A característica do bom maçom é a discrição. Exibicionismo e
fantasias revelam complexos de inferioridade e necessidade de
afirmação. O bom maçom não se entrega a tais sentimentos.
Uma variante de tais manifestações de inferioridade é a de
propalar que todo homem bem situado na vida é maçom. A Maçonaria não
precisa de outros ornamentos que não sejam os seus métodos, as suas doutrinas,
os seus símbolos e as suas alegorias.
Por outro lado, o maçom começa
a provar que é um exemplo social, quando não se julga um modelo.
Outra forma de exteriorização pessoal é o uso de
distintivos, em publico. Examinada a fundo essa vaidade, ver-se-à que ela é
incompatível com a disciplina maçônica. O maçom que se apresenta dessa
maneira quase sempre troca o seu distintivo por qualquer outro, que a seu próprio
ver, possa enaltece-lo.
Muitos maçons trocam seus distintivos por
outros, como os de certas sociedades internacionais burguesas, cujo membro se
definem os seus sentimentos, considerando-se os melhores nas respectivas
profissões.
Tais são muitas sociedades de auxilio mutuo e outras que fazem
publicidade da beneficência que prestam, tudo por ostentação peculiar a
todos aqueles que acedem na vida ao sabor das circunstâncias.
Na maçonaria não há ninguém melhor. Todos são iguais(nível)
e irmãos.
Revela-se apenas superioridade cultural e intelectual,
respeitosamente e não de modo submisso, disputando ou fazendo demonstrações de
superioridade.
A primeira coisa que o maçom aprende é conhecer a si mesmo e
saber que é falível, e que as virtudes podem decair qualquer dia.
Se
ele for um maçom exibicionista, prepotente, será mais outro que comprometerá
a Sublime Instituição, "a Maçonaria Universal".
Na mesma
censura incidem aqueles que pretendem fazer propaganda maçônica em plenas vias publicas
e praças a pretexto qualquer da comemoração, nas quais se apresentam de
aventais e espadas, ou ainda, distribuindo títulos maçônico cuja o
fundamento nada mais é do que vaidade. Tornam-se ridículos aos olhos dos
profanos, que não sabem o segredos dos aventais, das espadas, o dos títulos
conferidos.
Esses maçons fugiram do Altar dos Juramentos, sejam
aprendizes ou Grão Mestres. Ignoram que a Ordem não poderá contar com eles nas
ocasiões propícias, em que tiver de combater os inimigos da
Liberdade, Ignoram que, sendo conhecidos, serão os mais visados, Ignoram os seus
próprios defeitos, dos quais a maldade profana poderá aproveitar-se para
denegrir a Sublime Instituição, pois, vulgarmente, os ataques à Maçonaria
sempre foram engendrados por falsa indução e grosseira generalização.
Ainda há os saudosistas que relembram demasiadamente as
grandes figuras que passaram pela Maçonaria . Por via de regras, os maçons
devem ser relembrados, mas com certa cautela e sempre com a certeza de
que o homenageado tenha sido realmente maçom.
Rui Barbosa, por
exemplo, foi ilustre por sua própria qualidade e não por ter sido maçom,
pois, quanto a isso deixou muito a desejar. Chegou a considerar a Maçonaria
como um culto a vaidade, como se expressou num discurso proferido na
tradicional Faculdade de Direito de São Paulo. Como maçom poliglota Aguia de Haia,
desapareceu completamente diante da figura do insigne Luiz Gama, assim
como, apesar de ter sido um genial jurista enciclopédico, desaparecia, em
bateria de Direito Público, diante de Barbalho ou de Epitácio Pessoa.
Em suma, a Grande Viúva deve ser enaltecida por seus filhos,
pelo que é e não pelos mortais que por ela passaram.
Texto extraído do Jornal Gotas Maçônicas - Loja São Paulo n°
43 - GLESP - Maio/Junho 2004.
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