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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

TRANSMISSÃO DA PALAVRA - ORIGEM

(republicação)
O Respeitável Irmão Gercilene Rolim Formiga, Loja José Rodovalho de Alencar, 2.912, REAA, GOB-PB, Oriente de Cajazeiras, Estado da Paraíba, apresenta a questão que segue:
gercileneformiga@hotmail.com

Uma dúvida foi suscitada por um Aprendiz da minha Loja e me comprometi a buscar a resposta. 

Quando da abertura e fechamento da Loja, por que a Palavra Sagrada é passada apenas entre o Venerável e os Vigilantes?

CONSIDERAÇÕES:

Essa é uma particularidade muito antiga que o Rito Escocês Antigo e Aceito revive no seu simbolismo. A antiguidade não está especificamente na transmissão de uma palavra, senão o ato que o especulativo revive.

No período operativo da Franco-Maçonaria nos canteiros medievais quando do início de uma construção, ou mesmo de uma fase desta, antes dos trabalhos (construção literal) serem iniciados o Mestre da Obra solicitava aos seus ajudantes imediatos, ou wardens (zeladores), atuais Vigilantes, que a obra fosse marcada, nivelada e aprumada nos seus cantos.

Assim os ajudantes imediatos cumpriam a missão marcando os cantos, aprumando-os e nivelando a base. Essas ordens chegavam aos antigos Vigilantes através dos oficiais de chão (hoje os Diáconos). Aprumada e nivelada à obra que seria iniciada, os Vigilantes informavam o Mestre da Obra (atual Venerável) que os serviços estavam justos e perfeitos. O Mestre ao receber essa comunicação dava ordem para que os trabalhos fossem então iniciados.

Obviamente os trabalhos eram executados em um imenso canteiro de obras, por exemplo, a construção de uma catedral, e nesse sentido havia a necessidade de mensageiros para transmitir ordens que eram executadas pelos antigos oficiais de chão.

Ao término de uma etapa da obra, geralmente coincidentes com as datas solsticiais e às vezes equinociais, o Mestre da Obra solicitava através do mensageiro que os Vigilantes (wardens) conferissem o trabalho para o pagamento dos obreiros antes de despedi-los contentes e satisfeitos.

Assim, os Vigilantes mediam e conferiam o prumo e o nível correspondente à etapa concluída e, se tudo estivesse nos conformes, ou justos e perfeitos, o Mestre mandava o Primeiro Vigilante fechar o canteiro, pagar os obreiros e despedi-los contentes e satisfeitos recomendando que os trabalhos recomeçassem após o inverno.

De modo especulativo a Moderna Maçonaria através do Rito Escocês revive simbolicamente essa tradição. Obviamente não existe na atualidade o procedimento operativo já que a matéria prima (pedra calcária) é representada pelo próprio Homem passível de aperfeiçoamento e a construção é simbólica de um Templo à Virtude.

Assim o ato revivido ficou constituído no canteiro simbólico (Loja) por uma palavra que se transmitida de modo correto dá a conotação do “justo e perfeito”, tanto para iniciar os trabalhos como para encerra-los.

Nesse particular o Venerável (antigo Mestre da Obra), os Vigilantes (antigos wardens – zeladores) e os Diáconos (antigos oficiais de chão) protagonizam o ato através da transmissão da Palavra.

Há que se notar que as joias dos Vigilantes continuam sendo representadas pelo Nível e pelo Prumo, assim como é o Primeiro Vigilante que fecha a Loja – ver esses procedimentos no Ritual.

Cabe aqui ainda um particular. Os demais membros do canteiro (Loja) são reconhecidos no Ocidente pelo Sinal que fazem, já que dentre outros esses Sinais também representam o Nível o Prumo e o Esquadro – objetos imprescindíveis para construção de uma obra perfeita e durável.

Finalizando. A questão da Palavra Sagrada está na sua dignidade representativa de lições de ética e moral se transmitida corretamente. Não existe nesse sentido qualquer conotação religiosa para o ato. Afinal os Trabalhos da Loja no Rito em questão somente serão abertos e encerrados se houver a declaração por parte dos Vigilantes que tudo está Justo e Perfeito.

T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.275 Florianópolis (SC) – quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014.

QUANTOS SOMOS DE VERDADE?

Ass.: Andros

Meus Amados Irmãos, em meio ao silêncio dos nossos Trabalhos e à solenidade de nossas Colunas, por vezes me pergunto: quantos Irmãos de fato compõem a nossa Loja?

Aos olhos desatentos, somos entre 15 e 23 Irmãos, somando os filhos da Loja e os sempre bem-vindos visitantes. No entanto, ouve-se que o número oficial de obreiros é muito maior. Onde, então, estão esses Irmãos?

Alguns mudaram-se para longe, outros encontram-se em viagem, alguns adormeceram no chamado sono maçônico, e há ainda aqueles ausentes fisicamente, mas presentes financeiramente, que mantêm suas obrigações materiais em dia como se isso bastasse para manter viva a chama da Iniciação.

Mas a pergunta que inquieta é esta:

Quantos de nós estão verdadeiramente aqui? Quantos se apresentam com corpo, alma, mente e espírito à disposição da Obra?

Recordo-me de que, na sindicância de admissão, fui indagado se eu teria condições de frequentar regularmente os trabalhos da Loja. Respondi afirmativamente, assim como acredito que o fizeram todos os Irmãos iniciados sob esta mesma premissa. Se todos disseram "sim", por que então tantas ausências? Por que o silêncio de tantos Irmãos diante da beleza viva do Ritual?

Será que realmente nos preocupamos com a ausência dos Irmãos ou apenas com a permanência de seus depósitos mensais?

Se for esta última a verdade, então precisamos refletir profundamente:

O que estamos formando? Maçons ou financiadores? Construtores da própria alma ou contribuintes de uma estrutura que se esvazia de sentido?

Há, espalhados no mundo profano, homens com avental que se proclamam maçons, mas que há muito deixaram de frequentar os templos. Estão se polindo? Estão crescendo? Estão vivendo a Arte Real ou apenas usufruindo do nome que ela lhes concedeu?

E se esses Irmãos acreditam já não precisar mais da Maçonaria, pergunto: por que desejaram adentrá-la? Encontraram o que buscavam ou desistiram de buscar? Terá o Templo fechado suas portas, ou foram seus olhos que se fecharam para o sagrado?

É cômodo dizer que “cada um tem seu tempo”, e há sabedoria nisso. Mas tal máxima não pode ser usada como muleta para justificar a inércia, a omissão, o esquecimento dos votos feitos de coração aberto diante do Altar da Verdade.

Por isso, trago uma reflexão inquietante:

O que temos em mente quando evitamos bater colunas? Estabelecemos metas de arrecadação para manter a estrutura ou criar um saldo confortável — ou temos como missão formar homens virtuosos que possam representar, com a própria vida, a verdadeira Arte Real?

Talvez devêssemos nos perguntar, com seriedade e sem medo da resposta:

Para que uma Loja seja chamada perfeita, é preciso quantos Irmãos? O número conta os que pagam ou os que se entregam à Obra com presença, energia, amor e compromisso?

Se somos uma escola de virtudes, uma oficina moral, uma forja de consciências, então o critério não pode ser apenas o saldo financeiro. A régua que deve medir nossa grandeza é a qualidade da presença dos Irmãos e o brilho da sua transformação interior.

Portanto, que este questionamento não se perca em meio aos relatórios administrativos, mas ecoe nas paredes do Templo e nos corações de todos:

Quantos somos, de fato? Quantos estamos aqui por inteiro — e quantos apenas de nome?

Que a pergunta feita a cada novo Aprendiz ressoe também para os Mestres:

“O que vens aqui fazer?”

