O ENSINO NA MAÇONARIA
Ir∴Domingos Alves da Silva
ARLS Orvalho de Hermon nº 51
Dourados - MS
O grande literato francês, o Irmão Émitre Litré escreveu as
seguintes palavras:
O principal dever do homem para consigo mesmo é de instruir-se; o principal dever do homem para com os seus semelhantes é instruí-los.
A instrução dos seres humanos é o problema magno da
humanidade, que também é o problema e meta da Maçonaria.
Defina-se Maçonaria como sendo uma ciência de moralidade
velada por alegorias e ilustrada por símbolos.
Trata-se de uma ciência vasta, difícil e complexa, que abrange
todas as ciências, que constituem o fundo comum das religiões, das artes e da
filosofia de todos os povos do mundo, desde os tempos mais primitivos.
Embora a Maçonaria conserve e incentive as doutrinas de
filantropia e solidariedade Humana, ela ambiciona objetivos bem mais elevados.
Pensamos que sua verdadeira razão de ser é, de um lado, a
pesquisa da verdade, do absoluto e de sua compreensão antológica; do outro o
disciplinamento exemplar dentro da sociedade profana.
A Maçonaria, sendo sociedade iniciática, adota para o ensino
de suas doutrinas o método da interpretação intuitiva dos símbolos. O
[atributo] próprio de um símbolo é poder ser entendido de maneiras diferentes,
de modo que um símbolo que só admitisse uma única interpretação não seria um
verdadeiro símbolo.
Fundado no simbolismo, o ensino Maçônico só pode ser
auto-didático e pessoal para cada Maçom.
Na Maçonaria não existem e nem podem existir magistérios,
escolas ou mesmo um corpo de doutrinas organizado.
O Maçom pode ser considerado um eclético por excelência.
Procura a verdade por toda a parte e seu próprio equilíbrio; este que pode ser
comparado ao dos corpos celestes, sujeitos ao mesmo tempo, aos impulsos de
rotação e de translação assim como a atração de outros astros. Para o Maçom
este é o equilíbrio perfeito, que permite-lhe firmar um pé na tradução, que lhe
transmite os valores espirituais, e outro na ciência oficial que o mantém
sempre, na senda do progresso.
O Maçom é um pesquisador solitário, não conhece nem lhe é
permitido conhecer a satisfação plena, tanto intelectual como espiritual; sabe
que a verdade em que se crê hoje, pode não mais ser a verdade de amanhã.
Através da iniciação simbólica, simples imagem e encenação
da iniciação real, a Maçonaria proporciona aos iniciados os meios
indispensáveis para fazê-los possuidores de todas as suas faculdades,
objetivando a iluminação interior, através da qual poderá alcançar a Verdade
Divina, a verdade do Grande Arquiteto do Universo e da Alma e possivelmente a
natureza tanto de um como da outra.
A experiência tem demonstrado que a verdade não pode ser uma
coisa coletiva. A verdade é sempre pessoal e portanto, intransmissível, posto
que dificilmente poderá ser admitida pelos outros e é precisamente nisso que
consiste o tão falado “Segredo do Maçom”.
A instituição Maçônica não pode preocupar-se com dogmas nem
com concepções filosóficas organizadas em corpo de doutrinas. Sabe, e o sabe
demasiadamente bem, que tudo o que é humano é efêmero e passageiro.
O que realmente preocupa a Maçonaria é que cada Maçom possa
conseguir encontrar o seu equilíbrio mental e espiritual, desde que este
equilíbrio e caminho satisfaçam os ditames da Maçonaria: Crença em Deus, Moral,
Tolerância e Fraternidade.
A verdade e o segredo vão sempre de mãos dadas.
A verdade não é feita para aqueles que não são nem dignos
nem capazes de recebê-la.
É por isso que o Grande Arquiteto do Universo priva grande
quantidade de homens da faculdade de distinguir as cores, afastando assim as
massas da excelça verdade. Não lhes permite dela descobrirem senão aquilo que
lhes poderá ser útil conhecer. Cada época teve a sua religião adequada às suas
aptidões.
Que influências terão no espírito do Maçom, os ensinamentos,
atribuições e sentidos conferidos nos 33 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito?
Para os comodistas e superficiais não irão causar, nem bem,
nem mal, serão praticamente inócuos. Será, porém, excelente material para os
investigadores da verdade, pois o Maçom verdadeiro, é obrigado a buscar, a
pesquisar, a estudar, incansável e diuturnamente, e por sua própria conta e
risco, visto que, como disse Louis Claude de Saint-Martin:
É ao Homem que compete subir para ir buscar a chave, pois, com toda certeza, ninguém, neste planeta, virá depositá-la em suas mãos.
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