VERDADEIROS CRENTES: MAÇONARIA, PENSAMENTO REVOLUCIONÁRIO E A ASCENSÃO DE SIMON BOLIVAR
Por Ir∴ Francis J. Bell
Mozart Lodge No. 436, Grand Lodge of F.&A.M. of Pennsylvania, USA.
Tradução: José Filardo
INTRODUÇÃO:
A Maçonaria é uma confusão geral. Termos, símbolos, sinais e sugestões que parecem dizer uma coisa e realmente querem dizer outra. Nós somos um sistema de contradições e declarações contraditórias. A possibilidade do impossível e do improvável está aqui e em abundância. Mesmo o estudioso maçônico experiente teria muita dificuldade em explicar ao novato como uma organização definida da seguinte forma …
Maçonaria: Um sistema peculiar de moralidade velada em alegoria e ilustrado por símbolos.
… poderia produzir o seguinte documento revolucionário:
15 de agosto de 1805
“Então, esta é a nação de Rômulo e Numa, dos Gracos e dos Horácios, de Augusto e Nero, de César e Brutus, de Tibério e Trajano? Aqui todo tipo de grandeza teve seu tipo, todas as misérias seu berço. Otaviano se mascara com o manto da piedade pública para esconder seu caráter desconfiado e suas explosões sangrentas; Brutus empurra o punhal no coração de seu protetor, de modo a substituir a tirania de César pela sua própria; Antônio renuncia à sua pretensão de glória para zarpar nas galeras de uma prostituta; sem projetos de reforma, Sila decapita seus compatriotas e Tibério, escuro como a noite e depravado como o próprio crime, divide seu tempo entre a luxuria e a carnificina. Para cada Cincinato havia cem Caracalas, cem Calígulas para cada Trajano, cem Claudios para cada Vespasiano. Esta nação tem exemplos de tudo: severidade para tempos antigos, austeridade para repúblicas, depravação para imperadores, catacumbas para cristãos, coragem para conquistar o mundo inteiro, ambição para transformar todas as nações da terra em um campo fértil para os tributos; mulheres capazes de dirigir as sacrílegas rodas de seus carros sobre os corpos decapitados de seus pais; oradores, como Cícero, capazes de agitar multidões para a ação; poetas, como Virgilio, para seduzir com suas canções; satíricos, como Juvenal e Lucrécio; filósofos de mente fraca como Sêneca; cidadãos completos como Cato. Esta nação tem exemplos para tudo, exceto para a causa da humanidade: Messalinas corruptas, Agripas covardes, grandes historiadores, naturalistas ilustres, guerreiros heroicos, cônsules vorazes, sibaritas desenfreados, virtudes douradas e crimes infames, mas para a emancipação do espírito, a eliminação de cuidados, a exaltação do homem e a perfectibilidade final da razão, pouco ou nada. A civilização soprando do Leste mostrou todas as suas faces aqui, todas as suas partes. Mas, a resolução do grande problema do homem libertado parece ter sido algo inconcebível, um mistério que só será esclarecido no Novo Mundo.
Eu juro diante de vós, eu juro pelo Deus de meus pais, eu juro sobre seus túmulos, eu juro pela minha Pátria que eu não vou descansar corpo ou alma, até quebrar as cadeias que nos prendem à vontade do poder espanhol!
(Simon Bolívar, Juramento feito em Roma) (1)
Este juramento feito por um jovem Criollo rico da Venezuela, recém-iniciado em uma loja maçônica em Cádiz, Espanha, parece ser contrário a uma organização que, conforme citado nas Constituições de Anderson (1723) “.. um maçom é um súdito pacífico dos poderes Civis onde ele reside e trabalha, e nunca se preocupa com tramas e conspirações contra a paz e o bem estar da Nação…”
Ou ele é?
Neste artigo, eu gostaria de explorar algumas das ideias e fatores históricos que fazem desta chamada à revolução contra “governos injustos” não a aberração da Maçonaria, na época, mas a norma. Embora a ênfase seja sobre as medidas tomadas no sentido da rebelião na América do Sul e da importância da Maçonaria na conformação desses eventos, não só fornecendo a doutrina da revolução, mas também os homens de ação e a rede de apoio, temos de olhar para trás para avançar.
O ponto desta história passada não é apresentar uma declaração de facto de que determinadas organizações ou eventos têm laços diretos com a Maçonaria (como nós a conhecemos hoje), mas que eles foram de fato catalisadores da mudança, bem como um terreno fértil para a imaginação de futuras gerações.
Conhecimento popular e certos preconceitos na época desses acontecimentos tiveram efeito incrível sobre como os futuros maçons veria a sua organização, bem como o que eles achavam que deveria ser feito em seu próprio tempo. Tem-se observado que, embora os maçons não tivessem sido razão direta para o Iluminismo na Europa (e junto com ele as revoluções americana, francesa e sul-americanas), seria uma discussão muito disputada negar aos membros individuais os seus lugares nessa história. Maçonaria, por existir, permitiu tanto a criação dessas ideias revolucionárias quanto forneceu uma saída para elas.
Como qualquer pessoa que pesquisar as ideias formadoras da Maçonaria precisa, primeiro devemos abordar várias historias “especulativas” associadas ao início da Maçonaria. (NOTA: por favor, veja o cronograma anexo para as datas exatas e resumos)
Havia, desde o início da organização, dois campos de pensamento. Estes são que [[i]] tudo o que é escrito sobre a Maçonaria deve ser tomado em seu valor literal e, segundo, O mundo da Maçonaria não existia até a formação da Primeira Grande Loja na Inglaterra em 1717.
Embora pareça simplista resumir o vasto mundo de estudos maçônicos, eu sinto que há trabalho existente suficiente para fazer esta declaração.
Este problema tem um único paralelo na pesquisa bíblica e das crenças; e as falhas que existem também são do mesmo tipo. A real importância de compreender estas duas escolas dominantes, e mais particularmente a primeira é que ela tem o maior impacto sobre o desenvolvimento dos membros “Iluminados” da ordem nesta época inicial.
* Famosos irmãos da Bíblia. Tem-se observado em algumas publicações antigas que Noé, Adão, Salomão e Moisés foram alguns dos primeiros maçons. Embora a construção do Templo em Jerusalém seja uma parte fundamental do grau de Mestre Maçom,[[ii]] as outras adições de fontes bíblicas eram realmente muito admiradas. Noé e sua história, mesmo aparecendo mais tarde, em um grau concordante [[iii]] * Mestres e Colégios Comacines. Para uma organização secreta construída sobre o simbolismo da construção, havia a necessidade de um grupo fundamental para ancorar o “prestígio” daí decorrente, para que um homem de classe superior quisesse se filiar. Os Comacine e os Colégios eram exatamente esse tipo de grupo. Homens que eram instruídos em técnicas de construção perdidas havia muito tempo, uma ordem quase monástica que exigia sacrifícios de vida rígidos e juramentos de fidelidade para permitir que o conhecimento fosse ensinado e aprendido.
Estes eram engenheiros, arquitetos e matemáticos, e não algum diarista humilde. Favoritos da realeza e procurados em todo o mundo. Os mistérios da construção das catedrais góticas, os aquedutos romanos e pirâmides egípcias eram atribuídos a eles. Euclides, Pitágoras e Arquimedes eram seus herdeiros e irmãos.
O desenvolvimento das ciências e da matemática eram seus objetivos e qualquer candidato de espírito semelhante era convidado a seguir o caminho deles.
Esta visão particular dos Collegia como precursores da nossa Maçonaria atual está mais bem representada no livro de Joseph Fort Newton, “Os Construtores”. (É importante notar que este livro é um dos livros maçônicos de maior sucesso publicados nos Estados Unidos e foi encomendado pela Grande Loja de Iowa.) * Os Cavaleiros Templários. A vida e a morte desta famosa ordem tornaram-se intrinsecamente ligada à história da Maçonaria. Tanto é assim que há até mesmo um corpo coordenado que leva seu nome, assim como outro que incorpora estas “Ordens de Cavalaria” em seu sistema de grau. O interesse por este grupo supostamente “herético” de cavaleiros regride bastante no tempo e com o novo interesse nos vínculos entre organizações (ver: Born in Blood de Robinson, assim como o popular O Código Da Vinci – livro e filme), não deve haver falta de interesse por um longo tempo.
Uma linha comum na história é que os Templários não eram, na verdade, hereges, mas os guardiões de algum tipo de segredo divino (algumas vezes é a Arca da Aliança ou o Santo Graal ou mesmo o Sudário de Turim) outra possibilidade interessante é que, uma vez que os Cavaleiros tinham seu próprio clero isolado, bem como acesso ao conhecimento do oriente escolástico (incluindo documentos gregos e latinos difíceis de obter), que eles estavam praticando uma forma menos “católica” de cristianismo. Se existisse tal organização rica, autônoma e de pensamento avançado operando fora da autoridade paroquial padrão, seria apenas uma questão de tempo antes que ela fosse suprimida. E ela certamente foi.
