Sérgio Quirino
Provavelmente, o título do artigo causará certo arrepio em alguns Irmãos, que o entenderam como uma abordagem academicista dos ensinamentos maçônicos.
Não. Não se trata de preparar “Doutores Maçons”, embora não deixe de conter uma pedagogia maçônica. A formação aqui referida é da consciência de que não somos “Eternos Aprendizes”. O maçom está e “Eterno Aprendizado”, doutrina que vai ao encontro de dois importantes Landmarks compilados por Albert Mackey:
XX - Subsidiariamente à crença em um Ente Supremo, é exigida, para a Iniciação, a crença numa vida futura.
XXIV - A fundação de uma ciência especulativa, segundo métodos operativos e uso do simbolismo e a explicação dos ditos métodos e dos termos neles empregados com o propósito de ensinamento moral, constitui outro Landmark. A preservação da Lenda do Templo de Salomão é outro fundamento deste Landmark.
Assim sendo, formar é conscientizar de que não fazemos parte de um grupo ou de clube, cujos propósitos e meios visam unicamente os seus associados. Há, entre os Maçons, vínculos profundos de princípios, valores e propósitos voltados à coletividade e à humanidade. O que aprendemos na pedagogia maçônica torna-nos aptos a cumprir esta poderosa e desafiadora missão. As recompensas não são materiais. Nossas ações repercutirão pela eternidade se as luvas se mantiverem alvas.
Com toda a determinação, fortaleza ou boa vontade, o artificie só deixará um legado útil se souber utilizar as ferramentas com maestria, interpretar corretamente as pranchas de arquitetura e, principalmente, compreender a sua necessária interrelação com a Humanidade.
A maestria se inicia por meio de dois dos nossos maiores conselheiros: Os sentidos da visão e da audição.
A visão nos permite ler as palavras e acompanhar as imagens que o cérebro registrará como instrução. A audição nos instrui, porém com a inspiradora variação do tom das vibrações.
Por essas razões e para uma perfeita formação maçônica precisamos ler rituais, livros, trabalhos e tudo que trate de Vícios e Virtude; e ver, ou seja, observar atentamente a conduta e as manifestações dos Irmãos em reuniões presenciais ou virtuais.
Neste exercício, são necessárias quatro atitudes básicas:
1) ATENÇÃO: precisamos nos dedicar àquilo que nos propusemos. Devemos parar tudo mais e nos concentrar exclusivamente na fonte do aprendizado.
2) ENVOLVIMENTO: procure um tema que lhe desperte sensações e aprenderá mais rapidamente sobre as coisas que nos causam emoções.
3) DÚVIDA: o questionamento bem fundamentado aprofunda o conhecimento.
4) COMPARTILHAMENTO: Se não compartilharmos o que de construtivo lemos e ouvimos, seremos apenas um livro empoeirado, abandonado em uma estante qualquer.
SE LHE PARECE ESTRANHA A EXPRESSÃO “FORMAÇÃO MAÇÔNICA”, SUBSTITUA-A POR “LAPIDAÇÃO MAÇÔNICA”. O RESULTADO SERÁ O MESMO: PEDRA CÚBICA APTA À CONSTRUÇÃO SOCIAL, NOSSO PROPOSITO MAIOR.
Fonte: Revista M∴ B∴
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