E que cada um, em silêncio ou em voz, possa respondê-la com sinceridade e coragem.

Pois o verdadeiro maçom não teme o espelho, nem foge da Luz.

TFA
À Glória do GADU.

Fonte: Facebook_Átrio do Saber

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

USO DO CHAPÉU CONFORME O RITO

Em 01.05.2024 o Respeitável Irmão Renato Bezerra Sena, Loja Álvaro Palmeira, 2708, Benfeitora da Ordem, Rito Brasileiro, GOB-RJ, Oriente do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, apresenta o seguinte argumento:

CHAPÉU CONFORME O RITO

Estive pesquisando sobre o uso do chapéu na câmara do meio no Rito Escocês e achei seu Blog, inclusive com uma excelente peça sua de 26/03/2019 sobre o respectivo tema: "O USO DO CHAPÉU COMO INDUMENTÁRIA MAÇÔNICA."

Entendo que mesmo sendo do Rito Brasileiro, por força ritualista do próprio Rito Escocês e também amparado pelo Artigo 217 de nosso RGF, devo usar o chapéu em respeito a ritualística da Loja que estou a visitar. Até mesmo porque vejo que é muito comum as lojas terem chapéus reservas, os quais eu creio que sejam para IIr∴ de outros ritos ou para alguns que possam ter esquecido naquela ocasião, reforçando ainda mais a necessidade de utilização por todos os mestres que ali estão presentes, independentemente do rito que ele faça parte.

Gostaria muito de poder conversar com o sapientíssimo ir∴ a respeito deste tema, tendo em vista ainda ser um assunto controverso entre IIr∴ do meu rito, onde vejo como oportuno ter um pleno entendimento do tema para que além de aclarar, também possamos propagar aos demais IIr∴.

CONSIDERAÇÕES:

No GOB, os Rituais do Rito Brasileiro em vigência não contemplam o uso de chapéu. Já no REAA, resgatou-se esse importante costume para o seu simbolismo.

Entenda-se que no REAA, em Loja de Aprendiz e de Companheiro, apenas o Venerável Mestre se cobre, enquanto que nas sessões de Grau 3, todos os Mestres se cobrem. Cabem estas orientações para as sessões ordinárias e magnas.

No caso do REAA e o uso do chapéu, recomenda-se que o Venerável Mestre, quando em visita a Lojas que praticam ritos que não usam chapéu, não o utilize, apresentando-se paramentado como Venerável Mestre visitante, entretanto sem cobertura sobre a cabeça.

Entende-se que um visitante de outro rito, que não usa chapéu, em visita a uma Loja do REAA, também não deve usá-lo, pois o visitante deve se apresentar paramentado com as alfaias do seu rito, não devendo misturá-las com as da Loja visitada.

Em se tratando de IIr∴ visitantes, vale a pena mencionar o uso do balandrau negro como traje maçônico. Neste caso é preciso ficar atento para não o usar em Lojas cujo rito não admite o seu uso.

Por fim, ao visitante cabe respeitar a liturgia do rito que está sendo praticado pela sua Loja anfitriã, não se admitindo nela inserção de práticas estranhas que possam alterar o andamento dos trabalhos que estão sendo executados.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

MAÇONARIA NA ILHA DE SANTA HELENA


O Dr. Alexander Baxter (1777-1841), médico escocês e maçom da Loja Glasgow St. Mungo (GL da Escócia), foi um dos profissionais que atuaram durante o exílio de Napoleão em Santa Helena. Chegou à ilha em 1816 a pedido do governador Hudson Lowe, também ligado à Maçonaria. Embora não fosse o médico pessoal do imperador, Baxter registrou detalhes importantes sobre sua saúde, incluindo a famosa extração de um dente do siso em 1817.

A Maçonaria pode ter existido na ilha antes disso. O governador, Sir Hudson Lowe, recebeu uma carta de Sua Alteza Real o Duque de Kent recomendando-lhe um mapa e plantas de Santa Helena. Ele escreveu: "No mapa e nas proximidades dos 'Jardins Maldiva', onde os quartéis foram posteriormente erguidos, vê-se o contorno de um edifício vermelho com as palavras 'Loja dos Maçons'". O Duque de Kent, pai da Rainha Vitória, foi nomeado GM da Antiga Grande Loja da Inglaterra em 1813, que se juntou à Primeira Grande Loja da Inglaterra em 1813 para formar a Grande Loja Unida da Inglaterra.

Não está claro por que Baxter, de uma antiga família de Edimburgo, ingressou em uma Loja Maçônica em Glasgow. No entanto, a segunda metade do século XVIII e o início do século XIX foram tempos políticos extremamente voláteis. A Europa continental estava sendo devastada pela guerra. Portanto, é possível que Baxter estivesse servindo em Glasgow em serviço militar.

Baxter deixou Santa Helena em 1819. Ele nunca havia atendido Napoleão em sua função profissional, mas o havia encontrado pessoalmente em diversas ocasiões. Foi Baxter quem forneceu a Lowe relatórios verbais sobre a saúde de Napoleão. Enquanto estava em Santa Helena, Napoleão extraiu um dente do siso. Em um relatório datado de 19 de novembro de 1817 sobre o tratamento, Baxter, que agora é descrito como "o chefe do estabelecimento médico em Santa Helena", escreveu: "Napoleão.

Agora sabemos que até na Ilha de Santa Helena, existiu a presença da Maçonaria.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria

INSTRUÇÃO DA INSTRUÇÃO

José Eduardo Stamato* 

Instrução – ação de instruir, ensino; lição; explicação ou esclarecimentos dados para uso especial; apontamento, regimento, ordem, explicação que se dá a alguém encarregado de alguma função.

Instruir – ensinar, dar instrução a, doutrinar; informar, esclarecer; adquirir conhecimentos novos, desenvolver os conhecimentos adquiridos; tornar-se sabedor.

Quando falamos em instrução na Ordem Maçônica, o que compreendemos como instrução? Considero como uma diretriz importante e fundamental para que tenhamos um rumo temporário para nossos estudos. Temporário, pois, a compreensão pessoal do que estudamos ao longo dos graus, a nossa experiência pelo tempo de Loja e o que entendemos com isso, acabamos por elaborar nosso próprio entendimento sobre os conhecimentos recebidos.

Nossa instrução pode ser histórica, repleta de dados armazenados ao longo do tempo e que estão à disposição através da literatura histórica concernente ao que desejamos, abrangendo a própria Loja, outras Lojas, Orientes e ou literatura maçônica internacional. O desenrolar maçônico ao longo do tempo firma suas origens pelos dados compilados através dos anais das diversas Lojas espalhadas pelo mundo, que por sua vez armazenou informações de um passado em que as descobertas eram resguardadas como segredos que foram repassados com interessantes anotações no contexto temporal dentro dos diversos períodos históricos. É fonte de conhecimento inesgotável e interessante. Proporciona o conhecimento da luta da Maçonaria por um mundo melhor e mais esclarecido.

A instrução ritualística que trata sempre dos procedimentos dinâmicos em que trabalhamos, visa aprofundar a compreensão desses procedimentos que produzem determinadas ações e alterando determinados comportamentos. Os ritos pouco se alteraram ao longo do tempo. São sempre adequados às suas próprias épocas e sofrem pequenas alterações ocasionadas pela dinâmica do tempo e das consciências (às vezes por conveniência). Só que observamos que essas alterações podem produzir um desvio do sentido original quando de sua criação, pois, na época da sua elaboração, procuraram representar e firmar um conceito importante para o homem de sua época preservando-o para o futuro. Não podem ser desprezados ou alterados sem que as razões que provocaram essa criação possam ser compreendidas em sua integridade. Faz-se necessário a prudência ao rever nossos rituais.