A munição para os escritores, é claro, é a incapacidade dos perseguidores dos Templários de deitar mão na maior parte de seu tesouro, sua frota mercante ou seu clero.
Estes viveram na imaginação do homem até nossos dias, e mais seguramente estavam nas mentes de alguns de nossos primeiros membros também.
* O Colégio Invisível da Fraternidade Rosa Cruz (Rosacruzes)
Em 1615 e novamente em 1616 o aparecimento de manifestos (Fama Fraternitatis e Confessio Fraternitatis) em toda a Europa causara, um aumento no interesse por Colégio “Invisível”. Uma organização que promove os valores da verdade, educação e aperfeiçoamento do homem, tudo ligado a uma melhor compreensão da relação entre o homem e seu Deus, os Rosacruzes são alternadamente considerados por uma igreja e diversos monarcas suspeitosos como uma visão utópica de uma sociedade oprimida ou um bando de anarquistas maléficos. (NOTA: Para um livro excelente que lida com este grupo em particular e seus efeitos sobre a paisagem política da Europa, leia O Iluminismo Rosacruz de C.E. Yates.)
Mais uma vez, a organização professa o aperfeiçoamento do homem e a promoção do conhecimento útil enquanto espera tornar a classe dominante mais esclarecida.
CÂMARA DE REFLEXÃO:
Em seu estado embrionário, o pensamento Iluminista, ou o que seria algum dia assim chamado , foi objeto de grande adversidade.
A busca do homem pelo pensamento racional, fundamentado era, naquela época, altamente censurado, tanto pelas monarquias concorrentes da Europa quanto pela Igreja Católica Romana. Em uma época em que uma revisão desfavorável de seu trabalho podia muitas vezes significar tortura ou morte, coube ao acadêmico tentar ser mais cauteloso em suas crenças declaradas e publicadas.
Em sua maior parte, temos estudiosos isolados operando por conta própria e publicando (quando física e / ou financeiramente possível) as suas próprias interpretações e descobertas.
O nível individual de formação era muito alto e a maioria destes senhores eruditos tinha aptidão em latim, grego e às vezes hebraico. Os estudos de alguns (por. ex. Doutor John Dee) no campo da matemática e da ciência eram um trabalho verdadeiramente inovador. Apesar de suas outras áreas de interesse (por ex. As conversas do Dr. Dee com espíritos e anjos) deram motivo para diminuir a visão da historia de suas realizações.
A maior parte da aprendizagem estava sendo extraída de fontes na antiguidade. A educação “clássica”, o aprendizado das obras clássicas gregas e latinas pode ser vista evoluindo a partir desses estudiosos solitários.
No entanto, embora os clássicos devessem ser admirados e estudados de perto, havia também um nível muito elevado de espiritualidade devota e estudo bíblico correndo por este movimento.
Este período também é marcado pela descoberta contínua de novas terras, o mapeamento preciso das já existentes e a formação de instituições centralizadas de ensino superior. Tudo isso incendiado pela invenção da imprensa e mais tarde pelos tipos móveis, o mundo do pensamento racional e especulativo se dirigia para o período de maior expressão que o mundo ocidental já tinha visto.
Não deveria, portanto, ser qualquer surpresa, fazendo até mesmo uma leitura superficial desse período, que este seria o momento em que as sociedades, secretas ou não, surgiriam. Homens de mentalidade semelhante sentiriam a necessidade de compartilhar informações e pensamentos e de encontrar novas fontes de ideias e de pesquisa. Seria a formação de redes e compartilhamento de recursos com algumas atividades sociais, tudo agregado em um mesmo pacote. O conhecimento de que algumas dessas ideias e atividades podiam colocar uma vida em perigo mortal seria um fator na instituição de algum tipo de pedido de entrada, bem como o fato de que um ritual de alguma solenidade ajudaria a colocar o “tom” adequado em qualquer um desses eventos. Assim, estas células se formariam de maneira regional, com o membro ocasional viajante possivelmente reunindo-se com outros homens de igual mentalidade em outras partes do país ou do mundo. Uma série de linhas de comunicação poderiam ter sido formadas e a transferência de conhecimento expandido.
Dessa forma, estes grupos iniciais estariam procurando um sistema de comunicação, reconhecimento e apoio que permitisse aos seus membros simplificar suas transferências de pensamento e de informação àqueles de mesma inclinação a distâncias maiores e com o nível de segredo que isso exigia.
SOB A SUPERFÍCIE:
“A natureza de tudo é melhor considerada na semente” (Francis Bacon)
Embora estes homens do iluminismo dessem estes passos gigantes em direção a uma nova consciência do mundo, eles não estavam apenas desafiando suas próprias mentes e as de seus colegas estudiosos, havia outras sendo contestadas também.
Subversões de pontos de vista religiosos, a direção nacional bem como a estrutura de classe estavam todos se fazendo sentir, o que foram de certa forma ajudadas por esses homens. À medida que a percepção do lugar do homem na sociedade mudava, também o fizeram os ditames da revolução. Um exemplo da mudança de lugar do indivíduo na sociedade revolucionária pode ser visto na “Cronologia dos eventos” (ver anexo)
Notamos que a ideia clássica de “Rei filósofo” de Platão [[iv]] está sendo lentamente substituída ou pela ideia de monarquias constitucionais ou simplesmente pela remoção da monarquia. Eu acho que esta evolução tornou-se válida como uma resposta à desilusão causada pelo “fracasso” do movimento Rosacruz e a derrota de Frederico V da Boêmia. Embora o reinado de James I da Inglaterra pudesse ser visto como um ponto alto no avanço do monarca esclarecido, o problema que o público enfrentava era a capacidade de “iluminar” cada monarca sucessivo. Como um monarca ainda estava praticando perto do governo absoluto na maioria dos lugares fora da Inglaterra, a tensão deste hipotético “rei filósofo” aparecendo em cada geração seria quase impossível de suportar. [[v]]
A ideia então poderia ser voltada para a educação do indivíduo. Através da educação de um grupo maior da população, poderia haver uma garantia quase construída de que, mesmo se o monarca ou governo tendesse para o despotismo, haveria número suficiente de pessoas bem educadas, em todas as esferas da vida, que seriam capazes de fazer soar o aviso de alarme da cidadania. À tarefa de organizar esta visão revolucionária da sociedade, um homem já havia se dedicado.
FRANCIS BACON:
A vida e obra de Francis Bacon são tão extensas que não pode ser coberta durante a tentativa de se escrever sobre qualquer outro tema. Seu trabalho eclipsaria o papel e já que ele é uma das mais conhecidas figuras do Iluminismo, podemos dispensar todas as informações superficiais. No que se aplica a este trabalho, ele será conhecido apenas por algumas de suas realizações ilustres.
A filosofia de Bacon é que, para ser mais semelhante a Deus é preciso aprender tudo o que está disponível no mundo natural. O estudo das ciências e das artes é uma vocação quase religiosa e tal estudo deve ser abordado com reverência “Em Deus todo o conhecimento é original” [[vi]] Com essa filosofia em mente, ele construiu a obra prima “O Avanço da Aprendizagem”.
Nela, ele nos diz como configurar os sistemas através dos quais as pessoas devem ser educadas, como os campos das ciências e das artes devem parecer como e por que é importante ter uma população educada. Embora isto possa não parecer tão vital hoje, foi uma das obras mais sérias de sua época e apresentado ao rei com alguma apreensão, já que as ideias não eram de todo amplamente aceitas. Era uma situação de alto risco, em que Bacon iria publicar aquilo em seu próprio nome, devido ao fato de que “heresia” e “inquisição” poderiam ser consideradas em cada esquina e a visão que a nobreza tinha dos de camponeses e servos não eram de igualdade de raça naquele momento.
Ele foi bem sucedido em ambos, interessando a coroa e também galvanizando outros intelectuais para o sentimento de que havia, de fato, uma oportunidade para uma mudança positiva no mundo deles.
Por esta razão, tem-se assumido por muitos que Bacon não teve uma influência que não era pequena sobre as doutrinas Rosacruzes que havia surgiram apenas oito anos depois de seu trabalho. E nem descontam que ele teria sido um defensor, ainda que silencioso, deste recém-declarado “Colégio Invisível”.
É de conhecimento comum que ele foi o fundador de “Os Cavaleiros do Elmo”, um grupo atribuído às vezes como o protótipo para a Maçonaria moderna, mas cuja organização continua a reunir o interesse da comunidade acadêmica e nobre. (Para uma descrição detalhada dessa organização ver a Maçonaria de Bacon, de Tudhope) A influência deste grupo no movimento teatral crescente, e sua evolução de peças teatrais higienizadas em dias de festa para uma forma de arte mais conflituosa e provocativa, pode ser creditada à disseminação de ideias iluminação a um segmento muito maior da população pois o pré-requisito da capacidade de ler e escrever foram então removidos. Além disso, em seus níveis secundários, foi possível transmitir a informação àquela cepa dos mais educados simplesmente sentados em um teatro, contra alguma sala escondida. Isso também é um vestígio dos dias dos rosa-cruzes e outras organizações herméticas.
