TRÍPLICE ABRAÇO
(republicação)
Em 25.07.2014 o Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga, membro da Loja Luz Invisível, REAA, GOERGS, Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, formula a questão seguinte: paulovalduga@gmail.com
TRÍPLICE E FRATERNAL ABRAÇO.
Aproveitando a vossa explicação sobre o T∴F∴A∴ no Informativo 1.410 (25.07.2014), venho expor o seguinte: um Irmão (considerado o guru da Loja) afirmou que o Tríplice e Fraternal Abraço deve ser acompanhado de apenas UMA batida nas costas dos Irmãos, quando estes forem Aprendizes ou Companheiros e TRÊS quando se tratar de Mestres e assim, os Veneráveis Mestres tem bovinamente, procedido.
Tentei argumentar, mesmo sem ter nenhum documento para comprovar, que o T∴F∴A∴ era realizado, independente do grau, com as TRÊS batidas nas costas após os três abraços, contudo fui voto vencido.
Inclusive (jocosamente) alertei que para Aprendizes era 3 abraços com uma batida, para Mestres 3 abraços com 3 batidas cada, para Companheiro deveria ser 3 abraços com 1+1+3 (5), pelo que fui severamente repreendido!!!
Em virtude estou recorrendo ao estimado Irmão para esclarecer a situação, ou seja: 3 abraços com apenas uma batida para Aprendizes e Companheiros e três para Mestres, ou independente do Grau: 3 abraços seguidos de 3 batidas.
Para os sistemas maçônicos que usam o Tríplice Fraternal Abraço (isso não é unânime na Maçonaria) pelo qual eu me reporto ao Rito Escocês Antigo e Aceito, a origem dessa alegoria está na cerimônia de Exaltação quando o Venerável simbolicamente faz reviver o protagonista para a Luz pelos C∴PP∴PP∴D∴M∴, antigos C∴PP∴PP∴D∴C∴ na encenação teatral. Depois de revivido o protagonista, em pé o Venerável dá e recebe dele o Tríplice Abraço.
De fato, houve tempo em que esse cumprimento era dado somente entre Mestres, todavia essa prática caiu em desuso por não proceder que o dito ficasse restrito apenas ao Terceiro Grau, já que em melhor análise, percebeu-se que o Venerável ao dar o Tríplice Abraço na cerimônia comentada, o protagonista revivido ainda não havia sido consagrado Mestre Maçom, até porque nem mesmo naquela oportunidade ele vestia o avental do Mestre – trocando em miúdos, o Venerável ao dar ali o Tríplice Abraço no renascido este, ainda como Companheiro, não fora constituído Mestre Maçom. Desse modo a origem do abraço emblemático está na Exaltação, todavia pelas circunstâncias não procede como um segredo privativo do Terceiro Grau, senão de domínio dos três Graus.
Historicamente a Lenda do Terceiro Grau se origina na lenda Noaquita - Noé e os três filhos – Sem, Can e Jafé (três abraços relativos aos três filhos).
A questão das pancadas no dorso do oponente – a cada abraço na forma de costume os protagonistas dão três pancadas, independente do grau simbólico. Isso significa que três abraços perfazem nove pancadas de cada um e é só. É mera invenção essa de se apregoar que as pancadas devem corresponder às baterias do Grau conforme a situação. Nunca é demais lembrar que conforme o Rito praticado o compasso das baterias do Grau podem se diferenciar. Agora, imagine a confusão que seria transferi-las ao dorso do protagonista.
Ratifico. Para os três Graus simbólicos o Tríplice Abraço é um só, sendo igualmente seguido por três pancadas a cada abraço em qualquer Grau.
O que existe conforme expressam alguns rituais é a orientação de se bater com as duas mãos ao mesmo tempo, ou só com a mão direita, ou só com a esquerda.
Vejo - não acho - que isso é mera filigrana, já que essa estória de mão do lado do coração, lado ativo e passivo é concepção individual de crença que nada tem a ver com a racionalidade maçônica. O que um bom e autêntico ritual deve exarar ao escolher o modo de se bater (sempre três a cada abraço), é a uniformização do procedimento e não uma concepção anacrônica e prosaica de ocultismo.
Acho oportuno salientar que a prática do Tríplice e Fraternal Abraço não deve assumir as raias do exagero e nem cair no campo da vulgaridade quando Irmãos durante a sessão por qualquer motivo ficam trocando o Fraterno Abraço. O gesto é para ocasiões que realmente mereçam a sua prática e, ainda sem essa “estória” de traduzir o gesto em pancadas que correspondam a um grau simbólico específico.
Finalizando eu gostaria de saber se o nosso “guru da Loja” está seguindo o que exara o ritual ou essa é uma opinião própria dele?
T.F.A.
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.540 Florianópolis (SC) – terça-feira, 2 de dezembro de 2014.
EXCELENTE!
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