A instrução que visa o comportamento moral (1) procura ensinar, lembrar, ou reforçar toda aquela experiência milenar que a humanidade vem acumulando em forma de normas e preceitos eficazes para a realização da pessoa humana em busca da perfeição. Podemos dizer que são as regras da convivência social. Revela-se como uma ciência normativa, não especulativa.

Devemos lembrar que todos os membros de nossa Ordem são cidadãos consolidados numa sociedade em constante mutação e reorganização, portando educação e comportamento diferentes e por vezes conflitantes que necessita desbaste e melhor adequação, assim sendo, toda liberdade usada por qualquer Ir∴ como forma de ação ou no nível da consciência postula um risco pessoal implicando na responsabilidade moral de seu uso.

A instrução sobre nossa simbologia (2) se reveste de grande importância para o maçom, pois, o símbolo tem a função de provocar certos estados de consciência intelectuais e emotivos proporcionando uma compreensão e significado mais profundo do objeto observado, sedimentando conceitos abstratos através de uma simples visualização. O símbolo se manifesta e se revela no interior de cada um e sua riqueza transparece pelo significado que ele representa para aquele que o procura compreender, pois, cada um enriquece o conceito de determinado símbolo com sua experiência de vida, revelando assim múltiplos significados de um mesmo conteúdo ampliando seu horizonte de conhecimento. O símbolo transcende o conhecimento objetivo e histórico formal, proporcionando uma visão psíquica que pode ultrapassar o espaço-tempo.

Avançando sobre o mais profundo objetivo de nossa ordem, deparamos com a instrução espiritual (3). Podemos falar em instrução espiritual? Sim, precisamos nos preparar e enfrentar esse desafio que tem dificultado o processo maçônico que trabalha com o ser humano e a humanidade como um todo.

Temos na Constituição do GOB, Art.1º, parágrafo I – “proclama a prevalência do espírito sobre a matéria” e no Art.2º como 1º postulado de nossa Instituição “a existência de um princípio criador: o Grande Arquiteto do Universo”, e mais, no RGF, Capítulo I falando da Admissão, em seu Art.1º item IX: “aceitar a existência de um Princípio Criador” e no seu Art.2º: “a falta de qualquer dos requisitos do artigo anterior, ou sua insuficiência, impede a admissão”. O próprio texto de nossos regulamentam enfatizam o caráter espiritual do homem, e como poderemos espiritualizar o homem sem dar a ele a consciência de sua natureza espiritual?

Assim exposto, será necessário abordar o horizonte espiritual do ser humano que não deve e não pode ser confundido com as práticas abordadas pelos sistemas religiosos que se apresentam como dogmas indiscutíveis. Ou essas obrigações são meras formalidades, com as quais não devemos nos preocupar? Mesmo com os dogmas ou as regras de comportamento como as constituições que defendem o Homem em seu caminho evolutivo dentro ou fora de nossa Ordem, à orientação que deve prevalecer é a reflexão pelo conhecimento, pois, as circunstâncias estão em constante mutação acompanhando a dinâmica de cada período. E mais, a ciência e a tecnologia com seus avanços na pesquisa fundamentada têm demonstrado e firmado que muito do que era tido como fantasia, crendice ou superstição tem uma base científica e como toda organização humana é feita de convenções, e quando estas são contrariadas, surge o inevitável conflito que pode ser contornado e ser recuperada a harmonia quando as consciências são elevadas.

Os homens - a Humanidade - têm melhorado suas relações sociais e progredido na relação ao respeito, a responsabilidade, a consideração, a aceitação do próximo, o amor filial (ou melhor, responsabilidade filial), a amizade e a fraternidade, e, como Maçons e membros da família humana corremos atrás desses conceitos pelo estudo, compreensão e dedicação procurando entende-los e conscientizá-los como patrimônio pessoal útil para uma vida em sociedade.

Como Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçons, pedreiros construtores do edifício social, é preciso refletir, tornar clara as idéias, comparando-as, e como conseqüência formando nossos próprios juízos de valor. Perguntamos: entendendo a maçonaria também como uma escola de comportamento, estamos inseridos num processo evolutivo ou ainda nos preocupamos em alcançar a condição de um “status” maçônico (que nos forneça projeção pessoal) que nos confere a Ordem? Claro é que não é este o objetivo, mas essa condição maçônica proporciona esse destaque e “seduz” uma grande maioria de IIr∴ que procuram projeção pessoal e reconhecimento, sendo assim inevitável, pois, temos vaidades e paixões ainda não controladas.

Mas, o que vindes aqui fazer?

Ensinam nossos rituais que é necessário vencer nossas paixões e submeter nossa vontade. Como edificar templos à virtude e enterrar os vícios se somos levados pela turbulência das paixões e lutamos ainda em prevalecer nossas vontades?

Em nosso aprendizado maçônico, de aprendiz à mestre maçom, é extremamente relevante que isso pese em nosso comportamento. Quando alcançamos o domínio de nossas paixões e de nossa vontade, já não fazemos parte das batalhas profanas, não é mais necessário o conflito. Isso não significa omissão, desleixo ou fraqueza de caráter, simplesmente não é mais necessário, pois, compreendemos o Todo e com essa certeza e verdade sedimentada podemos sutilmente alterar e redirecionar atitudes profanas incorretas e insuficientes.

Para que todas essas considerações sejam alcançadas, nossas instruções precisam ser objetivas e direcionadas a todos nós que aqui estamos em busca de mais luzes. Todo trabalho ou instrução nunca é desperdiçado pelo fato de que acendemos luzes em nosso interior promovendo novas idéias, preenchendo lacunas e gerando a vontade de progredir sempre. Será sempre possível e é necessário organizarmos nossas instruções para auxílio de todos que participam dessa Arte. É responsabilidade dos Mestres facilitarem e auxiliarem os Aprendizes e Companheiros na compreensão dos trabalhos maçônicos e sua dinâmica. Se não nos transformamos, como queremos que os que aqui chegam aprofundem sua maneira de pensar e agir? 

Que exemplo esperamos dar?

Sempre enaltecemos a Ordem Maçônica e os trabalhos maçônicos, seus princípios, seus objetivos. Nosso ritual esclarece com perfeição e transparência que “a Maçonaria no grau de Mestre é o laboratório espiritual, onde os iniciados de todas as partes do mundo se reconhecerão e trabalharão em comum, visando solucionar a crise moral da Humanidade, assegurando ainda os direitos e deveres do Espírito”.

Notas:

1. Moral (da raiz latina “mores” como costumes, conduta, comportamento, modo de agir) - é o conjunto sistemático das normas que orientam o homem para a realização de seu fim pelo exercício de sua responsabilidade.

2. Simbologia - estudo dos símbolos, o entendimento de uma imagem empregada para significar um conceito facilitando sua compreensão.

3. Espiritual – que tem a natureza do espírito. Espírito – identifica-se com o que chamamos alma; também a sede das atividades superiores do ser inteligente (os conhecimentos, a erudição, o poder lógico, a capacidade intuitiva, o senso artístico, a reflexão transcendente).

(*)M∴I∴ ARLS Horus nº 3811 - Santo André - SP (Oriente de São Paulo) - Brasil

Fonte: JBNews - Informativo nº 286 - 10.06.2011

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

SESSÃO ADMINISTRATIVA - USO DE PARAMENTOS?

(republicação)
Em 01/08/2018 o Respeitável Irmão Marcelo Gass, Loja Tríplice Aliança, 3.277, REAA, GOB PR, Oriente de Toledo, Estado do Paraná, apresenta a seguinte pergunta:

PARAMENTOS EM REUNIÃO ADMINISTRATIVA

Vi em um Consultório que em uma Reunião Administrativa não é necessário a parte ritualística. E os Trajes e Paramentos, são necessários?

