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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 26 de novembro de 2024

USO DE ESPADAS NO REAA

Em 13.03.2024 o Respeitável Irmão Emanoel Luizgino Barros de Lima, Loja 21, 03, REAA, Grande Oriente da Paraíba (COMAB), Oriente de João Pessoa, Estado da Paraíba, apresenta a dúvida seguinte:

ESPADAS NO REAA

Meu Ir∴, fui exaltado recentemente e estou à procura de Instruções sobre o uso de Espadas no REAA. Em nossos rituais não há esse tipo de instrução, uma verdadeira lástima.

Enquanto Apr∴ e Comp∴ já presenciei discussões sobre essa ou aquela maneira correta de portar-se com a espada. Uma das mais curiosas foi um irmão dizer que no momento do "Faça-se a Luz" durante a Iniciação, os MM∴ deviam formar um semicírculo ao redor do neófito e apontar-lhes a espada, segurada pela mão esquerda Já li em seu blog que ambos os procedimentos estão errados.

Esse é só um exemplo do que já vi...

O Ir∴ poderia me ajudar nessa questão? Inclusive me comprometo em fazer um trabalho com esse material para replicá-lo em minha loja.

CONSIDERAÇÕES:

No simbolismo do REAA, salvo a Espada Flamígera, as demais espadas são rigorosamente empunhadas pela mão direita e só devem ser manuseadas por dever de oficio.

Geralmente os titulares que as utilizam trazem-nas embainhadas, ou deixam-nas presas em um dispositivo que geralmente fica fixado atrás do espaldar da cadeira.

Nesse contexto, há ainda a Faixa de Mestre, a qual em muitos casos traz na sua extremidade inferior um dispositivo anelar de metal que serve para acondicionar a espada enquanto ela não estiver sendo empunhada. À bem da verdade, o que deu origem à Faixa de Mestre foi o antigo talabarte militar de couro, com bainha, que era naturalmente usado para manter a espada embainhada.

No REAA, os titulares que utilizam a espada como objeto de trabalho são os Cobridores e os Expertos. Armados de espadas, também aparecem nas sessões magnas, as comissões de recepção e retirada de autoridades, e a guarda de honra do Pavilhão Nacional, não obstante ainda existir o uso da espada em outras passagens ritualísticas e iniciáticas previstas no ritual.

Sob o ponto de vista histórico, quem disseminou o uso de espadas na ritualística maçônica foi a Maçonaria Francesa, a qual, dentre outros, procurava dar sentido de igualdade entre os seus membros, não importando a sua condição social. De certo modo, na França do século XVIII, a aristocracia se utilizava da espada para também simbolizar seu elevado poder e status social.

Assim, a Maçonaria, ao espargir o uso da espada entre os seus membros, de certa forma queria demonstrar o caráter de igualdade que imperava nas suas Lojas.

Não é o caso do REAA, mas há ritos maçônicos em que todos os Mestres Maçons usam espadas. De certa forma, a Faixa de Mestre é um resquício dos tempos em a espada era amplamente utilizada como indumentária de maçons que tinham alcançado o terceiro grau, ou a plenitude maçônica.

No contexto ritualístico do REAA e o uso da espada, o titular em pé, parado ou andando, ao tê-la empunhada, a conduz em ombro-arma, ou seja, segura-a pela sua mão direita, lâmina em riste (na vertical apontada para cima); punho direito junto lado direito do seu quadril e o braço e antebraço, com o respectivo cotovelo, afastados do corpo; o braço e antebraço esquerdos ficam caídos ao longo do corpo.

Dependendo do momento litúrgico, a espada possui significados próprios, podendo ser iniciático ou como um objeto de trabalho, neste caso, representando uma arma branca para proteção individual ou coletiva.

Quanto à passagem ritualística no REAA em que Irmão Mestres Maçons apontam, no momento do Fiat Lux, espadas para o neófito, eles não formam semicírculo, mas apontam-nas dos seus lugares, os quais ficam na primeira fileira de cadeiras situadas nas Colunas do Norte e do Sul. Formação de um semicírculo diante do neófito é prática de outro rito, nunca do REAA.

Entre os ritos que compõem à Maçonaria, há ritos em que os titulares empunham espadas com a mão direita, outros, no entanto, as empunham com mão esquerda.

Ao concluir, vale lembrar que no REAA a única espada a ser segura pela mão esquerda é a Espada Flamígera, a qual é utilizada apenas nas consagrações dos candidatos. Neste caso, justifica-se o uso da mão esquerda pelo titular, porque no ato da consagração, concomitantemente ele terá, na sua mão direita, outro objeto de trabalho.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

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