(republicação)
O Respeitável Irmão Celso Mendes de Oliveira Junior, Loja Pioneiros de Mauá, 2.000, GOB, sem declinara o nome do Rito, Oriente de Magé, Estado do Rio de Janeiro, apresenta a questão seguinte:
celso.mendes.junior@hotmail.com
Venho por meio desta pedir-lhe que tire-me algumas duvida. Duvida essa que no meu ponto de vista são extremamente complicadas isso talvez porque nosso rito é deísta, está duvida e como relação a Espada, quais são as posições e movimentos delas em relação aos expertos, cobridor interno e cobridor externo. Quando eu tenho duvida eu copio os teístas, por exemplo, não tinha uma bainha ou lugar para colocar a espada então eu a aterrei não sei se fiz certo. Peço a compreensão do Irmão, sei que esse tema e grande porem é pouco abordado infelizmente essa liturgia com as espadas até mesmo o ritual peca em não trazer os procedimentos com as mesmas, assim gerando duvidas e procedimento de outros ritos.
CONSIDERAÇÕES:
O uso generalizado de espadas teve origem na galante Maçonaria Francesa que a partir do Século XVIII procurando dar um sentido de igualdade introduziu a arma para todos os membros da Loja – à época a espada era também um símbolo de nobreza, sobretudo na França. Nesse sentido, nunca é demais lembrar que essa prática não é universal em Maçonaria. No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito, rito originário da vertente francesa, a espada é simplesmente o objeto de trabalho dos Cobridores (interno e externo), além dos Expertos em cerimônias que deles são necessários os ofícios.
Há ainda a Espada Flamejante usada apenas nas consagrações, porém de utilidade restrita ao Venerável Mestre.
Retomando: a espada como objeto de ofício dos Oficiais citados, elas rigorosamente deveriam estar embainhadas, cujas respectivas bainhas, vão presas a um talabarte colocado do ombro direito para a cintura esquerda (essa é a origem da faixa do Mestre, cuja joia distintiva substitui a espada).
Ainda nesse sentido, o Ritual de Mestre do REAA em vigência prevê na descrição das alfaias no tocante à faixa, um dispositivo para prender a espada. Assim, entendo que o ritual não é assim tão omisso, dado que cargos em Loja são exclusivos dos Mestres Maçons.
Seria sempre de boa geometria que a Loja possuísse para os Cobridores e Expertos, também um dispositivo preso a um talabarte para acondicionamento da espada.
Como dizem que a boca se entorta de acordo com o hábito do cachimbo, muitos Mestres não usam a faixa e quando a Loja não possui bainhas, o mais comum e paliativo é se colocar a espada presa a um dispositivo atrás do encosto da cadeira, dado o conceito de que o Oficial que da espada faz uso, assim o faz apenas por dever de ofício, nunca indiscriminadamente.
Quando ao “aterramento”, isso é costume inexistente no Rito Escocês Antigo e Aceito, portanto é prática completamente equivocada.
Ainda outras espadas: como no Rito em questão também está prevista a abóbada de aço e guarda de honra em ocasiões de recepção, bem como nas cerimônias iniciáticas, essas espadas geralmente ficam presas a dispositivos colocados atrás dos assentos, ou em um aparelho no Átrio da Loja.
Posicionamento com a espada – o Obreiro que estiver empunhando (segurando) a espada, parado ou andando, mantém a mesma segura sempre pela mão direita, lâmina em riste, tendo o punho junto ao quadril direito e o respectivo cotovelo afastado do corpo. Em complemento: se ele estiver parado, terá o corpo aprumado e os pés em esquadria.
O Oficial que estiver em pé e parado com a espada embainhada compõe normalmente o Sinal com a mão, ou mãos se for o caso. A regra é de não fazer sinal com o objeto de trabalho, isto é, usá-lo para fazer um Sinal.
Via de regra não existe no Rito Escocês Antigo e Aceito o costume de se ficar girando o antebraço direito da direita para a esquerda e vice versa empunhando a espada, sob alegação de postura e sinal maçônico – a espada quando empunhada, salvo quando o ritual determinar o contrário estará sempre em riste (lâmina para cima) no lado direito do corpo.
No Rito em questão as espadas lisas tem apenas a finalidade de ofício para os Cobridores como uma arma simbólica, e para os demais no cumprimento da liturgia e ritualística sem qualquer conotação ocultista.
Finalizando. Existem ritos maçônicos que fazem uso da espada com outras finalidades, porém esse é procedimento tradicional desses ritos em particular e nunca um aspecto generalizado da sua prática em toda a Maçonaria. Por exemplo: no Rito Adonhiramita, é original a formação de pálio com espadas para a abertura dos trabalhos, também é verdadeiro nesse Rito que todos os Mestres portem espadas – essa minha observação é de caráter elucidativo e comparativo, todavia jamais crítica ao belo Rito Adonhiramita.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.044- Florianópolis (SC) – sábado, 13 de julho de 2013
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