CONSIDERAÇÕES:

Uma Sessão Administrativa, que pode ser realizada dentro do Templo ou em outro recinto que atenda a necessidade de um ambiente “coberto”, é organizada sem que para a sua execução exista a necessidade da ritualística oriunda do Ritual. Assim, nela os maçons não usam paramentos, estando todos trajados de forma decente e a contento. Nela também é dispensável o traje maçônico (terno ou balandrau).

Obviamente que isso não é sinônimo de desordem, porém é um modo objetivo para que ordeiramente sejam discutidos assuntos que demandem de excessivos debates. Nesse sentido, uma Sessão Administrativa deve ser marcada com antecedência, informando o assunto e o motivo pelo qual ocorrerão os discutes.

Apurado o efeito pelas discussões ocorridas na Sessão Administrativa, prevendo a legalidade do resultado antecipadamente auferido, o mesmo é então levado para a Ordem do Dia de uma Sessão Ordinária onde, com a aquiescência do Orador, é regularmente votado na forma de costume. 

Atente-se que sobre a matéria trazida da Sessão Administrativa, não mais deverá haver discussão, pois ela já fora amplamente debatida administrativamente numa sessão previamente marcada.

Assim, é essa a principal razão pela qual existe uma Sessão Administrativa. Ela acontece justamente por ser objetiva e por escapar das formalidades ritualísticas. Assuntos que demandam de longos debates ficam mais apropriados sem o protocolo do giro da palavra, já que o que se busca nessa ocasião é justamente a informalidade. Sob essa óptica é perfeitamente dispensável a utilização de paramentos.

Mesmo que adequados aos repetidos apartes e opiniões, comuns a essas ocasiões, o Venerável Mestre deverá conduzir ordeiramente os trabalhos. A ausência de paramentos e da ritualística maçônica não abstrai uma Sessão Administrativa da qualificação de ser uma reunião maçônica, portanto como tal os maçons devem se comportar. 

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

nº 118 - Estandartes e Heráldica

Estandarte, segundo dicionário Aurélio, é definido como “bandeira de guerra” e por extensão somente “bandeira”.

Na Maçonaria é uma espécie de bandeira, retangular, com formato obedecendo a “Lei Aurea”, ou seja, com o comprimento 1,618 vezes maior que a altura, hasteada de modo que seu eixo maior (comprimento) fique na vertical.

Nele são colocados letreiros cujas palavras definem a Loja ou “Corpo Maçônico”, juntamente com o logotipo da mesma, seus brasões e símbolos (ver Pílula Maçônica nº 12).

Brasão é a insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre, conferidos, em regra por merecimento.  
É um “escudo de armas” e, por extensão, “divisa’, “emblema”.

No campo da Heráldica, é definido como conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos no campo do escudo ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, de um soberano, de uma família, de uma corporação, de uma cidade, etc.

Heráldica é a arte ou ciência dos brasões. É o conjunto dos emblemas do brasão.

No Brasil, até onde sei, só existe uma única obra maçônica sobre heráldica. É um excelente livro que denomina-se “Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito, do Grau 01 ao Grau 33”, sendo a parte pictográfica de autoria do nosso atual Sapientíssimo Irmão Claudio Roque Buono Ferreira, com pequenos textos descritivos de autoria do Mestre Castellani.

Esse livro, foi gentilmente doado à ABBM pelo Irmão Claudio e encontra-se disponível para todos os Obreiros, somente para consulta, na Biblioteca da mesma.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com

UMA LOJA MAÇÓNICA NÃO É UMA TERTÚLIA (I)

Paulo M.

Tenho um grupo, que com as vicissitudes da vida se foi afastando, mas que durante uns bons 15 anos formou uma tertúlia que se encontrava quase todos os dias. Tivemos incontáveis debates e polémicas. Aprendemos todos muito uns com os outros. Hoje, ainda continuamos todos amigos. Não há necessidade de proibições no que toca a troca de ideias. (Autor não identificado)

Este comentário explica, quase por si mesmo, porque é que uma Loja Maçónica não é – nem pode ser – uma tertúlia. Ora comecemos, como quem analisa, escrutina e disseca um texto numa aula de Português.

Ter um grupo «… que com as vicissitudes da vida se foi afastando…» é uma das coisas que se pretende evitar numa Loja. Pertencer a uma Loja é como que um casamento. Não é forçosamente para toda a vida, pode-se ter “outras” ao mesmo tempo (se bem que seja difícil de gerir) mas, mesmo quando isso acontece há sempre uma que é a “principal”; pode-se cortar os laços com essa, e ou arranjar outra “principal” ou mesmo passar a não ter nenhuma, mas ambas são situações dolorosas. Uma Loja é como que uma família. Uns nascem, outros morrem, mas a família é a mesma – se não se extinguir; numa Loja, são iniciados uns, adormecem ou partem para o Oriente Eterno outros, mas a Loja permanece – se não abater colunas. Há lojas várias vezes centenárias, e esse vínculo a algo que existia antes de nós e continuará a existir depois é uma das coisas boas que a Maçonaria nos proporciona; ao mesmo tempo que nos reduz à nossa pequenez de meros “passadores de testemunho” dá-nos a satisfação de saber que pertencemos a essa cadeia de continuidade.

Pertencer a um grupo «…que se encontrava quase todos os dias» deve ser algo de muito exigente, e pouco consentâneo, suponho, com os deveres conjugais, laborais e parentais. Claro que isso é questão que só se põe a quem esteja sujeito a esses deveres… Por outro lado, encontros diários não serão, como dizia Shakespeare, “too much of a good thing”? Não terão esgotado em 15 anos conversa que dava para uma vida inteira? Em contraste, a maçonaria alerta os seus membros de que os seus principais deveres são para com a família, para com o Criador (qualquer que seja a conceção que dele se faça), e para com o país; a maçonaria vem depois.

Dizer-se, ao fim de 15 anos, que «ainda continuamos todos amigos» implica ter-se começado por aí: pela amizade enquanto vínculo genitor. Ora, quando se ingressa uma loja é-se integrado num grupo de desconhecidos; as amizades que surjam são paralelas ao grupo, não são condição prévia do mesmo. Os nossos amigos são pessoas que nós conhecemos e cujo contacto decidimos manter e aprofundar, e com quem nos identificamos mais; numa loja, pelo contrário, não se escolhe nada; um pouco como a família do cônjuge, fica-se com o que nos calha na rifa. A um amigo perdoa-se mais, aceita-se mais e tolera-se mais do que a um desconhecido; por isso, as regras e os pressupostos de uma loja e de um grupo de amigos não podem deixar de ser diferentes, pois que numa loja a diversidade é maior do que num grupo de amigos.

Tertúlias como aquela de que o Diogo fala são próprias da adolescência e da juventude. Nos debates, frequentemente acesos, cada um tenta marcar a sua posição, convencer os demais, ensinar e impor o seu ponto de vista. Contudo, é normal que os seus membros, uma vez “crescidos”, tendo adquirido a sua própria individualidade e identidade fora do grupo, se afastem progressivamente.; é normal que haja menos disponibilidade para um contacto tão íntimo e envolvente, para uma exposição tão prolongada, para um desnudar-se tão profundo – até porque as ideias se vão cimentando e há cada vez menos temas novos a debater sem que o resultado do debate esteja determinado a priori. Assim, a maturidade acaba por estabelecer o limite. Em loja, pelo contrário, o objetivo não é “converter” ninguém a um determinado ponto de vista, mas permitir que cada um encontre o seu.

