A ABÓBADA CELESTE NO R∴E∴A∴A∴
Ir∴ Antonio Rodiguero - MM
Ir∴ Antonio Rodiguero - MM
Loja Tiradentes nº 02 - GLMDF
I – RITUAIS DO R∴E∴A∴A∴
I – RITUAIS DO R∴E∴A∴A∴
RITUAL DE 1804
“A Loja tem a forma de um
quadrado longo, se dirigindo de oeste para leste, arredondada ao fundo,
recoberta de uma abobada, onde estão espalhadas estrelas sem nome."
RITUAL DE 1904
“o tecto figura uma abobada
azulada, com estrelas formando um grande numero de constelações. "
RITUAL DE 1927 (Mario Behring)
“O tecto do Templo representa o
céo. Do lado do Oriente, um pouco .............. No centro do tecto, três
estrelas da constelação de Orion. Entre estas e o nordeste, ficam as Pleiades,
Hyadas e Aldebaran; a meio caminho, entre Orion e o nordeste, Regulus, do Leao;
ao Norte, a Ursa Maior; a Noroeste, Areturus (em vermelho); a Leste, a Spica,
da Virgem; a Oeste, Antares; ao Sul, Fomalhaut. No Oriente, Jupiter; no
Ocidente, Venus; Mercurio, junto ao Sol e Saturno, com seus satélites, próximo
a Orion.
As estrelas principais são: 3 de
Orion; 5 Hyadas e 7 das Pleiades e Ursa Maior. As estrelas chamadas reaes são:
Aldebaran, Arcturus, Regulus, Antares e Formalhaut."
II – INTRODUÇÃO
A Abobada Celeste com seus astros
e estrelas tem a função mística destinada a produzir energia e contemplação.
Assim, o teto do templo maçônico
é confeccionado em forma de abóboda ou céu com a cor azul celeste predominante
na qual figuram os astros e as estrelas que mais ferem a imaginação do homem.
Sabemos que, normalmente, o céu é escuro, sendo o tom de azul o efeito da luz
do sol, por isso com o movimento de rotação da terra temos o dia e a noite.
Convém salientar que não são quaisquer astros ou qualquer disposição, mas sim
determinados astros e numa posição previamente estudada e preparada.
A palavra céu vem do latim
“caelum” ligado também ao ar, espaço livre, atmosfera. Na verdade o céu é a
parte física que vemos, e o firmamento do latim “firmamentum”, onde pela nossa
crença de cada um, imaginamos ser a morada dos deuses e anjos.
III – A ABÓBADA CELESTE NOS TEMPLOS
MAÇÔNICOS
Cada astro e estrela,
uniformemente dispostos na abobada celeste, representam funções e possuem
valores místicos próprios, sendo que, no templo destinado á pratica do
R∴E∴A∴A∴ existem com 35 (trinta e cinco) astros, cuidadosamente escolhidos,
colocados em posição geométrica apropriada, os quais regem os cargos em Loja.
1. SOL - A luz do céu da Loja,
representando o Ven∴ M∴ Colocado no oriente e no eixo da Loja.
2 - LUA - Selene rege o Primeiro
Vigilante.
3 -STELLA PITAGORIS - A estrela
Virtual ou Estrela Flamejante, colocada sobre o altar do Segundo Vigilante. (O
Homem, Deus, Cristo, Buda ou mesmo Hércules, o iluminado que transcende a
condição humana).
4 – SATURNO com seus satélites -
É o sexto planeta e o segundo em tamanho, possui três anéis na altura do
Equador e mais quinze satélites, dos quais só nove eram conhecidos na época em
que os rituais foram escritos. Na Loja, Saturno é representado com seus três
anéis e seus nove satélites, exatamente sobre o centro geométrico do ocidente.
Saturno rege a cadeia de união. Os seus três anéis representam os Aprendizes,
os Companheiros e os Mestres Maçons. Os nove satélites representam os nove
cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Secretario,
Orador, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo.
5 – MERCÚRIO -Símbolo da astúcia,
protetor dos viajantes e dos comerciantes. Identificado como Hermes dos gregos,
era filho de Maia e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o encargo de mensageiro
dos deuses. Carregava um bastão com duas serpentes enroladas (Caduceu) símbolo
da paz, (Harmonia e Forças Opostas). É o menor e mais rápido dos planetas, e
também o primeiro e o mais próximo do Sol e por isso representa o Primeiro
Diácono.
6 – JÚPITER - Era Zeus para os
gregos. O maior planeta do sistema solar era o guardião do Direito, o defensor
do Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio. Júpiter é o astro regente
do ex-veneravel e por isso fica no Oriente.
7 – VÊNUS - É o segundo planeta e
o mais próximo da Terra. Surge sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o
astro regente do Segundo Diácono. Conhecido ainda hoje como "Estrela
Vésper", a primeira a aparecer no céu, Vênus era o "Mensageiro do
Dia", anunciava a hora de começar e de encerrar o período de trabalho.
8 – ARCTURUS - Estrela Alfa da
constelação de Bootes. Por sua posição junto à Ursa Maior é conhecida como a
"guardiã do Urso" e correspondente ao cargo de Orador, guardião do
Oriente. Sua posição é em cima da grade do Oriente.
