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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 24 de abril de 2019

O SILÊNCIO DO APRENDIZ

O SILÊNCIO DO APRENDIZ

À G∴D∴G∴A∴D∴U∴ 15 do mês 12 de 6008 (V∴ L∴) 

Sou Aprendiz. Já passou bom tempo que tive a honra de ser Iniciado, sendo reconhecido como tal pelos meus irmãos, ou seja como Aprendiz Maçom. Digo honra porque não se pode definir de forma diferente o privilegio de poder-se estar rodeado de homens honestos, livres pensadores e, sobretudo, dispostos a ajudar na busca que iniciamos ao ver a Luz.

Sim, é simples assim! Desde o primeiro instante que buscamos a Luz, a Sabedoria, a Verdade, nossos IIr∴ estão ao nosso lado para guiar nossos passos a partir da escuridão de onde partimos.

Quanto à Verdade apenas nos podemos aproximar dela, a Verdade somente é conhecida pelo G∴A∴D∴U∴; aprendemos muitas coisas ao longo de nossa vida no entanto sempre fica algo para trás, a cada solução, a cada resposta surgem novas dúvidas e novas perguntas.

Chamam-me Aprendiz e confesso o imenso orgulho em sê-lo! Um velho e consagrado provérbio diz: "É curioso que as pessoas me chamem de sábio por conhecer muitas coisas, realmente tenho aprendido muito em minha longa vida, é verdade, mas não me considero mais do que um aprendiz".

Assim me sinto eu, queridos irmãos, um aprendiz que procura aprender um pouco mais a cada dia, contando com vosso apoio e com as ferramentas de aprendiz.

Todos sabemos que nossos IIr∴ nos deram as ferramentas necessárias para iniciar nossa jornada, certamente não todas pois antes de sabermos multiplicar temos de aprender a somar, de forma análoga, antes de usar ferramentas mais complexas temos de primeiramente aprender a usar as mais simples, que nem por isso são menos importantes.

Dizia um velho sábio: "Por maior que faças um edifício ao final ele não deixa de ser a união de simples pedras, por isso, não subestimes o mérito daquele que formou a base da obra". 

As nossas ferramentas de aprendiz são o maço, o cinzel e a régua de 24 polegadas. Elas nos recordam da necessidade de um controle (cinzel) da força (nossa inteligência ou vontade de aprender) e que é necessário medir o que fazemos para que tudo seja correto. Também nos recordam que o dia tem 24 horas e mais outras coisas que poderão ser exploradas em outra prancha, mas o que eu acredito ser a maior ferramenta do aprendiz, ainda não nos apresentada com tal, é o silêncio do aprendiz.

No passado quando os velhos eram chamados de velhos ou anciões, quando para um homem ser chamado velho ou ancião era um orgulho, os mais jovens se sentavam ao seu lado, ao calor de um bom fogo, para ouvir o que a voz da experiência, paralelamente os conselhos de anciões resolviam pacificamente conflitos que na atualidade acabam em violentas discussões. 

Hoje em dia os anciões não mais são anciões, os temos convertido em meros membros da Terceira Idade e de outros epítetos para mencioná-los, possivelmente de maneira mais civilizada mas, em realidade, o que temos feito é afastá-los da sociedade, os catalogamos como pessoas que não mais são úteis, os abandonamos tal qual um móvel velho no desvão3. Uma loucura! Quanto temos perdido! Toda a experiência de uma vida jogada no lixo. 

Para a sociedade atual isso tudo é normal; para que os anciões possam transmitir seu saber, seu conhecimento é necessário escutar e para escutar é necessário guardar silêncio. 

Nossa sociedade pode ser tudo, menos silenciosa; talvez se calasse e escutasse poderia ouvir o que desejava escutar. 

Nós, os aprendizes, temos o silêncio do aprendiz, mas isso é algo mais que o silêncio! É escutar, ouvir o que os outros dizem e assimilar: de nada vale calar se não se escuta, se não se interioriza o ouvido. 

Se assim agirmos nos daremos conta de que não há nada mais ruidoso do que o silêncio de quem escuta, mas com a pequena grande diferença de que esse ruído não é externo, senão interno. 

Quando estou em silêncio escutando a elocução de outro Irmão, em minha cabeça não deixa de falar-me a minha consciência, não deixa de trabalhar, de analisar o que meus ouvidos ouvem e de continuamente dizer-me se aquilo está de acordo com meus pensamentos ou, se ao contrário, devo opor-me a seus argumentos. 

E isso perfeitamente o escuto em meu interior: fora há silêncio, dentro um grande ruído, um grande trabalho. 

Sim Irmãos, durante o verdadeiro silêncio do aprendiz, em nosso interior se trava uma violenta batalha cujo resultado é uma luta interior, uma interiorização do escutado que, finalmente, nos fornece como resultado o aprendizado de algo novo. 

Queridos irmãos, o silêncio de aprendiz é uma grande ferramenta, em meu entender, uma das mais importantes. No silêncio escuto a meus Irmãos, aos meus mestres e aprendo dia a dia. Se não estivesse em silêncio perderia todos esses ensinamentos. 

Dizia Nietzsche: "O caminho a todas as grandes coisas passa pelo silêncio." E que há mais grande que buscar a Verdade, a Luz. Estamos no início e novamente citando outro grande sábio, Pitágoras, podemos dizer: "Escuta, serás mais sábio; o começo da sabedoria é o silêncio." QQ∴II∴, sou aprendiz, desejo aprender e por isso volto ao meu silêncio de aprendiz.

Mario Lopez M∴M∴ Sobre o Autor Maçonaria Azul O Irmão Mario Lopez Rico, M∴M∴, é operário da Loja Renacimiento 54 – La Coruña – España, sob a obediência da GranLogia de España. Iniciado em 2007 foi elevado ao Grau de Companheiro em 2009, sendo exaltado ao Grau de Mestre em 2010. Em 2012, por desejo eleição dos Irmão de sua Loja, é instalado (V∴M∴).

Maçonaria filosófica Membro da Loja Capitular Caballeros de laFraternidad Galaica nº 414, do Supremo Conselho para o Grau 33 de Espanha. 

É M∴M∴ da Marca – Loja LapisAnguli 1918 Companheiro Do Santo Arco de Jerusalém – Loja Fraternidade Universal. 

No último dia 23 de março foi iniciado na Ordem de Nautas da Arca Real – Loja Mare Cantabricum 1918.

1 Material em espanhol de Autoria do Irm∴ . Mario López Rico, da Espanha; escrito em 15 do mês 12 de 6008 (V∴.L.·.). 

Tradução (versão): Aquilino R. Leal. Folha Maçônica Nº 425, 2 de novembro de 2013 Página 3

Um comentário:

  1. Caro irmão Bianchi

    Estou muito feliz que meu humilde trabalho fosse de interesse ata o ponto de ser traduzido para o idioma Português

    Muito obrigado por este reconhecimento que eu acho que não merece

    Uma honra para mim e digo adeus com um TFA para Vc

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