Fonte: https://www.freemason.pt

terça-feira, 28 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

SUBSTITUTOS NOS CARGOS

(republicação)
O Respeitável Irmão Joaquim Souza Nunes, Loja Bento Gonçalves, 2.450, REAA, GOB-RS, Oriente de Santiago, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a seguinte questão:
jsouza@santiagonet.com.br

Gostaria de esclarecer o seguinte: Quando numa sessão do Grau 1, muitas vezes por falta de Mestres, usa-se Companheiros para preencher cargos, tais como Tesoureiro, Chanceler, 2º Diácono... Pergunta: Quando o Saco de Propostas e Informações, bem como o Tronco de Beneficência, faz o giro, o Ritual manda iniciar pelo Venerável, 1º vigilante, 2º Vigilante, Orador, Secretário, em seguida aos MESTRES da Coluna do Sul e do Norte.... Deve-se passar pelos Companheiros que estão ocupando os cargos ou só depois quando for a ocasião dos Companheiros.

RESPOSTA:

A questão fica prejudicada, pois os cargos em Loja são privativos de Mestres Maçons. Companheiros e Aprendizes, mesmo em cargos situados no Ocidente, não podem estes preencher – Regulamento Geral da Federação - Art. 229. 

Para o exercício de qualquer cargo (o grifo é meu) ou comissão é indispensável que o eleito ou nomeado pertença a uma das Lojas da Federação e nela se conserve em atividade. § 1º. Os cargos são privativos de Mestre Maçom (o grifo é meu).

T.F.A.
PEDRO JUK –
jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.273 Florianópolis (SC) – terça-feira, 25 de fevereiro de 2014.

MAÇONS FAMOSOS

POR QUE É LIVRE E DE BONS COSTUMES...

...será que compreendemos realmente o que é ser Livre e de Bons Costumes ?

1- SER LIVRE

Ser livre significa ser independente, ganhar o suficiente para sua própria subsistência e de seus dependentes, atender aos seus compromissos sem prejuízo de quem quer que seja, ter consciência de seus deveres familiares, sociais, morais e religiosos, e executá-los com seriedade.

Não ter compromissos com organizações que proíbam o acesso a correntes espiritualistas. Ser livre é possuir autonomia, é ter direito de reger-se. Deve-se, também, ser subjetivamente livre: de preconceitos, superstições, maledicências e qualquer escravidão.

Ser livre é não ficar preso a um padrão estabelecido. Existem, no entanto, duas escalas de liberdade: a física e a psicológica, sendo que o cerceamento da liberdade física não impede que o indivíduo não experimente a liberdade espiritual.

Muitas vezes, o conceito de liberdade é confundido pelo homem. Acreditando-se livre, é prisioneiro de si mesmo, da sua ignorância, preconceitos e arrogância.

Liberdade é um estado de espírito; é poder ir em busca do desconhecido sem sentir-se preso a experiências passadas.

Livre é alguém que não sendo irresponsável ou escandaloso, agredindo a sociedade por sua vida condenável, não seja por outro lado, joguete passivo das circunstâncias e das pessoas que o rodeiam. É alguém que sabe o que quer, não tem medo, que possui liberdade de pensamento e condições psicológicas para absorver determinados ensinamentos, através do estudo e da reflexão, sem pré-julgamentos.

Ser Livre é ter coragem para criar, tendo sempre como objetivo o evoluir.

2- SER DE BONS COSTUMES

Ser de bons costumes é ter adquirido bons hábitos e salutares princípios que permitam conduzir-se a si mesmo em qualquer condição e lugar.

Ser de bons costumes é ser honrado, empenhando todos os seus esforços por se tornar melhor a cada dia que passa. Auxiliar, na medida do possível, àqueles que imploram por sua benevolência. Abrandar o coração para com os seus antagonistas. Deixar, por donde quer que passe, um rastro de luz benéfica que deve caracterizar todo O Verdadeiro Maçom.

Ser honrado, justo, de bom entendimento e rigorosa moralidade.

Ser de bons costumes é ter hábitos sadios; ser capaz de superar obstáculos naturais - discussões interpessoais, ambientes confusos, dificuldades financeira, etc., através da coerência, do bom senso, da organização e do equilíbrio.

Bons costumes aplicam-se, principalmente, a ética do candidato. Mas a Ordem Maçônica espera tanto dos candidatos, como de seus integrantes, um espírito de verdadeira Fraternidade, Cooperação e Altruísmo.

Portanto BONS COSTUMES, em Maçonaria, não devem ser encarados como se referindo apenas aos valores sociais consagrados. Deve, isto sim, ser entendido como um reto modo de vida, já que não há uma conotação meramente moralista nesse termo.

Mas, O Que é Ser Livre e de bons costumes?

“O Homem verdadeiramente Livre é um Homem de Bons Costumes".

Falar sobre a liberdade é uma das questões mais fascinantes em nosso meio. Usamos muito essa palavra, mas temos dificuldade em conceituá-la. Todo mundo afirma que quer ser livre, mas pouca gente sabe dizer o que quer fazer com a liberdade.

É comum pensar que se pode agir sem impor limites à nossa vontade. Não é meu ponto de vista. Aliás, não tenho muita simpatia pela idéia de que viver bem é não abrir mão de nenhum tipo de desejo. Essa abordagem me parece ingênua e não leva em conta o fato de que, em nossa vida interior, há outras peças tão importantes quanto às do desejo.

Por exemplo: uma pessoa me agride e eu tenho vontade de revidar com toda a força e posso até desejar matá-la Mas tenho dentro de mim um conjunto de valores morais. Se eu transgredi-los, experimentarei uma dor íntima muito desagradável, que é a culpa. Os animais em geral não sentem outra coisa senão o desejo e o medo. O homem não: tem um cérebro sofisticado que "fabrica" conceitos e padrões de comportamento que as pessoas acham muito importante respeitar. Em muitos casos, as normas estão em oposição às nossas vontades. No exemplo citado, isso fica evidente. Pelos nossos valores éticos, não temos o direito de matar outro ser humano.

Como agir? Respeitamos a vontade ou os padrões? Acredito firmemente que devemos nos ater aos padrões. Devemos seguir nossos pontos de vista e nossas convicções. Agir sempre em concordância com a vontade é franca imaturidade, é não saber suportar frustrações e contrariedades. Evidentemente que estou me referindo às situações em que a razão está em oposição à vontade. No caso de ela não provocar nenhuma reação negativa, é lógico que devemos tentar realizá-la.

Não se trata, portanto, de desprezar nossos desejos. Se estiver com boa saúde, posso comer doces. Se for diabético, tenho de ter a capacidade de abrir mão deles. Não acho acertado considerar mais livres as pessoas que não ligam para si mesmas e para os outros. Elas são mais irresponsáveis e até autodestrutivas. Se um homem sabe que o álcool lhe faz mal e continua bebendo, ele não é mais livre. É mais fraco.

Nos séculos passados, o ser humano vivia por normas exageradamente rígidas e alguns psicólogos acabaram concluindo que a verdadeira liberdade consistia em jogar fora essa camisa-de-força, guiando-nos a partir de nossos desejos. A idéia é boa, mas - na prática - é inviável. A vida em grupo exige que se preste atenção também aos outros. O amor e a solidariedade que sentimos naturalmente dentro de nós pedem isso. Não posso magoar as pessoas que amo sem sofrer. Nesse caso, antes de satisfazer a vontade, tenho de refletir muito, avaliando e pensando nas conseqüências.

Liberdade não é realizar todas as vontades. Não é ser desta ou daquela maneira. Liberdade são a sensação íntima de prazer que deriva da coerência entre o que pensamos e a forma como atuamos. Sou livre se sou capaz de agir de modo coerente com o que penso. Algumas vezes respeito à vontade; outras, as normas morais. Em cada situação eu tomo decisões, válidas apenas para aquele momento. Sei dizer "sim", sei dizer "não". Tudo depende da importância do desejo e da permanente preocupação de equilibrar os meus direitos e os direitos das demais pessoas. Aceitar certos limites para as nossas vontades é sinal de maturidade, não de resignação e conformismo. É sinal de força, não de fraqueza.

