Ir∴ Valdemar Sansão
"A verdade é que na grande maioria das vezes você sabe o que é certo fazer. A parte difícil é fazer. (General Norman Schwarzkopf, Exército Americano).
Hoje, não se concebe um Irmão assumir o cargo de Mestre da Loja desconhecendo pontos fundamentais de uma Maçonaria renovada, da Maçonaria contemporânea.
O Venerável é a primeira Luz, o Guia Espiritual e o Presidente da Loja Simbólica. Ele deve ter estudado a ciência maçônica e desempenhado os postos e dignidades inferiores. É necessário que possua um conhecimento profundo do homem e da sociedade, além de um caráter firme, mas razoável. Suas atribuições e deveres acham-se definidos e detalhados com precisão, de acordo com o Rito e a Constituição da Potência de sua jurisdição.
Para ser o Venerável de uma Oficina Maçônica, e por conseguinte tornar-se o guia dos Irmãos de sua Loja, o candidato deve possuir, entre outros os seguintes predicados:
1 – Sentir-se Maçom, de preferência a qualquer outra formação doutrinária;
2 – Não ser indiscreto, injusto ou indiferente (não deixe para amanhã o que pode fazer hoje);
3 – Não estar despido de entusiasmo de espírito (Não peça auxilio de outrem em tudo o que puder fazer sozinho);
4 – Não ser indisciplinado, intolerante, inconformado e irascível (seja afável; cauteloso e comedido; embora fervoroso, o seu espírito será aberto e agirá sempre com correção);
5 – Não ser invejoso, apaixonado, rancoroso e intrigante;
6 – Ser estudioso e não superficial (deverá estudar os Rituais, o seu desenvolvimento, a parte objetiva e filosófica);
7 – Não alardear e abusar de sua inteligência;
8 – Não se comprazer em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência;
9 – Não pedir, suplicar ou de qualquer forma desejar posições;
10 – Não deixar transparecer nunca a sua ira, seu desapontamento e sua desaprovação (Se quiser ter bons relacionamentos, deve fixar a mente nas boas qualidades de seus Irmãos. Jamais reclamar de nenhum deles);
Esta não é a enumeração de todas as qualidades que distinguem o Venerável Mestre, mas todo aquele que se esforce em possuí-las, está no caminho que conduz a todas as outras.
Há sem dúvida um Sinal infalível: o verdadeiro candidato para o posto de guia de seus Irmãos é o Maçom que não pede o cargo; não o cobiça e que, aspirando essa exaltação como um ideal, não se julga merecedor dela. Sentir-se sem mérito para um posto de preeminência é apreciar a dignidade do cargo e começar a ser merecedor do mesmo.
Na condição de dirigente e guia espiritual deve manter na Loja a harmonia desejada, sendo o Mestre dos Mestres, pronto a aconselhar e servir, mantendo a União e a Paz, não só com os membros do Quadro, mas com as Lojas co-irmãs e a Administração da Potência.
O Venerável Mestre deve representar entre os Irmãos da Loja, a Sabedoria que concebe, e seu papel é de jamais perder de vista a meta traçada (planejamento semanal, mensal e anual) e evitar extravios na procura da Verdade.
Procurará fazer abstração de suas preferências pessoais tendo em conta os sentimentos dos Irmãos da Loja, falando sempre e agindo em seu nome. Desta forma, será ajudado na sua difícil e espinhosa missão, pois sem a simpatia e o apoio da Oficina, ser-lhe-á impossível desempenhar e cumprir as funções que lhe foram confiadas.
Terá o cuidado para que um Irmão carecendo de amparo, jamais se afaste, desiludido, da porta da Loja. E, sobretudo, será para seus Irmãos um modelo de prudência, veracidade, cortesia e amor. Quando alguns recursos estão ficando escassos, encontram-se novos recursos para as mesmas necessidades. Peça e receberá!
A escolha para Venerável é relevante que caia em Irmão esclarecido, conhecedor da Arte Real e que tenha franquia entre os Irmãos, pessoa estimada que seja ao mesmo tempo, propenso a ser um líder.
O Irmão percebe quando o Venerável Mestre o aprecia o que ele fez e vice-versa. O apreço faz com que todos queiram ser melhores a cada dia mais.
O Venerável Mestre aprende a manter a tranqüilidade. Aprende a retirar sua concentração do que não quer para a sua Loja e da carga emocional que essas coisas (negativas) envolvem. Fixa a sua atenção apenas no que deseja vivenciar.
O ideal seria que, especificamente para o cargo de Venerável Mestre, não houvesse disputa entre os Irmãos, e sim um consenso, uma unanimidade harmônica, dando assim ao primeiro mandatário, reforço de uma base de sustentação que lhe possibilita exercer o cargo em toda sua plenitude e liderança.
