CIRCULAÇÃO NA MESMA COLUNA - REAA
(republicação)
Em 08.05.2017 o Respeitável Irmão Marcelo
Gass, Loja Tríplice Aliança, 3.277, REAA, GOB-PR, Oriente de Toledo, Estado do
Paraná, solicita esclarecimento para o seguinte:
Vi em uma resposta que o Irmão escreveu em um
consultório, que o Irmão não precisa circular quando se desloca no mesmo
hemisfério: Sendo assim, o Mestre de Cerimônias, pode passar alguma informação
ao Guarda Interno e voltar ao seu lugar sem fazer a circulação, já que ambos
estão na Coluna do Sul? Do mesmo modo, o Segundo Diácono, também pode executar
uma ordem a um Irmão da Coluna do Norte, sem precisar fazer a circulação?
CONSIDERAÇÕES:
Como o espaço ocupado pela Loja, além de
representar alegoricamente um canteiro de trabalho do passado onde nossos
ancestrais desbastavam a pedra tosca para torna-la capaz de servir ao Mestre na
edificação das obras perfeitas e duráveis, ele (o espaço) também é a
representação simbólica de um segmento do nosso Planeta constituído pela figura
de um quadrilongo orientado de Leste para o Oeste e que se posiciona sobre a
linha imaginária do equador, cujos trópicos de Câncer ao Norte e Capricórnio ao
Sul estão representados pelas Colunas Solsticiais e vestibulares B e J
respectivamente.
Graças a isso é que também existe uma linha
longitudinal abstrata Leste-Oeste dividindo a sala da Loja em dois hemisférios
que se denominam na Maçonaria como Colunas do Norte e do Sul.
No Ocidente da Loja, espaço esse localizado
entre o limite com o Oriente e a parede onde se situa a porta do Templo,
existe, no REAA, uma regra para quem sobre ele precise se deslocar em Loja
aberta e tenha que atravessar de uma para outra Coluna. Isso na realidade não é
bem um movimento comparado a um círculo, mas sim uma referência destrocêntrica
relativa ao movimento diário do Sol (o dos ponteiros do relógio). Assim, quem
passar em Loja do Norte para o Sul, obrigatoriamente o fará atravessando a
linha imaginária do equador pelo espaço mediano entre a retaguarda do Painel da
Loja e o limite com o Oriente. Da mesma forma, quem atravessar do Sul para o
Norte, obrigatoriamente terá que transitar pelo médio espaço entre a frente do
Painel da Loja e a porta do Templo. Para esses deslocamentos – Norte/Sul e
Sul/Norte – convencionou-se chamar de “circulação”, ou o mesmo que atravessar
de um para outro lado do mundo.
Como a questão desse trânsito só acontece
quando ocorrer passagem por sobre o equador da Loja, obviamente que quem
transitar na mesma Coluna não o transporá nunca. É por aí que existe a
expressão conceitual para o termo: “no mesmo hemisfério não existe
circulação”.
Usando os exemplos da sua questão, se o
Mestre de Cerimônias vai até o Cobridor, de retorno ao seu lugar ele voltará
pela mesma Coluna. O mesmo ocorrerá com o Segundo Diácono caso ele precise
transitar apenas na Coluna do Norte – de retorno ele vai diretamente para seu
lugar. Note que em ambos os exemplos ninguém necessitou passar de uma para
outra Coluna. Como o espaço da Loja se compara a um segmento do solo terrestre,
não faria sentido que alguém, transitando no mesmo hemisfério, de retorno,
tivesse que antes passar pelo outro lado do mundo. Essa é a regra da circulação
em Loja.
Entretanto, esse modo de transitar em Loja
não ocorre com quem necessite se deslocar pelo Oriente. Em síntese, nele não
existe circulação. No Oriente só existe regra para nele se ingressar e dele se
retirar. Assim, nele sempre se ingressa a partir da Coluna do Norte e dele se
retira consecutivamente em direção à Coluna do Sul.
Ainda sobre o deslocamento no Ocidente,
quando dele se tratar da mesma Coluna, o que não existem são as pretensas
circulações horárias em torno, por exemplo, da mesa do Vigilante ou de outro
móvel qualquer que alguns costumam praticar. Isso não está previsto justamente
por não existir, sendo apenas um mero produto de invenção.
O deslocamento horário no Ocidente tem apenas
como referência o Painel da Loja que fica genuinamente no REAA no centro do
espaço. Esse movimento horário obrigatório entre as Colunas do Norte e do Sul
apenas simboliza o movimento diário do Sol e a marcha da Luz, já que a
Maçonaria é a própria representação de Obra de Luz (sabedoria e evolução),
portanto não faria sentido um giro sinistrocêntrico entre os hemisférios da
Loja, já que esse movimento contrário representa o oposto da Luz e se distingue
como obra das trevas (ignorância e atraso), dentre as quais qualquer imaginação
supersticiosa que tenda a conduzir o homem ao flagelo da civilização.
T.F.A.
PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
Muito bom o trabalho.
ResponderExcluirGratidão