Vivemos em um mundo plástico, cujos valores positivos sempre recaem sobre aqueles que são belos, bem sucedidos e bem relacionados, onde os Altruístas, os Livres Pensadores, homens LIVRES e de bons costumes, nem sempre atendem as demandas de uma sociedade que, mais do que nunca, valoriza a imagem em detrimento do conteúdo.

E o que resulta dessa super-expectativa estética é que crescemos sem aprender a lidar com estes valores e referências. Não o aceitamos, não o admitimos, nunca o confessamos. Sempre estamos tentando confeitá-lo ou empaná-lo com justificativas, de modo que o produto do nosso eu sempre pareça melhor do que realmente o é. Principalmente quando estes conceitos ou preconceitos se dão no meio da Maçonaria, aonde as exigências de um behaviorismo (comportamento) moralista intangível e inalcançável, por vezes, vão produzindo em nós uma capacidade enorme de teatralizar o nosso próprio eu.

Em nossa Maçonaria atual, reservamos pouco espaço em nossas Reuniões para testemunhar os nossos erros (o que é uma pena). Só testemunhamos os feitos do passado, as nossas incríveis performances ideariam as nossas façanhas operadas num mundo histórico e muitas vezes, virtual de ética, de moralidade e da filantropia; nunca (ou quase nunca) os nossos erros, decepções, fracassos. Como seria bom de vez em quando ouvirmos: "Irmãos, tal dia nós teremos uma reunião para compartilharmos os nossos erros, buscando soluções, com o que temos aprendido e experimentado”. Não! Não há espaço para isto porque praticamos uma Maçonaria de aparências, de marketing, onde se dá excessiva importância a imagem - e pouca importância ao conteúdo. Precisamos resgatar a Maçonaria que é menos ribalta e lantejoulas, mais objetiva.

Existem meios de tratar os nossos erros. Aceitá-los como erros, chamar o erro de erro dar nome aos erros, pode ser um começo. Qualquer outra atitude - negar, justificar, racionalizar, reinterpretar - além de ser inócua, é uma tentativa humana e desesperada de escondê-los.

O problema é que a história nos mostra que ESCONDER O ERRO NÃO O ELIMINA, SÓ ADIA A SUA DESCOBERTA. Esconder o erro (seja qual for o método) não o elimina, mais cedo ou mais tarde ele é descoberto, vem à tona, nos acha.

Se quisermos lidar com os erros de modo correto é preciso antes extirpar de nós este músculo adâmico da negação dos erros, a mentira. E aprendamos (pelo menos) a reconhecer que: “...a régua de medir com o qual estamos selecionando os profanos que adentram em nossas lojas, está fora do padrão maçônico, ...onde muitos de nós maçons, se comparados com a régua uma vez aferida, seriam comprovadamente descaracterizados como tal”.

Fonte: https://conhecendomaconaria.blogspot.com

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

MESTRE DE CERIMÔNIAS E O PORTE DO BASTÃO

(republicação)
Em 01/08/2018 o Respeitável Irmão Frank Sandro Becchi, Loja Terceiro Milênio, 2.540, REAA, GOB-PR, Oriente de Maringá, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

O PORTE DO BASTÃO

Estando o Mestre de Cerimônias parado o Bastão fica com a sua base apoiada no chão (à rigor). Caro Irmão Pedro, estou exercendo a função de Mestre de Cerimonias no rito REAA, e pesquisei nos manuais do GOB essa informação de que o Bastão fica apoiado ao chão, quando estiver em Rigor. Mas há controvérsias entre os manuais. Qual a sua orientação sobre esse assunto?

CONSIDERAÇÕES:

O bastão é o instrumento de trabalho do Mestre de Cerimônias no REAA. Sempre empunhado pela mão direita, estando o titular parado, como o instrumento à Rigor, ele o mantém pelo lado direito do copo na posição vertical e com a base apoiada do chão.

Isso corrobora com o que está descrito nos Procedimentos Ritualísticos do Aprendiz Maçom, REAA, GOB-PR, Decreto 1.701, datado de 31/10/2016; dele as páginas 143 e 144:

Bastão - Consiste em um pedaço de madeira longo, de forma aproximadamente cilíndrica, com um comprimento aproximado de 1,80 a 2,00 metros, encimado por uma régua dourada, que representa a joia do cargo. É o instrumento de trabalho do M∴  CCer∴.

Na posição de Rigor, o M∴CCer∴ estará em pé, parado, corpo ereto, pés em esquadria, com o braço e cotovelo direito colado no lado direito do corpo e em esquadria com o respectivo antebraço, de modo que o bastão, seguro pela sua porção mediana com a respectiva mão direita à frente fique na posição vertical (prumo) e com sua base apoiada no solo (o grifo é meu). O braço esquerdo estará caído a prumo normalmente ao lado do corpo.

Na realidade me parece que não há controvérsia entre os manuais, mas sim está existindo consulta em monitores que não mais estão em vigência.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

D.PEDRO I - INICIAÇÃO

ENSINAMENTO MAÇÔNICO SOBRE A ENTRADA NO TEMPLO

Maximiliano Schaefer, M∴M∴ ARLS Capela Aparecidense Nº 2923
Aparecida de Goiânia, Goiás

Quando dizemos que somos de uma loja de São João justa e perfeita elevamos nossa alma ao grande arquiteto pedindo proteção ao nosso coração para mantê-lo puro perante as imperfeições e evoluções constantes no mundo, onde reconhecemos nossa pequenez e nosso grau de aprendiz, que nada sabemos e talvez chegarmos a conclusão que nada saberemos. Simplesmente vivemos e adquirimos maturidade terrena e material, sempre buscando algo que está longe demais de ser alcançado, e quando chegamos vemos que o grande arquiteto tem outros planos, muitas vezes corrige esse curso, outras nos proporciona a oportunidade de evoluir espiritualmente e como pessoa.

Devemos focar nossos objetivos para trazermos paz ao mundo e tranqüilizar os corações amargurados e sofridos em uma vida de tantas provações. Amizade a todos os irmãos, entendendo-os e relevando as mais diversas situações provocadas por seu grau de evolução, mostrando-lhes o caminho das pedras para seu aprendizado individual, refletindo sobre nos mesmos e lembrando constantemente do nosso estágio de aprendiz, que ao contrário do que achamos é cada vez menor, o que perante o grande arquiteto aumenta nossa responsabilidade perante seus objetivos em um mundo em constante modificação.

Prosperar para oferecermos conforto a nossas famílias e criar condições de fazermos algo mais pelo próximo e formarmos exemplo de cidadania, contribuindo assim para um mundo melhor é uma frase conceitual, mas na essência vem acrescida de tantas variáveis que montaríamos uma biblioteca, pois com ela pode vir cobiça, vaidade, ignorância e tantas outras que nos fazem perder o sono à noite. Será que a prosperidade tem algo a ver com longevidade? Algo que está interno ao ser humano e não nos prazeres mundanos? Será que a realização momentânea nos traz um vazio, contemplando aquele sentimento de que sempre nos falta algo? Será que ao estendermos a mão a um necessitado não estaremos prosperando muito além de nossos limites? Fazer a diferença não seja ser uma pessoa digna e um bom pai de família?

Prosperar! Palavra forte e concreta que nos remete ao céu, uma grande diferença entre a migração de uma coluna à outra, de um estudo conceitual a uma ideologia mágica de satisfação plena.

