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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 23 de abril de 2019

PALAVRA DE PASSE

PALAVRA DE PASSE
(republicação)

Em 26.07.2014 o Respeitável Irmão Almir Castilho da Silva, membro da Loja Estrela do Oriente 3ª e Loja de Pesquisas Maçônicas Francisco Xavier Ferreira, sem declinar o nome do Rito, GORGS (COMAB), Oriente der São Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul, formula a seguinte solicitação:
acsilva.sl@uol.com.br

Outro dia fui solicitado por um irmão de Loja a respeito da palavra de passe, o qual estava preparando instrução. Procurei na nossa minibiblioteca e nada encontrei. Ficaria bastante grato se o Irmão pudesse me orientar com uma indicação de trabalho ou literatura a respeito.

Considerações:

O termo se refere a uma senha de reconhecimento entre os Maçons e que é utilizada no telhamento e solicitada por aquele que pede a senha (telhador ou cobridor) quando da verificação da qualidade maçônica daqueles que se apresentam para os trabalhos da Loja – a Palavra de passe é geralmente inerente a um grau maçônico. 

Sua origem menciona os primórdios da Maçonaria quando uma “palavra” era dada àquele que porventura tivesse que se ausentar temporariamente do recinto e, ao seu retorno fosse transmitida ao Cobridor – a Palavra autorizava a passagem, ou reingresso. 

Alguns ritos maçônicos possuem Palavra de Passe para os três Graus, enquanto que outros só a possuem no segundo e terceiro Grau. Aqueles que não têm essa senha para o primeiro Grau justificam alegando que os Aprendizes no seu período de estada no Grau devem ater-se a ouvir atentamente as instruções elementares do Grau, o que os deixava simbolicamente enclausurados no Norte durante os trabalhos, não podendo sair, daí a origem dos que não exaram a senha de passe para o primeiro Grau, já que sem sair, obviamente eles não teriam o porquê de voltar. Tudo isso é simbólico, porém faz sentido. 

Assim, palavra “passe” alude em Maçonaria ao consentimento de passar pela pronúncia de uma palavra dada conforme o Grau como meio de reconhecimento e telhamento e que permite que o Obreiro seja reconhecido e recebido como Maçom regular. 

Uma tônica nesse costume é que geralmente essas palavras são de origem hebraica. Por exemplo, a Palavra de Passe do Grau de Companheiro (o grau mais genuíno da Maçonaria) originária do Craft (inglês) e adotado por alguns Ritos e Trabalhos que é SCH∴, cujo termo lendário foi retirado das Sagradas Escrituras, mais propriamente do Velho Testamento, Livro dos Juízes – Cap. 12, 1-7.

A História Bíblica relata o confronto entre Jefté, general Gleadita contra o exército Efrainita na guerra Amonita. O motivo desta desavença teria surgido do fato de não serem convidados os Efrainitas, de participarem do conflito contra os filhos de Amon, lembrando que os vencedores, nesta época, costumavam levar os ricos despojos de guerra dos vencidos.

Jefté, vitorioso no combate resolveu para garantir a total derrota dos Efrainitas, guardar as passagens do rio Jordão, por onde tentariam os fugitivos retornarem a suas terras. A semelhança entre os povos daquela região dificultava esta vigilância, foi então que, Jefté utilizando-se da variação linguística, armou um meio de acabar de uma vez por todas com o exército Efrainita. 

Assim sendo, todos que por ali passavam eram imediatamente perquiridos a repetirem uma palavra. A palavra escolhida foi SCH∴, pois os Efrainitas pronunciavam a consoante S, num som mais sibilado, saindo então SIB∴ e não SCHIB∴, dessa feita, os Efrainitas prejudicados por sua diferença de pronúncia, ao repetirem a palavra, eram então rapidamente identificados. 

À bem da verdade essa é uma alegoria lendária de aplicação, já que para o Grau de Companheiro a má pronúncia denuncia efetivamente a falta e conhecimento, aprimoramento e preparo quando, o Obreiro, pronunciando a palavra errada (SIB∴), nessa situação é obstado (proibido de passar) pelo Segundo Vigilante para a Coluna do Sul – local definido para os ocupantes do Segundo Grau (os que forçaram a passagem acabaram por assassinar o Mestre).

O termo SCH∴ alude também a uma espiga de trigo “numerosos grãos de trigos” e está relacionado aos cultos agrários da antiguidade – Deméter - já que essa característica possui elo com os ciclos naturais (estações do ano) com seus solstícios e equinócios – condições tácitas no Canteiro (Loja).

T.F.A. 
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.542 Florianópolis (SC) – quinta-feira, 4 de dezembro de 2014.

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