OS SÍMBOLOS DA MAÇONARIA OPERATIVA
(Desconheço o autor)
A grande riqueza do Simbolismo Maçônico atual é devida, principalmente, aos franceses. Os Rituais antigos, das Grandes Lojas Inglesas, eram muito mais simples e os Símbolos operativos eram apenas citados. Só posteriormente, com a entrada dos especulativos e das novas correntes de pensamento, a interpretação dos Símbolos passou a ter novas conotações.
A interpretação dos Símbolos é, talvez, o mais difícil ramo do estudo maçônico e em seu nome muitos absurdos são cometidos. Na ânsia de procurar sentidos ocultos na nossa Simbologia, criou-se um pseudo-misticismo fanático e mistificador, onde inúmeros inventores tentam fazer-nos engolir uma série, sem fim, de disparates e maluquices.
Tento - hoje e cada vez mais - ver a Maçonaria com os pés na Terra e apoiei-me em autores que procuram acabar com os falsos mitos. Não os citarei nominalmente, por desnecessário à simplicidade desta prancha e, também, porque irresistivelmente segui algumas das minhas próprias convicções.
Do Esquadro e do Compasso, do Malhete e do Cinzel, do Prumo e do Nível, da Régua e da Alavanca e, finalmente, da Trolha.
1) Em primeiro lugar refiro dois aspectos que são aceites, praticamente, por todos os autores:
São chamados de instrumentos ativos: o Compasso, o Malhete, o Prumo e a Régua. Estes instrumentos são, em geral, relacionados com o Espírito e com o lado masculino;
São chamados de instrumentos passivos: o Esquadro, o Cinzel, o Nível e a Alavanca. Estes instrumentos são, em geral, relacionados com a Matéria e com o lado feminino.
Por último temos a Trolha, que é considerada como um instrumento neutro.
2) O segundo aspecto é o sentido geral de cada um deles:
COMPASSO - Medida na pesquisa.
MALHETE - Vontade na ação.
PRUMO - Profundidade na observação.
RÉGUA - Precisão na execução.
ESQUADRO - Retidão na ação.
CINZEL - Discernimento na investigação.
NÍVEL - Emprego correto dos conhecimentos.
ALAVANCA - Poder da vontade.
TROLHA - Tolerância e Apaziguamento.
O COMPASSO, é considerado um Símbolo da espiritualidade e do conhecimento humano. Sendo visto como Símbolo da espiritualidade, a sua posição sobre o “Livro da Lei” varia conforme o Grau. No Grau de Aprendiz, a sua posição indica que existe, por enquanto, a predominância da matéria (esquadro) sobre o espírito. A abertura indica o nível do conhecimento humano, sendo esta limitada ao máximo de 90º, isto é ¼ do conhecimento.
A sua Simbologia ainda é mais variada, podendo ser entendido como Símbolo da justiça, com a qual devem ser medidos os atos humanos. Simboliza a exatidão da pesquisa e ainda pode ser visto como Símbolo da imparcialidade e infalibilidade.
É, também, a terceira das Grandes Luzes a) que iluminam uma Loja.
O MALHETE, é um dos instrumentos de trabalho mais utilizado pelo Aprendiz. No seu primeiro trabalho, o Aprendiz começa a desbastar a Pedra Bruta e, a partir daí, tem início a sua eterna construção.
Considerado como um instrumento ativo, é o Símbolo da vontade, da força, do trabalho, da determinação. Nas mãos do Venerável e Vigilantes, representará o poder e a autoridade de quem dirige.
Um aspecto fundamental na utilização deste instrumento é o do discernimento e da lógica que devem, sempre, conduzir a vontade. Utilizado ao acaso, com força apenas, ele tornar-se-à num instrumento de destruição, incompatível com a Maçonaria.
O PRUMO, é a terceira das Jóias Móveis da Maçonaria Simbólica e o atributo do 2º Vigilante.
É um Símbolo ativo, mostrando com a sua forma, a profundidade com a qual devem ser feitas as nossas observações e estudos. Dentro deste aspecto, pode ser considerado como Símbolo da Justiça, com a qual devem ser praticadas todas as nossas ações.
Para alguns, é visto como o Símbolo do Equilíbrio e da Estabilidade que deve existir dentro da Ordem.
A RÉGUA, é o primeiro dos instrumentos apresentados ao Aprendiz, no Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) e é chamada Régua de 24 Polegadas. Trata-se de um instrumento ativo, que nos impõe a ideia da medida. Com ela podemos traçar as retas e os ângulos e, portanto, delinear os nossos trabalhos.
Dá-nos, num só tempo, a noção da retidão e do infinito, pois toda a reta é infinita.
