Em 12.05.2024 o Companheiro Maçom, Irmão Dyogner do Valle Mildemberger, Loja Gralha Azul, 2514, REAA, GOB/PR, Oriente de São José dos Pinhais, Paraná, apresenta a questão seguinte:
E∴ V∴ A E∴ F∴
Gostaria de entender melhor o uso da expressão E∴ V∴ a E∴ F∴ no 2º grau. Por que o C∴ M∴ fala E∴ V∴ a E∴ F∴?
Eu estou lendo um livro sobre a síntese histórica da ritualística do REAA e, tendo em vista que os maçons operativos não tinham E∴ F∴, gostaria de entender como essa alegoria foi introduzida no rito e o porquê do uso da forma E∴ V∴ a E∴ F∴ na ritualística.
CONSIDERAÇÕES.
Antes de mais nada, é bom que se diga que a E∴ F∴, em Maçonaria, somente foi introduzida, na França, nos meados do século XVIII, por Louis Théodore Henry Tschoudy, o Barão de Tschoudy.
A E∴ F∴ foi um símbolo totalmente desconhecido dos membros na Maçonaria Operativa (profissional), ou de Ofício. Certamente também não a conheciam os primeiros membros da Maçonaria dos Aceitos.
O adjetivo “flamej∴” dado a esta E∴ se deve ao teólogo, alquimista e médico Enrique Cornélio Agrippa de Neteshein, natural de Khol (Colônia), na Alemanha, o qual era também dedicado à magia, à alquimia e à filosofia cabalística.
Falar sobre a senha de reconhecimento que envolve a E∴ F∴ no grau de Comp∴Maç∴ do REAA não é algo tão simples assim. Sob a óptica iniciática, a frase E∴V∴ a E∴ F∴, em última análise aglutina todo o conhecimento e a compreensão que o Iniciado tem do importantíssimo grau de Companheiro Maçom, o qual, diga-se de passagem, doutrinariamente é o mais legítimo da Maçonaria, principalmente por revelar um Obreiro já totalmente preparado e no domínio dos conceitos iniciáticos – simbolicamente significa que ele está seguro da sua aptidão profissional no domínio da Arte.
Iniciaticamente a senha de reconhecimento do 2º Grau vislumbra o Obreiro preparado e pronto para ascender os sete últimos degraus da Esc∴ em Carac∴que o levarão ao 3º Grau (o alcance da plenitude maçônica).
Desta forma, tanto na Moderna Maçonaria em geral, como no REAA em particular, a E∴ F∴ é um símbolo que se caracteriza por condensar boa parte dos ensinamentos e dos mistérios do 2º Grau.
Diante do misticismo do grau de Comp∴, a E∴ F∴ envolve ainda conceitos do Pitagorismo, do Pentagrama (hominal), da relação com a letra G e a Geometria - uma das Sete Artes e Ciências Liberais.
Quando o Iniciado afirma que V∴ a E∴ F∴, quer dizer que ele é um profundo conhecedor do conteúdo iniciático do magnífico grau de Companheiro.
A título de ilustração, vale mencionar que o 2º Grau é historicamente o mais genuíno da Maçonaria. É verdadeiro se afirmar que este Grau forneceu boa parte da sua doutrina para a construção do 3º Grau, não obstante ter ele aparecido somente em 1725, e oficializado em 1738. Antes disso, a Maçonaria era formada apenas e tão somente por dois graus simbólicos, o de Aprendiz Admitido e o de Companheiro do Ofício.
Revelar aqui qualquer um desses segredos e mistérios iniciáticos não seria adequado, sobretudo por conta do Landmark do sigilo maçônico. Os mistérios do 2º Grau, e particularmente os relacionados à E∴ F∴, somente se revelarão aos olhos do Iniciado quando ele receber todas as instruções e ensinamentos ao longo dos c∴ aa∴ da sua trajetória como Companheiro do Ofício.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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