O EXEMPLO DO COLÉGIO INVISÍVEL:
À esquerda está uma cópia de uma placa com o título “O Colégio Invisível dos Irmãos da Rosa Cruz”, atribuído a um Teophilus Schweighardt Constantiens, por volta de 1618. (As seguintes interpretações são casuais e utilizadas para fins didáticos)
A forma inicial de comunicação é através do desenho; uma torre sobre rodas com uma torre alada. Isso representa a mobilidade desta ordem, que afirma não ter membros e ter todos os membros. Uma trombeta, para proclamar a sua chegada ou vinda ou é para transmitir o manifesto da organização? Os guardiões das torres; três homens armados com penas, é o conhecimento a sua arma? Ou é a redação de correspondência e transmissão de conhecimento, possivelmente representados pelas letras alados indo e vindo? Sua defesa? Escudos (notar a adição de hebraico aos escudos, isto é uma camada adicional de informação ou uma vedação?) Há um grande número de imagens pictóricas e todas elas têm um multiplicador muito elevado de significados possíveis.
Temos também as camadas de palavras em latim e hebraico, juntamente com (eu sou incapaz de verificar neste momento) algumas palavras gregas e italianas, bem como palavras compostas que poderiam representar citações curtas de provérbios.
Além disso, temos imagens, frases, palavras e geometria trabalhando juntos para comunicar um argumento. Observe-se o homem em primeiro plano à direita, ele é um viajante ou um peregrino (chapéu, saco e cajado no chão) mas ele se ajoelha segurando a âncora? (Esperança?) e olha para o céu (oriens = latin: sol nascente, oriente, manhã) a frase “ignorantium meam agnosco” = latim: conhecer de novo, a linha desenhada representando a hipotenusa de um triângulo de 90 graus.
Estes podem ser vistos como funcionando em conjunto, de modo que apenas o olho treinado ou alguém buscando significado específico será capaz de verificar a mensagem. (Exemplo: tomando a frase da face frente da torre ao lado “Jesus Nobis Omnb” se adicionamos as letras para torná-la “Jesus Nobis Omnibus” não encontramos uma tradução direta do latim. Mas, se procurarmos referências cruzadas destas três palavras, elas aparecem em uma parte específica do novo testamento …
“Não há condenação para os que, sendo justificados por Cristo, caminham não segundo a carne, mas segundo o espírito. Sua forte esperança e amor de Deus.” (Romanos, capítulo 8) [[vii]]
Isto faria parte de um código apropriado para qualquer grupo que professasse um desejo de iluminação. (Ou será que é esse mesmo o significado?) Este desenho é uma ferramenta de aprendizagem tanto quanto é uma mensagem. Pode-se mesmo dizer que esta mensagem é conhecimento e que este desenho e muitos outros como ele foram feitos para instruir nossos antepassados intelectuais, através de uma combinação de símbolos e de diálogo.
OS MAÇONS:
Eu consideraria um desperdício, enquanto novato no estudo maçônico, se não fosse capaz de dar algum fundo histórico em profundidade sobre a nossa organização a esta altura. No entanto, vou indicar alguns pontos para ilustrar as linhas de transferência dos Estudiosos Rosacruzes, herméticos pré-Iluministas para a organização de que todos nós somos uma parte.
Em primeiro lugar, sabemos que Elias Ashmole, através de seus próprios escritos, foi feito maçom “especulativo” na Inglaterra no ano de 1646. A Royal Society foi fundada em 1660 e era um foco de atividade maçônica e, finalmente, em 1717, a polêmica “Primeira Grande Loja da Inglaterra” foi formada.
Devemos agradecer ao irmão Ashmole por não seguir o protocolo maçônico de nossos dias e adicionar este importante pedaço de história aos seus diários, uma vez que nos permite mostrar o curto espaço de tempo a partir dos Manifestos Rosacruzes (1615 e 1616) até os tempos da maçonaria “especulativa” organizada. Não é a premissa dizer que uma organização misturou-se à outra neste curto espaço de tempo, mas sim as influências dos Rosacruzes (e, por inferência dos Cavaleiros do Elmo de Bacon”, na medida em que eles teriam tido influência sobre os primeiros), mas que os fundadores da Maçonaria identificavam-se fortemente com os princípios dos Irmãos da Rosa Cruz.
O EXEMPLO DA “PLACA BAMBERG”:
À direita está a cópia da “Placa Bamberg” encontrado em uma loja maçônica em Bamberg Alemanha, “a placa foi realmente produzida na Inglaterra em 1789 por P.Lambert, R.A.” [[viii]]
O fato de que há um bom número de símbolos semelhantes utilizados, bem como a implementação de “imagens cifradas” (ver acima exemplo do Colégio Invisível) levaria alguém a concluir que as atividades e ideias dessas sociedades “secretas” antigas estavam vivas e bem nessa nova organização de maçonaria. O fato de que as origens da Maçonaria Regular estão firmemente enraizadas na Inglaterra e que, como vemos, até 1789 versões de desenhos maçônicos ingleses estão sendo feitas com inscrições francesas (e não apenas lojas regulares do Craft, mas capítulos Arco Real conforme indicado). Será que isso é devido ao fato de que o francês era considerado uma língua mais civilizada (tinha sido falada nas cortes reais inglesas por muitos anos) ou tem a ver com a proliferação de lojas maçônicas no continente?
Eu defenderia este ponto fazendo com que os interessados tomem os desenhos “Colégio Invisível” e “Bamberg” e cruzando referências das imagens usadas neles com as imagens disponíveis em “Introdução à Maçonaria” de Claudy, ou “Exemplar” de Carpenter ou “O Craft e seus Símbolos” de Robert, sem revelar muito, eu sinto que vocês verão que o simbolismo de um grande número desses “pontos de virtude” passará de um sistema para o outro.
O que se vê que isso ilustra é que há um sistema de núcleo de crenças compartilhado e que isso permitiria que os estudiosos mais “sérios” dos irmãos maçons sentiriam um forte sentimento de ligação a estas organizações mais antigas de mistério. Isto é como o mito e o folclore funcionam para nos ligar a estes grupos. Ninguém diz jamais que os maçons são descendentes diretos dos Rosacruzes ou os dos Comancines ou dos Cavaleiros Templários. Ou eles dizem? É claro que sim! Pode haver até mesmo um equilíbrio de trabalhos escritos por maçons e Anti-maçons igulamente que fazem exatamente isso. E isso quer dizer que é verdade?
Não e Sim.
Não, como o mais empírico de nossos irmãos de pesquisa e acadêmicos não aliados lhe dirão. Não existe Pedra de Roseta aqui. Nenhuma última vontade ou testamento, confissão no leito de morte nem nota fiscal de venda ou transferência de ativos corporativos. Os templos não foram apenas redecorados e os membros informados por escrito que deveriam agora se chamar maçons. Em grande parte porque há tantas concepções do que um maçom é, foi ou deveria ser.
DIVULGANDO A PALAVRA:
Em alguns cantos do mundo, eles podem lhe dizer em um verso que faz de um homem um maçom. Em outros, pode ser um sinal ou símbolo.
“Pessoalmente, acredito que sou um maçom, não tanto pela razão de que fui iniciado por maçons mais velhos em uma Loja regular, mas porque eu percebo o que a Maçonaria é, e por que é, quando e onde surgiu, e por que meios evolui ou retrocede.” (A primeira conversa, Ernst und Falk, Lessing 1778) [[ix]]
… Ou conforme afirmado em “Diálogos maçônicos” de Lessing, a percepção de que a Maçonaria é.
A Maçonaria sobreviveu através destes séculos de conflitos e perseguição, não devido à sua abordagem nova ou moda para o homem comum, mas por seu apelo ao cerne da compreensão de um homem do que é certo e bom para si mesmo e para a sociedade. Ela permite àqueles que desejam melhorar uma saída para ouvidos condescendentes e um recurso de apoio tanto para pesquisa material quanto espiritual.
Mais uma vez eu gostaria de sugerir consultar os vários livros existentes que discutem ritual e simbolismo, e destacam que as crenças centrais da maçonaria são universais. As mudanças estão na maneira em que as crenças e as instruções são conferidas ao indivíduo. Isso pode ser facilmente atribuído às distâncias que a palavra tinha de viajar e os períodos em que isso aconteceu. Nada disso no entanto, teria sido possível sem a dedicação abnegada dos primeiros irmãos, “evangelistas” quase se pode dizer, que dedicaram suas vidas à expansão e expressão da Maçonaria.
O EXEMPLO DE THOMAS DUNKERLEY:
Embora possamos obter um número preciso de lojas existentes no momento da formação da “Primeira Grande Loja da Inglaterra” em 1717, muito do crédito pela expansão da Maçonaria em outras partes do Império e também no continente,(eu incluo o estranho maçom sem autoridade que teria criado o trabalho informal na França, Alemanha, Espanha, etc.) iria para um homem, Thomas Dunkerley. As informações relativas à ilustre carreira maçônica de Dunkerley e seu mandato bem sucedido como Grão-Mestre Provincial são habilmente ilustrados no livro “Thomas Dunkerley: Um maçom notável” de Chudley. De especial importância deve ser o fato que Dunkerley conseguiu autorização para realizar sessões de loja e iniciar maçons em diversos navios da frota de Sua Majestade o que iria se provar significativo, não só para a difusão da Maçonaria, mas para a velocidade com que a correspondência maçônica poderia ser transmitida e recebida.
