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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

SINAIS MAÇÔNICOS - ORIGEM DO SINAL GUT.

(republicação)
Em 29/03/2018 o Respeitável Irmão Luiz Mario Cabral Zucolo, Loja Caridade Rosariense, 175, REAA, sem mencionar o nome da Obediência, Oriente de Rosário do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, formula a seguinte questão:

ORIGEM DO SINAL GUT.

Sempre que o tempo me permite chegar ao computador dou uma lida na sua pagina, sempre com assuntos relevantes. Sou de Rosário do Sul e procuro informações a respeito da origem e significado do sinal gut∴, confesso que estou com dificuldade de achar este tipo de material.

CONSIDERAÇÕES:

A dificuldade de se encontrarem explicações consistentes sobre o assunto, obviamente se dá porque os verdadeiros segredos da Maçonaria se concentram nos seus Sinais, Toques e Palavras. 

Por óbvio, qualquer não iniciado de posse deles pode, inclusive, ingressar nos trabalhos cobertos (privativos somente aos iniciados na Maçonaria). O mesmo também pode se dar entre aqueles maçons que não possuem ainda grau suficiente para trabalhar numa Loja em que não lhes é permitido o ingresso.

É sabido que muitas das nossas tradições são sigilosas e sempre foram transmitidas de modo velado com máxima descrição. Não é comum alguém encontrar a descrição literal de um Sinal e, mais ainda, o significado que lhe dá sentido.

Assim sendo, obviamente que é obrigação dos Mestres Maçons ensinarem essas particularidades aos Aprendizes e Companheiros, embora desafortunadamente se reconheça que muitos deles não estão habilitados a ensinar.

Todo o Mestre Maçom da Moderna Maçonaria encontrará a origem dos Sinais especulativos quando observa e compreende a Lenda Hirâmica.

Esotericamente os Sinais se explicam pela sua aplicação por dar sentido ético e moral na construção e aperfeiçoamento de um novo homem. Nesse sentido é preciso compreender que o Sinal demonstra a atitude e o perfil daquele que se propõe a compô-lo. As penas simbólicas que eles representam e que paulatinamente emergem do teatro iniciático lendário, foram adaptadas conforme os costumes e as tradições sociais, culturais e territoriais da época.

Em síntese, os Sinais simbolizam as severas aplicações das penas que eram auferidas aos condenados pelas autoridades eclesiásticas e monárquicas no período medieval, época em que florescia a Francomaçonaria Operativa.

Além do sentido especulativo que o Sinal passou a exercer na Moderna Maçonaria, literalmente eles foram nela criados para o reconhecimento entre os Francomaçons do período operativo. Naquela época distante, um maçom livre quando se apresentava a uma Guilda de Construtores em busca de trabalho, ele se identificava por Sinais, Toques e Palavras, o que era muito mais prático do que se ficar horas trabalhando uma pedra calcária para provar a sua habilidade. 

Lembro que nesse período da história a Maçonaria era literalmente de ofício, ao tempo em que também era constituída apenas por duas classes de trabalhadores - à época não existiam ainda graus especulativos na Maçonaria.

Assim, com o advento da Maçonaria Especulativa e o seu simbolismo, essas “penas capitais” que dantes eram aplicadas pelos reis, senhores feudais e até mesmo pela Igreja-Estado aos seus súditos e vassalos, acabou nela se incorporando apenas como uma alegoria penal que sugere o “compromisso ou obrigação” do iniciado no tocante ao impreterível cumprimento das regras e das leis da sua Obediência – algumas vertentes maçônicas tratam essa obrigação como “juramento”. 

A ideia de não revelar segredos lembra as antigas obrigações pelas quais o maçom operativo se comprometia em não revelar os segredos profissionais da Guilda a que ele pertencia. Esses segredos também alcançavam a ideia de não revelar às Guildas concorrentes os planos da obra – era comum que o segredo regesse a concorrência entre os construtores das confrarias medievais.

Desse modo, a Maçonaria, atendendo a um dos seus Landmarks (o sigilo), adota Sinais, Toques e Palavras que, além de possuírem alto significado iniciático e simbólico, também servem como meio exclusivo de reconhecimento entre os confrades maçônicos. 

Melhores detalhes a respeito podem ser encontrados a partir do aparecimento da Francomaçonaria (século X) e o seu desenvolvimento desde o período Operativo passando pela paulatina transformação em Maçonaria Especulativa até a evolução dos ritos e rituais maçônicos da Moderna Maçonaria (meados do século XVIII).

Como auxílio para o seu estudo, segue também anexo uma Peça de Arquitetura elaborada para a Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil pelo meu amigo e irmão Hercule Spoladore denominada “Sinais Maçônicos Antigos”. Esse artigo lhe dará mais subsídios para estudo sobre o tema.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com.br
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

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