Os landmarks da Maçonaria são
considerados pela maioria dos autores maçônicos as mais antigas leis que a
regem. Dentre outras coisas, prevêem a obrigatoriedade de uma crença em um ser
superior (O Grande Arquiteto do Universo), o respeito entre seus membros, a
ajuda mútua em casos de necessidade, entre outros. O último landmark diz que
nenhum dos anteriores deve ser mudado. NOLUMUS LEGES MUTARI
Há inúmeras discussões entre
grupos de maçons e, segundo alguns, os landmarks devem sofrer modificações,
adequando-se à nossa época. Uma das alterações propostas seria a admissão de
mulheres na Ordem Maçônica. Entretanto, de acordo com os defensores da sua
imutabilidade, estas seriam cláusulas pétreas, sendo considerados os limites da
maçonaria e, portanto, não poderiam ser passíveis de modificações. Ainda na
opinião desses teóricos, alterá-los significaria romper a sintonia maçônica
mundial.
Origens
Segundo Percy Jantz, o termo
maçônico landmark tem origem bíblica. O termo pode ser encontrado no livro dos
Provérbios 22:28: "Remove not the ancient landmark which thy fathers have
set" para destacar como os limites da terra foram marcados por meio das
colunas de pedra. Cita mais uma lei Judaica: "Não remova os marcos
(landmarks) vizinhos, eles tem sido usado desde os tempos antigos para definir
as heranças" para destacar como os marcos designam os limites da herança.
Mark Tabbert acredita que as
regras e regulamentações atuais regidas pelos landmarks são derivadas das
regras medievais dos stonemasons.
Segue abaixo os landmarks:
História
Segundo os Regulamentos Gerais
publicados pela Grand Lodge of England em 1723 "Cada Grande Oriente tem
poder e autoridade para fazer novos regulamentos ou alterá-los, para os
benefícios reais desta antiga Fraternidade; tomando os devidos cuidados para
que os Landmarks sejam sempre preservados." Contudo, os landmarks não
foram definidos nenhuma vez. A primeira vez foi em Jurisprudence of Freemasonry
1856 by Dr. Albert Mackey.
Ele ainda afirmou que os
landmarks são 25 no total e não podem ser alterados. Contudo, outros escritores
tiveram diferentes interpretações históricas do que seriam os landmarks
exatamente. Em 1863, George Oliver publicou o livro Freemason's Treasury no
qual ele lista 40 Landmarks. No último século, algumas Grande Lojas Americanas
tentaram enumerar os Landmarks, variando da Virgínia (7) e nova New Jersey (10)
até Nevada (39) e no Kentucky (54).
Na essência os Landmarks dizem
que:
A Maçonaria é uma fraternidade
iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em
Deus, Grande Arquiteto do Universo.
A Maçonaria refere-se aos "Antigos Deveres" e aos "Landmarks" da
Fraternidade, especialmente quanto ao absoluto respeito das tradições
específicas da Ordem, essenciais à regularidade da Jurisdição.
A Maçonaria é uma ordem, à qual
não podem pertencer senão homens livres e de bons costumes,
que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz.
A Maçonaria visa ainda, o
aperfeiçoamento moral dos seus membros, bem como, de toda a
humanidade.
A Maçonaria impõe a todos os seus
membros a prática exata e escrupulosa dos ritos e do
simbolismo, meios de acesso ao conhecimento pelas vias
espirituais e iniciáticas que lhe são próprias.
A Maçonaria impõe a todos os seus
membros o respeito das opiniões e crenças de cada um.
Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia,
política ou religiosa. Ela é ainda um centro permanente de união
fraterna, onde reinam a tolerante e frutuosa harmonia entre os
homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.
Os Maçons tomam as suas
obrigações sobre um volume da Lei Sagrada, a fim de dar ao
juramento prestado por eles, o caráter solene e sagrado
indispensável à sua perenidade.
Os Maçons juntam-se, fora do
mundo profano, nas Lojas onde estão sempre expostas as
três grandes luzes da Ordem: um volume da Lei Sagrada, um
esquadro, e um compasso, para aí trabalhar segundo o rito,
com zelo e assiduidade e conforme os princípios e regras
prescritas pela Constituição e os Regulamentos Gerais de
Obediência.
Os Maçons só devem admitir nas
suas lojas homens maiores de idade, de ilibada reputação,
gente de honra, leais e discretos, dignos em todos os
níveis de serem bons irmãos, e aptos a reconhecer os limites
do domínio do homem e o infinito poder do Eterno.
Os Maçons cultivam nas suas Lojas
o amor à Pátria, a submissão às leis e o respeito
pelas autoridades constituídas.
Consideram o trabalho como o
dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.
Os Maçons contribuem pelo exemplo
ativo do seu comportamento são, viril e digno,
para irradiar da Ordem no respeito do segredo maçônico.
Os Maçons devem-se mutuamente,
ajuda e proteção fraternal, mesmo no fim da sua
vida. Praticam a arte de conservar em todas as
circunstâncias a calma e o equilíbrio, indispensáveis a um perfeito
controle de si próprio.
Sumariamente, cada um dos 25
Landmarks:
1. Os processos de
reconhecimento.
2. A divisão da Maçonaria
Simbólica em três graus.
3. A lenda do 3º Grau.
4. O governo da Fraternidade por
um Grão-Mestre eleito por todos os maçons.
5. A prerrogativa do Grão-Mestre
de presidir a todas reuniões maçônicas no território de sua jurisdição.
6. A faculdade do Grão-Mestre de
autorizar dispensa para conferir graus em tempos anormais.
7. A prerrogativa do Grão-Mestre
de conceder licença para fundação, instalação e funcionamento das Lojas.
8. A prerrogativa do Grão-Mestre
de criar maçons ( iniciar e exaltar) por sua deliberação.
9. A necessidade dos maçons de se
distribuírem em Lojas.
10. O governo de cada Loja por um
Venerável e dois Vigilantes.
11. A necessidade de que toda
Loja trabalhe “a coberto”.
12. O direito de todo mestre
maçom de ser representado nas assembléias gerais da Ordem e de dar instruções
aos seus representantes.
13. O direito de todo o maçom
recorrer em alçada perante a Grande Loja ou a Assembléia Geral contra as
resoluções de sua Loja.
14. O direito de todo maçom de
visitar e de ter assento nas Lojas regulares.
15. Nenhum visitante, desconhecido
como um maçom, poderá entrar em Loja, sem primeiro passar por um exame,
conforme os antigos costumes.
16. Que nenhuma Loja poderá
interferir nas atividades de outra.
17. Que todo maçom está sujeito
às leis penais e regulamentos maçônicos vigentes na jurisdição em que reside.
18. Que todo candidato à
iniciação há de ser homem livre e de maior idade.
19. Que todo maçom há de crer na
existência de Deus como Grande Arquiteto do Universo.
20. Que todo maçom há de crer na
ressurreição e uma vida futura.
21. Que um livro da lei de Deus
deve constituir parte indispensável do equipamento de uma Loja.
22. Que todos os homens são
iguais perante Deus e que na Loja se encontram num mesmo nível.
23. Que a Maçonaria é uma
Instituição de posse de segredos que devem ser preservados.
24. A fundação de uma ciência
especulativa, baseada numa arte operativa.
25. Que os Landmarks da Maçonaria
são inalteráveis.
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