9 – ALDEBARAN - Estrela Alfa da
constelação de Touro, as quais pertencem as Plêiades e as Hyades. Na abóbada
maçônica rege o cargo do Tesoureiro.
10 – FOMALHAUT - Alfa Piscis
Austrinis - em latim significa peixe do sul, é aqui uma correlação com a coluna
zodiacal dos peixes. Fomalhaut é uma palavra árabe que significa "a boca
do peixe do sul", o que se aplica ao cargo de Chanceler.
11 – REGULUS - Alfa Leonis é a
estrela mais brilhante na constelação de Leão. Na Astrologia, Regulus sempre
manteve posição de comando. Ela dirige todos os trabalhos do paraíso. Foi
Nicolau Copérnico quem a batizou com o nome Regulus, que significa
"Regente". Correspondente ao cargo de Mestre de Cerimônia.
12 – SPICA - Alfa Virginis, em
latim, "a Espiga", é a estrela gerente do cargo de Secretário. Por
outro lado, os primitivos instrumentos de escrita usados pelos gregos e romanos
não eram penas, mas canetas feitas de caules ocos de vegetais chamadas de
"Spícula".
13 – ANTARES - Alfa Scorpii, a
estrela vermelha gigante. Durante muitos séculos, a maior estrela conhecida. Às
vezes confundida com Marte, razão do grego chama-la de "O Rival de
Marte". Tanto Antares como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente,
aparecem próximas. Por essa razão, Antares é conhecida como o astro regente do
Guarda do Templo.
Existem, ainda, representadas na
Abobada Celeste do Templo Maçônico, quatro grupos de estrelas pertencentes a
quatro constelações, sendo elas:
1. ORION - Constelação equatorial
é formada por quatro estrelas brilhantes com uma linha de três estrelas que
formam o "Cinto de Orion" e são popularmente conhecidas como "as
Três Marias" ou "os Três Reis Magos". No Teto do Templo só são
representadas as três estrelas, porque representam a idade do Aprendiz, que
ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria. Na tradição árabe mais
antiga, Orion era chamada de "A Ovelha de Cinto Branco" e o avental
de Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro. As três estrelas de
Orion são regentes dos Aprendizes.
2. HYADES ou HÍADAS. É o notável
grupo de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha na constelação de Touro.
As Híadas são as regentes dos Companheiros.
3. PLÊIADES - É um outro grupo de
estrelas da mesma constelação de Touro. São também conhecidas como "As
Sete Irmãs". Elas regem os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.
4. URSA MAIOR -. É considerada a
constelação mais antiga. No teto da Loja são Representadas as sete estrelas
mais importantes que formam a "Charrua". A última estrela da cauda da
Ursa Maior é ALKAID, também conhecida como BENETNASCH; ambos os nomes fazem parte
da frase árabe "QUAID AL BANAT AD NASCH", que significa "A Chefe
dos Filhos do Ataúde Mario". Este nome provém da concepção árabe mais
antiga, que representava a Ursa Maior como um caixão e três carpideiras. Esta
interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia coincidia com
a arábica, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Isis) e o filho da viúva
(Orus) em procissão fúnebre.
Ao todo contamos 35 (trinta e
cinco) astros existentes na ABOBADA CELESTE DO TEMPLO MAÇONICO, ressaltando a
ausência do planeta Marte, o qual para os gregos era o deus da guerra e, como
tal, não poderia figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia universal,
por isso foi para o átrio, o reino profano dos tumultos e das lutas.
Por essa interpretação, Marte tem
a incumbência de "cobrir o Templo", sendo o astro do Cobridor
Externo, enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado Antares, do
Cobridor Interno, para garantir a fronteira entre o mundo iniciático e o
profano.
IV – CONCLUSÃO
Poderíamos concluir afirmando
que, esse céu representado em nossos Templos é o do Hemisfério Norte. Sim, é
verdade, no Hemisfério Sul o nosso maravilho céu é diferente, entretanto, a
origem de nosso Rito nos leva ás belezas vislumbradas e estudadas pelos nossos
valorosos irmãos que nos antecederam e a eles devemos nosso respeito e
gratidão.
Assim, a Abobada Celeste existente
nos Templos Maçônicos preparado para a prática do R∴E∴A∴A∴, estejam eles no
Norte ou no Sul, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável fonte de
pesquisas e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes viagens mentais, ou
mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em contemplação do belo firmamento a
nos elevar espiritualmente.
Bibliografia:
1. Ritual de Aprendiz Maçom, do
R∴E∴A∴A∴, de 1804, 1904 e 1927;
2. Astronomia na Maçonaria, do
Blog Luz do Universo 1953;
3. A Origem da Maçonaria – David
Stevenson – Editora Madras
4. O Firmamento, o zodíaco e a
abobada celeste, brilhantemente exposto no blog do Mestre Maçom da GLMDF, Irmão
Jose Roberto Cardoso (joseroberto735.blogspot.com.br).
Trabalho produzido pelo Mestre
Maçom, Cadastro 2554-GLMDF, Antonio Rodiguero, o qual autoriza a reprodução e
divulgação, desde que, seja mantida a integralidade do texto.
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