(republicação)
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Marcos Pereira, Loja Rei Salomão, REAA, GOBPR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná. marcospereira@brturbo.com.br
Gostaria de dirimir uma dúvida, no nosso Ritual Grau de Aprendiz, página 40. Marcha com três passos, sem arrastar os pés. Página 164. Marcha com um passo, sem arrastar o pé. Você pode dar uma explicação para o assunto? Na Marcha não se arrasta mais os pés?
CONSIDERAÇÕES:
Houve por muito tempo a aplicação errada de que o Aprendiz, no Rito Escocês Antigo e Aceito deveria “arrastar” os pés durante a execução da Marcha do Grau (para alguns se arrastaria o pé que avança, para outros o pé que se junta ao outro e ainda outros mais, os dois pés).
Evidentemente essa prática originalmente nunca existiu, salvo quando colocada em rituais ultrapassados e completamente em desuso.
Alegavam certos ritualistas e autores que a prática do arrasto vinha de encontro com a idade do Aprendiz.
Ora, se a criança inicia “engatinhando” e posteriormente dá os primeiros passos (não arrastados, porém cambaleantes), imagine-se então a prática literal do ato. Veríamos um Aprendiz em posição no mínimo constrangedora.
Assim, a tese equivocada cai por terra. Na marcha o executor dá passos normais, todavia intercalados em cada movimento para redundar na esquadria conhecida.
Não existe essa “estória” de se arrastar os pés como se o Obreiro estivesse arrastando um peso metálico feito um presidiário em uma colônia penal. Daí o Ritual estar correto por ocasião do que emana na sua página 40.
Quanto a página 164 não se trata propriamente da Marcha, entretanto do primeiro passo regular da Maçonaria que, obviamente, virá fazer parte da caminhada simbólica proposta na Marcha do Grau.
Na verdade, nos ritos de origem francesa não existe a prática comum do primeiro passo regular, senão a Marcha.
No sistema inglês é que o Obreiro para compor o Sinal, antes dá o primeiro passo regular, pois foi assim que ele recebeu os segredos do Grau (Sinal, Toque e Palavra).
Já no caso do Ritual do Rito Escocês (origem francesa) a prática exarada na página 164 é mais para ensinar a postura que o Obreiro deve assumir para compor o Sinal Penal quando estiver à Ordem, não se tratando exclusivamente da Marcha, porém uma prática enxertada de outro sistema quando identifica o Passo Real (sic) – verdadeiramente “regular” para a comunicação dos mistérios.
No Rito Escocês originalmente não existe esse passo regular. Ensina-se primeira a postura do corpo na forma conhecida, sem dar passo algum, e posteriormente a composição e execução do Sinal Penal, nesse caso o Gutural.
De qualquer maneira, em nenhum caso está prevista a prática de se arrastar os pés, assim como que o que está previsto no Ritual em vigor deve ser religiosamente executado. As minhas observações são apenas de caráter elucidativo.
TFA
Ir∴ Pedro Juk – Nov/2011
Contato: jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 445 Florianópolis (SC) 16 de novembro de 2011.
Ir∴ Pedro Juk – Nov/2011
Contato: jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 445 Florianópolis (SC) 16 de novembro de 2011.
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