Mais será feito deste homem importante e seu benefício para a Maçonaria e para o movimento revolucionário depois.
WILLIAM PRESTON:
Embora a divulgação da “palavra” da maçonaria já estivesse em franco andamento, houve uma preocupação crescente quanto à capacidade de loja “regular” (aquelas que vêm do estilo de trabalho, conforme exemplificado pela Primeira Grande Loja da Inglaterra) e qualquer loja “irregular” existir em qualquer tipo de status fraternal.
Alguns sentiam que essa mentalidade tinha mais a ver com a necessidade de um grupo ser superior a outro, ou que houvesse uma motivação puramente monetária para ela. (As Lojas de então, assim como as de hoje tinham que pagar por cartas constitutivas, tinham dívidas e esperava-se que seus membros pagassem por sua iniciação na sociedade e participação contínua na Maçonaria.) Embora isso possa ter-se tornado um efeito colateral do processo, pareceria até mesmo para o observador casual que, se os “segredos” da Maçonaria eram de tal importância, então havia uma necessidade real de que todos os candidatos recebessem a mesma quantidade de instruções e informações.
Podemos nos voltar novamente aos nossos textos revistos de Claudy e Roberts e perceber que existem diferenças nas descrições regionais e de período do que acontece no trabalho levando à transmissão de conhecimento maçônico e há uma exatidão nos pensamentos e ideias subjacentes de o que o candidato deve estar recebendo dos trabalhos.
Para uma organização reconhecer membros quando eles viajam por um país ou região do mundo, seria necessário ter sinais e modos de reconhecimento uniformes. Os “objetivos” da organização, pelo menos em nível funcional seriam disponibilizados igualmente a todos os membros. Isto permitiria maior facilidade de apresentação, bem como os meios de verificação da adesão.
Foi a este processo que William Preston iria dedicar grande parte de sua vida. Preston nos deu as primeiras “Ilustrações” em 1772, e foi franco defensor da uniformidade e perfeição do trabalho de grau. O ponto interessante em sua história é que podemos ver a fragilidade na organização maçônica da época.
Conforme Lessing diria, todos os homens que se sentiram em sintonia com os ensinamentos de “luz” maçônica consideram-se maçons e permitem um grande liberalismo no pensamento e na obra (tanto na mesma linha que os Rosacruzes), a Primeira Grande Loja pode ser comparada a guardiões do conhecimento. Eles não passam a mensagem à frente, mas procuram preservá-la e permitir que outros levem os ensinamentos da Maçonaria para seus próprios fins. Esta “doutrina sem dogma” é o que permite aos maçons se aprofundar, não só no universo da ciência e das artes, mas para alguns sentir-se totalmente confortável em seus papéis nas revoluções de sua época.
Podemos ver em “William Preston”, de Dyer (Capítulo 4) [[x]] que na época em que Preston formou seu sistema de graus alternativo, a Ordem de Harodim, é o pensamento por trás dos graus e não a organização física que agrada aos candidatos. Vemos isso mais tarde como outras “lojas irregulares” se formam e se desdobram em toda a Europa e nas Américas. É esta tenacidade Inglesa em regular o trabalho das lojas (significando os graus e seus ensinamentos), que teve seu maior efeito abrangente em permitir que o trabalho de luminares como Preston sobrevivesse nestes últimos três séculos.
MEIOS E MOTIVOS:
Esta época do Iluminismo era a revolução em grande escala. Quando eu digo revolução, refiro-me ao influxo totalmente novo de ideias, influências e moralidade que foi trazido à luz neste momento. Todos os campos e papéis tradicionais estavam sendo contestados e com o advento da descoberta científica adicional e o surgimento de novos filósofos (philosophes para os franceses), a religião organizada, ou seja, a Igreja Católica Romana e governo organizado ou seja, as monarquias da Europa, incluindo, até certo ponto, a Inglaterra ocorria uma série de confrontos após a outra. Enquanto alguns eram enfrentados com a censura pura e simples, inquisição ou morte, há casos em que o velho ideal de um “Déspota Esclarecido” ocorreram, mas estes foram poucos e espaçados. As ideias eram frescas demais e o medo de sua implementação real demais para aqueles que mais tarde seriam vistos como os opressores, ao invés de os líderes dos países.
Sabemos que mais cedo, o ideal de uma sociedade utópica ficou com a ideia de que a sua seria um “Rei Filósofo” ou “déspota esclarecido” platônico através do qual o bem-estar e o governo das pessoas seria de extrema importância.
A Revolta Camponesa na Inglaterra (1381) e a destruição de Frederico V da Boêmia (1619-1620) foram dois exemplos iniciais de uma revolta ideologicamente apoiada que foi suprimida, seja pela falta de visão de seus líderes em confiar em um líder central (o primeiro) ou através de uns poucos excessivamente idealistas / simplistas do que as consequências da ação seriam (o último). Desde aquela época, o pensamento revolucionário teve o luxo de desenrolar seu caminho dentro da estrutura de uma organização internacional. Uma organização que tinha a capacidade de se comunicar a longas distâncias, mover ideias e homens para locais estranhos e ser capaz de torna-los aceitos em comunidades e (com a assimilação de mais nobres e burgueses) a capacidade de fazer contato com algumas das pessoas mais influentes desses países.
Os levantes subsequentes nas colônias americanas, França e, até o ponto deste artigo, as colônias do Reino de Espanha foram muito facilitadas pela capacidade de alguns desses homens de tirar proveito dos fatores mencionados acima.
Isto nos leva de volta à questão anterior apresentada, quanto à possibilidade ou não de os maçons descenderem de sociedades “secretas” anteriores, e se ou não apenas dizer que é verdade o torna verdade.
A verdadeira resposta é sim. Essa é a beleza da Maçonaria.
Sim, nós somos qualquer coisa que qualquer um diz sobre nós e por uma razão. A elasticidade da maçonaria permite isso. O pensamento livre permite que qualquer pensamento aconteça. O estudo das artes liberais e ciências, sem pretensão de censura permite a visão irrestrita do homem e de seu lugar na terra e no universo.
Isto é o que o irmão de maçonaria revelou a eles, e os que pensavam que a sua compreensão da mensagem da Maçonaria os levou a desafiar os impérios mais formidáveis conhecidos por eles, em nome da liberdade e do direito, e arrancando povos oprimidos de seus opressores e , então por todos os meios que é o que ela significa.
Este não é um sentimento incomum para a época e voltando a Lessing (um dos mais maçons alemães contemporâneos mais influentes) a uma linha em seus “Diálogos” “ele é um dos que luta na Europa pelas Américas.” (Quinta Conversa) [[xi]]
Na nota final é explicado que havia de fato um bom número de simpatizantes para a causa americana na Revolução. Vê-se também que um número de maçons Continental tomou esta guerra como um sinal de uma tentativa de estabelecer um governo sob princípios maçônicos; no entanto, Lessing concluiria que os ideais da Maçonaria não podem ser alcançados através da violência. “O que custa sangue certamente não vale sangue” [[xii]]
O envolvimento dos irmãos maçons na Revolução Americana é bem documentado e bem conhecido por aqueles de nós nos Estados Unidos. O que também era importante é que havia muitos homens que pensavam na mesma linha, não necessariamente todos eles maçons, mas com as mesmas ideias do que a liberdade deveria ser. [[xiii]] Isto levou à falsa atribuição de status maçônico àqueles homens que estavam apenas seguindo suas profundas convicções religiosas e políticas. Patriotas e não menos heróis, mas (e isso volta ao espírito dos heróis bíblicos conforme mencionado anteriormente), eles se identificaram com o movimento maçônico americano, simplesmente porque o movimento tinha assumido o caráter da revolução. Por exemplo, a diferença entre Ben Franklin e Thomas Paine, ambos são deístas, por auto definição, mas Franklin é um Grão mestre dos maçons na Pensilvânia e Paine não é. Um fator que contribui poderia ter sido que Paine, ao contrário de Franklin, não considerava a Bíblia mais que uma obra literária. (Veja os Direitos do Homem, um panfleto de apoio à Revolução Francesa, 1791) E ele era menos patriota por isso? Este fato pode ou não ter estado sempre presente, mas o ponto é que a sua visão do mundo estava, em geral ligada ao ponto de vista contemporâneo maçônico. Ele era um “Maçom por conveniência” da mesma forma que Thomas Jefferson e um grande número de outros homens da época. A Maçonaria toma estes exemplos e os apresenta ao irmão como símbolos de quem devemos emular. Eles não precisam ser todos “membros certificados”; eles precisam apenas viver de acordo com os ideais dos ensinamentos maçônicos. Embora a Revolução na França viesse a tomar um rumo mais virulento e levar as ideias de fraternidade, liberdade e igualdade a escuras e perigosas paragens. E os Maçons, mais uma vez, estavam lá. Não como representantes de algumas organizações globais, mas definidos como indivíduos, para louvor ou para censura.
