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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

NOS SALMOS, OS MISTÉRIOS OCULTOS DA MAÇONARIA

NOS SALMOS, OS MISTÉRIOS OCULTOS DA MAÇONARIA
Cilimar João Cazelli, Loja Silo Vargas Batista nº 17, Or⸫ de Iguatemi - MS

Os Salmos expressam através de uma simbologia literária, verdades que nem sempre são prontamente entendidas, exigindo afinco para serem interpretadas. Para os Maçons o Salmo 133 é um dos mais importantes pois expressa um dos princípios da Maçonaria, a Fraternidade.

Os Salmos são poemas sagrados que foram compostos por vários autores, entre os quais o mais importante é o Rei Davi, constituindo uma coleção de 150 poemas que formam o livro dos Salmos ou Saltério, um dos livros do antigo testamento.

Os Salmos estão agrupados em cinco partes conhecidas por livros: Livro 1 – Salmos 01 a 40, livro 02 Salmos 41 a 71, livro 03 Salmos 72 a 88, livro 04 Salmos 89 a 105 e livro 05 Salmos 106 a 150. Neles são tratados variados assuntos e são utilizados e indicados para as mais diversas finalidades.

Sendo o Salmo um Poema Sagrado, expressa através de sua simbologia literária certas verdades que nem sempre são diretamente identificáveis pela análise do texto. Cada Salmo encerra em si, propriedades que quando devidamente empregadas, tornam-se elementos curativos para a Alma humana. Uma espécie de medicina espiritual, transforma os males morais em virtudes excelsas.

Na abertura dos trabalhos Maçônicos, o Salmo tem papel de transcedental importância. A abertura do livro sagrado com a leitura do Salmo marca o início esotérico e ritualístico dos trabalhos. O Past Master ou Orador, tal qual sacerdote do Templo, invoca através das palavras do Salmista, a presença do G⸫A⸫D⸫U⸫, para iluminar os trabalhos. O poder do Salmo modifica a construção de pedra e um Templo vivo, e os homens comuns, tornam-se células integradas e portanto um só organismo. Deste momento até o encerramento, estão sendo metabolizadas as virtudes do Salmo.

Tratando-se mais de perto o Salmo 133 que, cantando o amor Fraternal, expressa no 1º grau, um dos princípios fundamentais da Maçonaria – a Fraternidade – eis a sua tradução segundo originais gregos: 
“Oh quão bom e agradável é habitarem juntos os Irmãos. É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce sobre a barba, a barba de Araão, que desce sobre a orla das suas vestes: Como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião pois ali o Senhor ordena a bênção, a vida para sempre”.
Torna-se interessante a análise de cada uma das três partes que compõem o Salmo:

Oh, quão bom e agradável é habitarem juntos os irmãos! O amor, o convívio e a concordância fraternal entre os homens têm sido uma das principais metas do trabalho dos mestres de sabedoria ao longo de várias épocas.

Na primeira parte deste cântico de Davi, tem-se este anseio, expressando de uma forma simples e objetiva. A Fraternidade é já exaltada no Gênesis 13.8, quando Abraão e Lot se separam com seus rebanhos, por não poderem mais habitar juntos devido a terra não Ter capacidade para alimentá-los, pois tinham tantos bens que não era possível viver um com o outro. Apesar de não poderem estar juntos o respeito foi mantido por se considerarem irmãos; mesmo inexistindo divergências e diferenças de opiniões (rebanho e bens) e a falta de terra (elementos comuns a ambos), o mútuo respeito permaneceu. Assim vê-se que mesmo os irmãos possuindo idéias e conceitos diferentes, para manter a Fraternidade as diferenças desaparecem, tornando boa e agradável a convivência.

São Paulo em sua epístola aos Hebreus 13.1 recomenda a caridade fraternal entre os homens e no trecho aos Romanos 12.10, exalta o amor fraternal como o mais belo entre todos. É como o óleo precioso sobre a cabeça o qual desce sobre a barba, a barba de Araão, e que desce sobre a orla de suas vestes. O Salmista compara a convivência fraternal com o óleo precioso.