É somente isso trazes consigo?

O venerável mestre, aquele cuja responsabilidade é creditada a conduta de seus aprendizes, vos saúda com respeito e admiração, agradecendo em nome de todo seu templo de origem o privilégio de abrigar com o mesmo carinho que esse filho foi recebido em sua vida o dos irmãos de convívio, fazendo-o ter uma visão diferente, mitigando sua curiosidade a outros fatos que contribuam para o seu aprendizado, razão pela qual de seu glorioso nome... venerável mestre.

Quando construímos templos à virtude remetemo-nos aos notáveis cavaleiros templários, figuras fortes e marcantes que tanto contribuíram com nosso desenvolvimento, demonstrando garra, robustez e perseverança, trabalhando com muita alegria, cavando masmorras ao vício. O mesmo vício de fazer o bem e nos fazer progredir e acreditar que existem muitas variáveis que não temos conhecimento, migrando-os ao simples - louvável - aprendendo que os detalhes fazem as diferenças, que é na minúcia que descobrimos a arte.

Nesse momento lembramos de Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, provável free maçom de sua época, estaria errado em tantos progressos nas áreas de engenharia, arquitetura, sociedade, música e artes cênicas de hoje? O nível de detalhe dos seus projetos nos levam a pensar que realmente temos muito a aprender, que realmente somos aprendizes.

Muitas paixões foram vencidas, muitas vontades submetidas para realizar um dos trabalhos mais bonitos que a história protagoniza até hoje - a capela Sistina - que demonstra com suavidade e vigor toda energia despendida por um aprendiz que buscava algo, que tanto criou e contribuiu ao mundo e, talvez, tenha viajado as estrelas e ainda hoje continue buscando algo.

E o que ele queria? Um lugar que a história lhe reservou ou somente um lugar entre nós?

“De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu.” (Giorgio Vasari)

E seu venerável mestre lhe concedeu... e o mestre de cerimônia lhe acompanhou ao seu lugar de direito.

Fonte: JBNews - Informativo nº 286 - 10.06.2011

domingo, 26 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

PARAMENTOS DO VENERÁVEL

(republicação)
O Respeitável Irmão Dalmo Luiz, Venerável Mestre da Loja Concórdia, 0368, GOB, sem declinar o nome do Rito, Oriente (Cidade) e Estado da Federação, apresenta a dúvida seguinte:
dalmo.luiz@imcopa.com.br

Solicito informações sobre qual é o traje do Venerável Mestre para visitar outra Loja. Avental/Colar/Punhos. Avental/colar. Somente Avental.

CONSIDERAÇÕES:

O Venerável enquanto Venerável usa os seus paramentos completos – no exercício do seu cargo, bem como em visita à outra Loja. São os paramentos completos compostos pela joia (esquadro) apensa do colar, avental e punhos. O ex-Venerável (Mestre Instalado) tem sua joia trocada conforme exara o Ritual de Mestre (ver este). Usa o mesmo avental e não usa punhos que são privativos do Venerável Mestre.

Essas considerações são para o Rito Escocês Antigo e Aceito – GOB.

T.F.A.
PEDRO JUK –  jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.271 Florianópolis (SC) – domingo, 23 de fevereiro de 2014.

BREVIÁRIO MAÇÔNICO

CARISMA

Do grego Kháris, com o significado de alguém possuir de um dom. É a qualidade que uma pessoa tem de atrair sobre si a atenção, o interesse e a curiosidade.

Os líderes têm como ponto de partida esse dom, e é por isso que conseguem liderar um determinado movimento.

A liderança não exige beleza física, simpatia, bondade, mas inteligência para aproveitar o dom recebido.

A Maçonaria em si é uma escola de liderança, pois exercita em suas sessões a liberação das qualidades que por timidez são sufocadas; toda vez que encontramos um líder no mundo "profano", podemos ter a certeza de que as suas raízes estão profundamente, e com muita solidez, fixas em terreno fértil.

Cultiva-se o carisma; basta evidenciar-se com humildade e simplicidade.

A Maçonaria transforma o pusilânime em líder; o fraco em forte, o tímido em ousado.

Todos podem ter uma liderança, iniciando-a na própria família, o trabalho e na Loja, local onde será fácil, uma vez que as oportunidades são maiores, não havendo constrangimento, dado que todo o grupo é considerado como conjunto de Irmãos.

Seja, cada maçom, um líder no seu meio ambiente, e assim terá construído a sua vitória.

Breviário Maçônico/Rizzardo da Camino,6. Ed. São Paulo. Madras, 2014, pg. 86.

PAVIMENTO MOSAICO

Quando entrei no Templo, uma das coisas que sobressaíram ao meu olhar, foi o seu chão.

Um chão “aos quadradinhos” brancos e pretos.

Chamam-lhe de "Piso Mosaico”.

Situado no centro da Loja, é o local onde se encontra o Altar, o qual é encimado pelo Livro da Sagrada Lei, o Esquadro e o Compasso (as três Luzes da Maçonaria); sobre esse piso encontram-se também o Painel do Grau e as Colunetas, sendo circundado pela Orla Dentada.

E como piso que é, serve para ser pisado. Claro!

Pois. Mas isso é o que o mais incauto seria levado a pensar…

O Piso ou Pavimento Mosaico, como também pode ser designado, não serve para ser pisado, ou não o deveria ser.

Como pavimento que é, ele serve também para nos lembrar que o piso ou chão de um Templo Maçónico deve ser pisado por qualquer pessoa, independentemente da sua Raça, Credo e Filiação. Quer isto mesmo dizer que o Piso de uma Respeitável Loja, representa também a própria Universalidade da Ordem Maçónica.

Apesar do Templo Maçónico/Respeitável Loja representar as formas do Templo de Salomão (na sua dimensão), este tipo de piso não existia no referido templo, tendo ele origem na Antiga Suméria.

O facto de ter apenas duas cores (Branco e Preto), é que por sua vez já suscita várias interpretações.

Há quem considere que o Preto é o resultado da mistura de todas as cores e o Branco, como a ausência de cor. Há quem por sua vez considere que o Preto é a ausência de Luz e o Branco, a sua presença.

Deixando as “cores” de lado, uma coisa é certa. O Pavimento Mosaico é um Ornamento da Loja, e apesar de não ter um cariz filosófico vincado, ele encerra em si algum simbolismo. E é esse simbolismo que nos interessa apreender…

Ele representa as Dualidades que existem na nossa Vida. A luta do Bem contra o Mal, o vencer a Ignorância através do Conhecimento, o triunfo da Verdade sobre a Mentira, a Luz e as Trevas, a Vida e a Morte, o Espírito e a Matéria, a Pobreza e a Riqueza, bem como a Diversidade dos Povos e Culturas que existem.

E no “nosso” caso concretamente, os quadrados brancos e pretos, podem simbolizar a União existente entre Maçons apesar das suas diferenças pessoais e a sua permanente luta contra os Vícios, sobrepondo as suas Virtudes, destacando-se dos demais no Mundo Profano (Iniciados vs Profanos) através das suas Qualidades em detrimento dos seus Defeitos.

E como o Pavimento Mosaico é formado por quadrados perfeitos, eles simbolizam a Harmonia que deve reinar entre Irmãos, tanto no interior do Templo Maçónico como no mundo profano.

Um Maçon antes de ser Iniciado e passar a viver na Luz, ele era um profano e deambulava pelas trevas, isto é, “não via p’ra lá de lá”; no entanto, na sua Iniciação, a “Luz fez-se”, e Ele passou a ver mais além… Passou a ver mais que simplesmente a cor “preta ou branca”, passou a ver e sentir o contraste de tais “cores”, a sua oposição e a sua ligação mundana.

