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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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domingo, 17 de maio de 2020

DECADÊNCIA DE UMA LOJA MAÇÔNICA

DECADÊNCIA DE UMA LOJA MAÇÔNICA
Ir∴ Valdemar Sansão

“Você não poderá resolver os problemas que tem hoje pensando da mesma maneira que você pensava quando os provocou”. (Albert Einstein)

Os responsáveis - Diz-se estar uma Loja em decadência quando os valores filosóficos e administrativos são destruídos. A Loja passará a ter seus trabalhos decadentes até “adormecer abatendo colunas”, isto é, suspendendo definitivamente os trabalhos.

Nesse caso, de quem será a responsabilidade?

Embora a doutrina da Ordem Maçônica seja perfeita, os homens são falíveis e apenas perfectíveis. Em muitas ocasiões colocamos na direção de Obediências e Lojas, homens despreparados. O homem aprende errando e se dos erros do passado, surgirem os acertos do futuro, aqueles estarão justificados.

A primeira vista somos todos responsáveis; cada Mestre Maçom, pela má escolha dos dirigentes. O Venerável Mestre quando ignorante presunçoso se torna o pomo da discórdia em qualquer diálogo. Ignorante pernicioso é aquele que, tendo meios para “ter conhecimento”, não o faz julgando-se sábio.

Habilitações – Nos dias que transcorrem, não há mais justificativa para o não conhecimento; aquele que se sentir frágil deve antes de disputar cargos, buscar crescer em sabedoria, em humildade, em tolerância, ler muito, contatar com os mais ilustrados e estudar – eis as metas que cada maçom deve buscar para se atrever a postular o veneralato.

Para presidir uma Loja Maçônica, uma das principais condições que o candidato deve apresentar é possuir luzes suficientes para o convívio fraterno. Mais do que as qualificações são requisitos exigidos como comportamento prioritário: o equilíbrio com as palavras, tolerância para que cada Irmão possa chorar quando quiser e sorrir com os olhos, tendo o coração franqueado à compreensão, a razão predisposta ao diálogo e a sensatez da paciência. Não se exige que seja sábio, mas de quem os Irmãos do quadro da Loja possam usufruir conhecimento para se elevarem cada vez mais no conceito social. Toda uma gama de qualificações é importante nesse trabalho.

Decadência - Uma Loja decadente significa o declínio de seus filiados. Devemos evitar, situações decadentes, exaltando tudo o que une e repudiando tudo que divide; tornando-se Obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para manter o equilíbrio exato entre a razão e o coração; lutando pela FRATERNIDADE, praticando a TOLERÂNCIA e cultivando-se integrado numa só família cujos membros estejam envoltos pelo AMOR; procurando inteirar-se da verdade antes de arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julgue opositores; esquivando-se das falsidades, das mentiras e das bajulações humanas; propondo-se sempre a ajudar, amar, proteger e ensinar a todos os que necessitem; ser bom, leal, generoso e feliz, amando a Deus sem temor ao castigo ou por interesse à recompensa; mantendo-se humilde no instante da doação e grandioso quando necessitar receber; aprimorando-se moralmente e aperfeiçoando o seu espírito para poder unir-se aos seus Irmãos com laços fraternais; procurando transformar sua Loja em escola de virtudes, de amor, de lealdade, de justiça, de liberdade e de tolerância; buscando a verdade onde ela se encontre e por mais dura que possa parecer; permanecendo livre, respeitando os limites que separam a liberdade do outro; sabendo usar a lei na mão esquerda, a espada na mão direita e o perdão à frente de ambas; procurando amar seu Irmão, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.

A indignação - Quem de nós ainda não experimentou a indignação diante de um fato ou de uma atitude praticada à margem do bom senso, da honestidade e da lealdade?

Na Maçonaria trabalha-se a igualdade, mas infelizmente, alguns Irmãos distinguidos com algum cargo ou função em Loja, colocam-se sobre os demais como tivessem atingido a perfeição máxima, quando a meta a ser alcançada é, a perfeição moral. A cada dia se torna mais difícil lidar com esse sentimento. Em nossas reuniões semanais assistimos interesses egoístas sendo colocados acima dos ideais mais nobres, os quais deveriam ser cultivados com dedicação, amor e sinceridade, já que somos considerados parte de um todo social no qual nos denominamos Irmãos, professando o mesmo credo e os mesmos interesses.

