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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

RITO DE YORK E TRABALHOS DE EMULAÇÃO

Em 24.05.2024 o Respeitável Irmão José Vitorino de Sales Júnior, Loja Exemplo, 3379, Rito de York, GOB-PR, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

YORK E EMULAÇÃO

Estou preparando um trabalho sobre as origens do Rito de York. Porém sempre há uma redundância entre York e Emulação, nas pesquisas que faço. Gostaria de sua orientação se possível. Não estou conseguindo separar um de outro. Se pudermos conversar a respeito, agradeceria muito.

CONSIDERAÇÕES:

De modo elementar, muitos autores autênticos explicam que na Maçonaria Inglesa não existem ritos propriamente ditos, porém os "Workings".

Assim, os trabalhos ritualísticos ingleses se constituem por formas de trabalho adaptadas à cultura e ao costume das diversas regiões inglesas.

Os trabalhos maçônicos ingleses intitulam-se por CRAFT, no sentido de ofício de artesão; artesanato - no caso o artesão que trabalha na pedra calcária (The Craftsman - o Artesão). 

Na Maçonaria Anglo-saxônica, o termo York, salvo melhor juízo, deve-se muito ao Irmão Lawrence Dermott e a sua Grande Loja dos Antigos.

Dermott, para justificar uma pretensa antiguidade, por ele alegada para a sua Grande Loja, evocava a Lenda do Rei Athelstan e do seu sobrinho Edwin. A lenda relatava que em 926, por convocação de Edwin, havia ocorrido uma grande reunião para tratar da antiga forma de trabalho maçônico. Para essa reunião acorreram muitos pedreiros e arquitetos famosos da época. Segundo a lenda, essa reunião teve como lugar a pequena cidade medieval de York, situada à nordeste de Londres. 

A bem da verdade, lenda não tem compromissos com realidade histórica. Conforme autores consagrados, essa reunião, que de fato parece ter acontecido, não foi para tratar de rituais de trabalho maçônico - que nem existiam nesta época – todavia foi para aquilatar os prejuízos que as confrarias as confrarias de construtores haviam sofrido por conta das invasões dos povos bárbaros, oriundos do Norte.

À vista disso, é bastante provável que o termo “York”, dado a uma das práticas de trabalho maçônico inglês tenha vindo daí. 

Aqui no Brasil, por uma questão de tradução em tratados de reconhecimento entre o GOB e a GLUI, em tempos primitivos, o nome Rito de York acabou nominando o working inglês (CRAFT) por aqui praticado.

No que diz respeito ao Rito de Emulação, ele não é bem um rito, mas uma loja de aperfeiçoamento que se reúne em algumas oportunidades, durante o ano, para "demonstrar" a forma de trabalho para as Lojas do CRAFT, respeitando, no entanto, os aspectos sociais e culturais de cada rincão da Inglaterra. 

Em 1813, com a união das duas Grandes Lojas rivais, os Modernos e os Antigos, a nova forma acertada de trabalho era promulgada e demonstrada pelos Stwards, oficiais especialistas que faziam as demonstrações para as Lojas. 

Na verdade, a partir de 1815 os Stwards demonstravam a nova forma de trabalho promulgada pela união que então resultou na Grande Loja Unida da Inglaterra

Aproximadamente em 1821, a incumbência de demonstrar os trabalhos passou a ser atribuída uma Loja de aperfeiçoamento (improvement), a qual ficaria conhecida como Emulation's Lodge of Improvement.

Desse modo, Emulação, propriamente dito, não é um Rito, mas é o trabalho de uma Loja que se reúne oficialmente para fazer demonstração da forma de trabalho. Vale lembrar que a Grande Loja Unida da Inglaterra não edita oficialmente rituais, assim o “working” segue uma estrutura que está consagrada na sua essência desde a “união”, não obstante sejam respeitados os costumes e a cultura de cada região da Inglaterra.

Sob o ponto de vista dos maçons latinos, isto parece confuso, sobretudo porque os latinos, de maneira geral, querem tudo escrito em rituais e essa não é a característica da Maçonaria Anglo-saxônica.

Já na Maçonaria Regular Tupiniquim, filha espiritual da França, portanto latina, constantemente editam-se rituais e mais rituais. Este fato acaba contribuindo para o aparecimento de dúvidas e achismos, onde cada um acha que o seu ritual é que é o certo.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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