Com as suas 24 polegadas (66 cm), pode dar-nos a noção do tempo, das 24 horas do dia. Isto pode significar que devemos, não só delinear o trabalho, mas também calcular, exatamente, o tempo e o esforço que será despendido nesse mesmo trabalho.
O ESQUADRO, é o primeiro instrumento passivo e o companheiro por excelência do Compasso, ativo. O seu desenho permite-nos traçar o ângulo reto e, portanto, esquadriar todas as formas. Deste modo, é visto como Símbolo, por excelência, da retidão. É também, a primeira das chamadas Jóias Móveis de uma Loja, constituindo-se na Jóia do Venerável, pois, dentre todos, este deve ser o mais justo e equitativo dos Maçons.
O Esquadro, ao contrário do Compasso, representa a matéria; por isso é que, em Loja de Aprendiz, ele se coloca sobre o Compasso. É, ainda, a predominância da Matéria sobre o Espírito.
O CINZEL, é o um instrumento considerado passivo, companheiro inseparável do Malhete, ativo. Destina-se a receber a aplicação da Força do Malhete, que lhe dá a direção. É indispensável no desbaste da Pedra Bruta. Enquanto o Malhete simboliza a Força do 1º Vigilante, o Cinzel representa a beleza, atributo do 2º Vigilante.
Seguro sempre pela mão esquerda e conduzido pelo Malhete, vai desbastando a Pedra Bruta, produzindo a Beleza final. Simboliza, desta forma, a Educação, a Inteligência e o Aperfeiçoamento. Para muitos, é o Símbolo do trabalho do homem sobre si mesmo, em busca da eterna perfeição.
O NÍVEL - O verdadeiro Nível maçônico é aquele que, ao mesmo tempo, nos mostra a horizontal e a vertical. Isto é, só ao completar o ângulo reto com a horizontal, o Prumo comprova a verdadeira horizontalidade. Visto desta forma, o Nível é o atributo do 1º Vigilante, sendo, por conseguinte, a 2ª das Jóias Móveis de uma Loja.
O Nível é o Símbolo da Igualdade entre os Maçons. Na Maçonaria, os homens são iguais perante as leis naturais e sociais. Lembra-nos, ainda, que tudo na vida deve ser encarado com igual serenidade e trazendo a noção exata de igualdade, de tolerância e de imparcialidade.
A ALAVANCA, é o instrumento passivo que deve acompanhar, sempre, a Régua, ativo. A Alavanca simboliza o esforço e a perseverança que são utilizadas com a razão, representada pela Régua. É um instrumento que deve ser visto com mais profundidade noutros Graus.
A TROLHA, é o último dos instrumentos da Maçonaria Operativa que nos serve de Símbolo. É uma espécie de pá achatada com a qual os Pedreiros assentam e alisam a argamassa. Sendo um instrumento neutro, deve ser visto como um Símbolo da tolerância, com que o Maçom deve aceitar as possíveis falhas e defeitos dos IIr∴
Pode ser vista, também, como um Símbolo do amor fraternal que será, então, o único cimento que une toda a Maçonaria, independentemente das suas opções. Desta forma, “ passar a trolha ”, significa perdoar, desculpar, esquecer as diferenças. Entendida desta forma, a Trolha pode ser vista como um Símbolo da Paz que deve reinar entre todos.
( Diante das dificuldades existentes para a interpretação dos Símbolos e considerando a imensa quantidade de correntes de pensamento existentes na Maçonaria, a exposição dos valores simbólicos dos instrumentos aqui apresentada, pretendeu - apenas e somente - mostrar uma simples interpretação de alguns Símbolos da antiga Maçonaria Operativa. Não houve intenção de esgotar o assunto e muito menos de fazer exercícios mentais para encontrar novas e mirabolantes explicações. O objectivo foi o de contribuir com alguma luz para os que estão no início de caminho, na Arte Real. )
Gil Eanes M∴M∴ (n.s.)
a) Três Grandes Luzes: Livro da Lei; Esquadro; Compasso.
Três Pequenas Luzes: Sol; Lua; Venerável.
Luzes da Loja: Ven∴; 1º Vig∴; 2º Vig∴; Or∴; Sec∴;
b) Jóias Móveis: Esquadro (Ven∴); Nível (1º Vig∴); Prumo (2º Vig∴).
Jóias Imóveis: Pedra Bruta; Pedra Cúbica; Prancheta.
Colaboração:
Grão Mestre Adjunto
Ir∴ José Silva Carrijo M∴ I∴
ARLS∴ Phoenix 01 - G∴L∴U∴S∴A∴ - COMUB - BRASIL
Or∴ Campo Grande - MS
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