética, encorajando seus membros a viverem de acordo com altos padrões de comportamento.

Utiliza o Simbolismo como pedagogia, para atingir esses objetivos, onde utiliza uma rica simbologia, incluindo ferramentas de construção como o esquadro e o compasso, que representam virtudes como a retidão e a precisão moral.

Muitas das lições maçônicas são transmitidas através de alegorias e rituais simbólicos, que visam ensinar princípios éticos e filosóficos.

Sua cosmovisão é deísta, embora não seja uma religião; exige que seus membros acreditem em um Ser Supremo ou Princípio Criador, referido como o Grande Arquiteto do Universo.

A Maçonaria promove a tolerância religiosa e a liberdade de crença, acolhendo membros de diferentes tradições religiosas.

Tem como objetivo a melhoria pessoal de seus membros. Os maçons são incentivados a trabalhar no aprimoramento pessoal e no desenvolvimento de suas virtudes e a Maçonaria enquanto instituição busca contribuir para o bem-estar da humanidade através de ações filantrópicas e de serviço à comunidade.
Século XXI

A cosmovisão da humanidade no século XXI é marcada por uma diversidade de perspectivas e desafios.

A globalização e a migração têm promovido uma maior interação entre diferentes culturas, resultando em uma sociedade mais diversa e multicultural. Há um foco crescente na promoção da igualdade de gênero, racial e social, com movimentos sociais lutando por direitos e inclusão.

A tecnologia digital transformou a maneira como vivemos, trabalhamos e nos comunicamos. A internet, as redes sociais e a inteligência artificial são componentes centrais dessa transformação.

A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade tem se tornado uma prioridade, com esforços para combater as mudanças climáticas e promover práticas sustentáveis.

O aquecimento global, a perda de biodiversidade e a poluição são desafios críticos que exigem soluções globais e a disparidade econômica entre diferentes regiões e grupos sociais continua a ser um problema significativo.

Ocorreu já no século XX um aumento do secularismo, com muitas pessoas adotando uma visão de mundo mais científica e racional. E, ao mesmo tempo, há um interesse crescente por espiritualidade e práticas meditativas, muitas vezes desvinculadas de religiões tradicionais.

Politicamente, a defesa da democracia e dos direitos humanos continua a ser um valor central, embora enfrentando desafios em várias partes do mundo e o crescimento do populismo e do nacionalismo tem impactado a política global, muitas vezes em oposição aos valores de globalização e cooperação internacional.

Esses são apenas alguns dos aspectos que moldam a cosmovisão da humanidade no século XXI.

Grandes questões que se colocam

Como fica a cosmovisão dos maçons no ambiente do Século XXI, considerando a queda sensível no nível da educação oferecida em nível familiar, onde a concorrência com os meios sociais, priva os pais do contato necessário para inculcar os valores básicos para o ingresso na Ordem, e em nível da escola onde a preocupação predominante é a de mera transmissão de informações visando a aprovação no exame vestibular ao ensino superior ?

Como esperar formar maçons que sejam capazes de preservar a instituição sem fugir daquela cosmovisão ideal descrita acima, quando não mais se ensina filosofia nas escolas, a ética sofre um desgaste evidente diante da exposição diária das pessoas às redes sociais onde os limites entre bem e mal, entre certo e errado, entre justo e injusto são continuamente erodidos e borrados?

Como educar um Aprendiz que como todo homem moderno perdeu a capacidade de interpretar símbolos ?
Autores importantes

Um dos autores mais influentes sobre cosmovisão é James W. Sire, conhecido por seu livro “The Universe Next Door: A Basic Worldview Catalog”. Este livro é amplamente utilizado em estudos sobre cosmovisões e oferece uma análise detalhada das principais cosmovisões que moldam o pensamento contemporâneo.

Outro autor importante é Charles Colson, que escreveu “How Now Shall We Live?”, um livro que explora a cosmovisão cristã e sua aplicação prática na vida cotidiana.

Se você estiver interessado em uma perspectiva mais filosófica, N.T. Wright é um autor renomado que aborda a cosmovisão cristã em muitos de seus escritos, incluindo “Simply Christian” e “Surprised by Hope”.

Thomas Kuhn é famoso por seu livro “A Estrutura das Revoluções Científicas”, onde ele introduz o conceito de paradigmas científicos e como eles moldam nossa visão do mundo.

Esses autores têm contribuído significativamente para o entendimento e a discussão sobre cosmovisões, cada um trazendo uma perspectiva única e valiosa.

No Brasil

No Brasil, vários autores têm se destacado por suas contribuições sobre cosmovisão. Aqui estão alguns deles:

Ailton Krenak. Um dos principais pensadores indígenas, autor de “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”, onde explora a cosmovisão indígena e sua relação com a natureza.

Eduardo de Oliveira. Professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), autor de “Cosmovisão Africana no Brasil” e “Filosofia da Ancestralidade”, que abordam a filosofia e a cosmovisão africana no contexto brasileiro.

Cristiano Nickel Junior e Arthur Wesley Dück. Autores do artigo “Uma Análise Filosófica, Teológica e Antropológica do Conceito de Cosmovisão”, publicado na Revista Cógito.

Esses autores têm contribuído significativamente para o entendimento e a discussão sobre cosmovisões no Brasil, cada um trazendo uma perspectiva única e valiosa.

Fontes

Fonte: https://bibliot3ca.com