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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

MAÇONARIA

MAÇONARIA
Antonio Onías Neto M⸫ I⸫
Soberano Grande de Inspetor Geral do Supremo Conselho do Rito Moderno

A palavra Maçonaria é de origem francesa (Maçonnerie) e seu membro é chamado de Maçon, Maçom, ou pela forma aportuguesada mação. No Brasil, o Maçom é chamado também de "livre-pensador".

Maçom quer dizer pedreiro, membro da Maçonaria, chamado também de pedreiro-livre, do francês franc-maçon ou do inglês free-mason, nome dado aos construtores e artesãos que não eram subordinados aos feudos.

A origem da Maçonaria é, sem dúvida, a corporação de ofício da Idade Média, tanto que é ela, em seu estudo histórico, dividida em Maçonaria Operativa e Maçonaria Especulativa.

A Maçonaria Operativa, oriunda remotamente dos colégios de artesãos romanos, floresceu na Idade Média junto às grandes Catedrais, preservando a Arte da Construção. Já nessa época, por motivos profissionais, procuravam guardar em segredo suas atividades artesanais, criando sinais de reconhecimento entre si. Os maçons operativos se reuniam em "Lojas", que faziam às vezes de depósito, junto às construções, aparecendo o termo "Loja" a partir do século XIII.

A Maçonaria Especulativa começa a emergir a partir da decadência das grandes construções da Idade Média, quando, então, começam a ser aceitos nas corporações de ofício, não apenas profissionais, não apenas elementos aptos na arte de construir, mas hermetistas, filósofos, cientistas e outros pensadores.

Provavelmente, o primeiro maçom aceito (John Boswell) o foi em 1600, na Loja da Capela de Santa Maria em Edimburgo, Escócia. A partir do século XVII, recrudesceu e proliferou as Lojas dos Maçons Aceitos.

Já no início do século XVIII era grande o número de Lojas compostas apenas pelos Maçons Aceitos, quando se reuniram quatro delas, em Londres, formando a primeira Grande Loja, aos 24 de junho de 1717, ficando esta data institucionalizada como a da fundação da Maçonaria Moderna, da forma que hoje a entendemos. Foi justamente o ingresso dos Maçons Aceitos, muitos deles egressos de grupos hermetistas e filosóficos, o que dá a impressão a muitos da milenaridade da Maçonaria, posto que eles trouxeram para seu seio motivos de diversas correntes filosóficas, herméticas, religiosas, enfim, de todo caráter do pensamento humano cuja origem é efetivamente milenar.

Os objetivos da Maçonaria podem ser conhecidos por qualquer pessoa, basta ler os seus princípios, constantes da Constituição do Grande Oriente do Brasil, regularmente inscrita em Cartório de Registro Público.

Vejamos o que ela diz:

"A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. Seus fins supremos são:

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE."

Iniciática porque exige para o ingresso determinados rituais, que dão ao candidato o conteúdo de sua mística, não de seu possível misticismo, que não existe.

Filosófica porque pesquisa as causas primeiras, procurando a essência do Homem, da Natureza, do Universo e seu relacionamento.

Filantrópica porque como "amiga do homem", procura auxiliá-lo, não apenas no sentido da ajuda física, beneficente, mas, principalmente, na ajuda à sua formação moral, intelectual e social. "Ensina a pescar".

Progressista porque não aceita a estagnação do homem neste planeta.

Evolucionista porque, não aceitando dogmas, não opõe obstáculo à busca da Verdade, não reconhecendo limites para sua pesquisa, a não ser a da Razão, na pesquisa científica e filosófica.

Afirma que o intelecto se sobrepõe aos interesses materiais. As coisas que se referem a Mente se sobrepõe ao Corpo. A Energia impulsiona a Matéria.

Quando afirma que seus fins supremos são, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, as coloca em um tripé de mesmo valor, posto que a Liberdade deve ser total, mas com os limites que não permitam a libertinagem ou a exploração de um homem por outro; por outro lado a Igualdade é essencial entre Irmãos, e os homens o são. Igualdade de direitos e obrigações, mas sem que se chegue ao extremo de tolher a Liberdade do Homem nas suas iniciativas próprias. E, a única forma de manter o equilíbrio entre os dois primeiros termos, Liberdade e Igualdade, necessário se faz outra base do tripé, pois caso contrário o edifício social não se mantém, é a Fraternidade que une todos os Homens, não permitindo as distorções morais e sociais que podem acontecer na exacerbação dos dois primeiros termos.

Além disso, diz ainda a referida Constituição, que a Maçonaria "condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, enaltecendo porém, o mérito da inteligência e da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade; afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universalidade do espírito maçônico; combate a ignorância, a superstição e a tirania; proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um; defende a plena liberdade de expressão de pensamento, como direito fundamental do ser humano, admitida a correlata responsabilidade; reconhece o trabalho como dever social e direito inalienável; julga-o dignificante e nobre sob quaisquer de suas formas; considera Irmãos todos os Maçons, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades, convicções ou crenças; sustenta que os Maçons têm os seguintes deveres essenciais: amor à família, fidelidade e devotamento à Pátria e obediência à lei; determina que os Maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens pela superfície da terra; recomenda a divulgação de sua doutrina pelo exemplo e pela palavra, e combate, terminantemente, o recurso à força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos; adota sinais e emblemas de elevada significação simbólica que são utilizados em suas oficinas de trabalho e servem para que os Maçons se reconheçam e se auxiliam onde se encontrem."

