INGRESSO DE IRMÃO ATRASADO - REAA
(republicação)
Em 01/04/2017 o Respeitável Irmão
Homero Luiggi Pedrollo, Loja Acácia Joinvilense, 1.937, REAA, GOB-SC, Oriente
de Joinville, Estado de Santa Catarina, solicita o seguinte esclarecimento:
Tomo a liberdade de pedir ajuda
ao Irmão. Quando um Irmão, por algum motivo extraordinário, chega atrasado à
sessão qual o procedimento correto a seguir? Quais sãos os envolvidos? Guarda
do templo, Mestre de Cerimônias, Experto? Tenho a vontade de fazer essa
simulação para treino e instrução, inclusive aplicando o telhamento (ou
trolhamento - há controvérsias).
CONSIDERAÇÕES:
Um Irmão retardatário pedindo
ingresso na Loja, não havendo Guarda Externo presente, ele dá na porta, em
qualquer circunstância, a bateria universal que é a mesma bateria do Aprendiz,
não importando o Grau em que a Loja esteja trabalhando. Em seguida aguarda
providências.
Nesse caso podem ocorrer duas situações:
a primeira é a de que o momento seja propício para o seu ingresso, e a segunda
é se o andamento dos trabalhos não o permitir de imediato, pelo que o
retardatário deverá então aguardar.
No primeiro caso assim se deve
proceder: logo que ele efetue a bateria universal, o Cobridor Interno informa
imediatamente, na forma de costume, a ocorrência ao Primeiro Vigilante que, por
sua vez, também comunica ao Venerável. Prosseguindo, o Venerável Mestre
solicita diretamente ao Cobridor que verifique quem bate e, se for Irmão do
Quadro que lhe seja franqueado formalmente o ingresso (pela Marcha e pelo
questionário tradicional). Não sendo do Quadro e desconhecido o retardatário
deverá passar pelo telhamento completo (sinais, toques e palavras) no átrio, o
que será executado pelo Segundo Experto, inclusive remetendo seu documento de
identificação maçônica ao Orador para a competente verificação. Feitas as
devidas averiguações e desde que o que pede ingresso possui grau suficiente
para assistir o trabalho, ser-lhe-á então franqueado o ingresso na Loja pela
Marcha do Grau e pelo questionário de telhamento tradicional. Nessa
oportunidade, por ordem do Venerável, o Mestre de Cerimônias, portando o
bastão, conduz o retardatário. Enquanto o protagonista executa a Marcha e se
submete ao questionário, o Mestre de Cerimônias aguarda ordem na Coluna do
Norte para conduzir o Irmão ao lugar devido.
No segundo caso, se o momento não
for oportuno para o ingresso imediato (durante a abertura dos trabalhos,
leitura da ata, circulação da bolsa, etc.), o Cobridor interno ao ouvir as
pancadas, sem nada anunciar, levanta-se imediatamente, vai à porta e nela
responde também com a bateria universal. Essa prática significa que o
retardatário deve aguardar o momento oportuno para ser atendido (nunca se deve
replicar a bateria ou mesmo aumenta-la para outro Grau). Chegando o momento
propício, o Cobridor faz a comunicação ao Primeiro Vigilante e seguem-se os
procedimentos da praxe até o ingresso do retardatário.
A título de esclarecimento, cabem
aqui algumas observações pertinentes a essas situações:
a) Não existe troca e aumento de baterias na
porta;
b) Não existe a tal bateria de alarme por uma
ou duas pancadas. Isso é invenção;
c) O ideal é nunca chegar atrasado;
d) Havendo Guarda Externo ele se ocupa de
informar o retardatário e de dar a bateria na porta com o punho da espada
pedindo ingresso;
e) A bateria universal, em qualquer situação é
a do Aprendiz;
f) A bateria na parte interna da porta é
dada com o punho da espada pelo Cobridor Interno;
g) Em se chegando atrasado e existirem
visitantes aguardando o ingresso conforme prevê o ritual, o retardatário espera
a possibilidade de junto com eles ingressar;
h) Se o retardatário não possuir grau suficiente
para ingressar, ele receberá a comunicação pessoalmente e nunca através da
bateria do Grau. A porta do Templo não é lugar de batucadas;
i) Após o início dos trabalhos, todo o
ingresso na Loja é formal.
j) Todas essas situações somente se darão
se o retardatário por algum meio conseguir entrar no edifício que abriga o
Templo e chegar ao átrio da Loja após o início dos trabalhos.
Genericamente esses são os
principais procedimentos que devem ser adotados nessas situações.
Sobre a controvérsia “telhamento
ou trolhamento” mencionada na sua questão, penso que ela não existe, pois o
termo correto de uso já foi exaustivamente elucidado e comprovado por inúmeros
autores autênticos. Assim, quando se tratar de verificação da qualidade
maçônica de um obreiro, menciona-se “telhamento” (neologismo maçônico), pois
trata da cobertura dos trabalhos (vide Cobridor do Grau, Cobridor da Loja) em
cumprimento a um importante Landmark da Ordem que é o sigilo. Já o termo
“trolhamento” significa figuradamente na Maçonaria o ato de alisar, ou aparar
arestas surgidas de eventuais rusgas entre Irmãos. Assim, sob essa óptica, um
Templo é coberto com telhas e não com trolhas, pois a telha é comprovadamente
um objeto usado para cobrir, ou fazer a telhadura de um edifício, enquanto que
a trolha é a colher do pedreiro, ou a desempoladeira da qual o artífice se
serve da argamassa para assentar pedras e tijolos, e com ela aparando e
alisando as arestas que se formam durante o assentamento. Infelizmente alguns
autores no passado confundiram os termos espalhando esse equívoco pelas suas
literaturas que fatalmente influenciaram até mesmo rituais, o que tem feito que
ainda hoje alguns ainda mencionem esse equívoco – dizem que matar o dinossauro
não é tão difícil; o difícil mesmo é consumir sua carcaça.
NOTA – Veja no Blog do Pedro Juk
– http://pedro-juk.blogspot.com.br – em Peças de Arquitetura, março de 2017, o
título Telhar ou Trolhar de minha autoria.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Estimado Irmão, poderia nos informar algumas referencias bibliograficas sobre este tema, pois pratico de forma diferente.
ResponderExcluirMeu no é José Carlos - E-mail jcc400@gmail.com
TFA