Francisco de Assis de Góis
ARLS Cavaleiros da Sublime Verdade – 3525
Geralmente os três graus são alcançados em muito pouco
tempo. Porém o verdadeiro mestrado é realmente alcançado neste período?
É improvável que em tão pouco tempo alguém possa entender
todo o significado da maçonaria simbólica.
A nós é dado um complexo sistema de aprimoramento espiritual
e moral, muito rapidamente para que seja entendido imediatamente, e espera-se
que balizemos nossa vida futura nele. No entanto levaremos anos de reflexões e
estudos para saber como fazer isso.
Nossos rituais dificilmente abrem as nossas mentes no
momento em que nos são apresentados. Podemos não enxergar imediatamente a
profunda verdade e a luz que a iniciação nos oferece. Na maioria dos casos é
necessário desenvolvermos rigoroso trabalho espiritual para atingir um nível de
consciência mais elevado.
Entretanto, um súbito despertar poderá acontecer se
estivermos preparados em coração e intenção. Para alguns acontece um verdadeiro
estimulo mágico, um despertar do espírito dormente ou das capacidades
reprimidas, no decorrer dos nossos trabalhos.
No entanto, essa magia com certeza ocorreria com maior
freqüência se os envolvidos no ritual tivessem a real compreensão do que está
sendo feito, e trabalhassem juntos para que isso acontecesse.
A expansão da consciência revela-se gradualmente. Ela
acontece como resultado da reflexão a respeito da doutrina e do simbolismo da
Ordem, e das tentativas de seguir o caminho que seus ensinamentos preconizam.
Segredos elementares e formais são necessários como uma
preocupação prática contra a intrusão de pessoas despreparadas e para prevenir
profanação. No entanto há segredos filosóficos velados dentro de nossa Ordem
muito mais importantes. Eles devem ser por nós distinguidos dos segredos
meramente formais comunicados cerimonialmente. Podemos comunicar nosso sistema,
no entanto a sua síntese é de percepção individual e pessoal.
Esses segredos não são informações que possam ser
compartilhadas ou ocultadas conforme nossa vontade, mas verdades inerentes ao
próprio sistema. Verdades que, para termos acesso a elas, precisamos extraí-las
do sistema com o nosso esforço pessoal, como a música e a poesia o são de uma
pagina impressa, e que só podem ser consideradas como verdades pela
sensibilidade da alma depois de profunda meditação e completa assimilação.
Verdades e mistérios íntimos são inevitavelmente secretos
àqueles que não têm a sensibilidade de percebê-los e as Ordens secretas sempre
existiram para oferecer iniciação nesses segredos e mistérios, propiciando a
seus membros adentrar um santuário silencioso onde possam contemplar e atingir
um conhecimento pessoal das coisas que sempre estarão fora da consciência dos
profanos.
Um dos caminhos para se desvendar os segredos filosóficos da
maçonaria pode estar na percepção do fato solene de que o Divino e a alma
humana são em essência uma unidade e que a intenção de nosso sistema de
iniciação é, pela instrução e disciplina, trazer a cada um de nós a consciência
dessa unidade.
A maçonaria é uma casa do espírito e é para ser vivida tanto
no espírito quanto no ritual. Os que a vivenciam sabem que as sagradas leis da
vida, como nossos rituais que são imagens dramatizadas da vida, sujeitam-nos a
repetidos testes e aqueles que não passam nos testes permanecem auto inibidos
para moverem-se em direção a um maior conhecimento e a uma experiência mais
profunda.
O propósito da nossa Ordem é ajudar seus membros a
tornarem-se iniciados na ciência da vida. Se quisermos conhecer a nós mesmos, a
maçonaria oferece um caminho para esse conhecimento. É uma aventura espiritual,
adequada para mentes atléticas e aventureiras.
Porém, antes de explorar as profundezas espirituais da Ordem
precisamos avaliar o custo. Definir o que estamos prontos e dispostos a
construir sobre uma pedra, não em uma fundação pessoal instável. O iniciado vai
sofrer ansiedade mental. O progresso na ciência maçônica envolve grandes
mudanças em nós mesmos, nossa forma de pensar e de viver.
Os prêmios são imensos, mesmo que saibamos que não são para
o nosso desfrute. A iniciação envolve a destruição do nosso senso de egoísmo
pessoal que se transforma em desprendimento para a difusão da luz, da sabedoria
e do amor a todos os seres.
Finalmente não nos esqueçamos que não é apenas um dever
moral de todo o iniciado ajudar ao irmão menos avançado, mas um dever de
obediência ao principio espiritual que declara que aquele que recebe
graciosamente precisa e deve conceder da mesma maneira.
Ninguém é iniciado para sua vantagem pessoal, mas para
distribuir sua luz para todos que se apresente a ele e seja digno de recebê-la.
Se seguirmos esses preceitos, estaremos construindo um
Templo de uma humanidade perfeita.
Francisco de Assis de Góis – M∴ M∴
28 de Agosto de 2008 – E∴V∴
Fonte:
Turning the
Hiram Key
Making
Darkness Visible – Robert Lomas
Pensamentos
de W. L. Wilmshurt
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