As condições para ingressar na Ordem Maçônica também constam da mesma Constituição, conforme segue: "ser do sexo masculino; ser maior de vinte e um anos; possuir instrução que possibilite compreender e aplicar os princípios da instituição; ser hígido e não ter defeito físico que o impeça de praticar atos de ritualística Maçônica; ter bons costumes, reputação ilibada e estar em pleno gozo dos direitos civis e não professar ideologia contrária aos princípios da Ordem; ter condição econômico-financeira que lhe assegure a subsistência própria e de sua família, sem prejuízo dos encargos maçônicos e ter pelo menos, um ano de residência no local de seu domicílio." O candidato deve ter uma concepção de um Princípio Criador, não importando, contudo, de qual forma o conceba, sendo este um problema de foro íntimo. As exigências, algumas em virtude da tradição, outras legais por atos que possam ser praticados, algumas de ordem moral, e outras ainda em conseqüência do mundo em que vivemos.

Mas, não basta querer ingressar, é necessário ser convidado por um membro de uma Loja Maçônica, sendo feita uma investigação na vida do candidato, após o que para ser aceito não pode ser rejeitado por uma maioria qualificada presente no dia de seu julgamento.

A pretensão da Maçonaria é buscar cidadãos com condições mínimas, de conduta e intelecto, burilando-os para a construção de um mundo melhor, onde haja Justiça para toda a Humanidade.

Pode-se dizer, sem medo de errar, que o Maçom há de ser um Construtor Social.

A Maçonaria, dentro de sua Universalidade, admite uma grande diversidade de posições filosóficas, desde que não sejam extremistas, razão porque nela existem ritos deístas, teístas e agnósticos ou adogmáticos. A tolerância é uma viga mestra dos princípios Maçônicos.

Nas Grandes Lojas existem certas restrições a esta diversidade, mas nos Grandes Orientes ela é ampla, restringindo apenas os extremismos fanáticos, que ferem seus princípios.

Há diversas cerimônias que podem ser assistidas por pessoas que não sejam membros da Ordem Maçônica, tais como comemorações cívicas, palestras, conferências, Reconhecimento Matrimonial, Adoção de "Lowtons" (menores filhos ou netos de Maçons) e Pompas Fúnebres.

Temos Maçons ilustres e conhecidos do grande público em todo o mundo, podendo ser citados: George Washington, Winston Chuchill, Jacques Miterrand, Simon Bolivar, Franklin Delano Roosevelt, Voltaire, Artigas, Francisco Miranda, San Martin, Giuseppe Garibaldi, O'Higgins, Benjamin Franklin, Benito Juarez, Mozart, Byron, e entre os brasileiros podemos citar: Rui Barbosa, Duque de Caxias, D. Pedro I, Gonçalves Ledo, Luiz Gama, Bento Gonçalves, Barão do Rio Branco, Silveira Martins, Cônego Januário da Cunha Barbosa, Frei Sampaio, Frei Caneca, Padre Diogo Feijó, José Bonifácio, Hipólito da Costa, Benjamin Constant e muitos outros. E, por esta simples relação, vemos que são pessoas que sempre se envolveram em movimentos a favor dos direitos da Humanidade, dos movimentos sociais e libertários. Entre outros feitos da Maçonaria, por seus membros, temos, em âmbito internacional, a Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, a Independência dos países Sul Americanos, e, no Brasil, sua Independência, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República.

Mas, a Maçonaria não vive apenas da lembrança de suas tradições, se preocupa e procura soluções pacíficas para os problemas atuais da Humanidade, tais como a poluição, a globalização, os nacionalismos, o problema dos sem terra, da reforma agrária, dos índios, da juventude, da mulher, dos idosos, dos excluídos, dos sem tetos, das drogas, a democracia, os governos totalitários ou autoritários, o capitalismo, o comunismo, o socialismo, enfim tudo aquilo que toca de perto na vida do Homem, e que o impeça ou o impulsione para a felicidade que é seu fim supremo.

A Maçonaria no Brasil teve suas primeiras Lojas no século XVIII, sendo finalmente institucionalizada aos 17 de junho de 1822 com a fundação do Grande Oriente do Brasil, sua Célula Mater.

Houve em sua história diversas dissensões, havendo atualmente além do Grande Oriente do Brasil, Maçons agrupados em Grandes Orientes estaduais independentes e nas Grandes Lojas estaduais, que esperamos estejam novamente unidos sob a égide da Célula Mater, o que não impede que a meta final de todos os verdadeiros Maçons seja a mesma; um mundo onde haja efetivamente: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.

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