Um Mestre Maçom pode ser considerado apto a ser o Venerável Mestre, se demonstrar liderança, humildade, simplicidade, simpatia, calma, tranqüilidade, tolerância e serenidade. Excelente será se aliadas às virtudes citadas, seja ótimo administrador. Pesa no conceito dos Obreiros da Loja que o escolhido entenda de ritualística e liturgia e que na esfera administrativa tenha razoáveis conhecimentos. Em sua preparação para as funções deve procurar conhecer as Constituições de Anderson, e a legislação de sua Obediência – Constituição, Regulamento Geral, Código Penal e Eleitoral, e, o Regimento Interno (Estatuto) de sua própria Loja.
Deverá estudar os Rituais, o seu desenvolvimento, a parte objetiva e filosófica.
Um candidato ao cargo de Venerável Mestre, bem preparado para seu desempenho, terá, sem dúvida, um mandato eficiente, tranqüilo e sobretudo inquestionável. Saberá exercer plenamente suas funções com altivez, e gozará do prestígio e da acolhida de todos.
A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial que, no dia da congregação, é considerada como uma Carta Constitutiva. O "triunvirato" formado pelo Venerável Mestre e os dois Vigilantes assume o aspecto oficial e firma-se atuando como "Carta Constitutiva", ou seja, a permissão de constituir a Loja. Essa permissão obviamente emana do Grão-mestre que, após a eleição dos membros da Loja, "consagra" a Diretoria eleita, aprovando-a.
O Grão-mestre é o "Primeiro Malhete", portanto, onde for, terá a autoridade de empunhá-lo, mormente dentro de um Templo por ocasião da abertura dos trabalhos.
Há Lojas que destinam a poltrona, da direita do Trono para uso exclusivo do Grã-mestre, o que está errado, porque a poltrona a ele destinada é a do centro, a denominada "Cadeira de Salomão".
O Grão-mestre ocupará, sempre, o lugar principal; à sua direita ficará o Venerável Mestre da Loja. Se o Grão-mestre achar por bem determinar que o Venerável Mestre presida a sessão, devolver-lhe-á o malhete, mas permanecerá na Cadeira Central.
A presença do Grão-mestre em qualquer reunião constitui um grande privilégio para os maçons, pois o comando supremo sempre dá segurança, garantindo a ordem e o bom sucesso de qualquer empreendimento.
No Trono há três poltronas, a do centro destinada ao Venerável e as laterais aos Vigilantes; a trilogia é um corpo único; os Vigilantes "se deslocam", um para o Sul e o outro para o Norte, mas "permanecem" no Trono do Oriente. Sob o aspecto físico, as vagas passam a ser ocupadas, uma pelo ex-Venerável (ou Delegado) e a outra por uma Dignidade presente.
O Venerável só se legitima como tal, a partir de sua instalação, consoante o ritual adequado de passagem do malhete. A transmissão do malhete por mero escrutínio eleitoral não confere a qualidade de Venerável ou de Grão-mestre ou de qualquer outra função.
Sabemos que a figura de um Venerável não se confunde com a de um presidente, chefe coordenador ou mentor de qualquer entidade. Nem tampouco os Vigilantes se equiparam a Vice-presidentes.
A obrigatoriedade de a direção de uma Loja ser ministrada por um Venerável Mestre e dois Vigilantes obedece ao princípio espiritual da Organização, pois nada poderá ser executado por uma só pessoa, com exclusão do Grão-mestre.
Se os Veneráveis Mestres tivessem as mesmas prerrogativas de um Grão-mestre, este teria diminuído a sua autoridade. Assim, mesmo, o Grão-mestre, por "necessidade" espiritual, de certo modo, abre mão de sua prerrogativa e "nomeia", "sponte sua" (de sua própria iniciativa), os dois Grandes Vigilantes, para constituir o seu Grupo Administrativo nos moldes hierárquicos de uma simples Loja. É por esse motivo que a Organização presidida pelo Grão-mestre denomina-se Grande Loja.
Para os Maçons, Deus é o Grande Arquiteto do Universo (porque construiu o Universo e tudo o que ele contém), nome sempre presente nos documentos e nos trabalhos maçônicos.
O Maçom tem fé em Deus, em Sua bondade, em Sua justiça e em Sua sabedoria; sabe que nada ocorre sem Sua permissão e se submete, em todas as coisas, à Sua vontade. Nos extremos lances de sua vida é Nele em quem deposita confiança.
O Universo criado pelo Grande Arquiteto (Deus) é Energia. Se você perguntar para um físico quântico o que compõe o Universo, ele lhe dirá que é Energia. Peça-lhe para descrever o que é Energia e ele lhe dirá que: é algo que jamais pode ser criado ou destruído, sempre foi e sempre será, é tudo que existe e tudo que já existiu.
Então peça a um Maçom para descrever Deus e ele lhe fará a mesma descrição de Energia: é Alguém que jamais pode ser criado ou destruído, sempre foi e sempre será, é tudo que existe e tudo que já existiu a Quem rendemos sincero culto, como Ente Supremo e Grande Arquiteto dos Mundos.
Fonte: JBNews nº 148 - 22/01/2011
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