As ordens iniciáticas e as religiões existem para ILUMINAR a vida do homem. Não se trata de uma luz física, mas da LUZ DA RAZÃO.
Podemos andar na noite, dentro de uma floresta, sem perdermos a Luz Interior. No escuro do nosso quarto podemos elevar a consciência aos planos mais iluminados da existência.
As iniciações vieram para afastar outro tipo de trevas: a superstição é a principal. Ignorância, fanatismo, despotismo, são outras tantas.
O homem das cavernas temia o raio como se fosse um artefato de fogo atirado pela ira dos deuses, e o trovão – ouvido logo após – uma gargalhada ou rosnado dos maus espíritos por terem atingido o alvo desejado.
O desenvolvimento da ciência mostrou que raio e trovão são acontecimentos NATURAIS.
Todavia, ainda hoje, no século dos ciclotrons, da tecnologia digital, do laser e das pesquisas com células-tronco, muita gente que se diz instruída, ao sentir-se ameaçada, faz a persignação, beija os dedos em cruz e clama por algum santo.
Todos são extremamente religiosos e místicos na hora do aperto. Realmente o raio e as chuvas torrenciais representam perigos reais, mas não são castigos nem decorrências do mau-humor dos espíritos ou de alguma divindade.
O Monoteísmo, adotado pelas três principais religiões do mundo – cristianismo, judaísmo e islamismo – deveria ser uma atitude humana CONTRA as superstições: “há um só Deus eterno, infinito, imutável, imaterial, todo-poderoso, soberanamente bom e justo, inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas”.
Concordemos ou não com essa ideia, temos que considerar que a essência ORIGINAL dessas religiões tendia a eliminar os temores criados pelos antepassados, ou seja – as superstições.
É verdade que essas mesmas religiões resvalaram para crendices supersticiosas e causaram mais infelicidades e obstáculos na evolução humana do que iluminação. Porém, tais acontecimentos de que a história está cheia, constituíram graves exceções ao objetivo de ILUMINAÇÃO para o qual foram idealizados os livros sapienciais.
Penso que essa era a ideia de Moisés, de Jesus e de Maomé.
Para terminar, deixo esses versos de Willian Shakespeare:
“Eis uma das maiores asneiras do mundo! Quando a nossa sorte piora, frequentemente pelos excessos do nosso comportamento, culpamos o sol, a lua e as estrelas dos nossos desastres, como se fôssemos vilões por necessidade, loucos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores por conjunção das estrelas, bêbados, mentirosos e adúlteros por obediência forçada a influências planetárias. Que admirável escapatória do homem responsabilizar por sua lascívia, uma estrela! Está em nós mesmos a culpa de sermos inferiores… Homem, orgulhoso homem, vestido numa fugaz e pequena autoridade, ignorante daquilo de que mais tem certeza, como um macaco furioso, faz coisas tão fantásticas perante o céu que provoca lágrimas nos anjos!”
Autor: José Maurício Guimarães
Fonte: https://opontodentrocirculo.com
Obrigado por partilhar o meu texto e citar o autor.
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