Em 24.04.2022 o Respeitável Irmão Aristensir Gil Portela, Loja Equidade e Justiça, REAA, GOB-DF, Oriente de Brasília, Distrito Federal, apresenta a dúvida seguinte:
ESQUADRO E COMPASSO
Meu Irmão Pedro Juk, na página 17 e 18 do Ritual de Aprendiz do GOB (REAA), faz a seguinte referência: Para o início dos trabalhos o Compasso, com a abertura de 45 graus, será colocado sobre a Bíblia Sagrada aberta com as pontas voltadas para o Ocidente. Com o vértice voltado para o Ocidente e o seu lado menor voltado para o lado norte, e o Esquadro será disposto sobre o Compasso.
Diante do exposto lhe pergunto: Qual a razão ou motivo do lado menor do Compasso ser voltado para o norte?
CONSIDERAÇÕES:
Posso lhe afirmar que essa história de ramo maior ou menor do Esquadro (Luz Emblemática) é pura contradição, pois como uma das Grandes Luzes Emblemática da Maçonaria o Esquadro rigorosamente possui ramos iguais, isto é, sem cabo e sem graduação – apenas dois segmentos que formam um ângulo de 90º.
Essas orientações e correções já constam no item 6, Aprendiz Maçom, REAA, SOR - Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, página oficial do GOB, Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral. Confira lá.
A bem da verdade, o Esquadro utilizado como uma das Grandes Luzes Emblemáticas não é um instrumento operativo (utilizado como instrumento de trabalho nas construções), mas é um emblema que possui alto significado quando se une ao Compasso sobre o Livro da Lei dentro da Loja.
Por não ser um instrumento operativo, ou seja, de manuseio comum pelo construtor, a sua característica é a de possuir ramos iguais e sem qualquer graduação (divisão em escala métrica ou outras unidades de medida).
Já o Esquadro com cabo (ramo menor) e graduação (ramo maior) simboliza as atividades do Mestre da Obra, portanto é dele o seu instrumento utilizado na construção - vide nesse caso a joia do Venerável Mestre presa ao seu colar. O Esquadro com ramos desiguais descreve o triângulo retângulo onde nele se aplica a 47ª Proposição de Euclides – símbolo da construção do “canto” esquadrejado (90º).
Desafortunadamente, muitos ritualistas nunca se ativeram a esses pormenores históricos hauridos dos tempos operativos da Ordem, assim como os de origem especulativa herdados da construção simbólica proposta pelos ritos maçônicos.
Graças a isso é que o Esquadro de ramos iguais recebe uma interpretação moral e ética, enquanto que o graduado e com cabo (ramos desiguais) relembra a retidão comparada aos cantos perfeitos (90º) na elevação das construções. Esse conceito operativo se aplica principalmente à construção simbólica da qual o homem iniciado é o elemento primário que busca aprimoramento (da Pedra Bruta à Pedra Cúbica).
Lamentavelmente muitos rituais não atentam para importantes detalhes que dão sentido à liturgia maçônica. Se as coisas estivessem nos seus devidos lugares, certamente não haveria especulação sobre para qual lado fica esse ou aquele ramo do Esquadro que se une ao Compasso composição da Loja de Aprendiz.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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