O Óleo precioso derramado sobre a cabeça faz parte da consagração de Abraão por Moisés, tornando-o Sacerdote de Deus. Tal óleo composto de mirra, cinamomo, cana cheirosa, acácia e azeite de oliva, era derramado sobre a cabeça (CHAKRA CORONÁRIO).

Perfumado com seus aromas a barba e chegando a orla das vestes (CHAKRA LARÍNGIO) fazendo o Sacerdote um veículo das palavras de Deus. Araão, como Moisés era da linhagem de Levi, um dos filhos de Israel, que entrou no Egito com Jacob, pai de José, Rei do Egito, e teve papel importante na condução do povo Hebreu à Terra Prometida.

Virtudes Superiores

O óleo, o bálsamo como perfume são elementos que propiciam a manifestação de virtudes superiores, a utilização do óleo aparece hoje ainda na Crisma, o Sacerdote unge a testa do crismado ao óleo, habilitando-o a ser um soldado de Cristo para com as armas da virtude, do bom caráter e retidão, lutar contra o mal.

No batismo, a utilização do óleo aparece como complemento do ato de exorcismo que é feito pelo sacerdote quando da colocação de sal na boca do batizado para purificar-lhe, ungindo em seguida com Santos óleos para depois fazer a ablução com água. O sacramento do batismo essencialmente só utiliza a água.

Se no batismo emprega-se a água para purificação do corpo, na Crisma usa-se o óleo para a purificação da Alma, para na primeira comunhão manifestar-se o fogo do espírito. Na lamparina, que contém óleo pairando sobre a água para proporcionar a manutenção do fogo, temos a representação de todos estes mistérios. Pode-se dizer que a água está representando o corpo, assim como o óleo a alma. Para a chama ou fogo representar o espírito, esotericamente são veículos essenciais na vida do homem.

Outra alegoria para exaltar a beleza da união fraternal é a que se apresenta na terceira parte do Salmo: “Como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião, pois ali o Senhor ordena a benção a vida para sempre”.

Em Deuterônomio 4.48 temos a informação que o Hermon é outro nome dado ao monte Sião, mas sabe-se que Hermon é a montanha mais alta da cordilheira da Judéia, com cerca de 2.788 metros de altura, cujo cume permanece coberto de neve o ano todo. A neve, como o orvalho, alimenta a cidade de Jerusalém também conhecida como Sião. O monte Sião constitui uma região elevada da parte nordeste da cidade e foi o palco de conquistas feitas por Davi, onde construiu uma cidade que se transformou no centro da vida nacional Israelita. O nome Sião foi depois estendido a toda cidade de Jerusalém. Tem-se novamente uma alegoria da descida do orvalho que caído do Céu vem alimentar os homens da terra. Tal como uma bênção ordenada por Deus, a neve do Hermon alimenta o rio Jordão que deságua no Mar Morto próximo a Jerusalém, mantendo a vida para sempre.

Assim amados irmãos, os Salmos, em particular o 133, com suas três divisões.

Do Gênesis ao Rei Davi; o óleo, bálsamo e mirra, e a montanha da cordilheira Judia, celebram nestas três divisões a Fraternidade, óleo precioso e o orvalho do Hermon, a união dos irmãos em Fraternidade, arrebatando-os com a figura do Sacerdote Aarão e encantando-os com o orvalho que desce.

Espera-se que com esta pequena análise bem particular tenha-se ressaltado o valor místico e esotérico dos Salmos especialmente o 133 que é a base dos mistérios ocultos da Maçonaria.

“Que os queridos irmãos encontrem nos Salmos a transformação das dificuldades cotidianas em profunda paz interior, para que haja entre todos os povos a tão comentada Fraternidade.

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