LUZES COLORIDAS SOBRE O ALTAR
(republicação)
Em 24/03/2017 o Respeitável Irmão
Eliberto da Silva Carvalho, Loja Acácia, 0177, REAA, GOB-RJ, Oriente de
Niterói, Estado do Rio de Janeiro, através do meu blog
http://pedro-juk.blogspot.com.br formula a seguinte questão:
Inicialmente parabenizo o ilustre
irmão pelas suas sempre claras e objetivas respostas às mais diversas consultas
formuladas, sempre dirimindo as dúvidas apresentadas. Solicito seus
esclarecimentos sobre o assunto a seguir: Essa Loja completou 149 anos de
fundação dia 07/03/2017 e tem na mesa do Venerável Mestre, ao invés do castiçal
com três luzes brancas, segundo os Rituais dos Graus Simbólicos, um castiçal
com três luzes de cores diferentes que, segundo alguns obreiros mais antigos, é
uma homenagem às Lojas Comércio e Artes, União e Tranquilidade e Esperança de
Nictheroy, pelo que representam para a Maçonaria. A meu ver, deixando de lado a
homenagem enfocada, da qual não discordo, é uma radical inobservância à
ritualística, com relação às luzes sobre a mesa do Venerável, o que deve ser
corrigido imediatamente. Concluindo, pergunto ao irmão: Seria correto
colocarem-se essas três luzes coloridas sobre um pedestal no oriente, com placa
indicativa de sua finalidade, em local que não fira a ritualística
CONSIDERAÇÕES:
Obviamente que não é correto. O
candelabro de três luzes situado sobre o altar ocupado pelo Venerável Mestre e
os outros dois que ficam sobre as mesas dos Vigilantes representam as Luzes da
Loja e a evolução do conhecimento humano, posto que de acordo com o grau
simbólico de trabalho da Oficina acendem-se mais ou menos luzes. No caso do
REAA elas ainda representam a evolução da Natureza comparada à alegoria
iniciática do Obreiro. Assim, essas Luzes litúrgicas são neutras, podendo ser
lâmpadas elétricas ou mesmo velas, entretanto elas não podem ser usadas como
instrumentos para homenagear alguém ou alguma coisa. Isso é o mesmo que desvio
de finalidade.
Sinceramente, tem coisas que
acontecem nos nossos meios que são difíceis de acreditar e essa, por exemplo, é
uma delas. Não que as Lojas mencionadas não mereçam de nós todo o respeito e
homenagem, porém não se usando as Luzes litúrgicas para esse fim, e muito menos
acompanhadas de placa indicativa. Ora, isso é um verdadeiro atentado à liturgia
maçônica.
A propósito, as três Lojas que
deram origem ao Grande Oriente Brasílico em 17 de junho de 1822, por
desmembramento de uma delas – a Comércio e Artes – em mais duas outras, seriam
historicamente distinguidas pelas cores branca, azul e vermelha para que os
seus respectivos obreiros fossem identificados durante as votações da
assembleia. Isso na verdade sacramentaria as cores oficiais do Grande Oriente
do Brasil, já por ocasião das assembleias na época da fundação, os obreiros das
três Lojas traziam uma fita com a cor correspondente à sua Loja amarrada no
braço direito. Dessa forma eram identificados os Irmãos dos quadros presentes.
Dado a isso é que historicamente essas cores (branca, azul e vermelha)
individualmente representam até hoje as três Augustas e Respeitáveis Lojas
fundadoras.
Mesmo dado à importância devida a
elas, nada sugere, entretanto o uso do candelabro de três luzes litúrgicas para
prestar essa homenagem. Aliás, como qualquer outro símbolo que compõe a
decoração da Loja no REAA não deve também ser usado para essa finalidade.
T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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