COMPORTAMENTO ÉTICO DE UM MAÇOM
A reunião maçônica é sem dúvida um dos atos mais
significativos e importantes na Maçonaria, e isso nos faz crer que,
antes de dirigirmos a esta reunião, necessário se faz nos prepararmos
física – psíquica e emocionalmente para que tudo aconteça dentro da
nossa expectativa.
Esse preparo se assemelha ao mesmo que fazemos quando vamos a uma
festa na vida profana, ou seja, com o coração e a mente receptivos aos
acontecimentos alegres, interessantes e no nosso caso específico,
esclarecedores.
Do mesmo modo que cuidamos do nosso interior, devemos dar atenção à
nossa vestimenta, evitando o uso de tênis, alpargatas e valorizando o
uso do sapato preto, que é sem dúvida o mais adequado.
A partir do momento em que nos encontramos em Loja, unidos em
pensamento e com nossa intenção voltada para o mesmo objetivo, fazemos
uma corrente positiva, e, logicamente atraímos do Mais Alto inspirações
que nos levam a nos unir cada vez mais para o bom andamento do nosso
trabalho; propiciando um ambiente leve, saudável e uma perfeita união de
amor fraternal.
Todos nós seres humanos comuns, somos frágeis, sensíveis, mas temos
forte em nosso coração a fraternidade que é um dos nossos lemas; por
essa razão meus Irmãos é de suma importância passarmos nossas palavras
pelo crivo da razão e da generosidade, pois, as palavras salutares
elevam aqueles que a ouvem, entretanto, quando proferidas
impensadamente, com inflexão agressiva, sem o raciocínio e a devida
prudência magoam e ferem como lâminas afiadas.
A Maçonaria é uma instituição filantrópica, filosófica, que tem o
objetivo de agrupar seres humanos que possuem planos futuros que se
coadunam aos demais Irmãos. São homens de todas as formações
profissionais, científicas, liberais, braçais, em suma, engloba todas as
atividades exercidas pelo homem. O trabalho tem como meta beneficiar a
todos e tem seu fundamento na amizade, na boa intenção de quem o fez,
razão pela qual necessita-se abster-se de comentários não éticos.
Esse fato, no meu entender, é o mais importante e explico por quê.
São apresentados trabalhos de todos os quilates. Ao apresentarmos um
trabalho que tem em mente apenas a nossa contribuição em relação à nossa
vivência e com nossos conhecimentos aguardamos comentários a respeito
do trabalho apresentado, comentário esse que nos oriente e que nos
incentive.
Cada um de nós possui seu pensamento e sua maneira própria de agir e
interpretar. Somos diferentes; alguns possuem facilidades de expressão;
outros de escrita e, os mais sábios, que conseguem tirar proveito de
todos os conhecimentos apresentados.
Não raros os trabalhos apresentados são longos, o que nos
impossibilita de podermos tirar todos os ensinamentos apresentados. Isso
é natural, porém devemos em nosso próprio lar examiná-lo e absorver na
íntegra as questões nele inseridas.
No meu modo de ver somos modernistas e não donos da verdade; de tudo o
que nos é oferecido, devemos aproveitar ao máximo o conteúdo desse; dar
uma palavra otimista sobre o trabalho apresentado é de suma
importância, pois, dessa maneira, creio eu, o apresentador terá mais
motivação para apresentar outros tantos trabalhos.
Essa é minha maneira de ver as coisas, o meu modo de pensar, sentir e
agir; não fazer perguntas capciosas; se a dúvida aparecer falar in off
com o Irmão ou então estudar a respeito.
É óbvio que todos nós precisamos ler e estudar as bases da filosofia
maçônica para possuir conteúdo quando abordar algum ensinamento. Temos
Irmãos que apresentam brilhantes trabalhos e sempre procuram nos indicar
o norte, com a finalidade de adquirirmos uma orientação segura.
Nossa
Sublime Ordem é a única organização que transforma em Irmãos pessoas de
crenças religiosas diferentes, pois nela convivem harmonicamente
espíritas, católicos, protestantes, budistas, maometanos, judeus e etc.
Deus, nosso Pai, sempre Se lembra de nós, suas criaturas e nos
proporciona direção segura por meio de pequenas estórias que nos indicam
o caminho do bem; como esta que passo a narrar-lhes.
–”Existia um maçom ilustre que sempre ministrava palestras,
ilustrando-as com palavras bonitas, sábias e com muito exemplo de vida.
Como seu ouvinte assíduo havia um Irmão que em silêncio assistia a suas
palestras e nenhum comentário fazia. Permanecia sempre quieto em seu
lugar, com sua atenção voltada para os ensinamentos que eram passados.
Alguns anos se passaram e chegou o dia do retorno de ambos para o oriente eterno. Nosso Pai os recebeu.
O palestrante famoso, falante, foi recebido de maneira simples,
entretanto, na sala ao lado aquele que apenas ouvia as palestras era
recebido com grande alegria e muita festa. O orador famoso reivindicou
seus direitos, pois fora ele quem ensinara tudo a todos que o ouvia.
Deus apenas respondeu: ‘– Meu filho, enquanto você pregava, ele ouvia
com atenção, e, no dia seguinte enquanto você não se lembrava mais do
que dissera, ele os colocava em prática.'”
Nós, maçons, temos a mania de criticar a Maçonaria, que não trabalha
mais como antigamente; será que estamos certos? Vamos nos basear nessa
estória acima descrita, ou seja, falar menos e trabalhar mais, sem cair
no saudosismo, pensar e agir no hoje tendo consciência de que tudo
depende de nós, e somos nós que faremos da Maçonaria o que achamos que
deve ser feito. Se adequarmos as realizações atuais de muitos Irmãos,
trabalhando juntos, lado a lado, atentos ao que podemos fazer o que é
necessário realizar para que nossos Irmãos tenham no futuro boas
recordações de nossas realizações, acredito que tudo será como antes.
Temos em Loja aprendizes brilhantes, é nosso dever fazer o máximo
para encaminhá-los adequadamente; se conseguirmos que esses Irmãos
tenham em seus corações a Maçonaria, continuando com esse amor e
interesse por ela, com certeza sentiremo-nos felizes e realizados.
Nossos aprendizes possuem, além de seus interesses e competências
pelas questões da Maçonaria, um excelente orientador que é o Irmão
Segundo Vigilante.
Essa é a minha palavra e que Deus continue iluminando nossos caminhos.
Fonte: revistauniversomaconico.com.br
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