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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quarta-feira, 21 de julho de 2021

ABERTURA DOS TRABALHOS / LUVAS BRANCAS

ABERTURA DOS TRABALHOS / LUVAS BRANCAS
(republicação)

O Respeitável Irmão Antonio Raia, sem declinar o nome da Loja, Obediência e Oriente apresenta a seguinte questão: antonio_raia@hotmail.com

Na página 45 do Ritual de Aprendiz, na verificação pelo Primeiro Vigilante “Em pé e a Ordem em ambas as Colunas” (TODOS SE LEVANTAM À ORDEM E O 1º VIGILANTE, FAZ A VERIFICAÇÃO DO SEU LUGAR). Os Irmãos ficam voltados para onde? Para o eixo da Loja? Para o Oriente?

Pagina 29 do Ritual de Companheiro, na verificação se todos os Irmãos são Companheiros (TODOS NAS COLUNAS E NO ORIENTE LEVANTAM-SE, FICAM À ORDEM, E VOLTA-SE PARA O ORIENTE?).

Pagina 50/51 do Ritual de Mestre também na verificação se os Irmãos são Mestres, (OS IRMÃOS DAS COLUNAS VOLTAM-SE PARA ORIENTE de sorte que nenhum veja o que se passa à sua retaguarda). E os Irmãos do Oriente ficam sentados? Ficam em pé e a Ordem? Como ficam?

Nas Iniciações é dado ao Irmão Aprendiz, um par de luvas destinadas àquela que mais direito tiver a vossa estima e o vosso afeto. E é explicado que (EM CASO DE EMERGENCIA AS PORTADORAS DESSAS LUVAS, COLOCARIAM O PAR DE LUVAS NO ANTEBRAÇO ESQUERDO E ASSIM, FICARIAM POSICIONADAS ATÉ QUE UM IRMÃO VIESSE EM VOSSO SOCORRO), como também, algumas Lojas ensinam que a portadora deveria vestir a luva na mão esquerda e levantar o braço para o alto na espera que algum Irmão, viesse ao vosso socorro. Qual é a explicação correta?

CONSIDERAÇÕES:

No Grau de Aprendiz no momento da verificação os Irmãos que têm seus assentos voltados para o eixo da Loja, assim o fazem, inclusive o Segundo Vigilante. Os Irmãos que por dever de ofício no Ocidente têm os seus assentos voltados para o Oriente, assim o fazem. Em resumo, ficam à Ordem dos seus lugares tendo atrás de si imediatamente os seus respectivos assentos. 

Os Vigilantes ao ficarem à Ordem deixam os seus respectivos malhetes sobre a mesa e também compõem o Sinal com a mão.

No Grau de Companheiro existe um erro de grafia que está sendo providenciada a sua correção, daí, no Oriente, todos permanecem sentados, pois no Oriente não existe verificação (note que o Venerável ao final da verificação proclama: “sentai-vos” e não “sentemo-nos”). 

No momento do telhamento pelos Vigilantes, todos os presentes (exceto os Vigilantes obviamente) no Ocidente ficam à Ordem e voltados para o Oriente. 

No Grau de Mestre, igualmente ao de Companheiro os procedimentos são iguais. Ratifica-se: No Oriente não há telhamento e os ali presentes são responsabilidade do Venerável Mestre. No Oriente ninguém fica em pé de costas para o Ocidente. Essa anomalia equivocada presente em rituais anteriores fora corretamente extirpadas.

As Luvas (Ah essas luvas!). No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito no Ritual em vigência no GOB e de maneira corretíssima o Venerável apenas explica que o par de luvas femininas deve ser destinado àquela que mais direito tiver à vossa estima e ao vosso afeto - simplesmente nada mais!

Essa barbaridade de explicar que o par de luvas femininas serve para pedir socorro é uma verdadeira aleivosia e atentado à seriedade ritualística. Isso é puro achismo e fertilidade de imaginação. O ato da entrega do par de luvas femininas deve ser executado tal qual está no ritual que, por sinal, nem mesmo proclama a entrega das luvas para a esposa do Neófito. 

O ritual é claro e transparente quando, em uma brilhante lição de liberdade, não identifica ninguém que não seja àquela que lhe causar mais estima e afeto. Ora, o Irmão poderá ter o desejo de entregar o par à sua mãe, sua irmã, sua madrinha, por exemplo. 

Também com isso a Maçonaria não está sugerindo que o Neófito possua uma amante, ou concubina. Numa instituição que exalta os bons costumes, o processo seletivo não autorizaria um elemento que viesse praticar qualquer atentado contra a moral. 

Em síntese: este nem mesmo seria iniciado. Infelizmente, muitas Lojas baseadas no acaso, querem praticar até mesmo a tal “cerimônia de entrega de luvas” à Cunhada. Isso não existe e está em completo desacordo com as lides maçônicas.

Agora, para piorar ainda a situação querem alguns nos impingir a contracultura de que as luvas femininas servem para as cunhadas pedir socorro. Mais uma bazófia e eu, diríamos, até falta de responsabilidade com a tradição, uso e costume da Maçonaria. 

Meras obras do acaso e da desmedida invencionice, principalmente exarada por aqueles que talvez pela total falta de conhecimento histórico e acadêmico da Sublime Instituição, tentam povoar a séria imprensa maçônica com textos meramente imaginosos e descabidos de Verdade.

Para encerrar vou citar uma frase que, embora não seja de minha autoria, cabe aqui perfeitamente: “Se só existe no Brasil e não é jabuticaba, ou é pura besteira ou é ainda privilégio de alguns”.

T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 491 Florianópolis (SC) 01 de janeiro de 2012.

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