Páginas

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

quinta-feira, 13 de junho de 2024

A ROMÃ NA MAÇONARIA

Robson Williams Barbosa dos Santos
A∴R∴L∴S∴ - GOAL Oriente deTerceiro Milênio nº 7 - Maceió - AL

Em uma dos meus estudos para passagem de salário me deparei com vários textos explicativos referentes à simbologia maçônica de vários irmãos (1). Um desses símbolos que me chamou a atenção foi a Romã, de nome científico Punica granatum (maçã púnica), que recebeu esse nome referente à sua origem em Cartago (2) um entreposto comercial dos fenícios, no norte da África, ou vulgarmente conhecida em Roma com mala romana ou maçã romana. Então, percebi que é o símbolo menos analisado na filosofia maçônica.

Esse fruto é colocado sobre os capitéis das colunas na entrada do templo, sempre acima do olhar físico de cada irmão ela passa despercebida e, por esse motivo é mais ignorada, por está fora do campo de visão dos irmãos. Às vezes até “parece” que da muito trabalho olhar para cima e notar os mais elevados ideais simbólicos que a Maçonaria busca. Na maioria dos trabalhos dos graus simbólicos há sempre um “clichê” desses trabalhos que quase sempre fica no campo dos significados e interpretações dos símbolos que envolvem maço, cinzel, régua e as colunas, mas não se tem dado muita atenção sobre o há sobre elas que são às ROMÃS que, embora sustentadas pelas colunas, representam o que há de mais essencial em nossa instituição: A UNIÃO.

A ROMÃ é uma fruta bastante diferente das demais e não foi por acaso que entrou como peça decorativa dos Templos Maçônicos. A sua casca, dura e resistente, representa a Loja em si, o templo material que mantém obreiros reunidos, e, as sementes representam os obreiros; como sabemos uma semente não é exatamente igual à outra, em tamanho e formato, mas o paladar de todas é idêntico. Daí extraímos uma lição: não importa quem saboreia a fruta, quais as sementes são pequenas e quais as grandes mas, o que importa sim, o paladar. Na Loja, temos irmãos de menor porte na vida profana e outros, com maior gabarito social e econômico.

Se a sabedoria do Grande Arquiteto do Universo assim o quis, cabe nos lembrar de que a mesma seiva que alimentou o pequeno grão alimentou igualmente o maior. Não obstante, as sementes pequenas e grandes estão unidas, todas compondo um único fruto, com um só objetivo: servir de alimento e fonte de prazer ao paladar.

O que mantém as sementes da ROMÃ unidas é a pele interna, essa pele, feita da mesma substancia carnuda e consistente da casca e do miolo, representa o selo, ou melhor, o sigilo maçônico; rompido esse selo, as sementes ficam expostas ao ataque de pragas, deteriorando-as e estas perdem assim sua finalidade. Igualmente nas nossas Lojas, todos os nossos assuntos carecem da proteção do sigilo, sob pena de rompido este, a Loja, que é a ROMÃ, vir a sofrer sérias consequências como a perda da união que deve reinar em nosso meio em prol do bem comum. O nosso juramento é representado pela seiva que alimenta as sementes (que são os obreiros) foi contraído sem o mínimo de coação moral e sem reserva mental ou equivoco.

Rompido esse juramento, a fruta definha seca e, por fim, apodrece.

Assim, o sigilo, representado pela pele que UNE e SELA as sementes, merece de nossa parte o máximo de cuidados. A fruta, ao soar da primeira batida do malhete até a última, deve ser saboreada enquanto durem os trabalhos.

Por fim, é responsabilidade do fruticultor, que representa o “Venerável”, zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, zelando pela preservação não só da casca da fruta (o material), como também pela unidade garantida pelo sigilo, que é simbolizado pela pele interna da fruta.

1 – Esse texto é justamente uma releitura de uma dos textos desses irmãos que falava sobre a Romã na Maçonaria.

2 - O mar Mediterrâneo era uma grande via de riquezas devido ao comércio marítimo e ao contato com regiões ao redor, as quais poderiam ser locais de atividades muito lucrativas. Por volta do século III a. C. o domínio comercial do Mediterrâneo ocidental pertencia a Cartago uma antiga colônia fundada pelos fenícios eles comercializavam produtos como tecidos perfume ouro Marfim e trigo e possui uma grande potência militar para combates marítimos além de um forte exército para defender seus interesses. Dessa forma a expansão pela Península Itálica levou os romanos a disputar o poder diretamente com os cartagineses em uma série de guerras e conflito entre Roma e Cartago chamado de Guerras Púnicas.

Fonte: Revista Cavaleiros da Virtude nº 53

Nenhum comentário:

Postar um comentário