Uma dicotomia permanente que se reflecte nas nossas atitudes do dia-a-dia. Mas para além disso, o profano depois de iniciado (Maçon) passou a distinguir não só as quadriculas alvi-negras, mas principalmente a linha que as une e que ao mesmo tempo as separa. Um paradoxo, mas que nem por isso é de menor importância. Ao contrário de um profano, um Maçon sabe como e por onde deve caminhar. E é sobre essa “linha” que ele fará o seu percurso, um caminho sem “altos e baixos. Tomando essa via “estreita”, ele não encontrará qualquer obstáculo que lhe dificulte o seu caminho, o que lhe permitirá fazer um percurso limpo e a direito, sem qualquer desvio que abrande a sua busca pela Perfeição.

E como foi alguém que transitou das trevas para a Luz, da noite para o dia, ele tem a perfeita noção que isso significa, alguém que vivia na Ignorância e que agora se faz rodear de Conhecimento, e ele ao circular nessa linha de separação, não toca na Ignorância/mosaico preto (porque se afasta dela) e não toca no Conhecimento/mosaico branco (apesar de estar “perto”). E ele não atinge o Conhecimento, porque o Conhecimento não é atingível. O Conhecimento é algo que não é mensurável, o Conhecimento não é um fim mas antes um princípio, é uma busca incessante.

E é por isso que o Maçon, utiliza essas linhas, esses canais de força (uma vez que estão no solo, poderei considerá-los como canais alimentados por uma força telúrica, uma “força viva” que o alimenta), para fazer o seu Caminho de Vida, fugindo da Ignorância e procurando atingir o Conhecimento/Perfeição.

De um lado terá os seus Defeitos e os Vícios que tentará colmatar, do outro lado as Virtudes e Qualidades que procurará acentuar, e que ao mesmo tempo lhe servem de guia.

E por isso, tem uma plena consciência da sua natureza, material e espiritual.

Ele sabe o que quer…

Para ele a noite já não é simplesmente a noite, e o dia também já não é simplesmente o dia. São antes, uma luta incessante entre as trevas e a Luz, uma luta que ele sabe que o rodeará até ao fim dos tempos. E é a viver nessa luta, nesse confronto de dualidades que ele irá prosseguir a sua Vida. Utilizando o seu Livre-Arbítrio como consciência e apoio nessa caminhada.

E o facto de existir uma alternância de cores (preto e branco), permite a existência de contrastes, pois se tudo fosse uniforme, sem diferenças, nada haveria para contestar, e tudo seria perfeito, o que não é de facto a nossa realidade.

E como tal, sem esta dita alternância, como se poderia distinguir o Profano do Iniciado?!

Não seriam eles ambos confundíveis entre si? Pois nada haveria para os diferenciar…

O próprio cimento que serviu de base e alicerce ao Piso Mosaico, simbolizará também a ligação que cada Maçon tem em relação ao seu irmão; isto é, apesar das suas diferenças, o laço fraternal que os une é mais forte que tudo. Um Maçon vive a Fraternidade e a Solidariedade de uma forma mais intensa, mais apaixonada do que qualquer outro. E é essa forma de estar na vida, que lhe permite pisar o Piso Mosaico, sem tocar no preto nem no branco. As cores do piso das nossas Respeitáveis Lojas.

De facto, o Piso Mosaico não é apenas um “Xadrez preto e branco”, simboliza mais que isso. E também muito mais que uma mera interligação entre opostos ou um “simples caminho”...

Disse.

Fonte: https://pedra-de-buril.blogspot.com

sábado, 25 de outubro de 2025

FRASES ILUSTRADAS

PALAVRA SAGRADA - GRAFIA CORRETA

Em 01.05.2025 o Respeitável Irmão Presley Frank Tolentino Marra, Loja Renovação e Sabedoria, 3489, REAA, GOB MINAS, Oriente de Patos de Minas, Estado de Minas Gerais, apresenta a pergunta que segue:

PALAVRA SAGRADA

Após o Manual de 2024 como fica a o nome da palavra da Coluna para o GOB, ...oo..., ou ...oa...? Transmissão da palavra por aqui todos ainda falam ...oo...

CONSIDERAÇÕES:

Na Maçonaria Brasileira as duas palavras são regularmente aceitas, tanto“...oo...”, assim como “...oa...”.

A questão desta diferença de grafia fica por conta das versões bíblicas utilizadas pela Maçonaria regular aqui no Brasil. 

Na versão bíblica da Vulgata, traduzida para o latim por São Jerônimo, a palavra aparece com vogais dobradas (“...oo...”), portanto trata-se de uma corruptela da escrita original em hebraico. Já na versão dos Setenta (Septuaginta), traduzida do hebraico para o grego com a finalidade de atender aos judeus helenistas, a grafia não aparece com vogais dobradas ("...oa..."), o que, em última análise, é a forma correta escrita em hebraico.

Comumente na Maçonaria brasileira, que é filha espiritual da França, adota-se a versão latina da Bíblia (Vulgata), onde a palavra, como corruptela, aparece com as vogais dobradas. 

No entanto, por conta de ritos de vertente anglo-saxônica, que também são praticados no Brasil, utiliza-se também a versão bíblica Septuaginta (Dos Setenta), onde a palavra aparece escrita de modo correto, sem vogais dobradas.

Graças a isso, na Maçonaria brasileira existem duas correntes, a dos que defendem a palavra escrita com vogais dobradas (...oo...), e outra dos que defendem sem vogais dobras (...oa...). Assim, no Brasil é possível se afirmar que ambas as formas são aceitas – a original e a corruptela.

T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br

GIOVANNI BOTTESINI

A MAÇONARIA MODERNA: UM PROJETO AINDA EM CONSTRUÇÃO

Peter Bu(*)
A Maçonaria, como conhecemos hoje, nasceu nos séculos XVII e XVIII. Ela foi idealizada por grandes pensadores para unir homens verdadeiros e bons, independentemente de religião, origem ou convicções.

A proposta? Criar um centro de união, onde as diferenças não fossem apagadas, mas respeitadas.

As famosas Constituições de Anderson não especificam o objetivo final dessa união, mas tudo aponta para um ideal: a coexistência pacífica da humanidade.

Para isso, os fundadores da primeira obediência moderna retiraram as religiões e igrejas dos trabalhos maçônicos. Um gesto ousado para a época, que foi parcialmente revertido anos depois, com a influência de maçons tradicionalistas e católicos em Londres.

Foi aí que o conceito de “união de homens honrados” passou a ser visto como fraternidade universal. Talvez um reflexo do cristianismo, onde todos são considerados “irmãos”. Ainda assim, o ideal de tolerância se manteve vivo.

Fraternidade vai além de amor — significa interdependência real. Quem tem irmãos sabe: mesmo com personalidades opostas, existe um elo visceral. E talvez, já naquela época, os cientistas da Academia Real de Londres intuíssem essa interdependência entre todos os seres vivos, antecipando o que hoje chamamos de ecologia humanista.

A “mecânica” da Maçonaria moderna ainda tem força: cria laços verdadeiros entre pessoas muito diferentes. Mas há um limite. Apesar dos discursos sobre “fraternidade universal”, nem todas as obediências realmente se reconhecem mutuamente.

A construção da “sede sindical” da humanidade está incompleta. E enquanto isso não mudar, será difícil construir o templo de um mundo verdadeiramente fraterno — a missão mais elevada da Maçonaria.

Talvez por isso ela tenha perdido tantos membros no século XX. Ela parou... no meio do caminho.

(*)Peter Bu (1940-2022) foi um renomado escritor e pesquisador maçônico eslovaco. Em 1983, ele participou da reintrodução da Maçonaria na Eslováquia.

Fonte: Facebook_Curiosidades da Maçonaria