A França pós-revolucionária terá a sua influência sobre os acontecimentos que se desdobraram na América do Sul, mas primeiro precisamos adivinhar como todas essas peças se encaixam.
JOIAS NA COROA: A América do Sul espanhola
A história da revolução bem sucedida na América do Sul é um dos menos previsto dos eventos daquela época. A atitude espanhola em relação às suas “possessões” no Hemisfério Sul era bastante agressiva. Os recursos naturais do continente deviam ser arrancados da terra e enviados à Espanha para forrar os cofres do rei.
As pessoas estavam em um dos três grupos; escravos, índios e brancos. Os supervisores do governo nativo eram enviados da Espanha. Quase todas as facetas do governo e do comércio eram conduzidas por espanhóis nativos; e todos os livros e materiais didáticos eram enviados da Espanha. Nenhuma editora ou institutos importante de ensino era autorizado no continente. Até mesmo o clero era restrito em sua instrução de acólitos nativos. [[xiv]]
Uma forma de ignorância universal era incentivada e tolerada. As mais ricas das famílias Criollas enviariam seus filhos à escola na Espanha e enquanto lá, eles, possivelmente, teriam a oportunidade de conhecer o Rei e a corte real e, possivelmente, ter a oportunidade de visitar uma parte do continente; Roma, França, etc.)
Uma das primeiras coisas que estes filhos dos ricos e da classe “dominante” da América do Sul notaria ao desembarcar era a consciência estrita de raça que eles iriam encontrar. Vocês devem se lembrar de que o status social da América do Sul era baseado em raça e pureza racial [[xv]] e, portanto, qualquer um que não fosse um puro imigrante “peninsular” da Espanha ou das Ilhas Canárias era menosprezado.
Este sentimento consciente, e não era equívoco, de que aqueles vindos do Hemisfério Sul, mesmo os das mais respeitadas famílias Criollas eram inferiores e não muito “espanhóis” deixaria uma impressão duradoura nos futuros revolucionários, e seria mais uma de uma série de pontos para suas futuras ações.
A EDUCAÇÃO CONTINENTAL:
Embora esses novos visitantes coloniais à Espanha possam não ter recebido o tipo de recepção que esperavam, houve uma série de pessoas que estavam mais felizes em conhecê-los. Um pequeno número de salões existia em Espanha nesta época. O efeito óbvio da Inquisição era que a quantidade desses pontos de encontro intelectual informal era muito limitada, em contraste com a França, ou mesmo a Inglaterra. O rei e os padres da Igreja ainda exerciam uma grande censura sobre o avanço intelectual da Espanha. No entanto, havia uma reunião de organizações semi-secretas na Espanha na época que teria um grande impacto sobre os recém-chegados do hemisfério sul.
Mackey atribui a formação da Maçonaria na Espanha, em 1728, a expatriados ingleses e outros interessados espanhóis locais. [[xvi]] Ela tinha um número considerável de seguidores, suficientes para fundar o Rito Escocês ali em 1809. [[xvii]] Ao seguir nosso cronograma, isso deve mostrar que qualquer indivíduo de mesma mentalidade viajando na Espanha na época teria encontrado uma série de lojas “regulares” de tamanho bastante bom operando sob a constituição, ou orientação da Inglaterra.
Sabendo como sabemos, que um grande número de maçons dessa época eram recrutados na baixa nobreza, nas classes altas, comércios especializados e militares, estes “americanos” (como eram chamados durante a revolução), entrariam em uma das mais influentes redes de contatos não só intelectual e social, mas de negócios e política.
Propor que estas lojas contemporâneas nada fizeram além de fomentar rebeliões seria contradizer a premissa deste trabalho. O que podemos ver é a oferta desta vasta rede, não por algum ditame da Grande Loja, mas pela oportunidade de se associar a esta possivelmente inatingível fonte de contatos. Devemos nos lembrar que quase todos os negócios eram feitos por meio de “cartas de apresentação”, portanto, alguém tinha de escrever essas cartas para que uma pessoa fosse convidada a se encontrar com outra pessoa desconhecida ou normalmente inatingível para elas.
A consciência de classe nunca deve ser subestimada nesta época e até mesmo o Duque mais igualitário teria vacilado em convidar um estranho de menor distinção à sua casa ou escritório. Em segundo lugar, isso oferecia uma oportunidade de viajar ao exterior e encontrar pessoas simpáticas e, no caso dos revolucionários, pessoas simpáticas que tinham apoio financeiro ou contatos governamentais.
Há uma pintura da época usada como ilustração no livro de Mark A. Tabbert, mostrando o barco “Lincoln” entrando no porto com uma bandeira maçônica hasteada (pág. 165), a justificativa é que alguém à bordo está entrando no porto e está interessado em ter uma reunião maçônica. Este sentimento é ecoado em “Capitão Corajoso” de Kipling, quando um dos tripulantes do navio vai até um navio francês para uma reunião maçônica.
O significado desta pintura é duplo: 1). O fato é que esse tipo de evento era um evento comum nos portos. Maçons de todos os pontos da bússola podiam se reunir com seus irmãos quando no porto e trocar informações e contatos. As rotas marítimas de comunicação eram muito mais rápidas naquele tempo que o correio normal (se existisse em sua comunidade em particular) e isso permitia 2.) A capacidade do pensamento e comunicação maçônicos viajar por toda esta rede de portos e marinheiros e chegar ao destino desejado mais rápido e com mais precisão que as formas usuais de comunicação disponíveis. Isso pode ser especialmente importante quando a mensagem é oportuna ou se uma determinada pessoa ou documento deve estar em um determinado local com toda a velocidade possível.
Não que a mão não política da maçonaria universal fosse a única coisa oferecida aos revolucionários; os britânicos e os seus agentes tinham outro motivo para querer a América do Sul “livre” do Rei de Espanha. Isto envolveu uma operação britânica chamada Plano Maitland. Este plano sob seu título original de plano Vansittart, devido ao nome de seu autor
Nicholas Vansittart conclamava os britânicos a invadir a América do Sul e acabar com o domínio espanhol. [[xviii]] O fato de que as lojas espanholas permitissem que agentes britânicos recrutassem prováveis revolucionários (por conhecimento social) para liderar a revolta foi uma vantagem adicional da adesão à Maçonaria.
Deve-se notar, entretanto que esta atitude mercenária era a exceção e não a regra, e vemos muitos oficiais e políticos britânicos assistindo o movimento revolucionário muito depois de o governo decidir parar de apoiar o plano Maitland. (Nota: Eu gostaria de sugerir a alguém interessado ler mais sobre este assunto consultando “Liberators” de Harvey para uma descrição notável do tópico.)
FRANCISCO DE MIRANDA:
Embora tenhamos observado a influência das lojas espanholas sobre o embrionário movimento revolucionário sul-americano, é mais necessário notar a influência de um homem sobre os “fundadores” da América do Sul libertada.
Francisco de Miranda foi um aventureiro, romântico e filho do Iluminismo. No curso de suas viagens, ele conheceu George Washington, Lafayette, Napoleão e Catarina, a Grande, entre outros. Ele serviu em nada menos que três exércitos, bem como nas revoluções americana e francesa antes de liderar uma revolução desastrosa na Venezuela. Antes de sua morte infeliz, este aclamado da Europa viveu na Inglaterra e fundou “la Lodgia de La Gran Reunião Americana” uma loja irregular que funcionava em sua residência em Londres. [[xix]]
“Os membros da La Gran Reunion Americana incluíam pessoas como Bernardo O’Higgins, Simón Bolívar, José de San Martín, Carlos Maria de Alvear, Tomas Guido, e muitas outras figuras históricas sul-americanas. Mariano Moreno, talvez a luz orientadora por trás da revolução de 25 de maio estava a caminho de Londres para se juntar a eles, quando morreu em alto-mar “[[xx]] Esta lista de quem é quem dos luminares na revolução da América do Sul recebeu a oportunidade de estar entre amigos, prosseguir seus estudos e falar sobre a filosofia e direção de seu próximo lance para a independência. A Gran Reunion lhes oferecia um nível de sigilo e de intimidade que eles jamais poderiam de outra desfrutar isoladamente e lhes permitiu formar laços entre si tanto no sentido fraternal quanto e ideológico.
Miranda, o velho estadista que viajou o mundo seria nada menos que o inspirador destes jovens e sua influência sobre eles e suas próprias concepções de futuros eventos seria duradoura.
Infelizmente, em seu final, ele atingiu um fim quase como cristo ao ser preso e ser negado por seus “apóstolos” após o fracasso do levante de 1810. Mas ele não morreu em vão, pois seus alunos, mais particularmente Simon Bolívar, foram capazes de aprender e se beneficiar do seu governo curto e triste.
Este triste acontecimento da repressão da revolta da Venezuela, no entanto, nos deixa com um exemplo interessante de possível ajuda “fraternal” e um que vale a pena discutir com alguma profundidade.
