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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sábado, 17 de dezembro de 2016

VAIDADE

VAIDADE
(Desconheço o autor)

Meus irmãos, o que estamos fazendo dentro e fora dos nossos Templos? “Estamos levantando Templos às virtudes ou cavando masmorras aos nossos vícios e imperfeições?” 

Eu tenho plena convicção de que não, o que vejo são irmãos imperfeitos frequentando nossos Templos com soberba e vaidade, vejo irmãos de Altos Graus se comportando como se fossem o GADU ou PADU (pequenos arquitetos do universo), pois na realidade são mesmo bem pequenos, pensam e agem como se soubessem tudo, mas infelizmente esqueceram o mais básico dos ensinamentos, somos todos eternos aprendizes, ao Mestre cabe o silencio do saber e não a eloqüência de se mostrar dono da verdade e dos ensinamentos.

Vejam, há pouco participei de uma iniciação, tudo correu muito tranqüilo até a hora que foi dada a palavra ao Soberano. G.`. C.`., esse cidadão que tem a nomenclatura pomposa e nada humilde, resolveu repassar TODA a cerimônia de iniciação, novamente,  por pura vaidade, só vaidade. Bastava fazer um comentário sobre o fato para tentar levar o iniciado a pesquisar sobre o que se passou com ele, não tem que repetir, tem que ser a última palavra, a palavra do S. G. C.. 

Eu vejo que essas pessoas só têm uma idéia do que seja humildade ou a palavra Vaidade. Tentarei explicar, está no Aurélio: Desejo imoderado de chamar atenção, ou de receber elogios: gasta bilhões por mera vaidade. / Idéia exageradamente positiva que alguém faz de si próprio; presunção, fatuidade, gabo: não teria a vaidade de intitular-se sábio. / Coisa vã, fútil; futilidade. / Alarde, ostentação, vanglória.” e o sinônimo é orgulho, ostentação, soberbia, ufania e vanglória

Está ai a definição, não é possível que continuemos repetindo e repetindo sempre as mesmas coisas e continuarmos fazendo errado, o grande Benjamin Franklin disse “O orgulho que se alimenta da vaidade termina em desprezo” ou vice versa. 

Na realidade se continuarmos a massagear continuamente essas pessoas, continuaremos a alimentar um erro, temos que ter hierarquia, concordo, temos que respeitar a liberdade do irmão, condição esta sine qua non do bom maçom, mais temos que nos tratar como iguais também, somos iguais sendo diferentes, quando galgamos Graus, nada mais é do que o reconhecimento de nossa própria sabedoria não é? 

Então porque esse excesso de firulas e de orgulho e de referencias superlativas etc. Será que não basta ser Grão Mestre ou Venerável, temos que ser Venerabilíssimo, Sereníssimo ou Soberano para podermos ser mais Maçom que os outros? Não, respondo, não, definitivamente não. Salomão, ele mesmo, nossa fonte eterna de inspiração diz “desgraça está a um passo do orgulho: logo depois da vaidade vem a queda”. O livro da Lei traz em média 58 versículos aonde encontramos referencias sobre a palavra Vaidade, a saber: II Reis (1); Salmos (8); Provérbios (1); Eclesiastes (26); Isaias (3); Jeremias (6); Ezequiel (4); Oséias (2); Zacarias (1); Romanos (1); II Pedro (1). Outros autores nossos como Nicola Aslan, Cammino e o próprio Castellani de quem eu nem gosto muito, são fartos em definir e tentar explicar a Vaidade dentro da Maçonaria. Resumidamente define a Vaidade como a “qualidade” do caráter do que é vazio de valor, sem consistência ou fundamento. Caráter do vaidoso que apregoa um valor que não tem ou acoberta um real interesse, que estima excessivamente um valor pessoal, com desejo oculto de atrair a admiração dos outros. Nicola Aslan, em seu “Dicionário de maçonaria e simbologia cita que “O Vaidoso considera-se superior a todos, em relação a seus dotes reais ou imaginários, e sente-se ofendido ou amesquinhado quando posto em confronto desfavorável com outros indivíduos. Chama-se isso vaidade ferida, que é muitas vezes, causa de comportamentos anti-sociais. O individuo, em seus julgamentos, tem consciência clara de seus dotes reais, não como motivo de orgulho, mas de responsabilidade em utilizá-los para fins morais mais elevados, e tem igualmente consciência de suas limitações, sem, todavia deixar-se abater por esse motivo”. Infelizmente nossa amada Ordem favorece a esse tipo de comportamento. É comum vermos irmãos com posturas que, examinados a luz de uma visão mais apurada, demonstram apenas Vaidade. Nossa ordem é a melhor escola humanista que eu conheço e disso ninguém pode duvidar, ela expõe aos seus adeptos a capacidade de modificação no comportamento e na visão geral da sociedade, principalmente na moral e na ética. Bem diante deste pequeno texto quero deixar claro que temos e precisamos melhorar ou podemos cair no senso comum de sermos iguais a tantos outros por ai. Claro que somos diferentes, mesmo sendo iguais, somos diferentes e temos que mostrar e demonstrar isso de forma clara aos nossos aprendizes, companheiros e mesmo os mestres. Temos que ser reconhecidos como maçom. Esse pequeno artigo tem por intenção despertar em todos um interesse maior e a curiosidade, para que os irmãos busquem produzir uma peça de arquitetura mais profunda e possam assim iluminar as nossas oficinas.

 “Não existem segredos na Maçonaria para aqueles que se propõem a estudar, mas para os que com isso não se importam, liturgia e ritualismo maçônicos não tem sentido. A maior parte só vê a casca e cedo se desilude; não conhece a amêndoa gostosa que se oculta no interior e torna-se o prêmio reservado aos estudiosos, que os aproxima, cada vez mais, da iniciação Real”
Nicola Aslan

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