A ORIGEM DA PALAVRA LOJA
Irmão Julio Caetano Tomazoni
Pato Branco-PR
A LOJA - Ao se fazer o resgate histórico verifica-se que o
termo Loja Maçônica tem origem comum com o termo Loja Comercial.
Para Castellani, entre muitos Maçons influenciados por
obras pouco fidedignas, a palavra Loja para designar uma corporação
maçônica, seria originária da palavra sânscrita “LOKA. Mas a palavra “LOKA”
significa espaço, lugar, tempo, como o “LOCUS” do latim, portanto, seu
significado não corresponde exatamente ao significado do termo Loja
Maçônica.
A origem correta da palavra loja está nas “Guildas
Medievais”. Entre as corporações de artesãos medievais (hoje denominada
Maçonaria Operativa), destacam-se as Guildas, características dos germânicos
e anglo-saxões e que começaram a florescer no século XII. Antes dessa data,
elas eramn entidades simplesmente religiosas e não formavam corpos
profissionais.
Existiam dois tipos de guildas: Guildas de Mercadores e
Guildas de Artesãos. As Guildas de Mercadores adotaram palavra Loja para
designar seus locais de depósitos, ou de vendas, ou seja, onde os produtos
manufaturados eram armazenados e negociados. Portanto, deram origem às casas
comerciais de comercialização de produtos, que correspondem às lojas
comerciais atualmente.
As Guildas Artesanais, ou seja, as oficinas de mestres
artesãos passaram a se chamar loja e estas deram origem ao termo Loja
Maçônica, que designa as corporações maçônicas, que operam em Templos
Maçônicos. O primeiro documento maçônico (da Maçonaria de Ofício) em que
aparece a palavra Loja, data do ano de 1292 e era de uma Guilda.
O TEMPLO
Em relação à origem dos templos constata-se que,
inicialmente, no período da Maçonaria Operativa, ao lado das grandes
construções, era erguido um alpend5re destinado a vários usos. Durante o
Inverno, nele executavam atividades os trabalhadores de pedras, os antigos
Maçons operativos, preparando materiais para serem utilizados nas
construções, quando reiniciados os trabalhos de edificação na Primavera.
Nesses locais permaneciam também os Companheiros em
trânsito, que se deslocavam entre cidades para aperfeiçoarem seu ofício,
aprendendo novos métodos e novas invenções. Nesses ambientes também ficavam
expostos os planos, discutidos os detalhes da construção, distribuídas as
tarefas, portanto tornando-se um local sagrado, como a própria arte de
construir é, desde os tempos imemoráveis, considerada uma “arte sagrada”
(Garcia).
Para Varoli Filho, o Templo Maçônico material, como os
atuais, com diferenças de cada Rito, foi criação tardia da Maçonaria
Especulativa. Começou a ser imaginado nas últimas décadas do Século XIII e
em parte se realizou em compartimento, destinado a reuniões de Lojas, do
“Freemasons Hall”, pela primeira vez inaugurado em Londres em maio de 1776.
Em 1778, o Grande Oriente da França passou a proibir o funcionamento
de Lojas fora de edifícios ou Templos Maçônicos. Até então as Lojas
funcionavam em recintos adaptados, bastando- lhes a tela de Símbolos colocada
no chão ou sobre qualquer mesa retangular. Ainda havia os que desenhavam os
Símbolos no chão, com giz, carvão, ou sobre prancha retangular de areia seca
– prática herdada dos Maçons ingleses.
Os desenhos eram desfeitos ao se fechar a Loja. Dos
retângulos simbólicos vieram os Painéis de cada Grau, bem como o trajeto de
enquadrar a Loja, dos Ritos que ainda o conservam.
Inicialmente, a entrada dos Templos Maçônicos era pelo
Oriente, como nos Templos do antigo Egito e no próprio Templo de Salomão
evoluiu para entrada pelo Ocidente como nas Igrejas Cristãs.