O EXEMPLO DE STEPHEN GIRARD:
O exemplo do envolvimento de Girard com os revolucionários venezuelanos e o levante de 1810 é um que exige pesquisas adicionais e bastante especulação, mas, ele é um dos exemplos concretos de ser capaz de colocar as pessoas e movimentos juntos, que estava disponível para este estudo .
Stephen Girard era, na época que estamos discutindo, um dos comerciantes mais ricos dos Estados Unidos. Seus investimentos em transporte e mercantis atravessavam o mundo e ele manteve uma volumosa correspondência em nível mundial (ver Arquivos Girard no Girard College) tanto pessoal quanto comercial com algumas das figuras mais notáveis da época. Não só ele teve muitos amigos influentes nos Estados Unidos, mas ele estava em muito boas relações tanto com a família de Napoleão Bonaparte [[xxi]], quanto uma série de generais de Napoleão [[xxii]]
Para seu registro maçônico, “É agora um fato bem estabelecido que Girard foi feito Mestre Maçom na Loja Union Blue Número 8 da Grande Loja de Maçons de York Antigos em Charleston na Carolina do Sul em 28 de janeiro de 1788” [[xxiii]] ele nunca foi feito membro de uma loja na Pensilvânia provavelmente devido a uma deformidade do seu olho. Entretanto, ele se filiou a muitas delas conforme testemunhado tanto pelo nível de participação de oficiais de lojas subordinados, bem como da Grande Loja em seu funeral e, posteriormente, reinumação [[xxiv]]
As passagens relevantes detalhando o envolvimento de Girard com os revolucionários da América do Sul é do livro “A vida e os tempos de Stephen Girard” [[xxv]] e, devido à sua escassez está incluído no Apêndice deste trabalho (Nota: em referência a este documento , eu vou usar os números de página do livro). Para nosso benefício, o livro foi escrito como uma narrativa da história mercantil de Girard e relata com detalhes a maioria das suas transações comerciais.
Relativo ao ponto que nos interessa, ele descreve uma série de reuniões com um “Don Juan Vicente Bolívar” (mais provavelmente o irmão mais velho de Simon, Juan) [[xxvi]] e Girard com a finalidade de compra e exportação de armas para a revolução. Há uma série de itens que são de interesse aqui. Em primeiro lugar, o acesso através do qual Bolívar foi capaz de chegar a Girard. A natureza de seu negócio inicial é Girard corrigindo os envolvimentos existentes de Bolívar em Nova York e um que não era agradável. Girard ataca o problema imediatamente e providencia para que os itens sejam enviados a ele (ver páginas 164-65); isso deve parecer um pouco estranho, pois Girard não era um comerciante conhecido por tratar de crédito e esta operação, bem como o adiantamento de verbas a Bolívar usando garantias que acabam sendo uma perda não está na sua natureza.
Esta operação, bem como o adiantamento permitem a compra de alguns dos mosquetes de Bolívar (página 166), bem como o seu envio a Girard. Neste ponto, as operações e os serviços de que Bolívar precisava parecem balançar fora do reino de bom senso financeiro e Girard deve pôr um fim aos adiantamentos (página 167) Bolívar está aliviado e uma nova delegação de funcionários aparece e eles também pedem ao comerciante que adquira armamento e materiais para o esforço de guerra. A compra é agora muito grande (página 169) e chamou a atenção de outros comerciantes norte-americanos. Neste ponto Girard escreve ao presidente dos Estados Unidos, James Monroe, e nessa comunicação ele informa Monroe sobre a situação e sua potencial implicação; (página 171) Monroe não responde a Girard e o negócio não é concluído. Enquanto na superfície, este parecer ser apenas o registro de uma transação comercial fracassada, há uma série de fatores que devem ser considerados na análise.
Um exame das operações comerciais de Girard mostraria que esse não era um homem que iria se meter em empreendimentos comerciais demorados (e caros). Ele negociava principalmente em dinheiro e não era conhecido por conceder créditos, muito menos a um estranho total. No entanto, neste caso, ele não só toma para si a missão de resolver o dilema comercial de Bolívar já existente, mas parece que ele é um defensor apaixonado do homem. Ele consegue avançar-lhe dinheiro (embora se note que a garantia não é muito boa) e faz o que pode para orientar o jovem revolucionário no caminho do sucesso.
Deve-se descontar que o valor da segunda ordem é muito mais lucrativo. Conhecendo a quantidade de tempo que decorreria entre viajar de um destino a outro, Girard teria desconfiado que esta nova Venezuela tivesse alguma receita adicional para gastar em armas ou mesmo aquela nova Venezuela existiria no momento do novo malote de correio. Girard era conhecido como um capitalista “aventureiro” e, mais tarde, ganharia milhões na guerra de 1812 e da compra do First National Bank. Se ele achava que havia dinheiro a ser ganho em revolução na América do Sul, ele teria se envolvido nela de uma forma muito benéfica para ele, contratado e ido atrás de aquisições.
Isso poderia ser considerado se o novo governo da Venezuela estava em base firme, com vitórias militares numerosas ou decisivas ou com o apoio esmagador do povo. Ela não tinha nenhuma dessas naquele momento.
A própria política de Girard não era geralmente conhecida fora de suas atividades filantrópicas em Filadélfia; seu trabalho durante a epidemia de febre amarela e sua compra do First National Bank (embora esta tivesse sido tanto uma compra de instituição financeira bem como uma manobra política). No entanto, é preciso ver o seu zelo pela melhora pessoal, bem como a sua ampla filiação à Maçonaria como fatores desta história.
A maneira como Juan Bolívar foi capaz de encarregar Girard de lidar com todo esse trabalho para ele é outro ponto de interesse, e estou certo de que estudos ainda vão descobrir uma carta de apresentação ou uma referência à sua apresentação por uma terceira parte (com uma boa probabilidade que essa pessoa tivesse conexões maçônicas). Sabemos que um bom número de homens que estiveram envolvidos nas revoluções americana e francesa não teriam qualquer problema em ajudar mais um balanço de pêndulo para longe da monarquia na América do Sul.
Mais uma vez, não há arma fumegante, nenhuma mensagem em papel timbrado atestando o fato, apenas certo número de pessoas ligadas por uma linha comum ou interesse, esse interesse levando-os a identificar-se e ajudar com suas capacidades, um ao outro em uma causa.
A VINDA DO LIBERTADOR:
As ideias avançados neste trabalho são bastante separadas entre si e cobrem um período que abrange séculos e continentes. A destilação de ideias, a congregação de homens de mesmo espírito “iluminados” unidos por uma crença comum.
Uma crença de que o homem é bom, que o homem pode melhorar a sua sorte na vida e que ele tem o direito de viver em um mundo em que aqueles estabelecidos para governá-lo, o façam para o bem da sociedade, e não em benefícios de si mesmos. Este conhecimento, conhecimento útil, é um benefício para a humanidade e que nem ele nem a verdade moral devem ser censurados sob o punho do despotismo.
Que às vezes, o que alguns consideram o auto aperfeiçoamento pode ser considerado revolucionário e o que é revolucionário deveria ser um lugar comum.
Este tipo de filosofia já tinha estendido suas jovens asas sobre os recém-formados Estados Unidos, assim como a nova República da França. Ela agora estendia seus dedos longos às colônias da Espanha e se esforçava para libertá-las da opressão.
Os filhos do Inca, trazidos à Europa tiveram o privilégio de sentar-se na presença desta nova filosofia e tirar dela o máximo de luz possível. Eles foram nutridos pelo velho estadista de sua causa, Miranda, e quando, como acontece na maior parte dos casos, o homem não está à altura do mito de, eles o suplantam e vão à frente em sua grande causa.
Essas afirmações são míticas? Uma maneira grandiosa de envolver os rebeldes no manto de Marte?
“Eu sou o pai dos séculos, o arcano da fama e do conhecimento secreto. Minha mãe era a Eternidade. A Infinidade define os limites do meu império. Não há túmulo para mim, porque eu sou mais poderoso que a Morte. Eu contemplo o passado, eu vejo o futuro, e o presente passa através de minhas mãos “(Simon Bolívar) [[xxvii]]
Estas palavras febris, escritas por Bolívar por volta da época da libertação do Equador encontrar-se-iam em casa nas afirmações acima.
Embora constatemos que a base para uma revolução na América do Sul existe desde 1808, o movimento precisava de um tipo particular de líder. Um homem de caráter e persistência e, mais importante, que sentisse uma força divina levando-o ao sucesso. Em 24 de julho de 1783, tal homem nasce em Caracas.
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O RECORDE HISTÓRICO DE SIMÓN BOLÍVAR NA MAÇONARIA –
Iniciado na Loja em Cádiz Espanha 1804-1805
– Elevado em 1805-1806
Graus maçônicos adicionais:
– Loja-Mãe Escocesa da França do Rito Filosófico (irregular) (1805)
Esta é a descrição completa da iniciação de Bolívar em uma organização maçônica / quase maçônica ainda existente.
