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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

QUANTOS SOMOS DE VERDADE?

Ass.: Andros

Meus Amados Irmãos, em meio ao silêncio dos nossos Trabalhos e à solenidade de nossas Colunas, por vezes me pergunto: quantos Irmãos de fato compõem a nossa Loja?

Aos olhos desatentos, somos entre 15 e 23 Irmãos, somando os filhos da Loja e os sempre bem-vindos visitantes. No entanto, ouve-se que o número oficial de obreiros é muito maior. Onde, então, estão esses Irmãos?

Alguns mudaram-se para longe, outros encontram-se em viagem, alguns adormeceram no chamado sono maçônico, e há ainda aqueles ausentes fisicamente, mas presentes financeiramente, que mantêm suas obrigações materiais em dia como se isso bastasse para manter viva a chama da Iniciação.

Mas a pergunta que inquieta é esta:

Quantos de nós estão verdadeiramente aqui? Quantos se apresentam com corpo, alma, mente e espírito à disposição da Obra?

Recordo-me de que, na sindicância de admissão, fui indagado se eu teria condições de frequentar regularmente os trabalhos da Loja. Respondi afirmativamente, assim como acredito que o fizeram todos os Irmãos iniciados sob esta mesma premissa. Se todos disseram "sim", por que então tantas ausências? Por que o silêncio de tantos Irmãos diante da beleza viva do Ritual?

Será que realmente nos preocupamos com a ausência dos Irmãos ou apenas com a permanência de seus depósitos mensais?

Se for esta última a verdade, então precisamos refletir profundamente:

O que estamos formando? Maçons ou financiadores? Construtores da própria alma ou contribuintes de uma estrutura que se esvazia de sentido?

Há, espalhados no mundo profano, homens com avental que se proclamam maçons, mas que há muito deixaram de frequentar os templos. Estão se polindo? Estão crescendo? Estão vivendo a Arte Real ou apenas usufruindo do nome que ela lhes concedeu?

E se esses Irmãos acreditam já não precisar mais da Maçonaria, pergunto: por que desejaram adentrá-la? Encontraram o que buscavam ou desistiram de buscar? Terá o Templo fechado suas portas, ou foram seus olhos que se fecharam para o sagrado?

É cômodo dizer que “cada um tem seu tempo”, e há sabedoria nisso. Mas tal máxima não pode ser usada como muleta para justificar a inércia, a omissão, o esquecimento dos votos feitos de coração aberto diante do Altar da Verdade.

Por isso, trago uma reflexão inquietante:

O que temos em mente quando evitamos bater colunas? Estabelecemos metas de arrecadação para manter a estrutura ou criar um saldo confortável — ou temos como missão formar homens virtuosos que possam representar, com a própria vida, a verdadeira Arte Real?

Talvez devêssemos nos perguntar, com seriedade e sem medo da resposta:

Para que uma Loja seja chamada perfeita, é preciso quantos Irmãos? O número conta os que pagam ou os que se entregam à Obra com presença, energia, amor e compromisso?

Se somos uma escola de virtudes, uma oficina moral, uma forja de consciências, então o critério não pode ser apenas o saldo financeiro. A régua que deve medir nossa grandeza é a qualidade da presença dos Irmãos e o brilho da sua transformação interior.

Portanto, que este questionamento não se perca em meio aos relatórios administrativos, mas ecoe nas paredes do Templo e nos corações de todos:

Quantos somos, de fato? Quantos estamos aqui por inteiro — e quantos apenas de nome?

Que a pergunta feita a cada novo Aprendiz ressoe também para os Mestres:

“O que vens aqui fazer?”

E que cada um, em silêncio ou em voz, possa respondê-la com sinceridade e coragem.

Pois o verdadeiro maçom não teme o espelho, nem foge da Luz.

TFA
À Glória do GADU.

Fonte: Facebook_Átrio do Saber

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