ESTANDARTE E SAGRAÇÃO
(republicação)
Em 17.06.2014 o Respeitável Irmão Celso Mendes de Oliveira Junior, membro da Loja Pioneiros de Mauá, nº 2000, REAA, GOB-RJ, Magé, Estado do Rio de Janeiro, solicita esclarecimento no assunto que segue: celso.mendes.junior@hotmail.com
Solicitação de orientação Litúrgica com relação ao Irmão Porta Estandarte. Sei que a minha duvida é banal, porém ela surgiu após eu começar a fazer os meus Graus Filosóficos reparei que no momento da Sagração do Candidato o Porta Estandarte fica com o Estandarte aberto atrás do mesmo, comentei com o decano da Loja que possui uns 40 anos de ordem que tinha achado esse procedimento muito bonito, então ele me informou que era feito desta forma nos Graus Simbólicos, mas parou de ser feito em nossa Loja e que ele também não viu sendo feito em mais nenhuma outra Loja, ele não sabe informar se esse procedimento ainda deve ser feito, ou se caiu em desuso por ser um enxerto. Bom nós gostaríamos de saber se esse procedimento ainda existe ou se caiu em desuso?
Na realidade isso nunca aconteceu, salvo se algum ritual, provavelmente deturpado chegou a mencionar essa prática durante o ato da consagração (sagração). Assim esse costume, se existiu algum dia, é realmente produto de enxertia e invencionice.
O que realmente ocorreu na evolução dos rituais simbólicos do Rito Escocês e que infelizmente caiu em desuso, todavia é verdadeiro e tradicional, foi o ato do Irmão Porta Estandarte arvorar o lábaro (estandarte) quando a Loja era declarada aberta.
Alguns bons rituais espalhados pelo mundo, não no Brasil, ainda preveem esse autêntica prática (não na sagração).
Apenas a guisa de esclarecimento, em linhas gerais o procedimento assim se realizava: em qualquer grau simbólico o Oficial encarregado ingressava no Templo tendo às mãos o Estandarte da Loja ainda enrolado (sem o mastro que ainda se mantém no Oriente e sem ainda expô-lo).
Concluídos os procedimentos de abertura da Loja, assim que o Venerável declarava-a aberta, o Irmão encarregado (Porta Estandarte) arvorava o estandarte, fixava-o no mastro e posteriormente o colocava no lugar devido (o mesmo da época presente).
Assim também acontecia no encerramento dos trabalhos na oportunidade em que o Primeiro Vigilante declarava a Loja fechada. Desse modo o Oficial encarregado retirava o estandarte do mastro, enrolava-o novamente e, quando de partida junto com os demais, o conduzia novamente para fora do Templo.
Infelizmente bem poucos rituais ainda revivem essa prática tradicional que expõe a importante insígnia que identifica a corporação maçônica – o estandarte.
Atenção - esse comentário apenas tem o cunho de ilustrar, todavia não instiga a sua prática quando um ritual em vigência e legalmente aprovado não mais venha orientar esse legítimo procedimento.
Assim, nessa “colcha de retalhos” em que alguns casos se transformaram os rituais escoceses, sobretudo no Brasil, ainda retumbam certos “enxertos” - como talvez aquele de arvorar estandarte no ato da sagração. Pelo menos no meu modesto conhecimento sobre o fato.
Se alguns costumes se processam nos ditos “graus filosóficos”, ou “superiores” o fato não merece aqui qualquer comentário, até porque a autêntica Moderna Maçonaria possui apenas e tão somente três Graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Particularidades acima destes são inerentes apenas aos seus respectivos altos corpos, nunca ao simbolismo que é regido exclusivamente pela Obediência Simbólica, nesse caso ao Grande Oriente do Brasil.
P.S. – não confundir com os rituais especiais do GOB que, dentre os quais, é prevista a “sagração do estandarte”, isto é: a consagração do lábaro distintivo da Loja.
T.F.A.
PEDRO JUK jukirm@hotmail
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.512 Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de novembro de 2014.
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