ESCRUTÍNIO E OUTROS
(republicação)
Em 15.08.2015 o Respeitável Irmão Arno Souza, Loja Luz do Oriente, 1.980, REAA, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, solicita esclarecimentos para as questões que seguem: arnosz@ig.com.br
Parabéns pelo magnífico trabalho que vens prestado aos nossos Irmãos, a Maçonaria e em especial ao GOB. Segue abaixo algumas dúvidas as quais venho pedir auxilio do Irmão, referentes ao REAA.
1. Escrutínio: considerando que transcorrido 30 dias da publicação no BO de pedido de Admissão não foram apresentas oposições, por tanto satisfeito o art. 14/RGF. Seria correto colocar em votação na Ordem do Dia a deliberação do Escrutínio, e se aprovado, retroagir a execução do Ritual?
2. Tempo de Estudo: constatamos uma visível satisfação e melhor participação de toda a oficina, ao colocarmos a Loja em família para apresentação de trabalhos. Inclusive aqueles com vista ao aumento de salário. Agindo assim, estaríamos cometendo alguma irregularidade?
3. Saudação: o uso de Caríssimos e Caros Irmãos, após saudar as Luzes, constitui alguma exigência ou possui respaldo naquilo que preceitua o REAA?
4. Saco de Proposta e Informações: considerando que o art. 1º da Constituição do GOB, não considera a Maçonaria esotérica, seria coerente ao Venerável anunciar que foram colhidos os influxos positivos dos Irmãos?
CONSIDERAÇÕES:
1 – Se entendi bem a questão, entendo que cumpridos os dispositivos e prazos regulamentares (RGF), estando tudo nos conformes com o Candidato, procede-se o Escrutínio conforme previsto no Ritual em vigência. Do seu resultado depende a expedição do placet para a Cerimônia de Iniciação.
2 – Sob o ponto de vista legal não existe nenhuma previsão de se colocar a Loja em família. Sugiro que para não se ferir os diplomas legais competentes que a Loja num caso desses realize uma Sessão Administrativa com debates sobre o tema.
No que concerne à peça de arquitetura para aumento de salário, a mesma deve ser apresentada na Ordem do Dia já que dessa apresentação depende no final a votação para o aumento ou não de salário, inclusive com as conclusões pontuais do Orador.
Debates sobre esse tema podem ser realizados no período na forma de costume, não em família. É de boa geometria que durante esses debates, opiniões e votação, o Templo esteja coberto ao protagonista que aspira a mudança de Grau. Os debates devem ser objetivos, diretos e não repetitivos para o bom andamento dos trabalhos.
3 – Em minha opinião na existe nenhum elemento que possa impedir o uso desses pronomes de tratamento (Caro ou Caríssimo) quando alguém se referir à Loja após a menção protocolar tradicional feita às Luzes por ocasião do uso da palavra. Exemplo na preferência do uso desse tratamento: Venerável Mestre, Irmãos Primeiro e Segundo Vigilantes, demais Dignidades, meus Caros (ou Caríssimos) Irmãos... Atenção, essa é apenas uma escolha pessoal de preferência por esse ou aquele pronome de tratamento, não uma regra de obrigação.
É oportuno salientar que quando alguém antes de usar a palavra se dirige às Luzes e aos demais Irmãos na forma de costume, esse alguém não está saudando ninguém, senão cumprindo a regra protocolar de antes se dirigir por primeiro aos governantes da Loja (detentores dos malhetes).
4 – Muito bem lembrado meu Irmão. Se nada foi colhido por ocasião do giro, simplesmente nada foi colhido e é só. Essa mania de “influxos positivos, bons fluídos, etc.” não fazem parte das características racionais tão comuns, sobretudo aos costumes maçônicos de uma Maçonaria que é filha espiritual da França à época do Século das Luzes (Iluminismo).
Esse palavreado retrógrado na verdade foi apregoado por ilações pessoais hauridas dos místicos e ocultistas que não tardou a se espalhar como erva daninha de contra cultura no campo da Sublime Instituição. Infelizmente ainda hoje alguns Irmãos “acham” bonitos esses calemburgos e metáforas que não contribuem com nada para o engrandecimento da Instituição.
Ora, se isso é crença individual de alguém, respeitosamente que esse alguém mantenha consigo o seu credo. Afinal tolerância também não pode ser confundida com indulgência.
Finalizando, aproveito para agradecer a vossa cordial referência ao meu modesto trabalho para com a Maçonaria brasileira, muito embora ainda possam existir elementos que assim não pensam e nem se agradam com os meus escritos e com a minha sinceridade.
Isso talvez possa ser compreendido se observada a minha negativa de nunca se tornar subserviente de certos círculos compostos por vaidosos e nem mesmo compactuar com indivíduos que se escondem na tenebrosa sombra da fatuidade.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com –
JB News – Informativo nr. 1.973– Florianópolis (SC) – sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
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