O BODE & A MAÇONARIA
Por Kennyo Ismail
Todos já ouviram falar de alguma história relacionando um bode preto com a Maçonaria. As histórias geralmente são de que você precisa montar em um bode preto para iniciar, ou que o Deus da Maçonaria é um Bode preto.
Para explicar essa questão histórica da crendice popular relacionando a Maçonaria com o uso ou culto de um bode, os próprios Irmãos Maçons, sem encontrarem nenhum indício que justificasse tal crença, buscaram uma explicação plausível. A lenda que surgiu para isso, e que foi eternizada pelos escritos do célebre irmão José Castellani, é bastante conveniente:
Dizem que havia um costume antigo entre os judeus que viviam na Palestina nos primeiros séculos da cristandade: os homens costumavam confessar seus pecados para um bode. O bode era um animal muito comum na região e, evidentemente, não pode passar o pecado confessado para frente. Dessa forma, os homens se sentiam mais aliviados pela confissão e seguros de que os pecados revelados nunca seriam contados a ninguém. Dizem ainda que o apóstolo Paulo, em contato com esse antigo costume, implementou a confissão na Igreja. Foi então que, mais de mil anos depois, durante a Inquisição, muitos maçons foram presos e torturados para que contassem os segredos da Maçonaria, porém, nenhum contava. Por conta disso, os clérigos responsáveis pelos inquéritos, conhecedores da origem da “confissão cristã”, diziam que os maçons eram como os bodes, que nunca contam os segredos.
Apesar da beleza dessa história, que reforça a lealdade maçônica aos juramentos prestados, não há nenhum embasamento para essa lenda. Ao contrário, existem fortes indícios ao contrário:
A ”confissão auricular” era um antigo costume religioso romano. Há quem diz que foi defendida pelo Apóstolo Paulo, que considerava todos os sacerdotes da Igreja como sendo os sucessores espirituais dos Apóstolos, e interpretava que Jesus concedeu aos seus apóstolos o direito de perdoar os fiéis de seus pecados. Porém, a confissão auricular só se tornou obrigatória no IV Concílio de Latrão, por volta de 1215 d.C. Pessoas consideradas “santas” como Santo Agostinho morreram sem nunca terem se confessado.
Não há qualquer registro da Igreja Católica ou mesmo no Judaísmo que faça qualquer referência ao suposto antigo costume de se confessar a um bode. Também não se tem notícia de algum registro de inquérito da Inquisição em que os responsáveis se referem aos maçons como “bodes” por guardarem segredos. Essa lenda não possui sustentação histórica.
Por outro lado, há outro fato histórico diretamente relacionando Maçonaria e Bode que poderia justificar essa crendice popular: Baphomet.
Baphomet por Eliphas Levi |
Quando os Templários foram presos e torturados, uma das várias acusações sobre a Ordem do Templo e seus membros era de que eles veneravam um Deus que possuia corpo de homem e cabeça de bode, o qual chamavam de “Baphomet”. Na época, o povo relacionava o bode com o diabo, pois o bode fede e tem chifres, assim como a visão ocidental do diabo. O nome Bathomet era uma mistura clara de “bode” com “maomé”. É claro que se tratava de mais uma acusação absurda da “Santa Inquisição”, a qual nunca foi provada, mas justificou por 07 anos a tortura de vários inocentes.
Alguns séculos após o fim da Ordem dos Templários e a condenação de seus líderes à fogueira em 18 de Março de 1314, a Igreja Católica resgatou tal acusação para difamar a Maçonaria. A figura do Baphomet ressurgiu dos arquivos do Vaticano para servir de ilustração da campanha difamatória contra a Maçonaria. Desde então a imagem de um homem com cara de bode está diretamente ligada à Maçonaria na mente dos ignorantes ou mal intencionados. Já a Maçonaria, como não poderia deixar de fazer, levou e leva tais crendices pelo caráter jocoso e tem adotado o bode quase como um “mascote”.
Agora que você sabe a verdade, essa estória de cochichar na orelha do bode realmente soa meio absurda, né?
Fonte: http://noesquadro.com.br
Sobre confessar a um bode era um cinstume religioso dos hebreus, tudo era feito conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés.
ResponderExcluirFoi chamado "Dia da Expiação, encontrado no livro bíblico em Levítico 16", os hebreus organizavam uma série de rituais que pretendiam purificar a sua nação.
Antigo Testament