(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Antonio Raia.
antonio_raia@hotmail.com
Na pagina 22 do Ritual de Companheiro, na verificação se todos os Irmãos presentes nas Colunas são Maçons (Todos nas Colunas e no Oriente levantam-se, ficam à Ordem e voltam-se para o Oriente ou ficam de frente para o eixo da Loja?); Na pagina 51 do Ritual de Mestre, também na verificação se todos os Irmãos são Mestres Maçons, (Veneráveis Irmãos, em pé, sem estarem a Ordem, em ambas as Colunas. - os Irmãos das Colunas voltam-se para o Oriente de sorte que nenhum veja o que se passa à sua retaguarda). O que houve? Erro de digitação? No Ritual anterior (2002) se voltavam para o Oriente Os Mestres Maçons no Oriente também. Nos Painéis dos Graus a Lua deve ser: Crescente ou Decrescente?
CONSIDERAÇÕES:
Na página 22 do Ritual citado apenas se trata da transformação da Loja. No tocante a verificação para a abertura dos trabalhos os procedimentos citados pelo Irmão começam na página 29.
Durante a abertura dos trabalhos no Segundo Grau há uma contradição que deve ser arrumada. Após ter o Primeiro Vigilante ter comunicado o Venerável Mestre que o seu segundo dever é verificar se todos os presentes nas Colunas são Maçons, o Venerável deveria comandar “Em pé e à Ordem em ambas as Colunas”. No Ritual está escrito “Em pé e à Ordem, meus Irmãos”.
Aí está um equívoco, pois o comando parece para toda a Loja, porém o correto é apenas nas Colunas.
Aparece outro equívoco também na nota explicativa quando emana: “Todos nas Colunas e no Oriente levantam-se, ficam à Ordem e voltam-se para o Oriente”. O correto seria apenas que “Todos nas Colunas levantam-se e ficam à Ordem”.
Os Irmãos que ocupam o Oriente não se levantam e muito menos ficam de costas para o Ocidente. No quadrante oriental não existe telhamento, pois ali ingressam apenas Mestres Maçons. Volta-se para o Oriente apenas os presentes no Ocidente (Colunas do Norte e do Sul).
Há que se notar o que está escrito na página 30 do Ritual quando o Venerável profere o seguinte: “Eu respondo pelos do Oriente. Sentai-vos” (o grifo é meu). Se todos estivessem em pé, o Venerável diria: “Sentemo-nos”.
Os componentes das Colunas ficam de frente para o Oriente para o procedimento do “telhamento” pelos Vigilantes. Estes sempre começam pelo que estiver mais próximo da parede Ocidental de tal maneira que o que estiver imediatamente à frente não presencie o que acontece na sua retaguarda.
No Ritual de Mestre em vigência, as coisas estão melhores colocadas, embora careçam de alguns ajustes, tanto na transformação da Loja quanto na abertura, porém os procedimentos estão corretos.
No Oriente não existe telhamento e os presentes nas colunas na oportunidade ficam em pé e voltados para o Oriente.
Também não são telhados no Ocidente (Colunas do Norte e do Sul) os que ocupam cargos, pois estes são restritos aos Mestres e o Mestre de Cerimônias que compôs a Loja sabe disso perfeitamente, tanto que ele responde ao Venerável que a Loja está devidamente composta e todos os Irmãos estão revestidos das suas insígnias.
Ainda um esclarecimento. Esse costume equivocado de que os Irmãos ocupantes do Oriente ficam de costas para o Ocidente no momento do telhamento não tem sustentação, pois esses (Mestres) não sendo telhados podem perfeitamente assistir o que se passa nas Colunas por ocasião do ato.
Rituais antigos previam esse equívoco e o fato se tornou uma prática indiscriminada que se arraigou nas práticas ritualísticas.
Essa prática até estava de acordo quando originalmente não existia essa separação por balaustrada e nem desnível que atualmente determina um limite para o Oriente. Essa distinção de quadrante (Oriente) acabou entrando no Rito por ocasião das já extintas “Lojas Capitulares” no século XIX na França.
Como dito, extinguiram-se as Lojas Capitulares, mas o Oriente elevado e separado acabou permanecendo e, junto com ele, o costume de se virar de costas para o Ocidente.
O primeiro ritual simbólico do Rito Escocês Antigo e Aceito (1.804) – Grande Oriente da França - mostra perfeitamente essa topografia sem divisão e no mesmo nível.
O Oriente era restrito ao lugar do Venerável Mestre e aos que raramente se sentavam ao seu lado, porém abaixo do sólio e encostados na parede Oriental que assumia uma construção em meio círculo.
Assim, não havendo divisão era costume de que todos se virassem para o telhamento, obviamente, menos o Venerável Mestre.
A título de ilustração o Grande Oriente da França na oportunidade encampou por certo tempo, até o Grau 18 do Rito em questão (criavam-se assim as Lojas Capitulares), ficando o Segundo Supremo Conselho com os demais graus (19 até o 33).
Quando as coisas voltaram ao seu devido lugar, o Grande Oriente ficou apenas com os graus simbólicos e ficariam extintas as Lojas do Capítulo no Grande Oriente da França, todavia por um descuido histórico, as Lojas simbólicas permaneceriam com o Oriente limitado.
Pegando carona na anomalia, permaneceram alguns costumes que não encontram sustentação, dentre eles, o de se ficar de costas para o Ocidente.
Quanto às luminárias terrestres a Lua deve estar em quarto crescente – O Sol para governar o dia, a Lua para governar a noite e o Venerável para governar a Loja.
Nesse sentido alegórico de origem antiga e indistinta de qualquer rito, no tocante à Lua esta por razão de uma das definições em Maçonaria – a de governar a noite – certamente o seu reflexo no simbolismo da Arte, deve tender sempre a aumentar e nunca diminuir, para que, mesmo nas trevas, ainda impere a Luz cálida.
A alegoria da Lua no seu quatro crescente não deve estar apenas restrita aos Painéis da Loja de Aprendiz e Companheiro, porém no Retábulo do Oriente (atrás do lugar do Venerável em conjunto com o Sol e o Delta), bem como aquela que no Rito Escocês Antigo e Aceito decora a abóbada celeste e está localizada no Ocidente aproximadamente sobre a mesa ocupada pelo Primeiro Vigilante.
T.F.A.
PEDRO JUK -
Contato: jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 449 Florianópolis (SC) 20 de novembro de 2011.
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