Carlos Alberto Pires
Óh, Coluna da Força, protetora dos aprendizes
Permita que a energia dos corações dos jovens não se esvaia jamais, que se renove a cada meia-noite em ponto, que renasça com potência e vigor a cada manhã. O motor que nos movimenta a cada instante, que nos faz caminhar em esquadria pelos pavimentos mosaicos da vida profana e sagrada é o mesmo que nos nutre e nos sustenta na eterna batalha pela luz em defesa dos fracos e obscurecidos pelas trevas da alma. Os medos que afloram das incertezas e da dor do autoconhecimento jamais trincarão este obelisco que direciona nossas mais profundas raízes rumo aos degraus mais elevados da escada da arte real.
Óh, Coluna da Beleza, o equilíbrio da vida!
Vós que me permitiste vislumbrar à luz flamejante do meio-dia os mais belos mistérios ajuda-me agora a iluminar os caminhos daqueles que ainda estão na escuridão, com vendas nos olhos, buscando um ombro fraternal para se apoiarem durante suas breves jornadas pelos labirintos sombrios do universo. O ser humano torna-se perfeito quando seus elementos essenciais se apresentam devidamente equidistantes e uníssonos no brado pela liberdade e pela igualdade. Não deixem meu Ego, minhas vaidades e minha confiança traírem os mais doutos princípios de nossa fraternidade, mantenham assim sempre acesa a chama eterna da luta pela vida, que se alimenta da fonte mais cristalina de tolerância, serenidade e prudência. Me ensinem a perdoar mais que ser perdoado, a compreender mais do que pedir compreensão e a julgar menos do que serei julgado, pois os tribunais de nossa consciência jamais deixam de reluzir sob o sol onipotente das 12 horas.
Óh, Coluna da Sabedoria!
Traga a nós o reino das virtudes etéreas, mostre as lições dos grandes mestres no paço da ágora de Salomão, para que possamos nelas nos espelharmos, lutando dia após dia, noite após noite pela construção de um mundo com menos dor, sofrimento e injustiças para todos. Combateremos os vícios, os preconceitos e os erros que certamente se apresentarão em nossa sacra arena de sacrifícios, mas sempre saberemos, em nossas tragédias, que devemos serenamente perecer para simbolicamente renascer em uma nova percepção, em um novo degrau mais elevado da escada onde a força e o vigor da vida se multiplicam e florescem como na primavera no vale do Hermon.
Óh, Coluna do Grande Arquiteto!
Somos gratos a Vós que estais no cume do mundo, pela dádiva de consentir que contemplemos sua luz que nos guia e protege, desde nossa Iniciação até a passagem ao Oriente Eterno. E quando este momento chegar, quando as inquebrantáveis vendas nos olhos finalmente estiverem cravadas em nossa visão turva e escurecida, saibamos que, como legítimos iniciados, nossos passos fundos nas areias do deserto nunca serão renegados, jamais serão objeto de arrependimentos, dúvidas ou tristezas, mesmo após serem apagados pelos fluxos e refluxos das eras e esquecidos pelos corações dos homens isso porque teremos a certeza de que fizemos o melhor que pudemos, não medimos esforços para erigir o nosso projeto arquitetônico, a nossa escada rumo ao infinito onde a paz, a harmonia e a justiça entre os homens de boa vontade imperam e reluzem a mais bela chama que alimenta, floresce e sustenta o universo.
Fonte: https://maconariabrasil.wordpress.com
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