Devemos também compartilhar nossos planos, desejos, visão de vida, dificuldades atuais, alegrias, tristezas, sonhos etc., sempre dentro dos limites da sobriedade e da simplicidade.

É difícil evitar a indignação, quando esses ideais se destinam à promoção do bem comum e da estabilidade, em favor da Oficina, constituída para gerar o bem dos associados e da humanidade.

Antes de clamarmos em desespero pela justiça dos homens para abafar a nossa indignação, saibamos amar, perdoar e servir, confiando nas leis naturais e divinas que darão infalivelmente a cada um segundo suas obras.

Abater Colunas - É muito fácil abater as colunas de uma Loja; basta que o maçom deixe de frequentá-la, de dar sua contribuição financeira, social e moral; de, como “sonolento”, deixar todas as iniciativas para outrem, sem conscientizar-se de que ele é um elo da Cadeia de União.

Porém, não podemos deixar esse sentimento dominar nossas emoções a ponto de desacreditarmos dos valores que devem nortear a ética e a moral com que devemos pavimentar nosso caminho rumo às conquistas da evolução maçônica.

Infelizmente as tentações que se avolumam neste mundo de ilusões nos desafiam a alcançar o amadurecimento.. Antes, clamemos por misericórdia para os Irmãos em desalinho.

O que queremos e o que não queremos

Queremos que cada Irmão comporte-se como membro indispensável, como se tudo dependesse dele e, assim, trabalhe ativamente, sem jamais se negar a qualquer missão, mas esteja sempre disposto a prestar colaboração, desde que seja esta atinente à sua função específica, sem interferir no cargo ou função de outrem.

Não queremos fundar nova Loja, tarefa difícil, uma vez que se torna necessário arregimentar um grupo de IIr, com o cuidado de não retirá-los de outra Loja, a fim de não enfraquecê-la.

Queremos uma Loja igual, onde todos se igualem, onde prevaleça a vontade de todos e não apenas de alguns com vaidades pessoais e ambição do mando e da supremacia.

Não queremos conviver com eles, pois, enquanto não se conscientizarem e se despirem de todos os preconceitos e de todas as vaidades, a união total será uma quimera e as uniões parciais serão cada vez mais efêmeras. Mas sempre existe a esperança de que um dia isso se torne possível.

Queremos uma Assembléia onde se possa debater com a liberdade e a simpatia que estão ausentes no mundo profano. Queremos uma Oficina onde todos aprendam juntos a compreender os desígnios do SENHOR DOS MUNDOS.

Não queremos apenas uma Loja onde prevaleça a vontade de alguns poucos.

Queremos uma Loja onde a maioria respeite as convicções da minoria, onde se cultive a FRATERNIDADE, sinônimo de AMOR, sem condições e o PERDÃO sem restrições.

Não queremos Loja de elite. insensível e presunçosa.

Queremos uma comunidade, onde todos sejam líderes de suas próprias crenças, em que cada Irmão perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que são desculpados os próprios senões.

Não queremos uma Loja onde todos cumpram seus deveres somente porque a lei assim o exige.

Queremos uma Loja de cargos simbólicos, onde não haja apenas contribuintes, aonde todos venham pelo puro prazer de vir, uma Loja que faça parte da vida de cada um, do credo de cada um, do modo de ser de cada um.

Não queremos uma Loja de Maçons perfeitos; rogamos ao Grande Arquiteto do Universo que nos livre dos homens perfeitos: eles nunca erram porque jamais acertam, ou nada fazem além das críticas destrutivas e maldosas. Eles nunca odeiam, porque jamais amam.

Em suma - Queremos uma Oficina humana, social e voltada para o bem se seus componentes e familiares.

Não queremos apenas mais uma Loja Maçônica: queremos uma Loja, mesmo sendo de pequenas dimensões, seja de grandes obras, onde um dia possamos fazer de nossos filhos e de nossos netos, nossos Irmãos. Queremos finalmente, uma Loja de todos os dias, não somente, semanal, quinzenal ou mensal, que seja um centro de solidariedade, onde todos sofram as aflições e comemorem juntos os justos regozijos de cada um.

Fonte: JBNews - Informativo nº 054 - 26/10/2010

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