– Graus do Rito Escocês até o 32 em Paris, França (1807)
– Cavaleiros Templários em Paris, França (1807)
Organizações maçônicas (creditado como fundador):
– Loja Proctectora de las Vertudes # 1 (Venezuela) Ele é considerado o fundador e ocupou o cargo de WM
– Loja Ordem e Liberdade Lodge # 2 (Peru) Fundador
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Se não fosse a morte de sua esposa em 1802, talvez nunca tivéssemos ouvido falar do nome de Bolívar. Ele poderia ter-se contentado em viver a sua vida em sua fazenda, frequentando quaisquer diversões que um homem de considerável riqueza teria achado agradável e nunca ter tido uma palavras negativa com a Espanha.
A morte dela, no entanto, trouxe um período de intenso desespero e comportamento autodestrutivo [[xxviii]], ao final do qual, ele surge com o início da intensidade de caráter que o conduziria a grandes derrotas iniciais através da longa e vicioso luta da guerra de libertação, e ao seu auge como “El Libertador”, o Libertador da Bolívia, da Colômbia, da Venezuela e do Equador.
Ele próprio teve uma educação clássica formidável, vindo de uma família Criolla bem conhecida e respeitada e tinha excelentes contatos, tanto no continente da Europa, quanto nos Estados Unidos. Seus escritos, especialmente sua perspectiva da América Latina e seu lugar no mundo são muito perspicazes. Algumas de suas advertências sobre os abusos do governo, bem como as atitudes do povo são tão válidos hoje como eram então. [[xxix]]
É interessante que Bolívar volta-se para a Maçonaria, após a morte de sua esposa [[xxx]] e não na forma de um diletante, mas sim como um homem ansioso para entender um conceito estranho, ainda que familiar [[xxxi]]. É depois de sua elevação que ele faz o seu famoso “Juramento em Roma” [[xxxii]] e começa a trabalhar em sua busca para libertar a América do Sul.
Seria apenas uma dor pela esposa mal direcionada? Será que ele culparia o Império que lhe permitiu morrer, por sua morte? As condições na Venezuela eram duras, mesmo para os ricos. Doença transmitida pelo ar, malária, tudo era possível ou foi o seu desejo de se destacar na libertação do homem.
A ideia de que essa coisa, essa revolução era maior do que ele próprio e os outros envolvidos, tornando-os de alguma forma parte de algo para a história, talvez até um sentimento de quase imortalidade (tendo lido suas obras, este não é um exagero da imaginação) e sendo imortal, ele iria encontraria um fim para o seu sofrimento mortal.
Seja qual for a verdadeira razão para a dedicação de Bolívar à causa, esta foi uma dedicação de toda uma vida. As batalhas que ele lutou e as privações que ele e suas tropas sentiram minaram suas habilidades mentais e físicas e no final de tudo, isso o tornaria o mais desiludido dos patriotas.
“Você sabe que eu governei por 20 anos, e eu retirei disso apenas algumas conclusões certas: (1) A América é ingovernável, para nós, (2) Aqueles que servem à revolução aram o mar. (3) A única coisa que se pode fazer na América é emigrar; (4) este país vai cair inevitavelmente nas mãos de multidões descontroladas e depois nas mãos de tiranos tão insignificantes que será quase imperceptível, de todas as cores e raças; (5) uma vez tenhamos sido comidos vivos por todos os crimes e extinto pela ferocidade, os europeus nem se preocuparão em nos conquistar, (6), se fosse possível para qualquer parte do mundo reverter o caos primitivo, seria a América em sua última hora. “(Simon Bolívar) [[xxxiii]]
Há uma infinidade de razões para o fim trágico de Bolívar, assim como sua desilusão épica com a causa da revolução. Entre elas, estaria a constatação de que ele estava assistindo à morte do sonho de sua vida, engolido pelas mãos ávidas de uma população mal usada, mal educada e às vezes moralmente falida.
Esta não poderia ter sido a nova Atenas ou Atlântica que ele tinha sonhado e sobre a qual falava enquanto estava na Europa. Aqueles senhores iluminados que ele conhecia estavam dispersos, mortos ou tinham se transformado em uma forma irreconhecível de si mesmos. O governo de Bolívar como déspota esclarecido foi recebido muito da mesma forma que o de José II foi na Áustria. Era muito leve e rápido demais.
A sua foi a última guerra de idealismo puro e que ele não ganhou. Por toda a sua habilidade e determinação, por toda a sua valentia no campo de batalha e em questões de Estado, as massas falaram e ele foi obrigado a renunciar. Tanto o Iluminismo quando Maçonaria o decepcionaram.
Matar as crenças de um homem é muito pior do que matar o próprio homem.
CONCLUSÃO:
Ao escrever este artigo, tentei expor temas contemporâneos e crenças da época, e como através de uma sincronicidade de eventos eles se transformaram em algo muito maior do que suas respectivas partes. A concepção de fica da Maçonaria da época é a seguinte.
As regras dadas a um homem quando ele avança através dos graus não são exatamente regras, mas diretrizes. Os segredos da Maçonaria são apenas isso. Segredo. Eles são conhecidos apenas pelo irmão que se dedica ao estudo e exemplificação desses princípios.
O estudo de todas as coisas neste mundo natural dada a sua inspiração por uma crença em um Deus Supremo, o GADU, ou por qualquer outro nome que usamos. Este estudo é o que faz de nós maçons, não algum botão de lapela ou prova de pagamento de metais. O conhecimento de que somos parte de um grande esquema das coisas, em um universo em que desempenhamos algum papel é uma posição confortável. Esse de também ser um desafio e de uma fonte de interesse constante.
E, mais importante, não precisamos estar sozinhos em nossas viagens, pois através da nossa fraternidade podemos encontrar alguns outros homens dedicados, que sentem o mesmo que nós. Estudo e auto aperfeiçoamento, por vezes, exigem um desafio, e enquanto isso for do que se trata a Maçonaria, ela continuará a existir.
Podemos ver que muitos de nossos irmãos deram mais do que a sua quota para transmitir a um modo de vida ao resto de nós. É nosso privilégio conhecê-los e chamá-los de irmãos, muito como era para aqueles homens de séculos passados.
São os verdadeiros crentes; aqueles que tomam as pistas e dicas do ritual e os tornam parte deles; que a Maçonaria mais preza, pois eles não se separam da luz, mas se esforçam constantemente pela perfeição.
O trabalho em uma pedra bruta pelo cortador é uma descrição apropriada.
CRONOLOGIA DOS EVENTOS
1307 – A Ordem dos Cavaleiros Pobres de São João de Jerusalém (Cavaleiros Templários) é suprimida pelas forças combinadas de Filipe, Rei de França e do Papa Clemente V da Igreja Católica Romana.
1381 – Revolta Camponesa na Grã-Bretanha. Ostensivamente a revolta gira em torno de alguns funcionários e práticas do governo. O rei, no momento não é um alvo, pois a multidão salienta a lealdade ao rei, mas não ao governo. Os líderes incluem certo número de clérigos de nível médio, clérigos de espírito da reforma e um “Wat Tyler” líder de fato da rebelião.
1604 – O Rei James I da Inglaterra autoriza a primeira tradução em Inglês da Bíblia, tornando a “Palavra de Deus”, disponível para aqueles que não eram fluentes em latim.
1605 – Francis Bacon escreve: “O avanço da aprendizagem”, com uma dedicatória ao Rei James I. A premissa do livro é que o conhecimento e o aprimoramento individual serão úteis para todos os homens.
1611 A “Versão King James” da Bíblia é impressa para o consumo geral. Esta versão permite a uma grande gama de leigos ler os ensinamentos da obra sozinhos pela primeira vez.
1612 – Thomas Helwys apresenta “Uma curta Declaração sobre o Mistério da Iniquidade” ao Rei James. O livro tem como tema a Liberdade Religiosa. Helwys é condenado à morte.
1613 – Elizabeth, filha de James I casa-se com Frederick V (protestante), Eleitor do Palantinate em Heidelberg. (14 de fevereiro)
1615 – Fama Fraternitatis, o primeiro dos dois manifestos Rosacruzes, aparece na forma impressa. A irmandade declara que é uma organização universal que valoriza a verdade, a educação e é o proponente de mudança para o aperfeiçoamento do homem. Considerou-se que o modelo para este novo reino esclarecido era o de Frederico V, Eleitor Palantine do Reno, que era casado com Elizabeth, a filha do rei James I da Inglaterra
1616 – Confessio Fraternitatis, o segundo dos dois manifestos Rosacruzes aparece impresso.
1619 – Frederick V aceita a coroa e se torna rei da Boêmia.
1620 – As forças protestantes de Frederick V são derrotadas pelas forças católicas do Sacro Imperador Romano na Batalha da Montanha Branca (08 de novembro)
1646 – Elias Ashmole torna-se o primeiro homem documentado a participar de uma loja maçônica “especulativa”. (Inglaterra)
1660 – A Royal Society é fundada na Inglaterra. A Primeira e mais antiga sociedade de ensino na Inglaterra. Muitos membros são estrelas em ascensão nas ciências e nas artes liberais.