A reunião em lugar oculto sempre foi tradição, mesm oem
Lojas que se reuniam no alto de colinas, na profundidade dos vales,ou em campos
abertos (“Field lodges”). Maçons de Aberdeen, na Escócia, autorizados pela principal, praticavam
Iniciações sob uma tenda erguida no alto da Cunnigar Hill, o dominante sobre
a baía de Nigg, mas,em 1670,a Loja-mãe ou principal de Aberdeen proibiu, por
seu estatuto, as reuniões como eram feitas, e soem caso de mau tampo permitia
Sessões em edifícios de onde ninguém visse ou ouvisse (Varoli Filho).
O Templo Maçônico representa o mundo e a Loja Maçônica a
humanidade. A Loja se constitui quando seus membros se reúnem em um Templo e,
ao final de cada Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo continua
aberto, inclusive para outras Lojas Maçônicas operarem.
A LOJA E O TEMPLO
Templo e Loja são expressões que se confundem em vários
Ritos, cujas constituições virtuais não falam de Templo e só mencionam Loja
– reunião regular de Maçons em lugares ocultos. Bouliet apud Aslan, diz que a
palavra Loja tem origem no antigo alemão “Loubja”, que significa cabana feita
de folhagem; entretanto, os ingleses a fazem derivar do vocábulo anglo-normando
“Lodge”, que tem o significado de habitação ou alojamento.
As duas origens etimológicas s complementam e transforma no
vocábulo para o inglês “Lodge” com o sentido de reunião maçônica que hoje
lhe é dado. Varoli Filho, deixa bem caracterizado que as Lojas ao longo de sua
evolução funcionaram em Templos provisórios, evoluindo para os Templos com
as características atuais, que são parlamentos onde funcionam as Lojas.
Para Aslan, uma Loja é uma assembléia ou sociedade de
Maçons, devidamente organizada e CAD irmão que pertence a uma estará sujeito
aos seus estatutos e regulamentos.
Boucher apud Aslan, afirma que nas reuniões de Maçons dos
vários graus são denominadas Lojas ou Oficinas e que este último nome lhe é
dado como lembrança das primeiras reuniões de Maçons operativos.
Para Garcia, a Loja Maçônica é a base de todas as
organizações maçônicas e simbolicamente é uma redução da humanidade e
funciona em um Templo que retrata uma redução do universo, criado pelo Grande
Arquiteto do Universo, em cujas dimensões universais o homem se fixa para
dominá-lo e ampliar seus conhecimentos, associando CAD utensílio usado, aqui
onde qualifica na razão e na moral que deve ser absorvida pelo homem no seu
interior, só assim é que pode entender e se desvencilhar das coisas que o
aviltam.
CONCLUSÕES
Verifica-se no transcorrer desse documento divergências
quanto à origem da palavra Loja e também que existe confusão entre Loja e Templo.
A Loja Maçônica, cujo significado da palavra tem a mesma
origem da palavra Loja para designar estabelecimentos comerciais, quando empregada para
designar uma instituição maçônica, está se referindo a instituição
enquanto sua razão social, constituída por membros (homens livres e de bons
costumes) e que necessita de um espaço físico para funcionar, que são os
Templos. A Loja só se materializa quando seus membros se reúnem em sessão.
Ao término da assembléia a Loja é descaracterizada e só voltará a se constituir
novamente na primeira reunião.
Nota:
Sânscrito era o idioma falado pelos invasores indo-europeus
do Punjad, por volta do século XIV a.C.; tendo afinidade com o antigo persa, o
grego e o latim, jamais foi uma língua popular, sendo restrita aos sacerdotes
e aos eruditos. Nesse idioma é que foi escrita a literatura indiana mais
remota, de inspiração filosófica e religiosa, constituindo as “Vedas”,
coleção de hinos sagrados.
Referências
ASLAN, Nicola. Estudos maçônicos sobre simbolismo. 3 ed.
Rio de Janeiro: Aurora, 1980.
CASTELLANI, José. A origem da palavra Loja. Publicado em o
Aprendiz.
GARCIA, Clever Ronald. A Loja. Várzea Grande MT: Loja 15 de
Maio no 9, Grande Loja, MT VAROLI FILHO, Theobaldo. Loja. A Trolha de no40,
março-abril de 1989.
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.102
Bela instrução
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