SUBSTITUTO DO SEGUNDO VIGILANTE
(republicação)
Em 11.07.2015 o Respeitável Irmão Perilio Barbosa Leite da Silva, Loja Arte e Virtude, REAA, GOB-MG, Oriente de Lajinha, Estado de Minas Gerais, pede o seguinte esclarecimento: barbosaoilirep@gmail.com
No caso de substituição precária do 1º Vigilante pelo 2º Vigilante, quem substitui o 2º Vigilante? O 1º ou 2º Experto? E onde está determinado que é este Oficial que substitui o 2º Vigilante?
Existem aspectos e particularidades maçônicas que são consuetudinárias, enquanto outras imemoriais, o que lhes garante uma prática costumeira nas tradições, usos e costumes das duas principais vertentes da Maçonaria.
Infelizmente, nós maçons brasileiros vivemos sob o estigma matricial da Maçonaria francesa com seus carimbos e convenções, onde parece que tudo precisa estar escrito para ser verdadeiro, desconhecendo que grande parte da Sublime Instituição é oriunda da tradição oral.
Ora, se tudo precisasse estar escrito, então não precisaríamos nem mesmo respeitar os clássicos Landmarks da Ordem, já que os verdadeiros Landmarks (não a grande maioria daqueles codificados por A. G. Mackey que foram abertamente por ele escritos porque ele os achava) são imemoriais, espontâneos e universalmente aceitos - veja os codificados por Findel, por Gould, por exemplo.
Eu até entendo que na nossa matriz latina de Maçonaria seja necessário o “onde está escrito”, já que a fertilidade de imaginação e as invencionices têm andado a solta por um longo tempo na Maçonaria tupiniquim, todavia, precisamos também saber separar o joio do trigo. Há que se entender que a autenticidade maçônica não possui característica de apenas trazer tudo aquilo que esteja pronto e indelevelmente “escrito”.
Faz-se cogente, entretanto que o pesquisador também se debruce e cheire o pó dos arquivos, dos fragmentos, das obras espúrias e de outros elementos documentais para que se possa ter a real compreensão das mensagens doutrinárias, ritualísticas e operacionais dos ritos na Moderna Maçonaria.
No caso da questão que trata da necessidade precária do preenchimento do cargo do Segundo Vigilante no REAA∴, rito de origem francesa e que possui o cargo de Experto como um dos seus Oficiais, esse auxiliar tem sido de há muito o substituto tradicional da terceira Luz da Loja, geralmente o Segundo Experto, por já estar posicionado na Loja em um lugar próximo ao Segundo Vigilante.
No caso do significado do título “Experto” ele se deriva do “expert”, ou aquele que realmente possui experiência e capacidade comprovada, daí consuetudinariamente o componente desse cargo possuir aptidão para também substituir o Segundo Vigilante em havendo necessidade para tal.
Geralmente os tradicionais rituais franceses do Rito em questão (limpos de invencionices) não expõem escritos minuciosos detalhando procedimentos ritualísticos pelo motivo de preservação do sigilo, do silêncio e da discrição, todavia se bem garimpado nas bateias acadêmicas, pode-se encontrar menção e referência para essa substituição.
Eu mesmo tive a intenção de oficializar esse substituto (Segundo Experto) para o Segundo Vigilante através dos provimentos que eu enviei ao Poder Central para correção e aperfeiçoamento do ritual quando eu era ainda Secretário Geral do Rito Escocês no GOB, isso remetido em outubro de 2.013, entretanto nunca sequer obtive pelo menos uma resposta ou acusação de recebimento (desde julho de 2.015 estou exonerado).
Um bom elemento para começo de pesquisa está na obra do saudoso Irmão Francisco de Assis Carvalho, o Xico Trolha, in Cargos em Loja ou in Símbolos Maçônicos e Suas Origens, cujas tradições, usos e costumes da Maçonaria são amplamente abordados nesse compêndio de pesquisa e nele existe uma rica bibliografia que pode conduzir o pesquisador pelos caminhos que levam academicamente às fontes primárias.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.910 – Rio Branco (AC) – quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
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