1690 – John Locke publica “Dois Tratados sobre o Governo” as visões em livro sobre o papel do governo e os direitos dos cidadãos passa a ser uma grande influência sobre os homens, moldando a futura Revolução Americana.
1717 – A Maçonaria revela-se ao mundo com o anúncio de uma “Primeira Grande Loja”, em Londres. Uma vez que esta organização não inclui todas as lojas maçônicas da Inglaterra (ou da Escócia e da Irlanda neste caso) existe uma controvérsia contínua sobre quem é a “mais antiga” organização maçônica operando nas Ilhas Britânicas.
1728 – Autorização concedida pelo Grande Loja da Inglaterra para constituir uma loja em Madrid, Espanha. (Ver Enciclopédia Mackey de para a história completa dos eventos)
1750 – Francisco de Miranda nasce em Caracas.
1757 – Thomas Dunkerley profere sua palestra “A Luz e Verdade da Maçonaria Explicadas” considerado um documento de posição sobre crenças maçônicas fundamentais.
1758 – O Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente é formado em Paris, França. Este Conselho organizou o “Rito de Perfeição” o precursor do Rito Escocês. (Ver Enciclopédia de Mackey para a história completa)
1774 – Thomas Paine encontra Ben Franklin na Inglaterra. (Junho) Franklin convence Paine a emigrar para as colônias americanas. Paine chega à Filadélfia (30 de novembro)
1775 – Início das hostilidades que levaram à Revolução Americana
1776 – Thomas Paine publica “Senso Comum” e defende uma ruptura completa com a coroa britânica. (10 de janeiro). O Congresso americano ratifica a “Declaração de Independência” (04 de julho)
1778 – Gotthold Lessing publica a peça “Diálogos maçônicas” ou “Ernst e Falk.”
1781 – Miranda, agora nomeado assessor do general espanhol Juan Manuel de Cagigal, participa de operações contra as forças britânicas em Pensacola. FL.
1783 – Termina a Revolução Americana. Colonos, com a ajuda de seus aliados da França e Espanha, são bem sucedidos em derrotar os britânicos. Miranda agora tenente-coronel conhece George Washington, Alexander Hamilton e Thomas Paine
1783 – Simon Bolívar nasce em Caracas. Julho 24
1785 – Miranda começa seu Grande Tour da Europa. Ele se apresenta como um nobre e um revolucionário pela causa da independência sul-americana. (Termina 1789)
1789 – Começa a Revolução Francesa.
1790 – Miranda funda a “Sociedade Gran Reunião”. Membros presentes e futuros devem incluir a maioria dos notáveis nas futuras revoluções da América do Sul. É considerada por alguns estudiosos maçônicos como funcionar como uma loja irregular. (Ver documento de Mejia)
1791 – Thomas Paine publica “Direitos do Homem” em apoio à Revolução Francesa
1792 – Terminando seu Grande Tour, Miranda se junta ao exército revolucionário francês. Dentro de algum tempo é promovido a general.
1799 – Simon Bolívar chega à Espanha pela primeira vez.
1802 – Simon Bolívar visita a França.
1803 – Bolívar, recentemente viúvo, faz sua segunda viagem à Espanha e passeia por partes da Europa, especialmente Paris.
1804 – Napoleão é coroado Imperador em Paris. Bolívar torna-se maçom em Cádiz, Espanha.
1805 – Enquanto em Roma, Bolívar jura libertar a América do Sul do domínio estrangeiro. (15 de agosto)
1806 – A expedição de Miranda, Leander, sai de Nova York para a Venezuela. Não é bem sucedida.
1807 – Bolívar desembarca em Charleston, South Carolina. Logo depois ele prossegue para Filadélfia, Pensilvânia e parte para a Venezuela dali.
1808 – José Bonaparte é feito Rei da Espanha. A revolta eclode em territórios espanhóis na América Central e América do Sul
1808 – No Alto Peru, um grupo de estudantes e professores encenam uma revolta contra a autoridade da Junta de Sevilha, não a ocupação francesa. Eles declaram especificamente que sua lealdade é para com o rei e não ao governo da Espanha.
1810 – Revolucionários venezuelanos depõem o governo espanhol e estabelecem uma junta independente. Don Juan Vicente Bolívar (irmão de Simão) chega à Filadélfia, Pensilvânia para ver Stephen Girard, um dos comerciantes mais ricos da América, sobre o assunto da compra de armas para o governo revolucionário na Venezuela. Simon Bolívar chega a Londres, como emissário do governo revolucionário e encontra-se com Miranda
1811 – Stephen Girard escreve a James Monroe, Secretário de Estado para defender a ajuda militar e financeira aos revolucionários venezuelanos. Monroe não responde à mensagem. A Venezuela declara independência da Espanha. Bolívar começa sua campanha em Valência.
BIBLIOGRAFIA
Bacon, Francis. The Advancement of Learning Paul Dry Books, Philadelphia, PA 2001
Bolívar, Simon. El Libertador: The Writings of Simon Bolívar (tradução por Frederick H. Fornoff. Oxford University Press, NY, USA 2003
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NOTAS
[i] Bolívar, Simon “Oath Taken in Rome” (8/15/1805)
[ii] Referências disponíveis em várias fontes. Para este trabalho, tanto os livros de Claudy quanto de Roberts pode ser utilizadas (ver bibliografia)
[iii] O grau da Royal Ark Mariner trata de uma história de Moisés. Consulte “Enciclopédia” de Mackey vol 2. pág. 494 e vol 2. p 646 (ver bibliografia)
[iv] República de Platão. Um plano para um governo idealizado. O governante como “rei filósofo” este governo de “Déspota esclarecido” sobre o povo em seu próprio interesse e com um olho na virtude e conhecimento.
[v] Ou a pressão sobre as pessoas. Ver “A História da Civilização; Rousseau e a Revolução” Cap 13, particularmente a seção 7
[vi] Uma das muitas citações de Bacon. Veja “Os Ensaios de Francis Bacon” ou http://www.sirbacon.com para uma lista expandida de citações e realizações de Bacon.
[vii] trecho da Bíblia “Boa nova” .
[viii] para a explicação detalhada de alguns dos sinais e símbolos, acesse o site Levity (ver bibliografia) Aquela informação do Royal Arch foi transferido da Inglaterra para a França e para a Alemanha mostrando a ampla disseminação da rede de comunicações da organização, bem como a coesão entre diferentes jurisdições estrangeiras.
[ix] Trecho de Ernst un Falk “Primeira Conversa” (ver bibliografia)
[x] Capítulo 4, “A Ordem da Harodim” pg. 87
[xi] “Diálogos maçônicos” de Lessing (ver bibliografia)
[xii] “Diálogos maçônicos” de Lessing – Quinta Conversa
[xiii] Para uma observação detalhada sobre a visão maçônica da Liberdade, ver o artigo do Irmão Alex Davidson com o mesmo nome (ver bibliografia). Observe também “Origens da Revolução Americana” (página 170) de Miller para a ênfase nos primeiros Mason abraçando a filosofia de John Locke em sua visão de governo. (Ver bibliografia)
[xiv] Dana, Gardner, Munro, capítulo 3 (ver bibliografia)
[xv] ibid Capítulo 4
[xvi] “Enciclopédia” de Mackey Vol. 2. pág. 703
[xvii] Ibid.
[xviii] “Plano Maitland / Vasinttart” de Fuster (ver bibliografia)
[xix] “Libertadores” de Harvey pág. 35 (ver bibliografia)
[xx] “Plano Maitland / Vasinttart” de Fuster
[xxi] “Stephen Girard: Fundador ” de Cheeseman pp 33-35 (ver bibliografia)
[xxii] ibid pág. 34
[xxiii] ibid pág. 161
[xxiv] ibidem pp 167-69
[xxv] McMaster, “The Life and Times of Stephen Girard” pp 162-171 (ver bibliografia)
[xxvi] Simon Bolívar não era filho único. Ele tinha um irmão mais velho Juan Vicente Bolívar que estaria na idade certa para ter se encontrado com Girard. Simon estava provavelmente em Londres reunindo-se com Miranda na época. Embora haja especulação de que ele visitou Filadélfia em seu caminho de volta à Europa. O que pode ter transpirado naquela época está sujeito à especulação.
[xxvii] Bolívar, Simon “My Delirium on Chimborazo” pág. 135 (ver bibliografia) Esta não foi a única visão profética de Bolívar , ele também se compara ao grande Inca. Se para apoio popular ou por crença não se sabe
[xxviii] “Libertadores” de Harvey pp 69-72
[xxix] Bolívar “Escritos Reunidos, de”
[xxx] Veja linha do tempo. Bolívar elevado na loja Cádiz
[xxxi] ver História Maçônica de Bolívar
[xxxii] Bolívar, Simon “Escritos Reunidos, de”
[xxxiii] Bolívar, Simon “Carta ao general Juan Flores” de “Escritos Reunidos”
original publicado em http://www.freemasons-freemasonry.com/freemasonry_bolivar.html
Fonte: https://bibliot3ca.com
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