VAIDADE
(Desconheço o autor)
Meus irmãos,
o que estamos fazendo dentro e fora dos nossos Templos? “Estamos levantando
Templos às virtudes ou cavando masmorras aos nossos vícios e imperfeições?”
Eu tenho plena convicção de que não, o que vejo são irmãos imperfeitos
frequentando nossos Templos com soberba e vaidade, vejo irmãos de Altos Graus
se comportando como se fossem o GADU ou PADU (pequenos arquitetos do universo),
pois na realidade são mesmo bem pequenos, pensam e agem como se soubessem tudo,
mas infelizmente esqueceram o mais básico dos ensinamentos, somos todos eternos
aprendizes, ao Mestre cabe o silencio do saber e não a eloqüência de se mostrar
dono da verdade e dos ensinamentos.
Vejam, há pouco participei de uma
iniciação, tudo correu muito tranqüilo até a hora que foi dada a palavra ao
Soberano. G.`. C.`., esse cidadão que tem a nomenclatura pomposa e nada
humilde, resolveu repassar TODA a cerimônia de iniciação, novamente, por
pura vaidade, só vaidade. Bastava fazer um comentário sobre o fato para tentar
levar o iniciado a pesquisar sobre o que se passou com ele, não tem que
repetir, tem que ser a última palavra, a palavra do S. G. C..
Eu vejo que essas
pessoas só têm uma idéia do que seja humildade ou a palavra Vaidade. Tentarei
explicar, está no Aurélio: “Desejo imoderado de chamar
atenção, ou de receber elogios: gasta bilhões por mera vaidade. / Idéia
exageradamente positiva que alguém faz de si próprio; presunção, fatuidade,
gabo: não teria a vaidade de intitular-se sábio. / Coisa vã, fútil; futilidade.
/ Alarde, ostentação, vanglória.” e o sinônimo é orgulho, ostentação,
soberbia, ufania e vanglória.
Está ai a definição, não é possível que
continuemos repetindo e repetindo sempre as mesmas coisas e continuarmos
fazendo errado, o grande Benjamin Franklin disse “O orgulho que se alimenta
da vaidade termina em desprezo” ou vice versa.
Na realidade se continuarmos
a massagear continuamente essas pessoas, continuaremos a alimentar um erro,
temos que ter hierarquia, concordo, temos que respeitar a liberdade do irmão,
condição esta sine qua non do bom maçom, mais temos que nos tratar como iguais
também, somos iguais sendo diferentes, quando galgamos Graus, nada mais é do
que o reconhecimento de nossa própria sabedoria não é?
Então porque esse
excesso de firulas e de orgulho e de referencias superlativas etc. Será que não
basta ser Grão Mestre ou Venerável, temos que ser Venerabilíssimo, Sereníssimo
ou Soberano para podermos ser mais Maçom que os outros? Não, respondo, não,
definitivamente não. Salomão, ele mesmo, nossa fonte eterna de inspiração diz “desgraça está a um passo do orgulho: logo depois da
vaidade vem a queda”. O livro da Lei
traz em média 58 versículos aonde encontramos referencias sobre a palavra
Vaidade, a saber: II Reis (1); Salmos (8); Provérbios (1); Eclesiastes (26);
Isaias (3); Jeremias (6); Ezequiel (4); Oséias (2); Zacarias (1); Romanos (1);
II Pedro (1). Outros autores nossos como Nicola Aslan, Cammino e o próprio Castellani
de quem eu nem gosto muito, são fartos em definir e tentar explicar a Vaidade
dentro da Maçonaria. Resumidamente define a Vaidade como a “qualidade” do
caráter do que é vazio de valor, sem consistência ou fundamento. Caráter do
vaidoso que apregoa um valor que não tem ou acoberta um real interesse, que
estima excessivamente um valor pessoal, com desejo oculto de atrair a admiração
dos outros. Nicola Aslan, em seu “Dicionário de maçonaria e simbologia cita que
“O Vaidoso considera-se superior a todos, em relação a seus dotes reais ou
imaginários, e sente-se ofendido ou amesquinhado quando posto em confronto
desfavorável com outros indivíduos. Chama-se isso vaidade ferida, que é muitas
vezes, causa de comportamentos anti-sociais. O individuo, em seus julgamentos,
tem consciência clara de seus dotes reais, não como motivo de orgulho, mas de
responsabilidade em utilizá-los para fins morais mais elevados, e tem
igualmente consciência de suas limitações, sem, todavia deixar-se abater por
esse motivo”. Infelizmente nossa amada Ordem favorece a esse tipo de
comportamento. É comum vermos irmãos com posturas que, examinados a luz de uma
visão mais apurada, demonstram apenas Vaidade. Nossa ordem é a melhor escola
humanista que eu conheço e disso ninguém pode duvidar, ela expõe aos seus
adeptos a capacidade de modificação no comportamento e na visão geral da
sociedade, principalmente na moral e na ética. Bem diante deste pequeno texto
quero deixar claro que temos e precisamos melhorar ou podemos cair no senso
comum de sermos iguais a tantos outros por ai. Claro que somos diferentes,
mesmo sendo iguais, somos diferentes e temos que mostrar e demonstrar isso de
forma clara aos nossos aprendizes, companheiros e mesmo os mestres. Temos que
ser reconhecidos como maçom. Esse pequeno artigo tem por intenção despertar em
todos um interesse maior e a curiosidade, para que os irmãos busquem produzir
uma peça de arquitetura mais profunda e possam assim iluminar as nossas
oficinas.
“Não existem segredos na Maçonaria para
aqueles que se propõem a estudar, mas para os que com isso não se importam,
liturgia e ritualismo maçônicos não tem sentido. A maior parte só vê a casca e
cedo se desilude; não conhece a amêndoa gostosa que se oculta no interior e
torna-se o prêmio reservado aos estudiosos, que os aproxima, cada vez mais, da
iniciação Real”
Nicola Aslan
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